A narrativa investigativa como estratégia para aumentar o repertório de leitura e de escrita de estudantes foi o método utilizado pela acadêmica Andréa de Matos Cardoso na sua dissertação de mestrado realizada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Por meio do Mestrado Profissional em Letras, ela desenvolveu uma pesquisa-ação com uma turma de nono ano da escola Escola Municipal Doutor Jiulio Caruso, situada no município de Volta Redonda (RJ).
A temática surgiu a partir do macroprojeto elaborado em parceria com a orientadora do estudo, Érika Kelmer, que teve como propósito a aplicação do método de leitura em suspense, com mediação do docente responsável. Dessa forma, foram estabelecidas duas bases centrais da investigação: a verificação do aumento do fluxo de leitura e assimilação dos estudantes; e adaptabilidade do modelo experimental à realidade de outras turmas. “Aplicamos a estratégia da leitura em suspense na perspectiva de sofisticá-la, de desenvolvê-la mais e, depois, trabalhamos na perspectiva da escrita colaborativa, a fim de motivar os alunos em sua produção escrita”, revela a acadêmica.
Andréa reconheceu uma dificuldade prática na rotina de aprendizagem, especialmente, na escrita dos alunos que se mostrava falha. Para intervir no problema, optou por trabalhar a narrativa investigativa de Agatha Christie, que apresenta escrita caracterizada pela relação de causa e consequência dentro do enredo. “Fiz uso da escrita coletiva e compartilhada, com o objetivo de permitir aos alunos ampliarem seu repertório de letramento literário, no que diz respeito ao gênero estudado e, também, à questão do raciocínio lógico.”
De acordo com a acadêmica, o projeto transformou a maneira como os 30 alunos lidavam com a leitura e a produção textual de forma significativa. Ela relata, ainda, que a experiência agregou um conhecimento mais amplo para a sua vivência como docente e pesquisadora: “O professor na sala de aula é um pesquisador de si mesmo e da sua prática de ensino. Essa tomada de consciência foi muito importante para mim. Além disso, estou concebendo estratégias para fazer um workshop e mini cursos para gerar um efeito multiplicador do que foi desenvolvido.”
A professora orientadora, Érika Kelmer Mathias, afirma que a pesquisa pode servir como referência para a adaptação de textos, o letramento literário e a formação dos professores como promotores da democratização do ensino, principalmente, pensando na educação pública. “Pensar essa estratégia como prática efetiva na escola pública é fundamental para que tenhamos uma sociedade mais letrada. Dando condições para uma formação eficaz da leitura e da escrita, acredito que assim teremos menos desigualdades sociais”, pondera.
Contatos:
Andréa de Matos Cardoso (mestranda)
andreamcard@msn.com
Érika Kelmer Mathias (orientadora – UFJF)
erika.kelmer@terra.com.br
Banca examinadora:
Prof.ª Dr.ª Érika Kelmer Mathias (orientadora – UFJF)
Prof.ª Dr.ª Tânia Guedes Magalhães (UFJF)
Prof.ª Dr.ª Ana Crélia Penha Dias (UFRJ)
Outras informações: (32) 2102-3112 – Mestrado Profissional em Letras