Reitor Marcus David reconheceu que o trabalho da direção da Faculdade de Direito foi essencial em muitos dos avanços alcançados pela Universidade nos últimos dois anos e meio  (Foto: Alice Coêlho)

“Podemos, com diálogo e respeito, construir entre nós e para nós, pontes e não muros no ambiente acadêmico.” As palavras de esperança da professora Aline Araújo Passos marcaram sua cerimônia de posse como diretora da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). O evento, que contou com a presença do reitor Marcus Vinícius David, aconteceu às 19h de segunda-feira, dia 3, no auditório da faculdade.

Aline assume a direção do curso pela segunda vez seguida, visto que foi reeleita para o cargo no quadriênio 2018-2022. Na gestão anterior, a vice-diretora foi a professora Raquel Bellini e, no novo ciclo, a posição de vice passará a ser ocupado pela professora Luciana Melquíades, que era responsável pela coordenação do curso. “Nós iniciamos um novo ciclo de gestão inaugurado por mulheres, porque, até então, nós tínhamos uma faculdade centenária que só havia sido gerida por homens. Eu nunca falei sobre isso, mas agora é o momento de destacar todo nosso orgulho e satisfação”, ressalta Aline.

Ao fazer um balanço dos quatro anos à frente da direção, Aline agradeceu aos profissionais e amigos que ajudaram no percurso e destacou alguns objetivos alcançados como compra de novos equipamentos; criação da sala de videoconferência; intensificação da comunicação com os alunos; contratação de novos professores efetivos; realização de diversos eventos na área do Direito; e Semana de Recepção aos calouros, ao lado do Diretório Acadêmico do curso . Ela lembrou, ainda, que o propósito da gestão foi respeitar e reconhecer a pluralidade como um valor a ser preservado. “Partilhamos a sensação de dever cumprido.”

Contudo, a diretora ressalta que o novo ciclo está repleto de desafios e que, ao lado de Luciana, pretende intensificar a luta pelo fornecimento de uma educação pública gratuita e de qualidade. “Agora nosso foco é planejar os próximos quatro anos. A composição de nova chapa com certeza permitirá a consolidação dos projetos iniciados, mas também nos levará a novos caminhos.” Como metas para a gestão, Aline estabelece refletir sobre as novas diretrizes curriculares, pensar adaptações no currículo que assegurem a inclusão de estudantes com deficiência e promover o aprofundamento e a reflexão sobre diferentes temas jurídicos da atualidade, a fim de contribuir para a formação crítica dos alunos.

Aline Araújo Passos: “Os ataques à autonomia da universidade pública começaram e não sabemos se tem data para acabar. Como servidoras públicas, nos comprometemos com essa luta” (Foto: Alice Coêlho)

O reitor da UFJF, Marcus Vinícius David, demonstrou gratidão pelo trabalho da chapa anterior não só na gestão interna da Faculdade, como também no auxílio na gestão da Universidade por meio da atuação no Conselho Superior. “O processo de construção e reconstrução das políticas universitárias exige que se possa contar com um Conselho Superior absolutamente ativo, e a professora foi incansável no apoio que nos deu nesse processo.” O reitor reconheceu que o trabalho da direção da Faculdade de Direito foi essencial em muitos dos avanços alcançados pela Universidade nos últimos dois anos e meio em que ele está no comando da Reitoria. Marcus David destacou, também, a confiança na competência da nova vice-diretora do curso para dar sequência ao bom trabalho desempenhado pelas gestoras.

O reitor aproveitou o momento para lamentar o incêndio no Museu Nacional do Rio de Janeiro, simbolizando os desafios enfrentados pelas universidades públicas na manutenção de seu patrimônio. “Apesar de um cenário nacional muito ruim em termos de garantia do funcionamento básico do nosso sistema universitário, nós estamos conseguindo por questões muito específicas da UFJF atravessar essa crise com bastante estabilidade.”Ele  atribui isso ao fato de, hoje, a UFJF ser a universidade federal com maior número de arrecadação financeira própria, mas ressaltou que este é um modelo perene que não fornece estabilidade e, portanto, compromete o futuro da ciência e da tecnologia no nosso país. Para ele, a diminuição do investimento nas universidades públicas representa a diminuição da capacidade de reduzir as injustiças sociais.

Nesse sentido, Aline foi enfática ao lembrar que o momento político será um desafio para a gestão. “Os ataques nos últimos tempo à autonomia da universidade pública começaram e não sabemos se tem data para acabar. Como servidoras públicas, nos comprometemos com essa luta.”

Outras informações: (32) 2102-3500 (Faculdade de Direito)