Pela saúde muitas vezes fragilizada, a queda entre os idosos é algo preocupante e que deve ser evitada. Esse foi o ponto central da dissertação da acadêmica Jamili Vargas Conte Montenário, apresentada no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Por meio desse estudo, a mestranda analisou a prevalência e os fatores das quedas dessa população em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) na cidade. A ILPIs são residências com uma organização especializada para pessoas com idade mais avançada.
Depois de um maior contato com idosos mediante o seu trabalho como enfermeira, Jamili percebeu um alto índice de quedas. Seu ponto de partida foi o estudo do envelhecimento populacional e o rearranjo familiar, ou seja, o fato de a população estar em grande parte constituída de idosos, enquanto as famílias estão cada vez menos presentes. Nesse contexto, a pesquisadora observou 48 idosos de uma instituição de longa permanência em Juiz de Fora, na qual 19 tiveram relatos de queda, uma porcentagem de 36,9%. A partir desse resultado, Jamili constatou que esses casos persistem e são uma realidade na vida dessas pessoas.
A acadêmica explica que a qualidade de vida tem interferência direta no processo: “idosos que sugestionaram ansiedade e depressão também tiveram uma significativa estatística com desfecho de queda. Idosos que relataram alta percepção da visão como não boa, também foi um fator que pode ser relacionado às quedas. Bem como a osteoporose teve associação, a incontinência urinaria, tontura, síncope, foram os principais achados”.
A professora orientadora, Vânia Bara, ressalta que esse estudo é relevante, já que a queda entre os idosos é considerada uma epidemia. De acordo com a professora, o trabalho ajuda a multiplicar os cuidados e mostra a importância de orientar novos profissionais da enfermagem: “que a gente possa estar orientando as pessoas idosas e seus familiares e cuidadores sobre o que fazer para diminuir esse número de quedas. Que o idoso possa viver mais e com mais qualidade de vida”.
A professora enfatiza, ainda, que esse tema tem sido estudado em outras áreas da saúde na Universidade. Porém, segundo ela, a importância para a enfermagem é muito significativa, já que se trata uma profissão diretamente ligada aos cuidados das pessoas. “A grande contribuição é mostrar para a sociedade que outros profissionais também atuam nessa abordagem, mas principalmente os enfermeiros que precisam estar tendo esse cuidado de atenção com as pessoas idosas, na sociedade como um todo, o que pode ser feito para reduzir ao máximo a ocorrência de quedas.”
Nesse mesmo contexto, Jamili, que é docente em uma instituição privada, fala sobre os planos futuros para sua pesquisa: “eu tenho que dar esse retorno para a sociedade, preparando novas pessoas, novos formadores de opinião, profissionais de enfermagem de forma crítica para que eu também possa habilitá-los para direcionar essa assistência à saúde do idoso”.
Contatos:
Jamili Vargas Conte Montenário (mestranda)
Jamili.conte@gmail.com
Vânia Maria Freitas Bara (orientadora – UFJF)
vania.bara@ufjf.edu.br
Banca examinadora:
Profª Drª Vânia Maria Freitas Bara (orientadora- UFJF)
Profª Drª Isabel Cristina Gonçalves Leite (UFJF)
Profª Drª Ana Inês Sousa (UFRJ)
Profª Drª Deíse Moura de Oliveira (UFV)
Profª Drª Renata Antonáccio (UFJF)
Programa de Pós Graduação em Enfermagem: (32) 2102 – 3297 – Programa de Pós Graduação em Enfermagem