Curso hoje possui sede própria, mas teve início em sala de pouco mais de 50 metros quadrados (Foto: Alexandre Dornelas)

O curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) completa 25 anos em 2018, com uma história repleta de avanços e conquistas. Fundadoras, alunas e docentes relembram acontecimentos que marcaram a trajetória do curso. Iniciado no segundo semestre letivo de 1993, como Departamento de Fisioterapia, vinculado à Faculdade de Medicina da UFJF, a Fisioterapia tinha suas instalações físicas anexas ao Hospital Universitário (HU), no bairro Santa Catarina.

“Tínhamos uma salinha da fisioterapia no primeiro andar, onde as atividades práticas aconteciam. Era uma sala no HU com 54 metros quadrados”, lembra Jaqueline (de vermelho) (Foto: Arquivo pessoal)

A vice-diretora da hoje Faculdade de Fisioterapia, Jaqueline da Silva Frônio, relembra o espaço reduzido para as atividades, no início. “Toda Faculdade de Medicina funcionava lá, e tínhamos uma salinha da fisioterapia no primeiro andar, onde as atividades práticas aconteciam. Era uma sala no HU com 54 metros quadrados”.

A atual diretora da Faculdade, Maria Alice Junqueira Caldas lembra a dificuldade de começar sem estrutura, sem recursos e sem pessoal. “Nós começamos do zero, com todos os desafios que se pode imaginar: de recursos humanos, de estrutura física. Tínhamos poucos professores, pouca literatura, faltava biblioteca e não tínhamos ambulatório”, relata  uma das primeiras professoras efetivas. Somente no ano de 1995 o curso passou a ter seu primeiro corpo docente formado por três professores efetivos: Antônio Marcos Birocale, Maria Alice Junqueira Caldas e Jaqueline da Silva Frônio.

Jaqueline relembra também os improvisos do início. “Se hoje em dia nós temos os  laboratórios adaptados às necessidades do curso, na época a gente tinha uma maca feita por dois cavaletes de rua, com uma porta deitada e colocávamos um colchonete em cima. Não tínhamos recursos para comprar as macas”.

“Nós começamos do zero, com todos os desafios que se pode imaginar: de recursos humanos, de estrutura física”, diz Maria Alice (Foto: Alexandre Dornelas)

Com o tempo, o curso se expandiu,  com a contratação de professores substitutos no ano de 1998. Além desses profissionais, o curso teve um aumento significativo na contratação de  professores após 1999: atualmente a faculdade conta com 18 professores efetivos. “A dedicação exclusiva do corpo docente promoveu a busca por suprir as carências da Fisioterapia e contribui muito para construção do curso”, destaca Maria Alice.

Criação da Faculdade de Fisioterapia

Jaqueline destaca: “temos uma maior autonomia financeira com a descentralização” (foto: Alexandre Dornelas)

No ano de 2012, em função da expansão da UFJF com a criação do campus de Governador Valadares (GV), iniciou a oferta do curso de Fisioterapia nesse campus, tendo a primeira turma de graduandos ingressado no segundo semestre letivo do ano. Já em 2014 ocorreu o desmembramento do departamento de Medicina e Fisioterapia do campus de GV e a criação do departamento próprio para Fisioterapia. Somente em 2016 o curso de fisioterapia do campus Governador Valadares passou a ser autônomo, não mais atrelado administrativamente à Faculdade de Medicina.

De acordo com a Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara), atualmente o campus de Juiz de Fora conta com 206 alunos matriculados na graduação de Fisioterapia e tem 18 professores efetivos em seu corpo docente. Já no Campus avançado de Governador Valadares, a fisioterapia tem 230 alunos na graduação e 19 professores efetivos.

Mestrado

Em 2016, a faculdade inaugurou seu primeiro Programa de Pós-graduação, com a criação do mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho  Físico e Funcional (Foto: Alexandre Dornelas)

Em 2016, a faculdade inaugurou seu primeiro Programa de Pós-graduação, com a criação do mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho  Físico e Funcional. O mestrado conta com professores da Faculdade de Fisioterapia (Facfisio), Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid),  Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e docentes do campus de Governador Valadares. A coordenadora do curso, Carla Malaguti, conta sobre a experiência do mestrado. “Nós estamos formando a primeira turma neste ano, com 40 alunos e isso  é muito gratificante. Nossa principal área de investigação é a avaliação e intervenção em diferentes condições de saúde. Nós temos duas linhas de pesquisa, uma voltada para avaliação e intervenção de doenças cardiovasculares metabólicas e outra linha de processo de avaliação e intervenção de doenças neuromusculoesqueléticas.”

Carla Malaguti destaca ainda que os investimentos de recursos públicos na pós-graduação possui impactos direto na sociedade. “Temos o exemplo das crianças vítimas do zika vírus, que estão tendo um potencial de reabilitação decorrente de pesquisas e que conseguem, através de orientação e intervenção, minimizar  sequelas e reabilitar os pacientes mais precocemente possível. Então devolvemos para sociedade o investimento em pesquisa por meio de ações diretas na sociedade”. Além dos estudos relacionados ao zika vírus, o mestrado da Facfisio ainda desenvolve pesquisas em diversas áreas, como sobre o desenvolvimento de artrite decorrente da chikungunya, tratamento de doenças pulmonares  e cardiovasculares crônicas, reabilitação neurológica de crianças com o uso de realidade virtual por meio de jogos interativos, além de procedimentos de reabilitação a distância voltado para pacientes com mobilidade reduzida, e estudo com atletas.

Outras informações: (32) 2102-3843 – Faculdade de Fisioterapia