O curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) completa 25 anos em 2018, com uma história repleta de avanços e conquistas. Fundadoras, alunas e docentes relembram acontecimentos que marcaram a trajetória do curso. Iniciado no segundo semestre letivo de 1993, como Departamento de Fisioterapia, vinculado à Faculdade de Medicina da UFJF, a Fisioterapia tinha suas instalações físicas anexas ao Hospital Universitário (HU), no bairro Santa Catarina.
A vice-diretora da hoje Faculdade de Fisioterapia, Jaqueline da Silva Frônio, relembra o espaço reduzido para as atividades, no início. “Toda Faculdade de Medicina funcionava lá, e tínhamos uma salinha da fisioterapia no primeiro andar, onde as atividades práticas aconteciam. Era uma sala no HU com 54 metros quadrados”.
A atual diretora da Faculdade, Maria Alice Junqueira Caldas lembra a dificuldade de começar sem estrutura, sem recursos e sem pessoal. “Nós começamos do zero, com todos os desafios que se pode imaginar: de recursos humanos, de estrutura física. Tínhamos poucos professores, pouca literatura, faltava biblioteca e não tínhamos ambulatório”, relata uma das primeiras professoras efetivas. Somente no ano de 1995 o curso passou a ter seu primeiro corpo docente formado por três professores efetivos: Antônio Marcos Birocale, Maria Alice Junqueira Caldas e Jaqueline da Silva Frônio.
Jaqueline relembra também os improvisos do início. “Se hoje em dia nós temos os laboratórios adaptados às necessidades do curso, na época a gente tinha uma maca feita por dois cavaletes de rua, com uma porta deitada e colocávamos um colchonete em cima. Não tínhamos recursos para comprar as macas”.
Com o tempo, o curso se expandiu, com a contratação de professores substitutos no ano de 1998. Além desses profissionais, o curso teve um aumento significativo na contratação de professores após 1999: atualmente a faculdade conta com 18 professores efetivos. “A dedicação exclusiva do corpo docente promoveu a busca por suprir as carências da Fisioterapia e contribui muito para construção do curso”, destaca Maria Alice.
Criação da Faculdade de Fisioterapia
No ano de 2012, em função da expansão da UFJF com a criação do campus de Governador Valadares (GV), iniciou a oferta do curso de Fisioterapia nesse campus, tendo a primeira turma de graduandos ingressado no segundo semestre letivo do ano. Já em 2014 ocorreu o desmembramento do departamento de Medicina e Fisioterapia do campus de GV e a criação do departamento próprio para Fisioterapia. Somente em 2016 o curso de fisioterapia do campus Governador Valadares passou a ser autônomo, não mais atrelado administrativamente à Faculdade de Medicina.
De acordo com a Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara), atualmente o campus de Juiz de Fora conta com 206 alunos matriculados na graduação de Fisioterapia e tem 18 professores efetivos em seu corpo docente. Já no Campus avançado de Governador Valadares, a fisioterapia tem 230 alunos na graduação e 19 professores efetivos.
Mestrado
Em 2016, a faculdade inaugurou seu primeiro Programa de Pós-graduação, com a criação do mestrado em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico e Funcional. O mestrado conta com professores da Faculdade de Fisioterapia (Facfisio), Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid), Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e docentes do campus de Governador Valadares. A coordenadora do curso, Carla Malaguti, conta sobre a experiência do mestrado. “Nós estamos formando a primeira turma neste ano, com 40 alunos e isso é muito gratificante. Nossa principal área de investigação é a avaliação e intervenção em diferentes condições de saúde. Nós temos duas linhas de pesquisa, uma voltada para avaliação e intervenção de doenças cardiovasculares metabólicas e outra linha de processo de avaliação e intervenção de doenças neuromusculoesqueléticas.”
Carla Malaguti destaca ainda que os investimentos de recursos públicos na pós-graduação possui impactos direto na sociedade. “Temos o exemplo das crianças vítimas do zika vírus, que estão tendo um potencial de reabilitação decorrente de pesquisas e que conseguem, através de orientação e intervenção, minimizar sequelas e reabilitar os pacientes mais precocemente possível. Então devolvemos para sociedade o investimento em pesquisa por meio de ações diretas na sociedade”. Além dos estudos relacionados ao zika vírus, o mestrado da Facfisio ainda desenvolve pesquisas em diversas áreas, como sobre o desenvolvimento de artrite decorrente da chikungunya, tratamento de doenças pulmonares e cardiovasculares crônicas, reabilitação neurológica de crianças com o uso de realidade virtual por meio de jogos interativos, além de procedimentos de reabilitação a distância voltado para pacientes com mobilidade reduzida, e estudo com atletas.
Outras informações: (32) 2102-3843 – Faculdade de Fisioterapia