A Universidade Federal de Juiz de Fora se prepara para sua primeira participação no Hult Prize, considerado o prêmio Nobel dos estudantes. O evento concede anualmente U$ 1 milhão em financiamento inicial para a equipe universitária capaz de desenvolver a solução mais inovadora para alguns dos maiores desafios sociais da atualidade, de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). No próximo semestre, a premiação deve mobilizar diversos setores da comunidade acadêmica da UFJF.
Organizado pela Hult Prize Foundation, em parceria com a The Clinton Foundation e a ONU, o Hult Prize é o maior movimento estudantil do mundo para a criação de novas startups. Ele busca promover uma interação e competição entre estudantes para repensar o futuro do desenvolvimento social, com a participação mais de 150 países. São formadas equipes de quatro integrantes, da graduação ou pós-graduação, no intuito de desenvolver um projeto de startup que contribua com a resolução de alguns dos objetivos levantados pela ONU, como erradicação da pobreza, igualdade de gênero, educação de qualidade, combate às alterações climáticas, dentre outros.
Hult Prize na UFJF
O desafio para a edição deste ano será divulgado em setembro, durante a final do Hult Prize 2017/2018, que está em andamento atualmente. Enquanto o tema não é divulgado, os alunos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora podem ir se preparando. Para participar, devem ser montadas equipes com três ou quatro integrantes, preferencialmente de cursos diferentes, com a opção de ter o acompanhamento de um professor como “padrinho”.
As equipes formadas devem se orientar através de materiais e programas de desenvolvimento de startups fornecidos pelo Sebrae Minas Gerais, pelo Critt-UFJF e pela Liga das Empresas Juniores de Juiz de Fora. Além disso, a equipe organizadora do Hult Prize UFJF fornecerá por meio de seu site, página do Instagram, Facebook e Youtube, materiais de capacitação sob a forma de e-books, vídeos e cartilhas.
Os projetos de startup das equipes devem ser enviados entre os dias 1º de outubro e 16 de novembro, contendo o nome da startup e um slogan, assim como a razão de ter sido criada e qual problema ela busca solucionar. Outros pontos importantes são o modo de funcionamento da startup e estudos sobre custos, impactos e viabilidade. Após enviadas, as propostas devem ser apresentadas a uma bancada de jurados.
Serão três equipes vencedoras na UFJF. A primeira colocada fica classificada automaticamente para a etapa regional do Hult Prize, que deve acontecer na Bélgica, Austrália ou Canadá, com todas as despesas pagas pelos patrocinadores do evento. A segunda e terceira colocadas serão avaliadas por júri internacional e também possuem chances de classificação. As três equipes, entretanto, se tornam aptas a competir no Hult Prize Brasil, que acontece antes da etapa regional.
Na competição nacional, somente a equipe campeã se classifica para o Accelerator, etapa em que as 50 melhores equipes do mundo ficam dois meses no Castelo do Hult Prize, em Londres, com todas despesas pagas, para aperfeiçoarem seus projetos com diversos momentos de mentoria. Caso a primeira colocada da UFJF não se classifique no Hult Prize Brasil, ela ainda compete na Etapa Regional por uma vaga no Accelerator. Ao fim, são selecionados seis projetos para a grande final, em Nova York.
Rafael Kenji fala sobre o Hult Prize:
Capacitação em Londres
Aluno do curso de medicina, Rafael Kenji é diretor de campus do Hult Prize e foi responsável pela participação da UFJF no Prêmio. “As inscrições na competição são feitas no site da organização, abertas para estudantes de todo o mundo. No dia 24 de maio, submeti minha inscrição, que poderia ser feita por qualquer aluno da UFJF, para atuar como diretor de campus. Na primeira etapa, através de um formulário, foi avaliada minha experiência com liderança, empreendedorismo, organização de eventos, dentre outras coisas”. Ele, então, avançou para as próximas etapas de seleção, que contaram com análise de currículo e uma entrevista com a Diretora Global do Hult Prize. Sua classificação como diretor de campus propiciou a participação da Universidade Federal de Juiz de Fora na competição.
Entre 18 e 21 de julho, Rafael viaja para o Impact Retreat, em Londres, para uma série de capacitações sobre empreendedorismo e sobre a organização da competição no Brasil. “Eu acho que a experiência no Impact Retreat vai me ajudar muito pois lá terei contato com outros 149 organizadores que já exerceram essa função e que terão muito a partilhar.” Em números totais, são 700 diretores de campus selecionados para a organização do evento, sendo quatro deles brasileiros, dos quais apenas dois participam da capacitação em Londres.
Chegando ao décimo ano com a próxima edição, o Hult Prize ainda não teve uma equipe brasileira como campeã. Entretanto, Kenji comenta estar otimista com relação à possibilidade de vitória, “principalmente porque a premiação ainda não teve contato com a dinâmica de empresas juniores, segmento no qual o Brasil é líder mundial.” A organização do evento na Universidade conta com o apoio do Critt, do Sebrae e da Liga das Empresas Juniores da UFJF, e tem desenvolvido estratégias para auxiliar as equipes na elaboração de seus projetos de startup. “Estamos fazendo capacitações, workshops, congressos, e-books, dentre outras iniciativas para, de fato, preparar nossas equipes pois acredito que temos o potencial para chegarmos até a última etapa do concurso.”
A edição 2017/2018 está prestes a ser concluída e teve como campo de atuação o tema “Energia acessível e limpa”. Durante a final será anunciado o tema para a edição 2018/2019, na qual a UFJF será participante. No campus da Universidade, o Hult Prize acontece a partir do mês de agosto, com cerimônia final marcada para o dia 17 de novembro. As inscrições das equipes poderão ser feitas em site oficial, que será divulgado no mês de setembro.
Outras informações: hultprizeufjf@gmail.com ou Grupo de WhatsApp