A Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebeu na noite desta sexta-feira, 18, um evento organizado pela Liga Multidisciplinar dos alunos dos cursos de medicina, enfermagem, odontologia e serviço social. O III Congresso de Medicina de família e comunidade da Zona da Mata abordou temas como a tuberculose na atenção primária, a sífilis congênita e a dignidade humana de quem vive com HIV.
A professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e integrante do departamento de medicina e enfermagem, Erika Andrade, foi a primeira palestrante da noite. Erika expôs sobre tuberculose na atenção primária, cujo o tratamento no Brasil é exclusivamente realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A atenção primária faz todo sentido na prevenção e no combate à doença. Todas as ações propostas pelo Plano Nacional de Controle da Tuberculose estão inseridas na atenção básica”, destacou a pesquisadora, que completou, “sabemos que até mesmo em termos de custos, temos muito mais a ganhar com a prevenção do que com o tratamento da doença”.
Em seguida, a médica pediatra e infectologista, Ana Lúcia Guedes, falou sobre a realidade da sífilis congênita no Brasil e na cidade de Juiz de Fora. Trata-se de uma doença infecciosa que pode causar aborto, má formação ou a morte do feto ao nascer. “Há atualmente uma alta incidência de sífilis congênita em todo o Brasil e em Juiz de Fora. E a sífilis é uma doença fácil de se prevenir, o tratamento é fornecido pelo Sistema Único de Saúde, é um medicamento barato que também é ofertado nas farmácias”, completou Ana Lúcia.
Professora da Faculdade de Enfermagem da UFJF, Mariana Galvão, abordou em sua palestra a dignidade humana de quem vive com HIV e trouxe dados para discutir a transição na transformação epidemiológica em relação às pessoas que convivem com o vírus da imunodeficiência nos dias de hoje.
Confira as considerações feitas por Mariana Galvão:
Mariana destaca os avanços da medicina em relação ao tratamento do HIV e o consequente aumento da expectativa de vida dos que têm a doença e aqueles casos de pacientes indetectáveis, ou seja, pessoas que possuem carga viral tão baixa que nem transmitem o vírus. “Temos uma resposta biomédica muito efetiva frente ao HIV, mas não temos respostas tão evidentes quanto ao âmbito social. Ainda temos um ambiente em que o preconceito e o estigma são muito fortes e isso impede que essas pessoas acessem bens materiais, bens simbólicos, os colocando em um quadro de vulnerabilidade social”, enfatizou Mariana Galvão.
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