A cantora Madonna já deixou a mensagem em um de seus sucessos: “música faz as pessoas se unirem”. Inspirada nessas palavras, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) lança uma playlist em seu perfil no Spotify para comemorar o Dia Internacional de Combate à LGBTTIfobia. Muito além da representatividade, o foco da lista é a música como forma de expressão de desejos e angústias de uma comunidade que foge da normatividade socialmente imposta.
“Por meio da música, os jovens se sentem conectados, próximos a pessoas com quem eles talvez compartilhem o gosto musical”, é o que afirma o pesquisador Raphael Bispo dos Santos, do Departamento de Ciências Sociais da UFJF. Segundo ele, o estilo musical de uma pessoa transcende a esfera de um simples gosto individual, servindo até como ferramenta para a construção de uma identidade. “O estilo musical fala das visões de mundo daquela pessoa, das perspectivas de vida dela, de como ela entende as pessoas ao seu redor, dos seus valores e ideais”, ele explica.
Quem abre a playlist é a cantora norte-americana Janelle Monáe, que recentemente se assumiu pansexual à luz de seu novo trabalho musical, carregado de reflexões sobre sua própria sexualidade. Além dela, a dupla eletrônica The Knife e a banda Gossip, famosas por suas letras com forte teor político, estão entre os artistas internacionais incluídos.
O lugar de destaque na seleção, no entanto, é de artistas brasileiros, que têm ganhado uma posição de prestígio incomum na cena musical hegemônica nos últimos anos. “O que nós percebemos hoje é uma consolidação, principalmente no mundo musical mainstream, de uma série de revoluções e transformações que vêm sendo feitas há muito tempo”, comenta Raphael.
Além das juiz-foranas, Ana Carolina e Mc Xuxu, outros nomes brasileiros são a drag queen Pabllo Vittar, a clássica banda Secos & Molhados e a ativista transexual Linn da Quebrada, cujo documentário ganhou prestígio internacional. Confira abaixo: