“Uma pessoa que só fica no laboratório e trabalha usando lupa e produtos químicos”. Esse era o pensamento da aluna do oitavo ano do Colégio João XXIII, Leda Oliveira, e de vários outros estudantes sobre cientistas e pesquisadores. Mas essa concepção mudou. Os alunos receberam na manhã desta sexta-feira, 11, a visita do professor da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Paulo Menezes, que pôde apresentar o tema “É possível aprender ciência brincando?”. A palestra faz parte do projeto “A ciência que fazemos”, promovido pela Diretoria de Imagem da UFJF e tem o objetivo de aproximar os cientistas dos estudantes, mostrando que a ciência produzida por eles está presente no cotidiano de cada um.
Na palestra, Menezes apresentou sua trajetória de vida desde a infância até se tornar professor e pesquisador. O intuito é buscar uma identificação por parte dos alunos e destacar como “todo conhecimento é uma construção humana”. Ou seja, mostrar que qualquer pessoa tem capacidade de contribuir para a formação de um conhecimento com sua humanidade e história de vida. “Nas escolas existem pessoas com potencialidades para serem futuros cientistas, mas que muitas vezes não enxergam essa condição, achando que é um espaço legado a poucas pessoas, o que não é verdade. Muitos talentos são das escolas públicas, às vezes das zonas rurais e regiões pouco badaladas, então uma palestra como essa pode despertar pessoas que futuramente venham a contribuir muito”, declarou o professor.
Menezes desenvolve pesquisas na área de Educação em Ciências, que trabalha com uma metodologia baseada na confecção de brinquedos científicos. Ao final da palestra, o professor pôde apresentar conceitos físicos para os alunos através do funcionamento desses brinquedos, que são elaborados com materiais do dia a dia. De acordo com Menezes, é fundamental se ter o papel da divulgação científica para que os trabalhos não fiquem apenas dentro dos laboratórios e nos centros de pesquisas. “É uma forma de dar um retorno para as pessoas, pois as pesquisas são financiadas com recursos públicos. É importante trazer também para uma linguagem mais acessível, para que possam compreender efetivamente aquilo que fazemos.”
A professora de Ciências do oitavo ano, Fernanda Bassoli, ressaltou a importância do projeto e da palestra. “Promove uma proximidade entre a universidade e a escola, e também é uma maneira dos alunos mudarem a visão sobre o cientista e pesquisador. Na maioria dos casos é uma visão influenciada pela mídia e pelos filmes”. A aluna Leda Oliveira comentou sobre essa mudança. “Pelo que foi dito, foi possível saber que qualquer pessoa pode se tornar cientista, basta dedicação e estudos.”