A 19ª Semana da Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) teve início nesta quarta-feira, 9, com a palestra “A Centralidade da Enfermagem nas dimensões do cuidar”, ministrada pela professora do Departamento de Enfermagem Aplicada da UFJF, Edna Aparecida Barbosa de Castro,
A docente relembrou a história da enfermagem como ciência institucionalizada e mencionou a 79ª Semana Brasileira de Enfermagem, que também ocorre neste mês. Segundo ela, este momento de celebração convida a repensar a caminhada, a apontar desafios, pautas e bandeiras de lutas, e a atentar para a conjuntura da saúde pública nacional. “Devemos nos mobilizar sempre pela garantia do direito à saúde no Brasil, da defesa da vida humana e do Sistema Único de Saúde (SUS). Todos têm direito à saúde de qualidade e é dever do Estado garanti-la à população.”
Segundo Edna, a entrada da enfermagem na luta política brasileira se deu com a criação do SUS. “A enfermagem como prática social é resultado de muitas lutas sociais. Ela foi o ‘carro-chefe’ na implantação e consolidação do SUS. Quando falamos em febre amarela, por exemplo, são os enfermeiros que estão nos postos de saúde e ajudam a controlar uma doença que afeta a vida de milhares de brasileiros. Hoje a enfermagem já tem grande governabilidade e autonomia para tomar decisões, o que foi alcançado com lutas e mobilizações”, analisou.
Mas o que significa realmente ter a enfermagem na centralidade? De acordo com Edna, é entender que ela está em todos os espaços e processos que envolvem a sociedade contemporânea e em todos os serviços da saúde nas esferas pública e privada. “Nós representamos uma das maiores forças de trabalho do país, mas ainda precisamos avançar na internacionalização e na transformação das nossas técnicas em tecnologias de cuidado em enfermagem. Além disso, todos os profissionais que atuam neste campo, seja na prática ou no ensino, têm a responsabilidade de sustentá-la como disciplina distinta para o cuidado-cura-saúde, guiada por marcos teóricos existentes e em constante evolução, fundamentais para o desenvolvimento do conhecimento em enfermagem”, concluiu a professora.
Reflexão política
A vice-reitora Girlene Silva participou da mesa de abertura da Semana. Doutora em Enfermagem, ela fez elogios à comissão organizadora e à concepção do evento de forma geral. “A defesa da universidade pública de qualidade passa por eventos como esse, de debates e reflexões. Em tempos de ataque ao ensino superior público como o que vivemos, esses encontros precisam ultrapassar a dimensão acadêmica e científica e promover a reflexão política sobre o que queremos ser para a sociedade.”
Além de Girlene, participaram da abertura a pró-reitora de Graduação, Maria Carmen Simões; o diretor da Faculdade da Enfermagem (Facenf), Marcelo da Silva Alves; o coordenador do curso, Thiago César Nascimento; a coordenadora do Programa de Pós-graduação de Enfermagem, Nádia Fontoura Sanhudo; a chefe do Departamento de Enfermagem Básica, Bernardete Gama; a chefe do Departamento de Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública, Maria Vitória Hoffman; o chefe de Departamento de Enfermagem Aplicada, Fábio da Costa Carbogim; a vice-chefe da Divisão de Enfermagem do Hospital Universitário (HU), Matilde Azevedo; e a coordenadora-geral do Diretório Acadêmico Celine Viegas, Amanda Moreira da Silva.
As atividades da Semana de Enfermagem continuam nesta quinta-feira, 10, com apresentações dos trabalhos da graduação e a roda de conversa “A população negra e o SUS”, às 8h, no Auditório Elisabeth Rombach.
Confira a programação completa.
Outras informações:
(32) 2102-3821 – Faculdade de Enfermagem