A avaliação das políticas públicas relacionadas à execução do programa “Minha Casa, Minha Vida”, na cidade de Volta Redonda (RJ), motivou a acadêmica Carolina Leite Martins a realizar sua dissertação de mestrado na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A pesquisa foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Administração e mostra que o adensamento populacional nos conjuntos residenciais estudados poderia ter sido acompanhado de uma melhor infraestrutura, bem como de alguns serviços públicos considerados estratégicos. O trabalho aponta, ainda, a importância de planejar e colocar em prática ações de integração dos novos moradores.
Segundo a pesquisadora, o estudo buscou trazer em sua análise perspectivas de planejadores, de servidores públicos e de antigos residentes do local. “A casa é entregue, mas o aparato de serviços públicos não sofre as adequações necessárias para atender ao aumento da densidade demográfica no local. Isso acaba gerando um ambiente inóspito e cheio de preconceitos, com constante culpabilização dos novos moradores por todos os problemas do residencial urbano. A questão da moradia é muito complexa e envolve aspectos sociológicos que vão além da simples estrutura física da residência.”
Carolina argumenta, ainda, ser necessário um olhar multidimensional no desenvolvimento dos projetos. “É preciso que o poder público se debruce sobre as necessidades dos contemplados e as externalidades resultantes de cada ação, realizando um acompanhamento contínuo da política pública. O gestor deveria se aproximar verdadeiramente da realidade dos contemplados para uma política completa, que atenda às demandas de forma satisfatória e gere o mínimo possível de impactos negativos.”
Sobre essa aproximação do gestor com a realidade dos contemplados, o professor orientador, Virgílio Cézar da Silva e Oliveira, destaca a necessidade de se prever os impactos sociais gerados pelos empreendimentos. “A provisão de novas moradias deve ser acompanhada do redimensionamento da rede de serviços públicos à disposição das comunidades. Não prever isso implica em desequilibrar arranjos sociais. Em paralelo, a efetiva integração de novos residentes demanda a discussão desse processo com organizações comunitárias, como, por exemplo, as associações de bairro. Problemas complexos exigem soluções amparadas por criatividade, olhar multiprofissional, discernimento em relação ao real interesse público e participação cidadã de beneficiários e impactados por uma ação de Estado”, destaca.
Contatos:
Carolina Leite Martins (mestranda)
carolinalm@id.uff.br
Virgilio Cézar da Silva e Oliveira (orientador -UFJF)
virgilio.oliveira@ufjf.edu.br
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Virgílio Cézar da Silva e Oliveira (UFJF)
Prof. Dr. Gilmar José dos Santos (UFJF)
Prof. Dr. Júlio César Andrade de Abreu (UFF)
Outras informações: (32) 2102-3521 – Programa de Pós-Graduação em Administração