As sementes crioulas utilizadas no cartaz são aquelas mantidas e preservadas por agricultores familiares. São tratadas como símbolo da soberania alimentar e da resistência da cultura camponesa, quilombola e indígena.

As sementes crioulas utilizadas no cartaz são aquelas mantidas e preservadas por agricultores familiares. São tratadas como símbolo da soberania alimentar e da resistência da cultura camponesa, quilombola e indígena

Com o objetivo de fortalecer a rede de agroecologia do médio Rio Doce e socializar as experiências agroecológicas promovidas por diferentes atores sociais da região, será realizado nos dias 4 e 5 de maio o “Erê do Watu: I Encontro Regional de Agroecologia do Rio Doce”, na Cidade dos Meninos, em Governador Valadares.

 

O evento é fruto de uma construção coletiva feita por diversas organizações da sociedade civil e movimentos sociais populares e contará com palestras, mesas de debate, grupos temáticos de discussão e atividades culturais. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelos telefones disponíveis na imagem ao lado. Os participantes terão direito a alimentação agroecológica e alojamento. Mas atenção, as vagas são limitadas.

 

Watu é o nome dado pelo povo Krenak ao Rio Doce, tratado como uma entidade sagrada e não apenas um rio. Já “para entender o Erê tem que tá moleque”, e é justamente esta força transformadora das crianças traduzida pelo termo de origem africana “Erê” que os organizadores do Encontro Regional buscam potencializar através da Agroecologia. “O modelo de produção de alimentos e desenvolvimento econômico hegemônico praticado atualmente só promove a exploração predatória dos bens naturais e do trabalho humano, acumula muita riqueza na mão de poucos e destrói a vida de muita gente. Pensar em um novo modelo de produção mais saudável e sustentável é pensar no futuro e para isso também dependemos desta força transformadora das crianças, dos erês. É tempo de se perguntar: a quem serve este modelo de “desenvolvimento”? Que futuro queremos? Que sementes nós estamos plantando? Que futuro queremos cultivar? Que frutos as crianças de hoje colherão quando adultos?”, destacou o professor do Departamento de Ciências Básicas da Vida da UFJF-GV e um dos organizadores do evento, Reinaldo Duque, coordenador do NAGÔ – Núcleo de Agroecologia da UFJF-GV.

 

A atividade também visa a mobilização e preparação da base regional para participação no Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), cujo tema é “Agroecologia e Democracia unindo campo e cidade”, e que será realizado em Belo Horizonte, entre os dias 31 de maio e 03 de junho. Para mais informações sobre o ENA basta clicar aqui.