O Grupo de Estudos e Pesquisas em Gênero, Sexualidade, Educação e Diversidade (Gesed) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está com inscrições abertas para o projeto ‘Relações de gênero, sexualidades e diversidades nas escolas’. O objetivo da iniciativa é fomentar a reflexão na rede de educação básica, especialmente por meio da realização de palestras e rodas de conversa com professores e estudantes dos ensinos fundamental e médio.
O professor da Faculdade de Educação (Faced) e um dos líderes do Gesed, Roney Polato, explica que as atividades são desenvolvidas a partir das solicitações apresentadas pelas instituições. “A escola entra em contato conosco, às vezes com necessidades específicas, como por exemplo: falar sobre tal questão dentro de gênero e sexualidade. Outras vezes, a instituição quer mais uma discussão inicial, geralmente com professores, mas também realizamos trabalhos com estudantes. Vemos o que é pedido pela escola.”
As solicitações de palestras e rodas de conversa devem ser feitas por e-mail educasexualidade@gmail.com ou pela página do Gesed no Facebook.
Ampliação da formação continuada
Polato ressalta que o projeto ‘Relações de gênero, sexualidades e diversidades nas escolas’ foi formalizado, há três anos, quando a equipe do Gesed identificou a necessidade de ampliação dos participantes das iniciativas de formação continuada.
“Percebemos que as nossas formações continuadas realizadas na UFJF começaram a abarcar um público já muito afeito às temáticas gênero e sexualidade. Eram pessoas que vinham constantemente à Universidade para dividir as suas experiências, especialmente dificuldades, ou porque queriam fortalecer o debate sobre as diversidades. Por outro lado, verificávamos que as pessoas não afeitas às temáticas gênero e sexualidade não nos ouviam.”
Ir às escolas, segundo o pesquisador, é a estratégia para levar a discussão a outros públicos. “É uma possibilidade de também conseguir fazer outros professores nos ouvirem, pessoas que talvez não se interessassem em vir à UFJF fazer um curso sobre o assunto. No entanto, estão ali, na escola, na reunião pedagógica, e o tema é a diversidade. Então, eles estão num momento ali de reflexão.”
O compromisso ético com a rede básica
Também professor da Faced e líder do Gesed, Anderson Ferrari, explica que o grupo de estudos e pesquisas é composto, basicamente, por professores e estudantes. E tem como uma de suas principais preocupações o ‘diálogo de mão dupla’ com as instituições de ensino da rede básica.
“Muitas das pesquisas que estamos desenvolvendo, no âmbito do mestrado e do doutorado, dizem do incômodo dos professores nas escolas. Surgiram a partir disso. O professor se graduou, fez a formação inicial, e foi para a escola. Lá, naquele ambiente, ele se encontra com os incômodos. Isso se transforma em um projeto de pesquisa, e o professor volta para a pós-graduação. A nossa preocupação é: isso tem que voltar para a escola.”
Ferrari ressalta, ainda, a necessidade de aplicação dos conhecimentos elaborados nas pesquisas que resultam em dissertações de mestrado e teses de doutorado. “Uma dissertação ou uma tese não devem ser feitas para ficarem engavetadas. Existe um compromisso ético com a escola. Nós temos o compromisso de voltar com as nossas pesquisas para transformar o local que nos abriu as portas para a pesquisa, esse lugar de inquietação.”
Outras informações: educasexualidade@gmail.com