Para a professora Silvana Lahr a interação social é a principal contribuição da atividade. (Foto: Sebastião Jr.)

Para a professora Silvana Lahr a interação social é a principal contribuição da atividade. (Foto: Sebastião Jr.)

Cerca de 20 pacientes do Centro de Apoio ao Deficiente Físico (Cadef) de Governador Valadares participaram nesta segunda-feira, 16, na Praça de Esportes da cidade, de evento promovido pelo curso de Educação Física do campus avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), que oportunizou a eles a prática de atividades com bola, música e dança.

 

O “Manhã Recreativa” faz parte das disciplinas “Dança” e “Educação Física para Pessoas com Deficiência”, ministradas por Priscila Campos e Silvana Lahr. As atividades são desenvolvidas pelos próprios alunos do curso, sob a orientação das docentes.

 

Espaço para convivência e superação de limites

Muito feliz por participar das atividades, o usuário do Cadef, Edirley Silva, 41, destacou que ações como esta contribuem para o “entrosamento e o relacionamento com o outro”.

 

Priscila Campos (à esquerda). Segundo ela, a dança estimula as pessoas com deficiência a superarem seus próprios limites. (Foto: Sebastião Jr.)

Priscila Campos (à esquerda). Segundo ela, a dança estimula as pessoas com deficiência a superarem seus próprios limites. (Foto: Sebastião Jr.)

Mesma opinião de Edna Pinto, que acompanhava José Maurício Pinto, 57, no evento. Segundo ela, essa oportunidade de convivência deixa o marido – também paciente do Cadef – mais tranquilo e relaxado e evita que ele seja acometido por doenças como a depressão.

 

Para Silvana Lahr, o principal benefício da “Manhã Recreativa” é fazer as pessoas com deficiência se sentirem mais integradas à sociedade. “A Praça de Esportes é um local onde as pessoas vêm para fazer atividade física. Então, a partir do momento que você fala para a pessoa com deficiência ‘você também pode fazer atividade física’, eles já vêm abertos a essa interação social. Então, para eles o principal objetivo é social, de direito ao lazer, que eles tem garantido por lei, junto com a parte de interação social”, argumentou.

 

Já Priscila Campos destaca que as atividades de dança incentivam a superação de limites das pessoas com deficiência. “Têm muitos que nunca tiveram a oportunidade de trabalhar com dança, gente que nunca conseguiu levantar o braço, e aqui eles estão conseguindo aumentar a mobilidade do corpo através de movimentos de dança”, frisou.

Para Edirley Silva o "Manhã Recreativa" foi uma oportunidade para interagir com outras pessoas. (Foto: Sebastião Jr.)

Para Edirley Silva o “Manhã Recreativa” foi uma oportunidade para interagir com outras pessoas. (Foto: Sebastião Jr.)

 

Benefícios para os estudantes

Ambas as professoras ainda explicam que além dos benefícios para os pacientes do Cadef, esta é uma oportunidade de os estudantes colocarem em prática o conhecimento adquirido em sala de aula e conhecer melhor a atuação do profissional de Educação Física no contexto de pessoas com deficiência.

 

“Um grande problema que existe hoje é que os alunos não têm esse conhecimento, não convivem com pessoas com deficiência. Então eu quero que na minha disciplina terminem o curso tendo esse contato e aprendam a ministrar atividades para elas”, destacou Silvana.

 

“Os alunos vivenciam na prática como é aplicar a dança para diferentes tipos de deficiência. Então eles vão poder, a partir dessas atividades, colocar em prática o que a gente aprende na teoria ou com simulação”, explicou Priscila.

Edna Pinto participou junto com o marido das atividades. (Foto: Sebastião Jr.)

Edna Pinto participou junto com o marido das atividades. (Foto: Sebastião Jr.)

 

O discente Wendel Borges, 22, corrobora a opinião de suas professoras. Aluno do 4º período de Educação Física, ele afirma que a partir de eventos como o desta segunda-feira o profissional “começa a enxergar com outros olhos o dia a dia das pessoas com deficiência e a ter uma maior sensibilidade para lidar com elas”.