A Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizou, nesta quarta, 21, a palestra “Ruas Completas”, que visou apresentar os princípios de projetos voltados para ruas mais sustentáveis. A responsável por ministrar a palestra foi a analista de desenvolvimento urbano da WRI Brasil Cidades Sustentáveis, Luisa Feyo Peixoto, ex-aluna da FAU-UFJF.
Durante a palestra, Luisa apresentou o conceito de ruas completas, que busca pensar o espaço urbano voltado para todos os que utilizam o meio e incentivar as pessoas a retomarem o contato com a rua. “Hoje você sai do prédio, entra no carro; sai do carro, entra no prédio. É preciso motivar as pessoas a conviverem e aproveitarem a cidade. Não é tirar o espaço do carro, mas dimensioná-lo”, observou Luisa. A analista lembrou, ainda, dos modais que precisamos pensar ao elaborar o desenho de uma rua: pedestres, bicicletas, transportes públicos, transportes de carga e carros, e que cada rua tem aptidão para atender a um meio diferente: “É preciso saber reconhecer a vocação de cada rua e respeitá-la”.
A palestra “Ruas Completas” foi a aula inaugural da disciplina “Projeto I de mobilidade urbana”, ministrada pelo professor Fernando Lima. A disciplina foi criada com o intuito de contribuir para um projeto que será desenvolvido em parceria com a WRI Brasil, a Frente Nacional de Prefeitos, a Prefeitura de Juiz de Fora e a UFJF.
O titular da Secretaria de Transportes e Trânsito de Juiz de Fora (Settra), Rodrigo Mata Tortoriello, apresentou o projeto que será realizado nas ruas Marechal Deodoro e Batista de Oliveira, no centro de Juiz de Fora, com o objetivo de torná-las espaços dedicados ao pedestre e, como consequência, dar mais conforto ao comércio. Tortoriello destacou a importância da participação da UFJF neste projeto: “É essencial trazer o debate de problemas reais para dentro da Universidade e é ótimo que a UFJF tenha sido pioneira em criar essa disciplina, que veio a partir de um projeto que nasceu na rua”.
O diretor da FAU, Gustavo Abdalla, ressaltou que a participação dos alunos na construção do projeto é fundamental para que eles tenham contato com o assunto e a oportunidade de colocar em prática o conhecimento. “Outro aspecto nesse projeto é a liberdade para propor soluções. Daí podem surgir ideias que serão colocadas em prática.”
Luisa também ressaltou que a disciplina é uma forma dos alunos aprenderem a lidar com o espaço público. “É complexo, mas vale muito a pena quando você consegue fazer um projeto que vai impactar a vida das pessoas.”