Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 01/03/2018

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/aprovados-no-pism-da-ufjf-tem-ate-esta-sexta-feira-para-fazer-matricula-presencial.ghtml

Título: Aprovados no Pism da UFJF têm até esta sexta -feira para fazer matrícula presencial

Termina nesta sexta-feira (2) o prazo para que os alunos aprovados pelo Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizem as matrículas presenciais .

Apenas os candidatos que realizaram a pré-matrícula on-line, entre os dias 5 e 7 de fevereiro, poderão participar desta etapa presencial.

Os candidatos devem comparecer no anfiteatro das Pró-Reitorias, no prédio central da Universidade em Juiz de Fora. Já em Governador Valadares, a matrícula está sendo feita no Prédio da Faculdade Pitágoras, que fica na Rua Dr. Raimundo Monteiro de Rezende, n°330, Centro.

As matrículas podem ser feitas a partir das 8h30. Cada curso tem um horário específico que está disponibilizado no site da Coordenação de Registros Acadêmicos (Cdara).

Reclassificação

Na terça-feira (27), foi divulgado o primeiro Edital de Reclassificação do Pism/Vestibular. A pré-matrícula on-line dos convocados nesta chamada começou na quarta-fera (28) e termina na sexta-feira (2).

A realização desta etapa é obrigatória para a matrícula presencial, que acontece nos dias 8 e 9 de março. Os candidatos devem providenciar toda a documentação a ser entregue, conforme cronograma estipulado pela Cdara.

Mais informações pelo telefone (32) 2102-3911 ou 2102-3978.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 01/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/01-03-2018/calouros-aprovados-no-pism-e-no-vestibular-fazem-matricula-na-ufjf.html

Título: Calouros aprovados no Pism e no Vestibular fazem matrícula na UFJF

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) iniciou, nesta quinta-feira (1º), a fase presencial das matrículas dos aprovados pela chamada regular do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) e do Vestibular 2018. O procedimento acontece até sexta-feira, nos campi Juiz de Fora e Governador Valadares. Ao todo, são esperados 1.336 alunos para cursos da instituição. Foram convocados os candidatos que realizaram a pré-matrícula on-line, entre os dias 5 e 7 de fevereiro. Durante toda o dia, alunos recém-aprovados realizaram a entrega de documentos. O movimento esteve tranquilo durante a manhã, quando a Tribuna esteve no local. Servidores da instituição analisavam os itens obrigatórios e esclareciam dúvidas dos novos alunos da instituição.

Do lado de fora, veteranos se misturavam aos familiares para dar as boas-vindas aos novos alunos. Théa Cristina de Oliveira Marcolino veio de Barbacena trazer seu filho caçula, Peterson William de Oliveira, para realizar a matrícula no curso de Economia. Emocionada, ela ressaltou que o momento marca uma passagem da trajetória, já que o filho irá morar sozinho em Juiz de Fora. “É um orgulho muito grande. A gente compartilhou tudo nessa vida, e, agora, mais esse momento. Vou chorar muito com essa partida dele, mas sei que é para o bem dele, que está realizando um sonho. A recepção nos passa segurança, mas a gente fica apreensiva mesmo assim”.

Para Peterson, o processo para ingressar na universidade foi “simples”, mas ele revela que chegou a se dedicar 12 horas por dia aos estudos, contando com uma boa disciplina. A dedicação rendeu mais duas aprovações, em Engenharia Agronômica na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), e em Administração na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Com tantas opções, o futuro economista confessou que o mais complicado foi optar por qual carreira seguir. “Decidi pela Economia de última hora. Não tinha muita certeza do que eu queria, mas agora eu sei que é isso que eu quero.”

O sentimento de dever cumprido é compartilhado pelas amigas Larissa Lima, 17, e Alessandra Batista, 18, ambas de Juiz de Fora. As duas estudaram juntas para ingressar na universidade, mas optaram por áreas distintas. Enquanto Larissa escolheu Ciências Exatas, Alessandra optou pelo curso de Turismo. “É uma felicidade muito grande. É um sonho que se realiza estudar em uma universidade pública. Eu vinha aqui no campus e falava ‘é aqui que eu quero estudar’, e hoje eu posso ter a certeza que consegui conquistar esse sonho”, afirma Larissa.

Orientações para a matrícula

Em Juiz de Fora, a matrícula presencial acontece no anfiteatro das Pró-reitorias, no prédio central da Universidade. A instituição recomenda que os candidatos confiram a lista completa de documentos e formulários que precisam ser preenchidos e entregues na realização da matrícula, a fim de agilizar o procedimento e evitar esperas. A recomendação é de que os aprovados garantam, com o máximo possível de antecedência, que a documentação requerida esteja completa e em mãos, de forma a evitar o indeferimento da matrícula. Os horários para realização dessa etapa estão disponível no site da Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara).

Próximas chamadas

A UFJF divulgou na última terça-feira, o primeiro edital de reclassificação do Pism. A pré-matrícula on-line dos convocados termina nesta sexta-feira. A realização do procedimento é requisito obrigatório para matrícula presencial, que acontecerá nos dias 8 e 9 de março. A universidade recomenda que os candidatos providenciem toda a documentação necessária para realização das matrículas, conforme cronograma estipulado pela instituição. Os detalhes de cada documento e mais informações sobre as demais chamadas podem ser encontradas no site da Cdara.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Concurso e Empregos

Data: 01/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/empregos/01-03-2018/ultimo-dia-de-inscricoes-para-professor-da-ufjf.html

Título: Último dia de inscrições para professor da UFJF

Termina, nesta sexta-feira (2), o prazo de inscrições para dois concursos públicos que oferecem 30 vagas para professor efetivo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). As oportunidades são para o Colégio de Aplicação João XXIII e os campi local e de Governador Valadares. As vagas estão distribuídas entre as faculdades de Farmácia, Medicina, Serviço Social e os institutos de Artes e Design, Ciências Biológicas, Ciências Exatas, Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e Ciências da Vida. O regime de trabalho varia de 20 a 40 horas semanais, e os salários chegam a R$ 9.585,67. As inscrições podem ser feitas pelo site www.concurso.ufjf.br. O valor da taxa é de R$ 150. As provas serão aplicadas a partir de abril.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria:

Data: 01/03/2018

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/funcionarios-da-ebserh-se-mobilizam-em-ato-por-negociacao-salarial-nas-unidades-do-hu-ufjf.ghtml

Título: Funcionários da Ebserh se mobilizam em ato por negociação salarial nas unidades do HU-UFJF

Funcionários das duas unidades do Hospital Universitário (HU) e do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estão mobilizados nesta quinta-feira (1º) pela negociação salarial com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Em nota, a Ebserh informou que não houve paralisação das atividades administrativas e de atendimento aos usuários,nas unidades de Juiz de Fora.

De acordo com integrantes locais do Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas Serviço Público Federal do Estado de Minas Gerais (Sindsep-MG), a ação é nacional e cobra um posicionamento da empresa para avançar a negociação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2018.

O Sindsep informou que houve adesão de funcionários de todos os setores nas unidades em Juiz de Fora e explicou que os serviços são prestados normalmente, mesmo com número menor de efetivo.

O sindicato esclareceu que o ato desta quinta é uma advertência, visto que a pauta de reivindicações foi protocolada em dezembro, ams ainda não houve definição do calendário de negociação. A data-base da categoria coincide com o protesto.

Ainda conforme o Sindsep, a empresa solicitou uma reunião para o dia 16 de março e assinou um termo aditivo no dia 26 de fevereiro, prorrogando as cláusulas sociais do atual ACT por mais 90 dias.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 01/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/01-03-2018/estudantes-e-movimentos-sociais-denunciam-fraudes-nas-cotas-da-ufjf.html

Título: Estudantes e movimentos sociais denunciam fraudes nas cotas da UFJF

Um abaixo-assinado realizado por estudantes já ultrapassou as três mil adesões. A coleta digital que ainda está em andamento denuncia pelo menos 20 suspeitas de fraudes nas cotas chamadas de PPI (Pretos, Pardos e Indígenas, conhecidas como cotas raciais) na última edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da UFJF. O documento finalizado deve ser entregue à Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da UFJF ao final do prazo de coleta das assinaturas. Em contato com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e com representantes de movimentos sociais e estudantis, os alunos cobram providências da universidade para a apuração de ocorrências envolvendo calouros com fenótipo branco (características observáveis) que se autodeclararam pretos, pardos ou indígenas para conseguirem uma vaga e, em outros casos, tentariam burlar as regras relativas à renda per capita das famílias. A Diaaf também confirmou em reunião com o DCE a composição da banca de verificação da autodeclaração, que deve ser finalizada em março. Os critérios usados na ação de fiscalização devem ser listados e elaborados junto com os movimentos, conforme a Diretoria.

Além das possíveis fraudes denunciadas pelos estudantes, há oito processos instaurados contra discentes da UFJF suspeitos de fraude, de acordo com levantamento feito pelo Jornal Estado de São Paulo com dados obtidos via Lei de Acesso à Informação e que envolve outras instituições do país. Este número de oito processos não bate com os registros que a UFJF diz ter feito no último ano, que geraram duas apurações contra quatro alunos e cinco respostas a questionamentos feitos pelo Ministério Público Federal (MPF). O MPF também confirmou o recebimento de duas representações com denúncias feitas por cidadãos sobre o mesmo assunto nesse ano, no entanto, as queixas ainda não foram distribuídas aos procuradores.

Abaixo-assinado

Um dos proponentes da petição, que preferiu não ser identificado, explicou que a maioria dos calouros que frauda o processo se inscreve para as vagas dos grupos A (de quem pertence a uma família cuja renda per capita seja igual ou inferior a 1,5 salários mínimos e se autodeclare preto, pardo ou indígena) e do grupo B (mesma situação da renda, porém, sem a autodeclaração). “Levaremos as assinaturas à Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf), para a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e para o Conselho Superior (Consu) da UFJF. Entendemos que a autodeclaração vira um documento. Se você se autodeclara algo sem ser, comete crime. Sabemos que algumas universidades estão cancelando matrículas e têm seguido as bancas de verificação. A UFJF precisa de uma ação assim, para evitar a utilização das vagas por grupos para os quais elas não foram criadas.”

O diretor da Diaaf, Julvan Moreira de Oliveira, explicou que a listagem feita pelos estudantes ainda é composta por candidatos. Somente com o encerramento das matrículas do Sisu e do Pism poderia ser tomada alguma medida. Julvan afirmou que alguns dos inscritos nem chegaram a fazer a pré-matrícula pedida pela instituição. “Confirmando a matrícula e também a denúncia, abrimos a comissão de investigação, que tem o prazo de 30 dias para avaliar o caso. Nesse prazo, trâmites legais são seguidos, como por exemplo, a notificação do estudante com o prazo de cinco dias para a apresentação da defesa com documentos. Caso seja deferido, é aberto processo administrativo e a comissão tem mais 30 dias de trabalho até a decisão final. Se for deferida,o aluno é desligado da UFJF.”

Os discentes defendem a necessidade de dar maior publicidade às investigações. Eles acreditam que mostrar a apuração pode ajudar a sensibilizar as pessoas. “Com uma maior divulgação, os alunos criam confiança nos mecanismos de denúncia que a instituição oferece. Muitos acham que a denúncia não dá em nada ou têm medo porque não sabem que a queixa pode ser feita de forma anônima”, diz a integrante do Afronte e da coordenação executiva do DCE, Ana Emília Carvalho. Para os acadêmicos, é uma necessidade pressionar a universidade, para que a política de cotas seja, de fato, cumprida. “Os alunos podem procurar os meios para fazer as denúncias, buscando os órgãos para que as medidas necessárias sejam tomadas de maneira eficaz”, ressaltou Naiara Marques de Britto, graduanda em direito na UFJF e integrante dos coletivos Práxis Negra e Grupo de Estudos Raciais (GER).

Os números obtidos via Lei de Acesso à Informação ajudam a situar a UFJF em relação ao país. Os oito processos indicados pelo levantamento colocam a Federal na sexta posição em número de queixas. Em Minas, a instituição ocupa o segundo lugar, ficando atrás apenas da Universidade Federal de Viçosa (UFV), com 48 processos. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) é a primeira em número de registros, com 239. Mas o número, de acordo com o pró-reitor de Graduação, Cassiano Caon Amorim, não é o mesmo que a instituição recebeu de denúncias. Em 2017, conforme o pró-reitor, dois processos foram apurados. Eles chegaram à administração por meio de denúncias registradas pela Ouvidoria da UFJF.

Em cada um deles, há dois alunos denunciados. Após apuração, a situação de dois não teve qualquer irregularidade encontrada, mas no caso dos outros dois foram identificadas fraudes e as medidas indicadas pelo regimento da UFJF foram tomadas. Os estudantes passam por processo administrativo disciplinar. Esses casos, segundo Cassiano, estão relacionados ao curso do ensino médio em escolas públicas e também à cotas de PPI.

Além dos dois processos, Cassiano ainda disse que o Ministério Público Federal acionou a UFJF pedindo informação sobre a situação de cinco estudantes que podem também ter sido denunciados. “Nesses casos, nós respondemos aos questionamentos do Ministério Público e não temos resposta sobre o que foi questionado ou sobre o que respondemos. O que vem via Ouvidoria também é protegido, a Prograd não tem acesso a quem fez a denúncia, se é individual, jurídica, ou feita por algum coletivo. Chegou, temos que apurar “, destacou o pró-reitor.

Cassiano ainda frisou que toda e qualquer queixa que se queira fazer nesse sentido passa pela Ouvidoria. Seja ela a geral ou a especializada. Ambas funcionam no prédio da Reitoria. “Elas são registradas em protocolo federal, então temos um prazo para responder. Temos vários tipos de cotas, desde o mínimo de 50% aplicado aos estudantes de escolas públicas, passando por renda, PPI e agora também para deficientes. Também é importante lembrar que cada uma delas tem uma legislação específica, que garante o acesso dessas pessoas. A UFJF está atenta a isso e se esforça para melhorar, cada vez mais, sua política de acesso.” O pró-reitor também reafirmou que a UFJF não está irregular em relação à aplicação da legislação. “Quando falamos na lei, falamos em autodeclaração. O que não significa que as universidades baseadas no princípio constitucional da autonomia não possam criar seus critérios de acesso com base na lei.”

Número de denúncias tem se tornado cada vez maior

Segundo dados do Centro de Gestação de Conhecimento Organizacional (CGCO), a UFJF registrou 16.869 ingressantes por cotas entre 2006 e 2017. O número de denúncias sobre o uso indevido da política tem se tornado cada vez maior, mas a professora de História e coordenadora de formação da Organização de Mulheres Negras e Conhecimento (Candaces), Giovana Castro, lembra que elas são recentes, já que as políticas começaram a ser implementadas em 2004/2005 e foram oficializadas em 2012. A importância da apuração das denúncias, de acordo com ela, passa por três aspectos muito sérios sobre o Brasil. O primeiro seria o racismo institucional. “Os professores estão em sala, veem que os alunos são cotistas, mas nada é dito.

Muitos deles discordam da política de cotas e não veem nenhum problema que um estudante branco pleiteie uma vaga na cota racial e curse a faculdade nessa vaga, porque individualmente não acreditam na necessidade de ascensão social da população negra.” Além de combatê-lo, segundo Giovana, é preciso permitir que a população excluída historicamente por pessoas dessas instituições tenha direito de ocupar seus lugares.

O segundo ponto citado pela professora é a branquitude, o privilégio de ser branco no país. “Naqueles cursos que sempre foram majoritariamente brancos, como Medicina, Odontologia, Direito, é só pegar uma foto de formatura de qualquer turma para ver que a elite dos cursos é sempre branca. Somos um país com população negra enorme e não temos visibilidade nessas áreas. Então, é preciso fazer um processo de enfrentamento do privilégio de ser branco no Brasil.”

Já o terceiro ponto seria o da existência de uma democracia social ou a ideia de que ‘somos todos iguais’. Ela afirma que o país é racista e precisa encarar isso, e as cotas não fizeram do país racista, apenas mostrarão o quão racista ele é. “O Brasil caiu em um engodo na década de 1960, e as pessoas engoliram essa história, porque lhes é conveniente. Então, qualquer um que negue isso usa o ‘ah, mas se ele se esforçar consegue’. Essa meritocracia vem em completo desencontro com as estatísticas do país. A população negra é a maior vitimizada em crimes, que está mais próxima da linha da pobreza, mais à margem da escola, com menor empregabilidade, que tem a maior dificuldade de voltar ao trabalho após a demissão.”

De acordo com o diretor da Diaaf, Julvan Moreira de Oliveira, estamos em um processo, que precisa ainda de muitas ações de conscientização, além da apuração e verificação, em função da resistência de alguns grupos em relação às cotas. “A situação não é simples e começa nas casas, quando adolescentes que prestam o Enem tentam burlar as normas, muitas vezes com o aval dos pais. Que formação é essa dada a esses filhos? Precisamos discutir isso.” Giovana acredita que ainda há um longo caminho a ser percorrido: “Mas fico feliz porque essas denúncias, em muitos casos, são feitas por alunos que estão dentro da universidade, elas partem deles, porque as universidades estão sendo pressionadas a tirar as cotas do papel e implementá-las, de fato. É preciso que elas sejam usadas para quem foram criadas.”

‘Efeitos do racismo são sentidos desde a educação infantil’

Giovana Castro destaca entre as ações de verificação a possibilidade de uma autodeclaração consubstanciada. Por meio de parcerias com movimentos sociais, as comissões conversam com o aluno para saber quais são as experiências que ele tem enquanto negro. “Porque a questão não é apenas se ver como negro. É ser visto e tratado como negro e ter em sua trajetória de vida a percepção de que a sua cor é um fator de exclusão social a econômica. Essas experiências são muito nítidas, os efeitos do racismo são sentidos desde a educação infantil. Os enfrentamentos ao racismo, as exclusões, são cotidianas.Para quem tem o fenótipo branco, essas experiências não são parte de sua história. Então a ideia não é criar um tribunal, é permitir que o aluno para qual a vaga foi criada a ocupe.”

Não há, conforme o Ministério dos Direitos Humanos (MDH), uma regulamentação específica para tratar da verificação da veracidade da autodeclaração. A referência existente é a lei 12.900/14 que fala sobre a reserva de vagas para pretos em concursos públicos. Para essa lei, há uma orientação normativa, que define os critérios. A Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) enviou, de acordo com a assessoria do MDH, ofícios para todas as universidades e constatou que muitas constroem suas comissões diante das denúncias. A Seppir também encaminhou ofício ao MEC e ocorreu a retomada do comitê de monitoramento, para a discussão das questões. “A Seppir defende que é necessário que as universidades possam instituir mecanismos de controle para garantir que as vagas sejam de fato ocupadas pela população negra”, disse o órgão em nota.

O diretor de Ações Afirmativas, Julvan Moreira, ressaltou que o trabalho de composição da comissão da UFJF deve ser apresentado em breve. Após finalizar o trabalho, a intenção é apresentá-lo aos estudantes e aos movimentos sociais. A reunião para a avaliação dessa proposta deve ser marcada nas próximas semanas para dar continuidade ao diálogo. Porém, os alunos defendem que a construção da política de verificação deveria, desde o início, ter sido feita com a participação de todos os setores. “É fundamental que essa discussão seja mais aberta, assim como precisam aumentar os canais de diálogo com o DCE e com os movimentos. Estamos levando nossas sugestões para a Diaaf e para a Prograd”, destacou a estudante pertencente ao Afronte e à coordenação executiva do DCE, Ana Emília Carvalho.

O pró-reitor Cassiano Caon afirma que a proposta das bancas é recente e demanda um debate amplo, com participação de muitos sujeitos para que seja uma construção democrática. “Experiências com decisões rápidas nesse sentido foram desastrosas. Por isso, é preciso ter muito cuidado e atenção.” Embora não goste do termo comissão de avaliação, a professora de História e coordenadora de formação do Candaces (organização de Mulheres Negras e Conhecimento), Giovana Castro, reitera que a autodeclaração é o princípio básico de reconhecimento racial e é, portanto, a porta de entrada para ações fraudulentas. Como são ações que infringem a lei, precisam ser vigiadas. Há várias ações possíveis nesse sentido. Ela exemplifica com a experiência da Universidade de Santa Maria (RS), que foi a primeira a usar um comitê de avaliação. “É uma medida amparada pela Justiça, por jurisprudência. Com esse sistema, as fraudes diminuíram de maneira significativa.”

Sobre as críticas de que se pode criar um Tribunal dentro das Universidades, Giovana considera que essa é uma forma de evitar que o aluno nitidamente branco possa fraudar. “Eles nunca se declararam pretos no Brasil, justamente por estarem em um fenótipo muito diferente dos pretos. Pela primeira vez no país colocou-se uma discussão que, declarar-se preto, é um fator de acesso a igualdade de oportunidades. Coisa que até então, não existiu. Ser preto no Brasil sempre foi fator de vulnerabilidade social.” Além disso, há uma questão de fundo moral ressaltada pela professora.Pois, quem frauda, entende que é lesado de alguma forma. Ou seja, não entende, ou não alcança que a cota é promoção de igualdade e oportunidade. “A cota vem como medida de foco fundamentalmente emergencial para corrigir 400 anos de distorções históricas. A universidade pública não foi pensada para o aluno egresso de escola pública, prioritariamente pobre (e a pobreza, no Brasil, tem cor, é preta). As coisas não foram feitas para que esse aluno chegasse à universidade pública. Muitas pessoas continuam sem entender isso.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 01/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/01-03-2018/jf-imperadores-fecha-com-treinador-e-safety-norte-americanos.html

Título: JF Imperadores fecha com treinador e safety norte-americanos

O Juiz de Fora Imperadores terá experiência norte-americana em dobro nesta temporada. Após a contratação do quarterback KC Frost na temporada passada, a equipe local entrou em acordo nesta semana com o head coach Joe Daniels e o safety Jacob Tarr para este ano. O time conseguiu viabilizar a vinda dos dois profissionais, que irão morar na cidade na temporada 2018. A equipe local disputará o Campeonato Mineiro e o Brasil Futebol Americano (BFA), elite da modalidade no país.

O técnico principal, Joe Daniels, é certificado pelo ASEP (Programa Americano de Educação Esportiva), e tem últimas experiências no comando da Universidade Del Campo, em 2014, e na Woodland Polytechnic Academy, na temporada 2013/2014. Antes disso, exerceu o cargo de coordenador ofensivo e de técnico de atletismo em outras instituições de ensino dos Estados Unidos.

Sua escolha pelo JF Imperadores foi definida por uma especificidade de seu perfil após longo processo, como destacou o presidente do time local, Laércio Azalim. “Fizemos um projeto baseado no biotipo dos nossos atletas, na forma de jogo da nossa equipe. Optamos pelo head coach com mais experiência no tipo de jogo do nosso time após dois meses entrevistando cerca de 20 profissionais para esta função”, explica.

Joe Daniels solicitou que os atletas contratados morassem na cidade, com possibilidade de participar de todos os treinos da equipe. Este, aliás, foi um dos motivos do afastamento do quarterback (QB) Casey (KC) Frost, destaque juiz-forano na divisão de acesso do futebol americano em 2017. Mas apesar de ter sido confirmado como safety pelo Império, Jacob Tarr tem aprimorado seu desempenho como QB, característica ratificada em seu currículo.

“Tenho visto Steve Fairchild, um treinador de futebol profissional aposentado, para aulas particulares de quarterback nos últimos dois meses. As minhas experiências de QB incluem jogar em sete equipes no ensino médio”, cita Tarr, nascido em Denver, no Colorado, que joga FA desde os 6 anos de idade e tem desempenhado cargo de assistente técnico em “pequena equipe de futebol” da liga universitária. Confira vídeo com atuações de Tarr na Hastings College, em 2017, no site da Tribuna.

A dupla ainda não chegou no Brasil, mas o JF Imperadores já iniciou treinamentos com nomes aprovados no try out, realizado em janeiro, que incorporou 32 atletas no time. Ao todo, o elenco juiz-forano possui 87 jogadores no momento, com treinos iniciados em 28 de janeiro e estreia oficial marcada para 14 de abril, contra o Pouso Alegre Gladiadores, na UFJF, pelo Campeonato Mineiro.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Editorial

Data: 01/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/opiniao/editorial/01-03-2018/do-jeito-que-der.html

Título: Do jeito que der

Tem razão o reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, Marcus David, ao anunciar a abertura de um novo edital para continuidade das obras do Hospital Universitário. A Tribuna, na semana passada, observou que manter o projeto parado teria um custo muito mais expressivo para a UFJF com comprometimento das ações na saúde, hoje centradas na unidade do Morro da Glória. Fazer da melhor maneira possível, como destacou o professor, é a saída plausível, já que não há recursos para manter o projeto anterior. O contingenciamento das verbas da Educação adotado pelo Governo federal foi perverso para as instituições, uma vez que os custos continuam e a receita foi reduzida.

Num ano de eleição, a instância política tem papel estratégico nesse processo, por ser o meio mais adequado para a obtenção de recursos. Muitos parlamentares já praticam esse exercício, mas, como se trata de um hospital que não atende apenas pacientes da cidade, os deputados federais da região deveriam investir nesse processo, defendendo emendas para a conclusão do HU. Estariam cumprindo um dos papéis que deles se espera, mas também contribuindo para a execução de uma unidade que não pode ficar do jeito que está.

A área de saúde tem um viés próprio de capital intensivo, o que exige a prudência que Marcus David apresenta e a ousadia de tocar adiante uma obra que está parada há pelo menos três anos, fruto de idas e vindas que culminaram em ações na instância penal.

Juiz de Fora tem ainda o Hospital Regional, que vive situação semelhante, embora não tenha pendências judiciais. O projeto está emperrado pela falta de recursos, após a troca de empresas responsáveis pela sua construção que acabaram ficando inadimplentes, por conta do repasse oficial que era a única fonte para a continuidade dos trabalhos. E, nesse caso, a cobrança vai para os deputados estaduais, que precisam colocar a questão na mesa mesmo sabendo das dificuldades financeiras do estado.

O ponto a ser discutido nessas duas unidades é a sua importância para a comunidade. Juiz de Fora tem um histórico de referência na saúde que implica o atendimento além de suas divisas. Por conta dessa demanda ascendente, os dois hospitais são fundamentais para o atendimento com qualidade de todos aqueles que a eles acorrem.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Revista Fórum

Data: 01/03/2018

Link: https://www.revistaforum.com.br/segue-escalada-ufms-tambem-tera-disciplina-sobre-o-golpe-de-2016/

Título: Segue a escalada: UFMS também terá disciplina sobre o golpe de 2016

Mais uma instituição pública de ensino universitário entrou na lista das que vão oferecer a disciplina sobre o golpe de 2016. A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) aderiu ao movimento, deflagrado na UnB, e também irá oferecer a matéria sobre o golpe e a crise da democracia no Brasil. A disciplina será oferecida pelo departamento de Filosofia da UFMS e o seu conteúdo entrará na grade como opcional e não apenas os acadêmicos do curso poderão assistir às aulas, mas, sim, qualquer pessoa interessada.

Para os interessados, o coordenador do curso da UFMS, Stefan Vasilev Krastanov, explicou que basta procurar a coordenação do curso de filosofia e candidatar-se a assistir orientações da matéria. “Vai ter divulgações ainda e a gente espera bastante público”, completou.

Antes da UFMS, várias universidades já acompanharam a UnB na oferta da disciplina sobre o golpe de 2016, que tirou Dilma Rousseff da presidência e conduziu Michel Temer, como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Em outras cinco instituições, professores também se manifestaram a favor da criação de cursos que caracterizam o impeachment de Dilma, em 2016, como “golpe”, mas elas ainda não avaliaram as propostas. São elas: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e Universidade Federal de São João del-Rey (UFSJ).

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Painel

Data: 01/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/painel/01-03-2018/governo-de-minas-comemora-vitoria-no-stf.html

Título: Homenagem

O Clube de Engenharia, seção Rio de Janeiro, promove nesta quinta-feira um almoço de confraternização que terá como pauta uma homenagem ao Instituto Itamar Augusto Franco, sediado em Juiz de Fora e presidido pelo engenheiro Marcelo Siqueira. O instituto, criado em 2002, a despeito de sua sede própria, deu origem ao memorial que leva o nome do ex-presidente, sob responsabilidade da UFJF, que o tem como uma de suas missões. Quem representará o instituto no evento será o engenheiro Djalma Morais, que trabalhou com Itamar e é conselheiro do Clube de Engenharia.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 01/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/01-03-2018/a-43.html

Título:

O médico Vicente Mascarenhas Sanches Júnior, o biólogo e professor da UFJF, Fábio Prezoto e as biólogas Caroline Almeida do Vale e Michele Cristine Ribeiro de Freitas serão os debatedores da mesa redonda sobre febre amarela, dia 7, no anfiteatro no CES.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 02/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/02-03-2018/ufjf-nao-confirma-curso-sobre-golpe-de-2016.html

Título: UFJF não confirma curso sobre ‘golpe’ de 2016

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) não confirma ou descarta a possibilidade de criação de uma disciplina para abordar temas relacionados ao período histórico recente que abrangeu o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), classificado como “golpe” parlamentar por alguns segmentos da sociedade. Instada pela reportagem, a instituição se posicionou de forma sucinta sobre tal possibilidade, afirmando por meio de nota, que há a possibilidade de que algum professor possa estar elaborando tal disciplina, “mas, até o momento, não há nenhum registro oficial na instituição de oferta de curso com esse conteúdo”. Há informações, no entanto, que integrantes do corpo docente do curso de Ciências Sociais do Instituto de Ciências Humanas (ICH) já teriam manifestado a intenção de propor a adoção de uma disciplina ou mesmo de um curso livre para debater a questão.

A possibilidade de a UFJF adotar uma disciplina para abranger aspectos relacionados ao impedimento da ex-presidente vem sendo especulada pela imprensa nacional, em listagens de universidade federais que podem seguir o exemplo da Universidade de Brasília (UnB). Na instituição da capital federal, o movimento inicial para a consolidação da disciplina partiu do professor Luís Felipe Miguel, do curso de Ciências Políticas da UnB, que propôs a disciplina chamada “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” para estudar “elementos de fragilidade do sistema político brasileiro que permitiram a ruptura democrática de 2016, com a deposição da presidente Dilma Rousseff”, conforme o programa do curso.

A proposição ganhou contornos de polêmica. A principal delas partiu do ministro da Educação, Mendonça Filho, que se posicionou contrário à adoção da disciplina em questão, chegando, inclusive, a afirmar que tal intenção trata-se de “proselitismo político e ideológico de uma corrente política usando uma instituição pública de ensino”. A despeito disto, no entanto, a disciplina para abordar o período e suas consequências foi debatida de forma colegiada e passou pelo crivo dos professores do Instituto de Ciência Política (Ipol) antes de ser ofertada de forma facultativa aos estudantes de graduação. Apesar de algumas divergências, o entendimento foi de que a proposição tinha validade e reforçaria o debate democrático.

A partir do pontapé inicial dado pelo docente da UnB, várias outras instituições federais de ensino superior seguiram o mesmo caminho e já criaram ou vão adotar cursos e projetos de extensão similares para debater sobre o período e suas consequências.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 02/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/02-03-2018/retorno-do-ano-letivo-na-ufjf-impacta-transito.html

Título: Retorno do ano letivo na UFJF impacta trânsito

O retorno às aulas da UFJF, nesta segunda-feira (5), deve impactar na fluidez do trânsito em ruas e corredores de tráfego na cidade, principalmente nos horários de pico. Na Cidade Alta, as retenções são comuns na Avenida Presidente Costa e Silva e Rua José Lourenço Kelmer, que dão acesso ao Pórtico Norte, enquanto que o principal impacto da Zona Sul é observado na Avenida Itamar Franco, no entorno da Curva do Lacet, para quem chega ao centro universitário por meio do Pórtico Sul. Segundo a instituição de ensino, são esperados cerca de 20 mil estudantes já no primeiro dia de aula, entre graduandos e pós-graduandos.

Nesta sexta-feira (2), as retenções já eram observadas no início da tarde por quem passava pelo Bairro São Pedro, dando um demonstrativo do que pode ser esperado a partir da segunda. O movimento maior de carros era em razão do último dia de matrícula dos estudantes aprovados pelo Pism. Quem passava pelo local notava a grande quantidade de carros emplacados em outras cidades. Por volta das 13h, chegar ao campus, a partir do trevo de acesso ao Jardim Casablanca, demandava cerca de 15 minutos. Em dias de férias, o trajeto de aproximadamente 600 metros é vencido em menos de três minutos.

Procurada pela reportagem, a Settra informou que não haverá operação especial no trânsito nesta primeira semana de retorno às aulas, acrescentando que os coletivos que atendem a UFJF voltam aos horários normais de atendimento. As linhas 545 e 555 (Universidade), suspensas durante as férias, retornam atendimento. Já as linhas 525 e 535 (Universidade) estendem os horários de circulação, limitados desde o fim do último ano letivo.

Para o gerente do Departamento de Fiscalização de Transporte e Trânsito da Settra, Paulo Peron, os trabalhos de orientação e fiscalização do tráfego serão feitos pelos agentes. “Não é possível estimar o número de veículos que passam a circular na cidade a partir de agora, mesmo com o expressivo número de calouros, pois muitos podem chegar ao município de carro, com os pais, mas depois passarão a usar o transporte coletivo.” Para ele, por esta característica, os primeiros dias serão os mais tumultuados no tráfego, embora ele reforce que as infrações de trânsito serão coibidas sem tréguas.

Recepção

Segundo a UFJF, dos cerca de 20 mil estudantes do campus Juiz de Fora, 2.317 são calouros, cujas aulas iniciam já nesta segunda. Outra curiosidade é que 8.235 não são naturais de Juiz de Fora. Para acolher estes graduandos, haverá recepção na terça-feira (6), na Praça Cívica, durante um evento que contará com bate-papos, apresentações culturais e homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. A UFJF reforça que trotes são proibidos, tanto dentro como fora da instituição de ensino, já que a lei municipal 13.028 veta esta prática em vias e logradouros públicos.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 02/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/02-03-2018/adolescentes-do-centro-socioeducativo-conquistam-vaga-na-equipe-sub-17-do-futebol-ufjf.html

Título: Adolescentes do Centro Socioeducativo conquistam vaga na equipe sub-17 do Futebol UFJF

Dois adolescentes do Centro Socioeducativo de Juiz de Fora, que cumprem medida de internação, foram selecionados para integrar o Futebol UFJF, equipe que faz parte de programa de extensão da Universidade. Durante uma semana, cerca de 80 garotos de 16 a 17 anos participaram da seletiva, para inclusão de novos talentos no futebol na categoria sub 17. Da peneira de 15 escolhidos, dois são acautelados do Centro e agora já sonham com um futuro diferente para quando deixarem para trás a unidade de internação.

Ambos já estão em treinamento diário com a equipe desde o fim de janeiro. “O esporte é um meio para que eles consigam sair da criminalidade. Principalmente porque dentro da unidade eles contam com apoio psicológico e incentivo para esse novo momento”, afirmou o técnico da equipe da universidade, Alex Nascif, para a assessoria de comunicação da Secretaria de Segurança Pública (Sesp).

Lucas, 15 anos, foi um dos escolhidos e está na unidade de Juiz de Fora desde fevereiro de 2017. Ele conta que dos seus 9 aos 12 anos treinou em um time de sua cidade natal, Três Corações. Portanto, ter a oportunidade de voltar a treinar é algo que ele está valorizando. “Eu sempre gostei do esporte e sonhei em ser um grande jogador. Quero aproveitar de todas as formas essa segunda chance que a vida está me dando e ser notícia nas páginas de esporte”, disse. Já Luan, 16, avalia a oportunidade como um novo caminho para um futuro melhor. “A gente sabe que quando a gente se dedica, fica mais fácil conquistar nossos sonhos. E eu pretendo dar o meu melhor. ”

Ferramenta de inclusão

O diretor do Centro Socioeducativo de Juiz de Fora, Osnério Abreu, afirmou que acredita no esporte como meio transformador dos jovens. “É uma ferramenta eficaz de inclusão e de fortalecimento dos vínculos sociais. Sua prática tem um enorme potencial para a transmissão de valores e normas de conduta”, ressaltou.

A unidade conta com o Projeto esportivo “Superação” e 45 adolescentes participam dele. A ação busca oportunidades para que os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas participem de aulas de iniciação esportiva dentro e fora dos centros. É uma parceria da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) com a Organização da Sociedade Civil (OSC), “De Peito Aberto”. Além da prática esportiva, o “Superação” enfatiza atividades recreativas, como caminhadas ecológicas, passeios de bicicleta e skate, capoeira, dança, avaliações físicas, oficinas temáticas. Em média, cerca de 1.500 jovens são atendidos pelo projeto em todo o Estado de Minas Gerais.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 02/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/02-03-2018/ufjf-vai-debater-criterios-para-verificar-autodeclaracao-racial.html

Título: UFJF vai debater critérios para verificar autodeclaração racial

O diálogo entre a Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da UFJF e os movimentos sociais estudantis continua a respeito das cotas. Juntos, estudantes e militantes aprofundam os estudos sobre a composição da banca de verificação da autodeclaração racial, confirmada pela universidade. A banca fará uma avaliação do estudante cotista a partir da entrada dele na instituição. Ela comprovaria a autenticidade do documento assinado pelo candidato, a partir de critérios estabelecidos em conjunto, pela UFJF e pelos coletivos.

“Queremos apresentar algumas propostas, para que possamos partir para a discussão dos critérios dessas bancas. Estamos dialogando nesse sentido e acompanhando os casos de denúncias. Com o término das matrículas, os casos poderão ser averiguados”, destacou a integrante do coletivo Afronte e da coordenação executiva do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Ana Emília Carvalho. Outras questões também têm sido discutidas pelos alunos, como a situação de pessoas que já ingressaram na UFJF pelas cotas PPI (pretos, pardos e indígenas) e sociais, sem fazer jus a essas vagas e estão com o curso em andamento. De acordo com Ana Emília, a dificuldade seria a forma como essas vagas seriam restituídas aos estudantes que atendem aos requisitos.

Em entrevista à Rádio CBN Juiz de Fora, o diretor de Ações Afirmativas da UFJF, Julvan Moreira, reforçou que a comissão deve atuar a partir da próxima seleção, para o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e do Programa de Ingresso Seletivo Misto (Pism) e que os critérios precisam ser definidos com muito cuidado.

Investigação

O diretor de Ações Afirmativas esclareceu ainda como se dá a investigação: “O que acontece atualmente é que denúncias recebidas pela Ouvidoria são encaminhadas para a Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) e para a Pró- Reitoria de Graduação, e, no caso delas, são abertas comissões de investigação, e esses grupos de servidores e técnicos verificam se elas são procedentes ou não. Alguns são deferidos, outros não. Mas quando são, abre-se um processo administrativo.”

A integrante da Organização de Mulheres Negras e Conhecimento (Candaces), Sheila Cristina Gonçalves, reitera que para que as pessoas pretas, pardas e indígenas sejam efetivamente inseridas no meio acadêmico, as investigações e a composição da comissão são os primeiros passos. Ela aponta que há uma dificuldade de detectar quem realmente é negro no país. “Se a mãe de um candidato é negra, e ele não é, ele pode se declarar negro e ingressar. Mas negro é quem está passível de sofrer preconceito por conta de uma série de questões. Mesmo não se enquadrando nesse entendimento, as pessoas entram nessas vagas. Por isso a banca é importante. Além disso, ela pode amparar estudos futuros sobre as cotas.”

Denúncias anteriores

Além das queixas que chegaram à UFJF na última edição da seleção, um grupo formado por estudantes secundaristas formalizou uma denúncia em 2016. Participantes contaram que buscavam informações básicas para uma pesquisa de vestibulando, como ponto de corte e quem eram os veteranos. No processo, eles perceberam que, dentro de suas opções de cursos, não havia alunos negros. “Ficamos assustados e nos sentimos lesados. Buscamos o contato com uma advogada, redigimos um documento, reunimos fotos e entregamos à Diaaf. Tivemos algumas reuniões, mas não sabemos o que aconteceu depois.” Os proponentes da denúncia preferiram não ser identificados, para evitar represálias. “Agora há uma pressão maior, mas essas denúncias ainda são muito veladas, e é algo facilmente perceptível”, destaca.

Outro estudante que também participou da denúncia reforça que é preciso averiguar a autodeclaração, assim como já é feito na Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “A comissão de verificação é o primeiro passo. Ainda não sabemos o quão distante estamos do cumprimento das cotas. Em alguns grupos nas redes sociais, quem foi aprovado de forma irregular está comemorando, como se nada fosse acontecer, e isso é um absurdo,” lamentou.

De acordo com a integrante da Organização de Mulheres Negras e Conhecimento (Candaces), Sheila Cristina Gonçalves, as denúncias só acontecem agora, tão tardiamente, por estarem sendo incentivadas pelo movimento negro, que está mais fortalecido. “Os negros militantes começaram a questionar. Há uma dificuldade de entender que aquela vaga é para você, que aquele espaço é seu. Mas quem entra pelas cotas, também passa pelo processo seletivo, também estuda. Por isso, é importante dar voz às denúncias, investigá-las e começar a tomar as medidas cabíveis, para que essas vagas sejam realmente ocupadas por pessoas pretas, pardas ou indígenas.” Outro ponto que deve receber atenção nesse ano, conforme Sheila, é o início das cotas na pós-graduação. “Queremos acompanhar como vai ocorrer esse processo e como ele vai funcionar.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 02/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/02-03-2018/mais-uma-tempestade-atinge-jf-que-pode-ter-novas-pancadas-de-chuvas-no-final-de-semana.html

Título: Mais uma tempestade atinge JF, que pode ter novas pancadas de chuvas no final de semana

Os juiz-foranos foram surpreendidos com mais uma forte pancada de chuvas na tarde desta sexta-feira (2). Mais uma vez, a tempestade foi informada, com antecedência, pelo radar meteorológico da Cemig, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte e é operado, também, pelo Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge). Conforme o pluviômetro do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), instalado no campus da UFJF, choveu cerca de quatro milímetros entre 14h e 15h, com rajadas de ventos que chegaram a 34 quilômetros por hora. Já os pluviômetros do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) identificaram eventos pontualmente mais significativos. No Bairro Santa Rita, Zona Leste, choveu 28 milímetros, enquanto que em Santa Efigênia, Zona Sul, 20 milímetros.

Até por volta das 16h45, a Defesa Civil havia registrado sete ocorrências, nenhuma considerada de destaque. Já o Corpo de Bombeiros atendia a dois chamados relacionados a quedas de árvores. Um deles, na Rua Engenheiro José Carlos Moraes Sarmento, Bairro Santa Catarina, região central, onde os galhos caíram sobre o asfalto, limitando o espaço para a circulação de veículos. Por ter ocorrido em um momento de pouco movimento no trânsito, retenções não chegaram a ser registradas. A outra ocorrência era atendida, simultaneamente, na Estrada de Caeté.

Árvore cai e mata ocupante de carro

Na LMG-850, entre as cidades de Ubá e Rodeiro, uma pessoa morreu após a queda de um eucalipto na tarde desta sexta. De acordo com informações repassadas pelo Corpo de Bombeiros, a árvore caiu sobre um automóvel ocupado por quatro pessoas. Uma delas veio a óbito, outra teria ficado presa às ferragens e outras duas ficaram feridas.

Áreas de instabilidade

A intensificação de áreas de instabilidade atmosférica é a responsável pelas precipitações no município. Antes da tempestade, o tempo estava abafado e a temperatura havia atingido 30,5 graus, com sensação térmica de 39 graus, por causa da umidade relativa do ar em 70%.

No fim de semana, as pancadas de chuvas ainda podem ocorrer. Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), até domingo (4) os termômetros devem registrar de entre 17 e 29 graus, com céu entre o parcialmente nublado, passando a nublado, e precipitações, por vezes fortes, a qualquer momento.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 03/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/03-03-2018/camara-aprova-instituicao-de-dia-e-semana-municipal-de-atletismo.html

Título: Câmara aprova instituição de Dia e Semana Municipal de Atletismo

A Câmara aprovou esta semana projeto de lei que institui o Dia Municipal de Atletismo e a Semana Municipal do Atletismo Prof. Jorge Perrout no calendário oficial do município. O texto, de autoria do vereador Wanderson Castelar (PT), prevê a inserção da nova data no dia 9 de maio e depende apenas de sanção do prefeito Bruno Siqueira. Segundo o proposição, além da homenagem ao professor Jorge Perrout, atual coordenador de projeto de extensão de atletismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, o Cria UFJF, a iniciativa tem como objetivo “fomentar a prática do atletismo com fins educativos, contribuir para o desenvolvimento integral do cidadão como ser social, democrático e participante, estimular a prática esportiva em nossa cidade e é uma iniciativa de combate às drogas.”

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Veículo: Blog do Ataíde

Editoria: Educação, Política

Data: 03/03/2018

Link: http://www.blogdoataide.com.br/universidade-federal-de-ouro-preto-tambem-dara-curso-sobre-o-golpe/

Título: Universidade Federal de Ouro Preto também dará curso sobre o golpe

A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) anunciou que também dará a disciplina sobre o golpe de 2016. Já são 15 instituições públicas que incluíram o curso em suas grades após a Universidade de Brasília ser vítima de censura do Ministério da Educação.

Na UFOP, o curso será dado pelo Departamento de História e terá os seguintes tópicos:

Regimes autoritários: estudos de caso

A crise de representatividade nas democracias modernas.

O poder judiciário e a sociedade de classes

Memórias da ditadura civil militar na América do Sul

O golpe de 2016: farsa e tragédia

Neoliberalismo e novos pactos políticos: a retirada de direitos e acumulação de capital

Intervenção militar no Rio de Janeiro e o Golpe de 2016

A extrema direita sai do armário: censura, ataque às minorias e o apoio ao golpe

A democracia tem futuro?

Além dos cursos a serem ministrados pelas instituições brasileiras, a Universidade de Bradford, da Grã-Bretanha, vai promover a palestra “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”. A professora Fiona Macaulay escreveu em sua página de Facebook que a palestra será dada “em solidariedade ao professor Luis Felipe Miguel, que vem sendo perseguido pelo ministro da Educação do governo Michel Temer, Mendonça Filho”.

Veja outras universidades brasileiras que também oferecerão o curso:

Unicamp (Universidade de Campinas)

UFBA (Universidade Federal da Bahia)

UFAM (Universidade Federal do Amazonas)

UFS (Universidade Federal de Sergipe)

UEPB (Universidade Estadual da Paraíba)

URGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)

UFSJ (Universidade Federal de São João del-Rei)

UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora)

UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina)

USP (Universidade de São Paulo)

UFC (Universidade Federal do Ceará)

UFES (Universidade Federal do Espírito Santo)

UNEB (Universidade do Estado da Bahia)

UEA (Univesidade do Estado do Amazonas)

UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto)

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 03/03/2018

Link: https://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/03-03-2018/inauguracao-do-teatro-paschoal-carlos-magno-resgata-memoria-de-mello-reis.html

Título: Inauguração do Teatro Paschoal Carlos Magno resgata memória de Mello Reis

“Quando eu morrer, ninguém precisa chorar. Fui feliz. Realizei meus objetivos na vida e tive um marido que não foi apenas um marido, mas um companheiro, meu amigo, que sempre me estimulou.” Nas lembranças de Vera Lúcia Costa de Mello Reis, estão preservados os momentos iniciais de uma relação que sempre se mostrou firme o bastante para conquistar a longevidade. “Começamos a namorar quando estávamos na faculdade. Lembro que falei que não daria certo, porque gostava muito de esporte, jogava vôlei, e não deixaria de treinar para arrumar um namorado. Ele falou: ‘Quem falou que vou te proibir?!’. Ele me levava e me buscava no Olímpico. Tanto é que joguei até depois de casada, viajei e tudo. Aprendi muito com ele. Nos respeitávamos muito. Foi um tempo muito bom. Aprendi a ceder”, emociona-se a mulher de 75 anos, que em 2018 celebraria 50 anos de união com um homem que, ao se despedir em novembro de 2010, aos 73 anos, manteve-se presente em cada canto de Juiz de Fora. Francisco Antônio de Mello Reis sobrevive no projeto de uma urbe que visualizava através dos tempos.

Basta sair de casa, num condomínio no Bairro Aeroporto, Cidade Alta, para que Vera se depare com a avenida que leva o nome do marido. Logo à frente, o Parque da Lajinha, outro projeto que leva sua assinatura. Ruas, avenidas, prédios, atividades, empresas e um teatro que almejava concluir. “Estou meio sufocada só pela ideia da inauguração do teatro. É um sonho que está sendo realizado. Ele estaria muito feliz. Era um compromisso dele com o Paschoal Carlos Magno, com o José Luiz (Ribeiro), com a cidade e com ele próprio”, afirma a viúva, testemunha de uma promessa que se tornou construção e, em menos de um ano, transtorno. “Durante a obra, nós sofremos muito. Foi um problema sério. E todos os estudos tinham sido feitos por empresas conceituadas. Todas as vezes que chovia, eu ficava com medo, mas deu para fazer a contenção”, conta Vera, referindo-se às questões geológicas que obrigaram a paralisação da edificação.

Numa das paredes da sala de uma agigantada casa para onde o casal se mudou em 2000, está um vestígio do espaço inaugurado quase 40 anos depois de iniciado. Grego radicado no Rio de Janeiro, Eleutheriadis, responsável pelo primeiro projeto arquitetônico do teatro, assina uma pintura a retratar uma paisagem campestre. Em outros cantos, estão trabalhos de Katarina, uma pouco conhecida artista russa residente em Juiz de Fora, de Jayme Aguiar, de Renato Stehling e de Marilda Maestrini. Próximo à entrada de sua casa, está uma natureza morta de Nívea Bracher. “Celina (irmã de Nívea) era colega de escrever carta para ele na faculdade, mas ela morreu muito cedo”, observa Vera, entre esculturas e outros objetos artísticos. Numa estante da sala de TV, centenas de DVDs e CDs são preservados em gavetas projetadas por Mello Reis, o mesmo que assina um quadro com recortes de jornais e fotografias, decoração da primeira residência do casal.

Ele conhecia a cultura

“Ele gostava muito de música. Em todos os cômodos desta casa, tem uma caixa de som, na cozinha, nos banheiros. Ele gostava tanto de música popular quanto de música clássica, e ópera também”, recorda-se Vera do político que assumiu a Prefeitura em 1977 e tratou logo de oferecer à cultura um lugar específico. “Ele colocou o Ismair Zaghetto como superintendente e deu liberdade, dizendo que a Funalfa não tinha cor nem ideologia, era cultura para todo mundo. Ele valorizava muito as bandas de bairro, por exemplo. Uma das formas que encontrou para incentivá-las foi fazendo com que domingo, de manhã, cada uma se apresentasse no Parque Halfeld. Também sempre procuramos levar cultura para os bairros. O palco era um caminhão, que mandamos ampliar a carroceria. Tinha peça de teatro, capoeira, companhias de dança. A Corpus dançou em cima do caminhão.”

“Estou meio sufocada só pela ideia da inauguração do teatro. É um sonho que está sendo realizado. Ele (Mello Reis) estaria muito feliz. Era um compromisso dele com o Paschoal Carlos Magno, com o José Luiz (Ribeiro), com a cidade e com ele próprio”

Vera Mello Reis

Ao criar a pasta cultural, Mello Reis esperava potencializar o Museu Mariano Procópio, do qual se tornou superintendente mais tarde, de 2005 a 2008, ano em que, bastante adoecido, não aguentou inaugurar o parque recém-reformado. “Ele fez aquelas galerias de cima, no anexo, que era um projeto do Alfredo. A ideia era possibilitar uma maior exposição das peças do museu. Infelizmente o Mariano Procópio ficou muito abandonado, e ele ficou muito aborrecido, como se levasse uma facada no peito. Ele tinha todos os projetos para a restauração quando houve o problema com as contas da Prefeitura. O teatro e o museu eram as maiores preocupações dele”, ressalta a viúva, destacando características humanistas de um gestor de tantas realizações. “Ele era muito preocupado em fazer uma escadinha para quem tinha que pegar o ônibus na rua de baixo, por exemplo, que tinha a mesma importância que a Siderúrgica Mendes Júnior. Para ele, uma banda de bairro era tão importante quanto um Mergulhão ou uma Avenida Rio Branco. Ele tinha uma preocupação com as pessoas.”

Ele conhecia as engrenagens

Quando começou a mexer no arquivo do marido, Vera encontrou respostas para antigas perguntas. “Na Academia de Commercio ele foi presidente do grêmio lítero-artístico, que era coordenado pelo professor Murílio Hingel. Havia leituras de poesia, eles escutavam músicas, assistiam a filmes e óperas, e o professor explicava. Essa formação (cultural) vem muito dessa atuação na infância. O lado político também, já que ele foi presidente do diretório acadêmico do colégio”, explica. Na década de 1950, inclusive, diante de uma greve, decretada no Rio de Janeiro pela UNE (União Nacional dos Estudantes), discutindo a desigualdade no país, Mello Reis decidiu por também decretá-la por aqui, paralisando as atividades escolares e fechando a Rua Halfeld. O vigor político, com o qual Vera foi resistente no início, sempre existiu, portanto.

“Quando ele foi candidato a vereador, não dei a mínima, nem pedi voto. Fui lá e votei. Mas quando surgiu a oportunidade de ser prefeito, um ano e meio depois, falei: ‘Não! Nós não temos dinheiro para isso! E concorrer com o Itamar é uma loucura!’. Briguei até o último minuto. Deixei-o na Câmara, onde hoje é a Cesama, e fui para a casa de mamãe. Fiquei escutando pelo rádio, e quando anunciaram que ele seria mesmo o candidato, fui e fiquei lá atrás. Quando ele me viu, levou um susto. Dali já saímos fazendo campanha e não parei mais, mas não deixei minha vida profissional de lado. Continuei sendo professora”, orgulha-se ela, que permaneceu em Juiz de Fora quando ele assumiu o cargo de deputado federal, indo morar em Brasília em 1987, e de secretário estadual, tendo que se mudar para Belo Horizonte em 1991.

Em casa, garante a mulher, a política sempre fazia parte do menu. Afinal, ambos eram formados em “História – Organização social e política” pela UFJF. “Todo mundo acha que ele era engenheiro ou arquiteto. Ele gostava muito, estudava. Os pais dele queriam que ele fizesse medicina, mas fez o científico, trancou e foi fazer o curso para ser contador. Depois passou para trabalhar no banco como contínuo, fazendo cobranças de bicicleta. Mais tarde foi ser caixa. Com isso conseguiu ir para Brasília, onde ficou enlouquecido com aquela quantidade de obras”, enumera Vera, que se decidiu pela vida acadêmica. Durante a faculdade, deu aula em jardim de infância de escolas públicas e privadas até se formar e ser convidada para substituir Murílio Hingel na Faculdade de Educação da UFJF. Lecionava “História econômica” quando aposentou-se, em 1987.

Ele conhecia o subterrâneo

“Ele se realizou. Desde criança dizia que um dia seria prefeito de Juiz de Fora”, assegura a mulher que, por muitas vezes, acompanhou o marido na construção da cidade que ele projetava para o futuro, com o vanguardismo que só mesmo o tempo seria capaz de enxergar.

“Quando ele criou o Demlurb, quis acabar com a chamada zona da Rua Henrique Vaz. Ele tirou várias mulheres de lá e levou para morar em vários lugares. Eu entrei, com a assistente social, para fazer um trabalho com elas. Um diretor falou: ‘Essas mulheres não sabem varrer, não têm saúde!’. Eu falei: ‘Então agora têm assistência médica e poderão ser valorizadas’. Quando entregamos os uniformes, todas queriam e correram para pegar. Preparamos um lanche e começamos a explicar a importância do trabalho que elas fariam. Disse que elas não tiveram a oportunidade que tive, de estudar, mas nem por isso o trabalho delas era de menor valor que o meu, já que uma cidade limpa atrai turistas, evita doenças, dentre outras coisas. Dali parta frente sempre ia visitá-las.”

Numa família de nove irmãos, Vera convive, hoje, com a ausência de cinco deles, além do companheiro. Mora com a saudade. “Até hoje não me desliguei, por mais incrível que pareça. O tempo é algo indefinível. Quando entro de carro na garagem, tenho a sensação de que ele está na porta, me esperando. E isso é terrível, muito difícil. Ao mesmo tempo, não posso querer que a vida seja do jeito que imagino”, diz a mulher de gentileza proporcional à sensibilidade.

Mora com a certeza de que a memória é o melhor lugar para se pousar uma vida. Mora com muitas e boas lembranças, de um homem detalhista – e ri ao contar -, capaz de buscar uma fita métrica em casa para conferir os centímetros que faltavam num passeio em reforma. “Em 2010 havia uma obra na Avenida Independência (hoje Itamar Franco). Era uma canalização, perto do portão da universidade. Ele redigiu à mão um relatório, falando o que achava e o que tinha no subsolo, como deveriam ser as galerias, para onde deveriam desaguar. Mandou esse documento para os secretários de obras, para o diretor do Monte Sinai, para o reitor. Eu disse para ele: ‘Francisco Antônio, meu filho, você não é engenheiro, não conhece a obra’. E ele falou: ‘Mas eu conheço a cidade’.” O tempo confirmou o argumento.

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