Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Esportes
Data: 13/02/2018
Título: Peneiras de futebol reúnem mais de 280 jovens que almejam se tornar atletas profissionais
O início da temporada nos clubes de futebol e futsal mobiliza jovens em busca do grande sonho. Afinal, como diz a música do Skank, “quem não sonhou em ser um jogador de futebol?” Em Juiz de Fora, no último mês, Tupi Futsal e Futebol UFJF realizaram seletivas que envolveram, juntas, mais de 280 garotos com idades entre 11 e 20 anos. As oportunidades mobilizaram atletas de cidades vizinhas e de também de outros estados do país, como Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo. No Tupi Futsal, dos 118 atletas testados, 13 foram selecionados para integrar a equipe sub-20, sendo dez jogadores de linha e três goleiros. De acordo com presidente do time, Rafael Ramos, a procura por jovens de fora do estado mostra a força do nome Tupi em todo o Brasil. “A gente esperava um grande número pela força da equipe e por ser sub 20, uma idade que jovens ainda possuem a chance de viver o futsal profissionalmente”, afirma.
Apesar da seletiva envolver garotos com até 20 anos, os aprovados podem compor também a equipe adulta, reforçando o elenco. A apresentação dos atletas acontece no dia 20 de fevereiro. Neste ano, o clube disputará várias competições, como Campeonato Mineiro e Jogos de Minas Gerais. Há também a possibilidade de disputa da Liga Sudeste, em setembro.
Futebol UFJF
No projeto de extensão Futebol UFJF, coordenado pela Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid), 166 jovens foram avaliados pela comissão técnica. As seletivas aconteceram no fim de janeiro, e selecionou 52 atletas das categorias sub-11, sub-13, sub-14, sub-15 e sub-17.
Para o coordenador do projeto e professor Marcelo Matta, o número de inscritos ficou dentro da expectativa. Ele ressalta ainda a presença de meninos de oriundos de municípios da região, como Ponte Nova, Barbacena, Santos Dumont e Além Paraíba, principalmente para as categorias sub-15 e sub-17. “Ano passado nós tivemos a mesma média. O bacana é que fomos visitados por muitas famílias e jovens que conheceram a universidade e o projeto. Isso foi um ponto positivo, mostra que o projeto está estruturado e reconhecido.”
De acordo com professor, os jovens foram integrados aos outros 135 jogadores do elenco do Futebol UFJF. Nesse período, membros da comissão técnica realizam observações mais detalhadas sobre cada atleta. “A gente observa se ele tá evoluindo, se apresenta um desempenho superior aos que estão já na equipe. Depois de algumas semanas vamos avaliando e, após essa avaliação, ele é convidado a integrar o projeto”.
A fase faz parte da preparação da equipe para temporada 2018, quando todos as equipes participarão de competições municipais e regionais. As categorias sub-15 e sub-17 ainda disputarão, a partir de abril, elite do Campeonato Mineiro nas respectivas faixas etárias e, na preparação, já acordaram amistosos, ainda sem datas definidas, com grandes clubes como Botafogo e Fluminense.
Desde 2016, quando parceiros da Associação Esportiva Uberabinha, o Futebol UFJF realizou amistosos e levou jovens para testes em equipes como Cruzeiro, Atlético e América, além de Botafogo e Fluminense. Houve ainda acordo com o Tupynambás, que aproveitou, na equipe profissional de 2017, alguns atletas que estouraram idade no sub-17.
Filiação à FMF
De acordo com Matta, o processo de filiação junto à Federação Mineira de Futebol (FMF) já foi finalizado. O procedimento foi necessário, uma vez a parceria com a Uberabinha, uma das equipes de base mais tradicionais da cidade, foi encerrada. Com o término, o projeto foi integrado à Associação de Ensino e Pesquisa em Esporte e Lazer (Asepel), fundadora do JF Vôlei.
O projeto busca obter recursos para financiar o desenvolvimento do projeto e a participação em competições. Uma das alternativas é a aprovação de projeto no Ministério dos Esportes para captar recursos pela Lei de Incentivo ao Esporte. No entanto, o professor ressalta da necessidade de outras fontes de recursos para os gastos fixos. “Estamos p
assando com o pires na mão, quem puder colaborar já ajuda muito. Temos tentado o apoio, pois não é barato pagar as taxas”. De acordo com Matta, atualmente o projeto é mantido com apoio da UFJF, por intermédio da Pró-reitoria de Extensão e da Faefid, e por meio de recursos de emendas parlamentar da Deputada Federal, Margarida Salomão (PT).
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 13/02/2018
Título: Trajetória pessoal ajuda estudantes a tirar nota mil na redação do Enem
Além das aulas, livros, exercícios e atualizações sobre questões contemporâneas, os estudantes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) contam com as próprias experiências para alcançar o resultado pretendido, ou até mesmo superá-lo. Foi assim com Bárbara Lima Silva, 19 anos, que tentava uma vaga no curso de medicina pela terceira vez (concorreu uma vez pelo Pism e outra pelo Enem), e Yuli Mendes de Souza, 20, que cursava enfermagem na UFJF e tentava uma vaga também no curso de medicina. Ambas contaram com suas próprias vivências para discorrer sobre a educação da população surda do país no texto dissertativo-argumentativo proposto nessa edição da prova de redação. Suas experiências de vida, aliadas a muito estudo, permitiram que as candidatas tirassem nota mil na redação deste ano. Em entrevista à Tribuna, elas contam a rotina de estudos que culminou no sucesso alcançado.
No caso de Bárbara Lima Silva, 19 anos, a escolha da temática foi surpreendente, mas não a paralisou. “Não achei que fosse ser um tema tão específico, principalmente para o público que é de recém-formado no Ensino Médio. Mas para mim, foi tranquilo falar sobre o assunto.” Bárbara e sua família são Testemunhas de Jeová. A irmã dela apoiava um grupo de fiéis que ajudava pessoas surdas a entenderem o texto bíblico. “Ela aprendeu a Língua Brasileira de Sinais, e eu acabei aprendendo um pouco também. Tive contato com surdos, com as dificuldades que eles enfrentam até mesmo para ter acesso a serviços públicos, como farmácias e Correios. Presenciei algumas situações e ouvi de intérpretes de escolas o que eles passavam no cotidiano.” O contato com essa realidade ajudou Bárbara a manter a calma na hora da prova. “Já tinha um bom treino relativo à estrutura do texto, somei a isso os argumentos vindos desse conhecimento de vida e consegui fazer um bom texto.” A junção do trabalho focado foi determinante para o resultado obtido. “Se tivesse só o conhecimento sobre o cotidiano dos surdos, não conseguiria tirar uma nota tão boa. Também é preciso saber desenvolver o texto de acordo com as regras que o Enem exige. Eles cobram diversos aspectos gramaticais, ortográficos, coerência, como utilizar argumentos de autoridade e a falar de maneira mais técnica sobre o assunto. Essas coisas precisam caminhar juntas.”
Yuli, natural de Além Paraíba, cidade que fica a 111 km de Juiz de Fora, também se surpreendeu com a escolha do tema. “Tinha chutado vários, mas realmente não imaginava nada parecido. Dentro dos assuntos que estudamos, acabamos fazendo algo sobre inclusão, acessibilidade, porém nada tão específico.” No caso dela, contou a vivência que teve ao lado da mãe, funcionária da Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) de Além Paraíba. “Nasci e tive contato com essa realidade desde então. A convivência com as diferenças e a percepção da importância da educação inclusiva foram muito importantes para mim.” Ela esteve próxima da comunidade surda durante a infância. Mais tarde essa proximidade se perdeu, mas as impressões continuaram a fazer parte de seu repertório. Para ela, a limitação de tempo foi o maior dificultador da prova.
Por coincidência, a estudante participou de um aulão com um professor particular pouco tempo antes da avaliação. Eles fizeram uma revisão sobre todo o conteúdo e, dessa aula, saiu outro mote para a redação. “Ele falou sobre um cientista que teve paralisia cerebral e conseguiu crescer como cientista, mesmo com todas as suas limitações. Foi esse um dos pontos que eu trabalhei no texto. A deficiência não o impediu de ir além e se tornar um gênio. Assim como a surdez não deve ser impedimento para as pessoas chegarem ao nível superior de educação”, refletiu Yuli.
Dedicação e equilíbrio
Bárbara estudou no Colégio Apogeu desde o 6º ano do ensino fundamental. Nos três anos do ensino médio, ela teve acesso às matérias que caem no Enem, mas o foco estava no Pism. Porém, como não atingiu o objetivo da aprovação em Medicina pelo programa da UFJF, Bárbara retomou os estudos no ano passado para tentar o Enem. As aulas no colégio iam de 7h20 a 13h30. À tarde, após um breve descanso, seguia com os estudos até por volta das 21h. “Para a redação, tive aulas com o professor Wesley Pontes, que foi quem me ensinou a escrever. Depois, com a professora Josiane Alves, acertei algumas arestas. Consegui concentrar a atenção aos detalhes e aos erros pequenos que eu não conseguia corrigir sozinha. Também busquei ajuda especializada com um professor de matemática.”
Bárbara ainda se dedicou à leitura da Revista Radis, distribuída pelo Governo, indicação de um professor, além de assistir documentários que ajudavam a ampliar o conhecimento de mundo para a formulação do texto. Além disso, ela não se descuidou da saúde mental. “Muita gente acha que vestibulando não pode parar de estudar, mas o descanso é fundamental para que o tempo de estudo seja de qualidade. Eu sempre tirava tempo para minhas atividades favoritas, que não estavam diretamente relacionadas ao vestibular, como ver séries e sair com amigos. Só com o equilíbrio conseguimos manter a rotina de estudos.”
Yuli diz ter lido muito mais material que nas tentativas anteriores. “Tentei me manter informada, e conciliei os estudos de outras matérias. Se via algum assunto que pudesse render em história, ou geografia, por exemplo, anotava em um caderno para escrever. Cheguei a listar cerca de 50 temas. Para cada um, tinha um conjunto de informações. Quando escrevia os textos usando os dados, acabava gravando. Foi um jeito de aumentar meu repertório, melhorar minha argumentação”, contou. Yuli optou por estudar em casa, sem o suporte dos cursos pré-vestibular, e só contou com o apoio de uma professora particular para a redação. Nos primeiros meses da preparação, ela fez uma revisão teórica das matérias, depois se dedicou à resolução de exercícios e ao treinamento para a prova. Na reta final, buscou se debruçar sobre a redação, aumentando o volume de produção de textos.
“Eram de 3 a 4 textos por semana. Nos exames feitos anteriormente, minha média ficava na casa dos 800. A redação sempre foi um problema para conseguir realizar meu sonho, que é fazer Medicina. Por isso, me esforcei tanto. Mas esperava fazer no máximo 900 pontos, porque achei que tinha me enrolado um pouco. O tempo de prova era muito curto e eu queria muito fazer um bom texto. Quando veio mil, quase não acreditei.”
Para Yuli também foi importante ter tempo para relaxamento. “Eu acreditava que não podia descansar e me divertir, mas dessa vez, apesar de abrir mão de muita coisa, tive meus momentos de lazer, diversão com a família, com os amigos. Não dá para abrir mão de tudo, senão não aguentamos a pressão. É quase um ano inteiro, é preciso se divertir, descansar e não estudar de madrugada, porque não compensa. Dormir e acordar cedo ajuda a criar uma rotina.”
Aprendizado para além da prova
Tanta dedicação e trabalho trazem mais do que conhecimento acadêmico. As meninas nota mil explicam que ganharam muito mais com essa trajetória. Segundo Yuli Mendes, que escolheu estudar sozinha, abdicando das aulas na Faculdade de Enfermagem para ter tempo de estudar e conseguir ingressar em Medicina, o autoconhecimento foi um ganho. “A prova do Enem não é acessível para todos. Muitos precisam de cursinhos que não são nada baratos. Não tive condições de pagar, estudei sozinha e considero que evolui muito. Tem que ter muita disciplina porque não é fácil. Tem gente que não pode deixar de trabalhar e tem o sonho de ingressar no ensino superior prejudicado.”
Ela ainda disse que como o tempo de preparação é longo, é importante não desanimar e não perder o ritmo. “Aprendi a estudar as matérias fazendo links entre elas, estudando uma e lembrando da outra. Aí comecei a aprender de verdade. É importante gostar de aprender e não estar apenas focado em conseguir a vaga.” Tudo isso levou a estudante a ser aprovada na chamada regular do Sisu, realizando o sonho de se tornar graduanda em Medicina na UFJF.
Bárbara Lima também divide o autoconhecimento que obteve e aconselha quem vai fazer a prova a conhecer os métodos de estudo mais adequados para a sua realidade. “Não adianta ver o outro fazendo e tentar fazer o mesmo, se não for a melhor forma para você. É preciso buscar se conhecer como estudante e procurar uma equipe de profissionais que te auxiliem. Eles vão te ajudar em suas dificuldade e cuidar também dos pontos fortes. Também é fundamental manter a calma para aproveitar a nossa formação, sabendo que a prova não representa todo o nosso conhecimento, nem tudo que somos.” Bárbara está aprovada em Medicina em Viçosa, onde já se matriculou, e se encontra como primeira excedente na UFJF para o mesmo curso. Caso passe, pela proximidade com a família, vai preferir ficar em Juiz de Fora.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Economia
Data: 14/02/2018
Título: Seis professores de JF são selecionados no programa Startup Universitário
O Startup Universitário, programa cujo objetivo é despertar a cultura empreendedora e o desenvolvimento dos ecossistemas universitários nas instituições públicas e privadas de ensino superior, divulgou a lista de professores universitários selecionados para participar da iniciativa. Das mais de 500 inscrições recebidas, foram selecionados cem docentes em 38 cidades mineiras.
Nas instituições de Juiz de Fora, foram escolhidos seis docentes: da UFJF (Cristina Sayuri Côrtes Ouchi Dus, Fabrício Pablo Virgínio de Campos e Hilton Manoel Dias Ribeiro); da Universidade Salgado de Oliveira/Universo (Carlos Frederico Corrêa Ferreira); da Universidade Presidente Antônio Carlos/Unipac (Karen Estefan Dutra) e do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora/CES (Tiago Guimarães de Oliveira). O edital de chamamento público com os nomes dos contemplados pode ser conferido no site www.minasdigital.mg.gov.br.
Conforme a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), o objetivo é capacitar e apoiar professores universitários para criarem ações e programas que dêem aos alunos a oportunidade de desenvolverem comportamento empreendedor. “Esses professores terão a missão de incentivar o comportamento empreendedor, apoiar a transferência de tecnologias e aumentar a densidade de startups no âmbito universitário”, explica a gestora de projetos de empreendedorismo da Sedectes, Gabriella Sant’Anna.
Até o final de abril, os professores selecionados receberão treinamento em educação empreendedora e projetos inovadores. Após essa capacitação, eles serão acompanhados por uma equipe especializada, para a construção de um plano de trabalho das atividades a serem desenvolvidas. “Com o plano de trabalho construído, na fase seguinte do programa, a Sedectes pode ceder bolsas para que alunos da graduação auxiliem os professores no desenvolvimento das atividades, caso necessário”, detalha a gestora.
A quarta e penúltima fase do Startup Universitário contempla o apoio à criação de empresas de base tecnológica por meio do estímulo às startups universitárias que envolvam ciência e tecnologia. Cada startup do programa poderá ser apoiada com até R$ 15 mil em materiais de consumo, equipamentos e serviços especializados para desenvolverem seus protótipos sob a orientação do professor. No total, serão apoiadas até cem startups.
Digital Lab
Todas as instituições de ensino superior (IES) com professores participantes no programa poderão pleitear a instalação de um Minas Digital LAB. O espaço, cedido pelas instituições e ambientado pela Sedectes, tem como premissa a transformação da entidade em um hub das ações de empreendedorismo e inovação da comunidade empreendedora da cidade. Esta é a última fase do programa. Serão ambientados até 34 Minas Digital LABs nas IES, sendo um por cidade e não mais que um por campus. “Estes espaços serão fundamentais para a propagação de uma cultura empreendedora naquela região ou município e para fomentar a integração entre universidade, governo e indústria”, destaca Gabriella.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Concurso e empregos
Data: 15/02/2018
Título: UFJF divulga segunda chamada para professor visitante
A UFJF publicou edital com a segunda chamada de inscrições para contratação de professor visitante e/ou professor visitante estrangeiro, com 11 vagas para os campi de Juiz de Fora e Governador Valadares. As inscrições devem ser feitas de 22 de fevereiro a 9 de março pelo site www.ufjf.br/concurso. A carga horária prevista é de 40 horas semanais e exige dedicação exclusiva. Ao todo, são dez vagas para o campus de Juiz de Fora, para as faculdades de Economia, Educação, Engenharia, Letras e Ciências Exatas, e para o Instituto de Ciências Humanas; e uma vaga para o campus de Governador Valadares, para o Instituto de Ciências da Vida.
O professor visitante deverá atuar na melhoria da qualidade da pós-graduação, podendo ministrar aulas, orientar alunos, cooperar na elaboração de projetos de captação de recursos nas agências nacionais e internacionais, bem como na produção de artigos a serem submetidos a revistas de alto fator de impacto. O selecionado também deverá ser capaz de expandir as atividades de internacionalização, viabilizar o intercâmbio científico e tecnológico e a participação em redes de pesquisa prioritariamente internacionais.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 15/02/2018
Link: https://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/15-02-2018/250484.html
Título: Registro
Muito sentido o falecimento do professor Manoel Barbosa Leite Filho (87 anos), que deu importante contribuição à cultura e à educação de Juiz de Fora. Ex-diretor da Faculdade de Filosofia da UFJF, em 1956 ele fundou a Associação Cultural Brasil-Estados Unidos (Acbeu), que presidiu por vários anos. A coluna se associa às manifestações de pesar à viúva Marilda e aos filhos Manoel, Vanessa, Mauro e Marcellus.
— —
Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 15/02/2018
Título: Queda de árvores em JF preocupa no período chuvoso
O número de domicílios localizados em áreas arborizadas em Juiz de Fora ajuda a compreender a falta que as árvores fazem no perímetro urbano. O índice da cidade, de 55,5%, é menor que a média nacional, de 68%, conforme o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), fazendo com que o município ocupe a posição 3.925 no total de 5.570 cidades listadas pelo levantamento e, ao mesmo tempo, fique em 522º lugar entre as 853 localidades mineiras. Os exemplares existentes ainda sofrem baixas, especialmente nessa época do ano, em que a combinação de chuvas e ventos pode afetar as estruturas das plantas. O Corpo de Bombeiros precisou cortar/podar 30 árvores com risco iminente de queda do início do ano até agora. O que dá quase uma árvore por dia em janeiro. Os bombeiros também cortaram 18 exemplares que estavam caídos nas vias públicas. No ano passado, os cortes e podas feitos pelos Bombeiros somaram 211 ocorrências com risco iminente de queda no período chuvoso, sendo 59 casos apenas em janeiro. Foram cortadas 63 árvores caídas em via pública, sendo oito somente em janeiro.
Uma das ocorrências que mais chamou a atenção desde o início desse ano foi a queda de uma árvore e parte de outra sobre dois carros, no dia 30 de janeiro. O acidente sem vítimas ocorreu na Avenida Rio Branco, na altura do Círculo Militar, mesmo local onde um ano antes caíram galhos de outra árvore, sobre um ônibus. Em ambas as situações, ninguém se feriu. Ainda não foram divulgados os motivos que podem ter levado os exemplares a cair. No dia 30, os ventos chegaram a uma velocidade considerada moderada, de 24,4km/h, com 32,7mm de chuva acumulados no dia. No entanto, pode ser que, além das condições climáticas, a árvore tivesse algum problema que está além do alcance dos olhos, como alguma doença, ou até mesmo idade avançada.
De acordo com o analista ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Arthur Valente, está evidente a fragilidade da árvore, embora não seja possível precisar a causa de sua queda, sem uma análise mais detalhada. Ele explicou que, para evitar esse tipo de acidente, é fundamental fazer a avaliação periódica dos exemplares. Além do acompanhamento, ele lembra a necessidade de cuidar do manejo correto da poda e, em caso de problemas mais sérios, proceder com o corte preventivo da árvore. Preocupada com esse tipo de acidente, a Secretaria de Meio Ambiente (SMA), em parceria com a Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav), iniciou um trabalho de vistoria nas árvores. A análise parcial indica a necessidade de poda em algumas unidades.
“É normal a queda de galhos, principalmente nessa época do ano. É fundamental pensar que as árvores são necessárias. Elas ajudam a proporcionar um conforto térmico, já que temos muitas pessoas, muitos carros e muito concreto, especialmente na região central”, comenta Valente. Ele acrescenta a importância de as pessoas comunicarem ao poder público sobre qualquer alteração que possa ser perceptível. “Há casos em que as folhas, por exemplo, ficam visivelmente adoecidas. Há outros aspectos que realmente não são visíveis, mas a Prefeitura tem meios de verificar a saúde das árvores. Então, qualquer alteração deve ser reportada.”
Em nota, a Empav informou que realizou a poda de algumas árvores da Avenida Barão do Rio Branco, sobretudo as que estavam com erva de passarinho, que poderiam colocar as espécies em risco. “No entanto, vale ressaltar que condições climáticas adversas são situações imprevisíveis que contribuem para quedas de árvores”, ressaltou o órgão.
O professor do Departamento de Botânica da UFJF, Fabrício Alvim, reitera a dificuldade do cuidado unitário. Ele diz que o monitoramento sanitário das espécies é necessário, embora seja muito difícil conseguir, porque contemplar a todos os exemplares é uma tarefa árdua. Alvim também destaca que as ações previstas pelo Plano Municipal de Arborização Urbana ajudam nesse controle. “Esse tipo de acidente faz parte da biologia da planta. Elas envelhecem, podem ficar enfraquecidas e podem ter problemas intrínsecos. O diagnóstico sanitário pode ajudar a evitar esse tipo de problema, mas fazê-lo de forma unitária é muito complicado, pela quantidade de árvores que temos. O trabalho do fiscal ambiental é muito difícil. Mas nós não podemos atacar as árvores, como se a presença delas apresentasse risco, pelo contrário, elas representam qualidade de vida.” O professor ainda diz que não basta arborizar a cidade toda, é necessário conseguir prestar uma boa manutenção às espécies com cuidados.
Quem autoriza as intervenções na arborização da cidade é a Secretaria de Meio Ambiente. A pasta recebe mais de 90 pedidos de poda de mais de 50% da copa, ou corte de árvores. Um engenheiro florestal faz uma avaliação e encaminha um laudo à Empav, que realiza a poda ou corte em locais públicos. Podas simples não precisam ser autorizadas. A permissão também é necessária em terrenos particulares, embora a poda, nesses casos, sejam responsabilidade do proprietário. A secretaria ainda orienta que, em caso de risco iminente de queda de árvores, o Corpo de Bombeiros deve ser acionado pelo 193.
A implantação de ações previstas no Plano Municipal de Arborização, descrito pela Lei 13.206 de 2015, está em andamento, entre elas, há a informatização de todas as ações, dados e documentos, além do mapeamento dos exemplares arbóreos. Esse trabalho não tem prazo para ser concluído. A intenção, segundo a Secretaria, é fazer um inventário qualitativo e quantitativo da arborização viária e urbana do município, retratando a situação atual, para que o trabalho possa ocorrer pautado pela melhor técnica, “desde a avaliação do local do plantio, passando pelos tratos culturais de preservação da espécie nativa plantada, bem como o seu manejo e o consequente incremento da vegetação, substituição de indivíduos arbóreos inadequados para determinado local e o efetivo plantio nas áreas desprovidas de vegetação”. As atividades previstas no plano foram iniciadas com a plantação de 120 árvores nativas da Mata Atlântica às margens do Rio Paraibuna. Outras 280 mudas serão ainda plantadas no local. Também foi realizado o plantio de cerca de 50 mudas nativas da Mata Atlântica na praça do Bairro São Judas Tadeu.
Tomógrafo
Juiz de Fora foi uma das primeiras cidades de Minas Gerais a receber um tomógrafo portátil importado da Alemanha. O aparelho chegou no final do primeiro semestre de 2017. Ele capta imagens capazes de identificar em tempo real apodrecimentos, danos ocultos, regiões ocas, entre outros problemas, e é utilizado como um recurso complementar à avaliação do profissional. O instrumento é usado, conforme a secretaria, com base em critérios como a importância da espécie, porte, localização, expressiva beleza cênica, raridade, perigo ou ameaça de extinção. Cerca de 50 árvores passaram pela avaliação do tomógrafo até agora, sendo necessários quatro cortes. A Secretaria de Meio Ambiente ainda ressaltou que o equipamento não pode ser usado em períodos chuvosos, pela possibilidade de dano e também de comprometimento do resultado.
— —