Em 2017, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) inseriu em seu quadro de funcionários quatro intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras), que atuam na Diretoria de Imagem Institucional e na Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) na tradução de vídeos, em palestras e cerimoniais. O objetivo é promover a inclusão da comunidade surda local e possibilitá-la uma completa compreensão e experiência.
Na última terça-feira, dia 23, o Centro de Ciências promoveu a primeira visita da comunidade surda com a intermediação dos intérpretes, que traduziram o que os bolsistas do projeto explicavam sobre cada equipamento, além de intermediar as dúvidas e as reações do público, composto por cerca de 15 pessoas.
O diretor do Centro, Eloi Teixeira, espera que esta ação de inclusão se transforme em um projeto de extensão. “Quando a Diaaf – Diretoria de Ações Afirmativas – nos sugeriu essa visita especial, aceitamos na hora, pois representa uma oportunidade excepcional de promover a inclusão e apresentar a ciência de um jeito leve e descontraído, nosso grande objetivo aqui. Pretendemos transformar essa iniciativa em algo recorrente.”
Infelizmente, muitos espaços científicos e culturais ainda não fornecem ao público surdo a possibilidade da tradução em libras, fazendo com que não tenha experiências em sua totalidade. O professor da Faculdade de Educação, Rodrigo Mendes, elogiou a ação da UFJF. “A oportunidade que nos foi dada aqui ainda carece em alguns lugares em que nosso acesso é mais difícil. Também gostei muito da organização visual e das simulações dos equipamentos. Com a intermediação dos intérpretes, a visita foi muito proveitosa.”
Além da medida para atender à comunidade surda, o Centro de Ciências também oferece, na exposição permanente “A Célula ao Alcance da Mão”, 65 réplicas tridimensionais de partes do corpo humano e textos explicativos em braile, o que possibilita a participação do público cego. Funcionária da rede pública, a pedagoga Raquel de Castro participou do passeio com o marido e a filha de 4 anos. Segundo ela, a maioria dos surdos não consegue aprender Ciências adequadamente por conta de limitações no ambiente escolar. “Mesmo sendo feito com o apoio de imagens, o ensino de Ciências para os surdos ainda é muito difícil. Nesta visita, conseguimos vivenciar a experiência científica de todas as formas. O trabalho dos intérpretes nos permitiu relacionar tudo o que estávamos vendo com o que os bolsistas nos explicaram, além de podermos experimentar os equipamentos. Ou seja, uma vivência com total acessibilidade.”
Na próxima quinta-feira, 25, das 18h30 às 21h, o Centro de Ciências não irá receber visitações espontâneas, pois recepcionará novamente a comunidade surda. A entrada é gratuita e não requer agendamento.
Outras informações: (32) 2102-6913/ 6914 (Centro de Ciências)