Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 19/12/2017

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/desempenho-de-alunos-cotistas-apresenta-crescimento-na-ufjf-diz-pesquisa.ghtml

Título: Desempenho de alunos cotistas apresenta crescimento na UFJF, diz pesquisa

Uma pesquisa realizada pelo estudante Thalles Gago, bacharel em Economia pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), analisou e comprovou que o desempenho dos alunos cotistas da instituição segue em crescimento e, atualmente, é praticamente equivalente ao dos estudantes que ingressaram sem utilização do sistema de cotas.

Desde que foi implantada a política de cotas na UFJF, esta é a primeira vez que uma análise de desempenho é realizada e publicada pela instituição. O trabalho foi orientado pelo coordenador do Programa de Pós-graduação em Economia, professor Ricardo Freguglia, e analisou de forma comparativa o rendimento dos estudantes entre 2006 e 2015.

A pesquisa de Gago levou consideração o Índice de Rendimento Acadêmico (IRA) médio dos alunos. De acordo com os dados, os cotistas, a partir de 2006, mostraram-se em melhor situação do que os alunos que ingressaram até 2005 e que possuíam o mesmo perfil. Esta evolução foi ampliada ao longo dos anos.

“O rendimento dos alunos que ingressaram através do sistema de cotas no primeiro ano, 2006, era bastante inferior ao daqueles que entravam na universidade através da seleção tradicional. No entanto, o estudo mostrou que os cotistas evoluíram a tal ponto de que atualmente esse desempenho seja equivalente”, destacou Freguglia.

Para o estudante autor da pesquisa, o crescimento no rendimento e quase equivalência de desempenho entre os alunos cotistas e não cotistas deve ser encarada com otimismo, o que demonstra a importância da política adota pelas universidades públicas brasileiras.

“A diferença ainda existente não deve ser encarada como uma crítica à política de cotas, mas sim ao sistema de ensino público, fundamental e médio. Qualquer medida na educação, ainda mais na básica, demanda tempo para se colher os resultados”, explicou Gago.

O trabalho concluiu que a adoção das ações afirmativas na UFJF foi positiva em termos de desempenho acadêmico dos alunos. os dados apontam que não houve diminuição da qualidade do ensino da instituição e mostra que o projeto foi bem sucedido no que tange à questão social, gerando pluralidade, já que conseguiu incluir alunos provenientes da rede pública e de etnias variadas no seu quadro discente.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 19/12/2017

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/ufjf-entrega-diplomas-a-mais-de-1600-estudantes-em-colacao-de-grau-unificada.ghtml

Título: UFJF entrega diplomas a mais de 1.600 estudantes em Colação de Grau Unificada

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) entrega diplomas para 1.645 formandos durante as cerimônias de Colação de Grau Unificada do segundo semestre.

Os eventos começam nesta terça-feira (19) e vão até quinta-feira (21), sempre no Cine-Theatro Central, a partir das 17h. Veja programação completa no final da matéria.

Os estudantes devem seguir orientações antes e durante o evento, como chegar uma hora e meia antes da cerimônia para preparação adequada.

Após a cerimônia, eles recebem um protocolo para a retirada do diploma junto à Coordenadoria de Assuntos e Registros Acadêmicos (Cdara) e devolvem as becas.

Em média, 210 alunos são formados em cada solenidade. Eles são organizados em fila, por curso. Em caso de necessidade de algum tipo de atendimento especial, a equipe de organização deve ser procurada.

“Atendemos em casos de dificuldade de acesso, por exemplo. Para qualquer pedido de atendimento especial destinado ao convidado ou ao próprio formando, deve-se procurar a equipe do cerimonial”, afirmou a coordenadora de Cerimonial e Eventos da Diretoria de Imagem Institucional, Ana Paula Dutra.

Em caso de dúvidas, os formandos devem entrar em contato com a equipe da UFJF, pelos telefones (32) 2102-3966 e (32) 2102-3968 ou pelo e-mail cerimonial@ufjf.edu.br.

Confira as datas e horários das cerimônias:

  • 19 de dezembro, às 17h: Ciências Biológicas, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Odontologia;
  • 19 de dezembro, às 19h: Comunicação Social, Direito e Jornalismo;
  • 19 de dezembro, às 21h: Administração, Administração Pública, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas;
  • 20 de dezembro, às 17h: Artes, Artes Visuais, Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design, Cinema e Audiovisual, Design, Moda e Música;
  • 20 de dezembro, às 19h: Ciências Sociais, História, Letras, Pedagogia e Serviço Social;
  • 20 de dezembro, às 21h: Bacharelado Interdisciplinar em Ciências Humanas, Ciência da Religião, Educação Física, Filosofia, Geografia, Psicologia e Turismo;
  • 21 de dezembro, às 17h: Ciência da Computação, Ciências Exatas, Estatística, Física, Licenciatura em Computação, Matemática, Medicina, Química e Sistemas de Informação;
  • 21 de dezembro, às 19h: Engenharia Ambiental e Sanitária, Engenharia Civil, Engenharia Computacional, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia de Produção.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 19/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/18-12-2017/ufjf-entrega-medalha-jk-26-personalidades.html

Título: UFJF entrega Medalha JK a 26 personalidades

A Universidade Federal de Juiz de Fora ( UFJF) entregou, na noite desta segunda-feira (18), no Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), a Medalha Juscelino Kubitschek (JK), a 26 personalidades que contribuíram para a consolidação da instituição e o desenvolvimento da pesquisa, do ensino e da extensão. A maior honraria concedida pela UFJF foi criada pelo Conselho Superior (Consu) em 2003, e a menção a JK se deve ao fato de o presidente ter assinado, em 1960, o ato que concedeu o status de Universidade à instituição, que teve início com a Faculdade de Direito em 1923.

A indicação dos agraciados para receberem a medalha é feita pelas 19 unidades acadêmicas da UFJF, incluindo o Colégio de Aplicação João XXIII, e pela Administração Superior.

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Veículo: Site da UFLA

Editoria: Departamento de Comunicação

Data: 19/12/2017

Link: http://www.ufla.br/ascom/2017/12/19/defendida-primeira-tese-da-ufla-pelo-programa-multicentrico-de-pos-graduacao-em-quimica-de-minas-gerais/

Título: Defendida primeira tese da UFLA pelo Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Química de Minas Gerais

Na tarde de segunda-feira (18/12), foi realizada a defesa da primeira tese de doutorado da UFLA produzida por meio do Programa Multicêntrico de Pós-Graduação em Química de Minas Gerais (PPGMQ). O doutorando Isael Aparecido Rosa desenvolveu o projeto intitulado “Complexos metálicos como sondas espectrocópicas: modelagem molecular, síntese e atividade biológica”, sob orientação do professor Teodorico de Castro Ramalho. A partir de técnicas de química computacional, a pesquisa identificou um novo complexo metálico paramagnético com potencial de aplicação na ressonância magnética de imagens e no diagnóstico do câncer de mama, como um novo promissor agente de contraste. A banca foi composta pelos docentes Mauro Vieira de Almeida (UFJF), Melissa Soares (UFOP), Daniel Henriques Soares Leal (UFES), Sérgio Scherrer Thomasi (UFLA) e Marcelo Henrique dos Santos (UFV), também coorientador no projeto.

É a terceira defesa de tese de doutorado do PPGMQ realizada no estado. O projeto teve início em 2014, com o conceito 4 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). A iniciativa surgiu  como uma nova estratégia de oferta de pós-graduação – nível de mestrado e doutorado –, buscando a construção coletiva do conhecimento por meio de um conjunto de instituições de referência.

O programa é ancorado pela Rede Mineira de Química (RQMG) e conta com uma parceria entre instituições que já possuem programas de pós-graduação em Química, denominadas nucleadoras (universidades federais de Juiz de Fora – UFJF, de Alfenas – Unifal e de Uberlândia – UFU) e instituições associadas (UFLA e as universidades federais de São João del-Rei – UFSJ, de Itajubá – Unifei, do Triângulo Mineiro – UFTM, dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, de Viçosa – UFV e de Ouro Preto – UFOP, além do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais – Cefet/MG).

De acordo com o coordenador-geral do PPGMQ, professor Mauro Vieira de Almeida, da UFJF, o programa tem sido fundamental para evitar a evasão de pesquisadores do interior de Minas Gerais. “Por meio do PPGMQ, dá-se condições para que o discente desenvolva sua pesquisa em qualquer câmpus de instituições associadas e tenha acesso a materiais, pesquisadores e laboratórios de referência. Além de contribuir para a manutenção de um corpo científico em diversas cidades mineiras, é uma maneira de valorizar o trabalho de cada pesquisador”, explicou. Mauro lembrou, ainda, a procura significativa pelo programa, que contou com 298 inscritos no último processo seletivo unificado.

O pró-reitor de Pesquisa da UFLA, professor Teodorico Ramalho, ressaltou a importância do PPGMQ para a Instituição. “O programa tem permitido maior visibilidade para as instituições localizadas fora dos grandes centros e promovido a integração entre pesquisadores de uma mesma linha, o que é muito relevante para o nosso pós-graduando”, reforçou.

Integração essa que possibilitou o desenvolvimento da pesquisa por Isael, que é servidor da Diretoria de Meio Ambiente (DMA) da UFLA desde 2013 e teria dificuldades para realizar o doutorado em outra cidade. “Participar do PPGMQ foi muito importante, pois tive acesso a excelentes professores de várias instituições. Além disso, conciliar trabalho e estudos não é uma tarefa trivial. Por isso, também sou grato ao meu orientador e aos colegas do grupo de Química, da DMA e à minha família”, reforçou o pesquisador.

O PPGMQ – O objetivo do programa é despertar potencialidades locais e educacionais, no sentido de formar um coletivo de professores/pesquisadores que apontem soluções e alternativas para os constantes desafios que a área de Química apresenta.

Somando-se todas as instituições participantes, os pós-graduandos podem optar por 16 linhas de pesquisa (Catálise; Ciência dos Materiais; Desenvolvimento e Aplicação de Métodos Analíticos; Determinação Estrutural de Sólidos Cristalinos e Amorfos; Eletroanalítica e Desenvolvimento de Sensores; Eletroquímica e Eletrocatálise; Espectroscopia Molecular; Físico-Química de Macromoléculas e Colóides; Físico-Química de Sólidos e Interfaces; Química Ambiental; Química de Produtos Naturais; Química Inorgânica Preparativa; Química Medicinal; Química Teórica e Computacional; Quimioinformática; Síntese Orgânica).

As instituições nucleadoras colaboram com disciplinas regularmente ofertadas pelos Programas de Pós-Graduação, dentro do limite de vagas, coorientação e colaboração nas teses e dissertações (facultativo), bem como disponibilização da infraestrutura de pesquisa, por meio da coorientação (quando existente). As Instituições Associadas oferecem orientação e coorientação, infraestrutura de pesquisa e disciplinas.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/20-12-2017/a-18.html

Título: Vaidade em alta

Coordenadora do Núcleo de Identificação e Quantificação Analítica (da Faculdade de Farmácia e Bioquímica), a professora Nádia Raposo fez revelações curiosas no Programa UFJF Pesquisa. Depois de destacar “a importância de uma beleza, com saúde, a começar pelos cuidados com a pele”, Nádia comentou que “o Brasil é um dos maiores mercados de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo, só perdendo para os EUA, China e Japão”.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/20-12-2017/a-18.html

Título: Medalha JK

Entre os 26 agraciados pela UFJF com a “Medalha Juscelino Kubitschek”, anteontem, no MAMM, estava Marilene Schelgshsorn dos Santos Sansão, que atuou por 30 anos como professora, coordenadora e diretora da Faculdade de Serviço Social.

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Veículo: SIMI

Editoria: Notícias

Data: 20/12/2017

Link: http://www.simi.org.br/noticia/equipe-mineira-conquista-segundo-lugar-do-vacathon-da-embrapa.html

Título: Equipes mineiras conquistam segundo e terceiro lugares do Vacathon da Embrapa

Entre 6 e 10 de dezembro, diversas instituições de ensino do Brasil se reuniram em Juiz de Fora para participar do primeiro hacktathon realizado pela Embrapa, o Vacathon. A maratona reuniu equipes de programação, formadas em instituições de ensino superior, que exploraram dados abertos de pesquisas da Embrapa Gado de Leite e desenvolveram projetos de software e hardware. Uma das equipes vencedoras é mineira.

Durante 36 horas, estudantes de 17 universidades do país desenvolveram, durante cinco dias, soluções para produtores de leite. Uma equipe de alunos de engenharia do Insper (SP) foi a proposta vencedora do Vacathon. Já o segundo lugar ficou com a equipe de Belo Horizonte, Silvitech, e o terceiro, com outra mineira, formada por alunos da UFJF.

Alunos de sistemas de informação, Franciele Sena, Igor Dias, Izadora Diniz Braga e Eugenio Araújodesenvolveram uma solução focada no silvipastorial. Segundo Eugênio, a ideia da startup surgiu da necessidade de planejamento do silvipastoril, parte que envolve o manejo das árvores no pasto. “Como é uma técnica nova, não existe muita informação ou sistemas porque ninguém olha essa parte. Ninguém também observa que o silvipastoril, que representa o bem-estar do gado, aumenta em até 70% a produção. A gente focou nisso para fazer um planejamento melhor do silvipastoril, que é a nossa ferramenta”, aponta.

Já o terceiro lugar ficou com outra mineira, a Insight Tech Pasto. A equipe formada por alunos da UFJF criou  um sistema de irrigação inteligente, a partir da instalação de sensores de baixo custo em equipamentos de irrigação já existentes. Os sensores coletam dados de composição e umidade do solo e de cotização de clorofila da forrageira. Conectam-se a uma central de gerenciamento off-line, capaz de cruzar as informações com dados meteorológicos para ativar o sensor de irrigação de forma autônoma. A proposta é oferecer a solução em módulos. Caso o produtor não tenha acesso a rede Wi-Fi, o Insight Tech Pasto poderá instalar um módulo de previsão meteorológica.

Cada equipe era composta por cinco graduandos, acompanhados por um professor. Os projetos foram apresentados no domingo, 10 dezembro, para uma banca de avaliadores composta por pesquisadores, produtores, investidores e empresários do setor leiteiro.

Antes de iniciar a maratona, todos os participantes visitaram um laticínio na cidade, conheceram uma fazenda de leite, tiveram acesso a pesquisas da Embrapa e a plataformas de serviços da IBM, Cisco, Microsoft e BoviControl. Também receberam mentoria de pesquisadores da instituição e de profissionais da cadeia leiteira. O plano proposto aos universitários foi conhecer o setor, identificar um problema na produção de leite e, então, oferecer uma solução digital no estilo das startups.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/20-12-2017/eventos-lgbt-sao-aprovados-pela-lei-estadual.html

Título: Eventos LGBT+ são aprovados pela Lei Estadual

Depois de um retorno de sucesso em 2017, o Miss Brasil Gay deu mais importante passo para sua realização em 2018 e, possivelmente, para sua continuidade. O concurso e a Semana Rainbow da UFJF foram aprovados pela Lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais com foco em eventos LGBT. Com isso, qualquer empresa que gera ICMS pode apoiar os projetos, repassando aos organizadores parte do valor que seria recolhido de impostos. “Estamos muito felizes, pois Juiz de Fora tem pouquíssimos projetos aprovados para captação de recursos por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura”, comenta Marcelo Rodrigues, professor da Faculdade de Turismo da UFJF e consultor do Miss Brasil Gay. “Acreditamos que essa oportunidade vá abrir novas alternativas para buscarmos recursos para a viabilização dos eventos que já fazem parte do calendário turístico da cidade”, avalia.

Os dois projetos estão sob a coordenação de Marcelo por meio do Projeto de Extensão “Miss Brasil Gay – Interfaces com a comunidade e a UFJF”, que tem por objetivo, além de possibilitar a realização dos eventos, o aumento da permanência do turista no destino. “Isso se chama ‘turistificação’ do destino, que promove a melhora dos serviços e diversifica a oferta, mantendo o turista por um período mais longo na cidade”, comenta o professor.

Ainda segundo Marcelo, o desafio para os realizadores do evento é correr contra o tempo para captar os recursos, porque o resultado da análise das propostas foi divulgado pela Comissão Técnica de Análise de Projetos da Secretaria de Estado de Cultura no dia 12 de dezembro, e o prazo de captação termina no dia 31 de dezembro. “Precisamos nos mobilizar ainda em dezembro para que tenhamos condição de realizar o Miss Brasil Gay 2018 com toda a infra-estrutura necessária, ampliando seu alcance e oferecendo ao turista mais alternativas e opções. É uma oportunidade sensacional para que as empresas se unam a nós nesse projeto de inclusão e de geração de fluxo de turistas. Além disso, esse apoio é fundamental para que os eventos LGBT+ continuem acontecendo na cidade”, conclui.

Na edição de 2017, os eventos da comunidade LGBT+ ocorridos entre 14 e 20 de agosto (37º Miss Brasil Gay, 17ª Rainbow Fest Brasil e a primeira Semana Rainbow da UFJF) injetaram cerca de R$ 2 milhões na economia local. Os números são da pesquisa “Perfil da demanda turística LGBT+” da UFJF, que também revelou que só o Miss Gay teve um público de aproximadamente duas mil pessoas.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/20-12-2017/juiz-suspende-conselheiro-tutelar-denunciado-por-injuria-racial.html

Título: Juiz suspende conselheiro tutelar denunciado por injúria racial

O juiz da Vara da Infância e Juventude, Ricardo Rodrigues de Lima, suspendeu o conselheiro tutelar Abraão Fernandes das suas funções. A decisão foi tomada atendendo a uma solicitação do Ministério Público (MP), que instaurou ação civil pública com pedido de tutela de urgência para afastar o conselheiro do cargo. Na sua sentença, o magistrado cita o conteúdo da ação movida pela promotoria a qual questiona a conduta de Abraão, apontado como protagonista de “inúmeras situações nas quais demonstrou postura inadequada e não condizente com o cargo ocupado”, incluindo ações de autopromoção nas redes sociais.

Também é destacado o fato de Abraão ter emitido declarações de ódio, de cunho racista, homofóbico, machista e político-ideológico, “desvirtuando completamente os deveres inerentes à sua função”. Na prática, o conselheiro ficará sem vencimentos até que o procedimento administrativo instaurado há quase dois meses pela Prefeitura seja concluído. Desde novembro, Abraão está sendo substituído pelo suplente no cargo José Maria Pires. O fato é que a decisão judicial pode abrir caminho para a futura exoneração do servidor que foi indiciado pela Polícia Civil por injúria racial contra uma universitária da UFJF.

Ainda na sentença, o magistrado enfatiza que cabe à pessoa que exerce a função de conselheiro tutelar atuar em nome da proteção integral da criança e do adolescente, agindo com probidade e moralidade na salvaguarda dos interesses dos incapazes. “Analisando detidamente o inquérito civil instaurado pelo Ministério Público é possível verificar que o conselheiro tutelar postava em seu perfil pessoal do Facebook imagens em que se identificava como defensor dos direitos das crianças e adolescentes, fornecendo seu próprio email e número de wattsapp, juntamente com a ‘logo’ utilizada pelo Conselho Tutelar ao lado da imagem, fazendo clara menção à sua atuação municipal. Ainda, segundo os documentos, juntados na peça inaugural, verifica-se que as postagens exaltavam seus trabalhos realizados, utilizando, inclusive, fotos com figuras públicas, como foi o caso da minha foto publicada no Facebook”, afirma o juiz.

Atos incompatíveis com deveres estabelecidos pelo ECA

O juiz da Vara da Infância e Juventude, Ricardo Rodrigues de Lima, diz, ainda, que, se não bastassem os documentos que sugerem a autopromoção do conselheiro, também foram identificadas imagens de atendimentos realizados junto à criança, “ato totalmente incompatível com os deveres estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, o qual prevê a proteção integral desta população, incluindo a não veiculação de imagens, principalmente daquelas envolvidas em assuntos protegidos pelo segredo de Justiça.

Lima ressalta, que a atuação equivocada do conselheiro não seria novidade para quem precisa recorrer ao auxílio do Conselho Tutelar, já que a Prefeitura apura denúncias contra Abraão referentes à falta de zelo, à conduta imprópria no exercício da função e até a ofensas dirigidas a crianças e adolescentes que participaram de manifestação em uma escola estadual da cidade, havendo também recusa, por parte do conselheiro, de prestar informações ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente(CMDCA) a cerca dos casos de sua responsabilidade.

Para o presidente do CMDCA, Carlos Henrique Rodrigues, a suspensão judicial foi “providencial” neste caso. “A gravidade das denúncias contra Abraão já seriam suficientemente graves para que ele não exercesse mais a função de conselheiro. No entanto, as medidas imputadas a ele até agora, como afastamento temporário do cargo, não foram suficientes para que o processo administrativo se encerrasse. Seria temerário que ele retornasse à função antes da conclusão desse processo”, afirmou.

Para o juiz da Vara da Infância e Juventude, o retorno de Abraão ao cargo “poderia interferir na colheita das provas e no regular andamento do processo” (ver fac-símile). Por meio de nota, a Prefeitura de Juiz de Fora afirmou que a decisão judicial será cumprida integralmente. A administração informou também que os processos administrativos disciplinares, que apuram possíveis infringências a deveres funcionais pelo conselheiro tutelar Abraão Fernandes, estão em andamento na fase de instrução para colheita de provas e depoimentos.

A Tribuna tentou contato com a advogada apontada por Abraão como sua defensora em reportagens anteriores, mas não conseguiu falar com ela por telefone nesta quarta-feira. Já Abraão chegou a atender uma das ligações da repórter, mas desligou após ela ter se identificado.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 20/12/2017

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/conselheiro-tutelar-investigado-por-injuria-racial-em-mg-e-suspenso-e-perde-remuneracao.ghtml

Título: Em decisão judicial, conselheiro tutelar de Juiz de Fora é suspenso do cargo

O conselheiro tutelar Abraão Fernandes teve sua função suspensa pelo juiz da vara da Infância e Juventude, Ricardo Rodrigues de Lima. O presidente do Conselho Tutelar, Carlos Henrique Rodrigues, confirmou a informação ao G1 nesta quarta-feira (20).

(Correção: Ao contrário do que foi informado, o conselheiro não deixará de receber seu salário. A informação foi corrigida às 12h39 do dia 28 de dezembro).

Rodrigues explicou que a suspensão se mantém até seja concluído o processo administrativo instaurado pela Prefeitura de Juiz de Fora.

À produção do MGTV, Abraão Fernandes, que tem um prazo de 15 dias para apresentar a defesa neste processo, disse que acredita que o juiz vai reverter o posicionamento depois de analisar sua defesa.

Abraão Fernandes foi afastado do cargo de forma cautelar no dia 20 de outubro, por decisão do Executivo, que atende à sugestão da Comissão do Processo Administrativo Disciplinar, órgão que apura as denúncias.

A decisão do prefeito Bruno Siqueira (PMDB), prorrogou o afastamento por mais 30 dias, em publicação no Atos do Governo no dia 22 de novembro.

Desde o início do período de afastamento do conselheiro, o suplente José Maria Pires está trabalhando no lugar dele, mantendo assim o quadro completo do Conselho Tutelar da cidade. Se o processo administrativo decidir pela exoneração de Fernandes, o suplente assume o cargo de forma efetiva.

Outros processos

Além dos procedimentos administrativos, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), através da 7ª Promotoria de Justiça de Juiz de Fora, ofereceu denúncia na última semana pedindo a condenação do conselheiro tutelar por injúria racial. O pedido foi protocolado pelo promotor Cleverson Raymundo Guedes na 4ª Vara Criminal da comarca.

Abraão Fernandes ficou conhecido após ter protocolado um ofício junto ao Ministério Público Federal (MPF) solicitando que fossem tomadas providências em desfavor do Colégio de Aplicação João XXIII, por conta de um vídeo publicado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em que as crianças participam junto com uma drag queen.

No mesmo dia em que protocolou o documento, Fernandes foi denunciado pela estudante por injúria racial. Desde então, o caso teve uma série de desdobramentos.

O inquérito envolvendo o conselheiro tutelar foi concluído pela Polícia Civil no dia 31 de outubro e encaminhado à Justiça. O caso foi investigado pelo delegado Luciano Vidal, que apurou a denúncia feita por uma estudante que divulgou imagens de mensagens em redes sociais em que o conselheiro se refere a ela e ao cabelo dela de forma pejorativa.

O crime de injúria racial está previsto no Artigo 140, Parágrafo 3º, do Código Penal. Se condenado, o réu pode cumprir pena de um a três anos de reclusão e multa.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/20-12-2017/musicos-homenageiam-villa-lobos-nesta-quinta-feira.html

Título: Músicos homenageiam Villa-Lobos nesta quinta-feira

O concerto “Villa-Lobos – 130 anos de nascimento”, apresentado pela soprano Isabela Bianchi e os pianistas Maria Alice de Mendonça e Tiago Perissinotto, prestigia a obra de um dos músicos de maior projeção nacional e internacional em um dos melhores lugares para a reflexão sobre música: o meio acadêmico. O concerto, que acontece nesta quinta (21), traz a proposta de trabalhar a música brasileira, com os traços eruditos clássicos do músico, e refletir sobre o futuro da musicalidade no Brasil.

“Ele foi o compositor que valorizou o Brasil, o nosso folclore e sempre acreditou na luta para que a educação musical seja voltada, principalmente, a crianças. Queremos propor à plateia a pensar conosco: Como será a música brasileira em 2018?”, conta a pianista Maria Alice de Mendonça.

Reconhecida internacionalmente e autora de diversas pesquisas sobre música e piano,  Maria Alice se apresentará junto de Isabela Bianchi no recital “As canções”: as quatro canções da Floresta do Amazonas de Villa-Lobos e outras canções brasileiras, francesa e alemã”. Isabela Bianchi destaca que, junto de Maria Alice, fez adaptações, buscando uma apresentação única da obra. ” Fomos levadas a uma pesquisa sobre como transmitir o pensamento original de uma obra feita para canto e orquestra em um concerto de câmara para canto e piano. Pensamos muito em como o piano traduz uma orquestra inteira e como a voz precisa se adaptar a esse contexto.” O estudante de 16 anos Tiago Perissinotto, que também tem Maria Alice como tutora, apresentará obras de  grandes nomes e finaliza com solo do homenageado. O pianista trará  “Polichinelo”, composta por Villa-Lobos em 1918, e que encantou músicos do mundo.

“Villa-Lobos – 130 anos de nascimento”Nesta quinta-feira (21), às 20h, no auditório Geraldo Pereira, no Instituto de Artes e Design (campus UFJF)

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/20-12-2017/a-18.html

Título: Vaidade em alta

Coordenadora do Núcleo de Identificação e Quantificação Analítica (da Faculdade de Farmácia e Bioquímica), a professora Nádia Raposo fez revelações curiosas no Programa UFJF Pesquisa. Depois de destacar “a importância de uma beleza, com saúde, a começar pelos cuidados com a pele”, Nádia comentou que “o Brasil é um dos maiores mercados de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo, só perdendo para os EUA, China e Japão”.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/20-12-2017/a-18.html

Título: Medalha JK

Entre os 26 agraciados pela UFJF com a “Medalha Juscelino Kubitschek”, anteontem, no MAMM, estava Marilene Schelgshsorn dos Santos Sansão, que atuou por 30 anos como professora, coordenadora e diretora da Faculdade de Serviço Social.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esporte

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/20-12-2017/jf-volei-inicia-o-returno-e-enfrenta-o-minas-fora-de-casa.html

Título: JF Vôlei inicia o returno e enfrenta o Minas fora de casa

O primeiro turno da Superliga masculina de vôlei foi duro para o JF Vôlei. Apesar da dedicação e entrega do jovem grupo montado para a competição, a equipe não prevaleceu nos momentos decisivos e encerrou o turno na penúltima posição, com apenas os dois pontos conquistados na única vitória até agora, obtida fora de casa contra o lanterna Copel/Telecom/Maringá. O momento, agora, é de partir para a recuperação o mais breve possível, e o primeiro passo pode ser dado nesta quinta-feira (21), quando o JF Vôlei enfrenta o Minas Tênis Clube na Arena Minas, em Belo Horizonte, às 19h30.

A tarefa não será fácil. O Minas Tênis ocupa a quinta posição na tabela, com 21 pontos e sete vitórias, e é um dos favoritos para seguir nos playoffs.

Além disso, os juiz-foranos foram derrotados pelo adversário logo na abertura do torneio, em outubro: derrota por três sets a um no Ginásio da UFJF. Mas, ao mesmo tempo, a vitória é essencial para a equipe local não se distanciar dos adversários diretos para se manter na divisão principal da Superliga em 2018, e que realizam confrontos diretos nesta rodada.

A equipe mais próxima é a do Montes Claros, que está na décima posição com oitos pontos e duas vitórias (uma delas sobre o próprio JF Vôlei), e que enfrenta o Lebes/Canoas (oitavo lugar, 14 pontos) também nesta quinta, em casa, às 19h. Um pouco mais acima, com 11 pontos, está o Ponta Grossa/Caramuru, que visita o Vôlei Renata (sétima posição, 14 pontos) em partida marcada para as 20h.

Para a partida desta quinta-feira, o JF Vôlei conta com o retorno do técnico Henrique Furtado, que acompanhou o Sada Cruzeiro na disputa do Mundial de Clubes, na Polônia. Quem comandou os treinamentos nos últimos dias continuou sendo o assistente técnico Marcos Henrique do Nascimento, que esteve à frente do time na derrota para o Corinthians, na última quinta-feira (14).

“O grupo lutou o tempo todo, sacou bem, e tivemos chances de fechar os dois últimos sets, mas faltou regularidade. É um grupo jovem, que cresceu durante o jogo e teve de encarar um time experiente”, explica Marcos Henrique, acrescentando que Furtado conseguiu assistir à partida e determinou que mantivesse o esquema de treinamentos, sempre dosando o volume e intensidade das atividades. Sobre a posição na tabela, Marcos diz que a equipe prefere manter a mentalidade de pensar jogo a jogo. “Vamos enfrentar uma grande equipe nesta quinta, então não adianta pensar apenas lá na frente. Temos que construir os resultados, pensar no próximo desafio, e ele será o Minas Tênis.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura  

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/20-12-2017/dudu-lima-em-tres-noites-neste-fim-de-semana.html

Título: A música é a decolagem para um lugar que nem existe

Em um jardim com sonoridade construída por revoadas, que todo dia se misturam ao som de seu contrabaixo, sentamos eu e Dudu Lima e conversamos durante a tarde da última terça-feira (18). Ele acabava de chegar de viagem, não passa um ano se quer sem dar um pulo a Cabo Frio (RJ) com a família, praia que visita desde os 8 anos, a idade de Benito, seu filho com cabelos de cachinhos como os do pai.

E pensar nele, desde já, sentado na bateria tentando acompanhar Dudu no dedilhar das cordas graves é de tamanha ternura. Tanto a cidade litorânea quanto o filho se traduzem em nomes de músicas criadas por Dudu, que, além de instrumentista profissional desde 14 anos, foi se encontrando nas composições próprias que nascem de seu contrabaixo, sempre abertas para a possibilidade jazzista de ganhar arranjos de outros instrumentos, principalmente improvisos.

Dudu Lima enxerga imagens ao compor: “A música, para mim, é cênica”. Memórias coloridas, que, soando notas, criam melodias capazes de contar histórias. “Eu lembro que a minha mãe, uma vez que eu estava fazendo um show, falou assim ‘eu te conheço desde que você nasceu, mas é outro cara que tem aí no palco, não é meu filho não’. E eu sempre sinto isso, porque é sobre o decolar, a música te leva para outra esfera de um mundo imaginário que você cria, e que você traduz. E a composição para mim é muito isso, eu só consigo compor se tiver uma motivação, não consigo compor tecnicamente.”

Dudu Lima toca em Juiz de Fora de quinta (21) a sábado (23), em uma crescente de companhias. Começa solo no “Concerto para Contrabaixo”, no espaço OAndarDebaixo. Na sexta, faz duo com o clarinetista Caetano Brasil e, no sábado, apresenta-se com seu trio formado pelo baterista Leandro Scio e o tecladista Ricardo Itaborahy, ambos no Experimental Container Bar.

Ouça “Som de Minas”, lançado este ano:

O som de contrabaixo despertava seus sentidos desde a infância, enquanto seu padrasto colocava Stevie Wonder para tocar em casa, imagino que em som de vitrola, a criança de Dudu já se perguntava que instrumento era aquele. Era como se o som do contrabaixo estivesse descolado, destoando de toda a música. Aos 11 anos, foi passar férias no Rio de Janeiro, casa de seu pai, quando conheceu dois primos “emprestados”, ambos filhos de Ed Wilson, cantor brasileiro que fez parte do movimento da Jovem Guarda e um dos fundadores da banda Renato e seus Blue Caps. Os dois meninos estavam cada um com seus instrumentos: guitarra e bateria. Esta cena foi a propulsora para que ele ganhasse de natal um baixo tonante comprado na Mesbla. “Era o instrumento mais simples que tinha”, ele conta. Voltando a Juiz de Fora, começou a frequentar as escolas Pró-Música e Scala.

Ainda bem jovem, mergulhado na surpresa que é a música, teve uma revelação. Era aniversário de seu pai e foram assistir a um trio – piano de cauda, baixo e uma cantora – em um clube de jazz no Rio de Janeiro. “Meu pai, após ter tomando uns uísques, chegou e falou ‘deixa meu filho tocar’. Era um baixo Fender, eu nunca tinha visto um na minha vida, os caras tocavam pra caramba.” Sua memória foi lá atrás enquanto falava. Já sabia, na época, os acordes de algumas músicas de cor. Pronto: “Eu sei que vou te amar”, dó maior, e deslanchou de tal forma impassível de compreender o que se passou.

“A gente começou e eu não sei o que aconteceu”, fala apontando para o braço dizendo estar arrepiado contando isso agora. “Naquele dia eu toquei, os caras ficaram me dando parabéns, e eu não sabia o que eu tinha feito, foi mágico. Ficaram me perguntando com quem eu estava aprendendo, mas jazz vinha muito das minhas vivências solitárias. Aquele dia foi um toque que a vida me deu. Depois eu fui para Itajubá, tentava tocar de novo e não saía, mas naquele momento a coisa se revelou, e o que eu quero tocando é poder sentir aquilo toda vez. Eu não entendia, eu apenas ia e fico até hoje pensando nos mistérios espirituais e que um dia eu vou saber o que eu fiz, talvez em outra dimensão. É uma vida em busca daquilo.”

Logo que se encontrou com o contrabaixo, recebeu do baixista Paulo César Barros uma fita em VHS da performance de Jaco Pastorius no Montreal Jazz Festival de 1982. “Ouve essa fita porque está tudo aí, baixo é isso”, aconselhou Paulo César, irmão de Ed Wilson. “Aí foi uma loucura, porque comprei uma revista que falava de contrabaixo com reportagem sobre Jaco Pastorius, porque ele tinha acabado de falecer na época que o conheci, em 1986. Ficava vendo aquela fita, ele pintava o corpo. O Jaco Pastorius, no baixo, é a mesma coisa que chegar um disco voador aqui e chamar a gente para passear. O baixo era uma coisa e se tornou outra a partir dele”, reflete Dudu Lima que o tem como primeira referência para a porta de entrada no jazz.

Sobre cronometrar os estudos

Quando tudo ainda era incipiente, começou a acompanhar o cantor Dhaal Souza em Juiz de Fora, que, na época, Dudu conta, fazia 20 shows por mês na cidade e região. Dhaal lançava tudo em vinil, e Dudu tornou-se instrumentista dele, gravando em um estúdio em Ubá. A partir daí, começou a trabalhar no lugar, gravando durante dez anos com todos que passavam por lá, foi também quando aprendeu bastante sobre produção musical, e hoje trabalha como produtor em projetos que é convidado.

Também formou duo com o pianista Fabiano de Castro e, junto a uma classe de músicos, conta como o Jazz Clube de Juiz de Fora, administrado por Joãozinho da Percussão, foi vital para uma geração de músicos de jazz, que a partir dali tiveram contato com Toninho Horta, Nico Assumpção, e também foi onde viu pela primeira vez o contrabaixista Adriano Giffoni se apresentar. Neste momento, começa a ter aulas com Giffoni no Rio de Janeiro, e entrou para a escola Cigam, do húngaro Ian Guest, que trouxe o ensino de harmonia e improvisação dos Estados Unidos para cá. Com 16 anos, começou a dar aulas de música para o Maninho, luthier de Juiz de Fora.

O baterista do Jazz Clube, conhecido como Fofinho Forever, juntou-se ao duo, e começaram a ter noites semanais fixas no bar, além de outros locais da cidade. De quarta a domingo, tocavam incessantemente. O baterista, já mais experiente, começou a levar pilhas de discos de vinil para Dudu Lima, colocava para tocar e ia ressaltando os elementos da música, Dudu é formado em direito pela UFJF, sua mãe pediu que ele tivesse um diploma, mesmo que sua dedicação fosse sempre a música.

“Me formei em direito em 1993, minha mãe meio que me criou sozinho, lutou pra caramba, pediu que eu tivesse um diploma. Eu era muito sistemático, estudava duas horas de matérias da faculdade e sete horas de música por dia, cronometrado. Se eu levantasse, eu parava o relógio.”

As possibilidades dos encontros

Quando o pianista Marvio Cribelli, de Niterói (RJ), chamou Dudu Lima para tocar de quarta a domingo com ele, uma das viagens possibilitou que encontrasse os músicos que acompanham Hermeto Pascoal, que chegou a gravar a faixa “Rapadura é doce mas não é mole não“, de seu disco “Nossa história”, lançado em 2003. “Sempre redescubro Hermeto Pascoal e tive a honra de ele gravar comigo.

A partir deste encontro, ele e Márcio Bahia, baterista de Hermeto, fizeram muitos ensaios juntos. Se Jaco Pastorius significou uma primeira expansão para ele, certamente a vivência imersiva com Márcio e outros músicos que acompanham Hermeto foi um segundo momento de ruptura. “Márcio Bahia ensaiava oito horas, eu, com 28, tinha que pedir penico, Márcio gravava tudo em fita cassete, depois ouvia e vinha falando ‘Dudu, adiantou aqui, vou te ensinar a ouvir o que ninguém ouve’. Aí foram mil vezes acontecendo assim, gravando o ensaio inteiro e analisando minuciosamente. Se eu fizesse uma frase, tocasse qualquer coisa que remetesse ao Jaco de forma muito direta, ele falava ‘bicho, aquilo foi legal, mas aquilo é o Jaco, eu não quero ele, eu quero ouvir o Dudu’. Aquilo para mim foi um doutorado, uma cultura que eu sempre admirei, eu estava no berço dela.”

Suas idas de três em três meses para Búzios, tocando no Pátio Havana e também no Chez Michou também se tornaram um marco. Em uma das noites, enquanto apresentava-se no Pátio Havana, Milton Nascimento havia reservado uma mesa, chegou no começo do primeiro ato, dos três que fariam, e ficou até o fim da noite, se tornando um grande parceiro de Dudu Lima, até gravarem e lançarem em 2015 o álbum “Tamarear“. Sua história com Stanley Jordan, guitarrista e pianista norte-americano, com quem toca desde 2001, também foi surpreendente. Ele veio ao Brasil e buscava uma banda para lhe acompanhar nos shows. Após certamente ouvir vários músicos, convidou Dudu Lima, formando o trio com o baterista carioca Mamão (Ivan Conti), que já gravou com a maioria dos nomes da MPB que passar por nossa cabeça.

“Sempre estudei muito, sei que preciso estudar, minha forma de tocar exige isso, não por ser complexa, mas porque eu me sinto tranquilo, eu consigo fazer a música quando eu me sinto seguro. Eu tenho que treinar repetidas vezes para ‘aquela’ coisa acontecer no show ou quando estou compondo, mesmo que não tenha nada a ver com o que eu fiz antes. Mas o que você cria é uma outra coisa, e você estuda somente para dar base àquilo. Você estuda uma escala que é estática, ela não tem graça, mas você precisa disso. Como se fossem as palavras, a gente lê para escrever melhor. Para o músico, o disco também é isso, ouvir é fundamental, a bíblia do músico é o disco, e claro, estudar muito”.

Todas as suas experiências tocando com nomes que admira o surpreende até hoje, ele conta suas histórias quase que agradecendo enquanto fala, agradecendo à vida pelos encontros e seu percurso desde o Natal que ganhou seu primeiro baixo elétrico. “Essas histórias me serviram de exemplos. Eu apliquei em minha vida, solitariamente e em grupo, as oito horas de ensaio por dia”. Em 1993 começou o Dudu Lima Trio, foi quando foi morar com o Weber Martins, baterista na época, e com o Ricardo Itaborahy, seu tecladista até hoje. Moravam juntos, ensaiavam por horas a fio, diariamente, e ainda tocavam todo final de semana.

Conversar com Dudu me fez lembrar o personagem Andrew Neiman, de “Whiplash” (2014). Porém, um cara já com seus fios brancos, serenidade, espiritualidade e mansidão, que para sempre, sem redundância, vai seguir em busca da infinitude de seus contrabaixos – elétrico, acústico, fretless, vertical e o baixolão – enquanto entra para seu lugar preferido, um estúdio no jardim de sua casa, e decola.

Dudu Lima

“Concerto para Contrabaixo” – Quinta (21), 20h. OAndarDeBaixo (Rua Marechal Floriano Peixoto 37, Centro).

Duo com Caetano Brasil – Sexta (22), 20h. Experimental Container Bar (Av. Barão do Rio Branco 3.162).

Dudu Lima Trio – Sábado (23), 20h. Experimental Container Bar

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Veículo: Estado de Minas

Editoria: Gerais

Data: 20/12/2017

Link: https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2017/12/21/interna_gerais,926262/conselheiro-suspeito-de-injuria-racial-e-suspenso-em-juiz-de-fora.shtml

Título: Conselheiro tutelar acusado de injúria racial é suspenso em Juiz de Fora

O conselheiro tutelar Abraão Fernandes, de Juiz de Fora, na Zona da Mata, foi suspenso do cargo  temporariamente após pedido feito pelo Ministério Público de Minas Gerais.

Abraão Fernandes ficou conhecido após se envolver em uma polêmica quando denunciou, em 16 de outubro, um vídeo gravado com a drag queen “Femmenino dentro do Colégio de Aplicação João XXIII, mantido pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em que alunos do ensino fundamental dizem para a artista que não há brinquedos só para meninos ou meninas.

O conselheiro já havia sido afastado do cargo quando a jovem Mariana Cristina Dias, amiga da drag, registrou um boletim de ocorrência relatando uma injúria racial de Abraão contra ela.

O Ministério Público foi procurado, via assessoria, mas a informação é que, devido ao recesso, a procuradoria responsável pelo pedido não tinha como fornecer detalhes.

Abrãao confirmou a suspensão nesta manhã e informou que enviará contestação à decisão. “Fui suspenso em tutela de urgência, então, na verdade, tenho 15 dias para apresentar a minha contestação. Não fui ouvido ainda e não apresentei a minha versão dos fatos”, contou.

Questionado sobre o que alegará em sua defesa, o conselheiro diz que “houve uma decisão fundamenta no artigo 136/10 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que fala das atribuições do Conselho Tutelar. Uma delas é encaminhar os casos para as autoridades competentes, que foi o que fiz”, explicou.

Relembre a história

A decisão de suspender Abraão Fernandes do cargo de conselheiro tutelar em Juiz de Fora começou após a denúncia feita por ele, junto ao Ministério Público Federal, por não concordar com o conteúdo da conversa da drag queen Femmenino com as crianças do ensino fundamental do Colégio de Aplicação João XXIII.

Gravado para o Dia das Crianças, o vídeo fazia parte do quadro “Hora do Lanche” e mostra a drag queen Nino de Barros, conhecido como Femmenino, visitando o colégio e conversando com alunos do ensino fundamental. A controvérsia em questão apontada pelo conselheiro está nos dois primeiros minutos do vídeo, quando a artista pergunta quais presentes as crianças gostariam de ganhar no dia 12 de outubro.

Ao receber a resposta de duas garotas que pediram bonecas e de um menino que pediu um boneco Pokemon, a drag diz: “Vocês vão ficar repensando sobre essas coisas de menino e de menina, isso não existe, tá?”. Sobre essa divisão, as crianças acrescentam, em coro e espontaneamente, a frase: “É preconceito”. A declaração, porém, gerou efeitos contrários e reclamações por parte de alguns pais de alunos, pelo grupo “Direita Minas” – conhecido pelo apoio ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSC/RJ) –, e pelo Conselho Tutelar de Juiz de Fora.  

“Foi protocolado um ofício junto ao MPF para que medidas fossem tomadas em desfavor da escola e da drag queen. Entendemos que houve uma violação de direito do artigo 22 (do Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca),  pois incumbe apenas a família o direito de guarda, sustento e educação dos filhos. Queremos que sejam verificadas as responsabilidades administrativas de quem autorizou a drag a ir lá. Até porque, se tratando de atividade extracurricular, os pais deveriam ser comunicados e não foram”, explicou o conselheiro Abraão Fernandes, que informou que 13 famílias o procuraram reclamando do ocorrido.

O ofício também foi baseado, segundo o conselheiro, no Plano Municipal de Educação de Juiz de Fora, que faz restrição ao termo diversidade nas escolas da cidade. Segundo o artigo 2º do texto que foi aprovado março deste ano, “A promoção da cidadania e dos princípios do respeito aos direitos humanos e à diversidade não poderá se sobrepor aos direitos dos pais à formação moral de seus filhos, nem interferir nos princípios e valores adotados ao ambiente familiar, conforme assegurado pela Convenção Americana dos Direitos Humanos, Constituição Federal de 1988, Código Civil Brasileiro e demais normas infraconstitucionais.”

Em seu perfil numa rede social, Nino de Barros, conhecido como Femmenino, desabafou: “Ao invés de estarem preocupados com orientação sexual do filho de vocês (que nada tem a ver com identidade de gênero!), tinham que estar preocupados em criar um ser humano mais lúcido e com conhecimento da sociedade que ele está inserido, deveriam estar se preocupando se seu filho(a) tem senso de coletividade, se ele respeita a vida das pessoas, se ele é feliz, se tem amigos e se está conseguindo exercer a plenitude que é um ser humano pensante, com o poder da crítica, do raciocínio, da filosofia”, escreveu. “Eu boto muita fé no meu trabalho e a experiência que eu tive com todas essas crianças só me deu mais força e esperança que dá pra rolar um mundo muito mais massa pra geral!”

Denunciado por injúria racial

As discussões sobre o vídeo e a denúncia realizada pelo conselheiro renderam diversas discussões na internet. Em uma delas, Abraão acabou sendo denunciado por injúria racial. A fotógrafa Mariana Cristina Dias Martins, que alegou ter sido vítima de injúria, registrou um boletim de ocorrência na Polícia Militar. No documento, ela informa que, na última segunda-feira, durante uma discussão entre várias pessoas no Facebook, Abraão teria enviado mensagens privadas para ela dizendo que ela tinha “cor de bosta”. Ainda conforme a ocorrência, o conselheiro disse a Mariana que “ela deveria se cuidar melhor, pois devia esconder um monte de coisas na cabeça, menos pente e shampoo”.

Inconformada com a ofensa, Mariana pretende seguir com o processo até o fim. “Fiquei revoltada, registrei um BO e o inquerito foi aberto. Por mais que digam que não existe racismo no Brasil, sabemos que tem sim. E vindo de um conselheiro é complicado pelo trabalho que exerce na sociedade. É revoltante e faz a gente questionar os processos de ingressos nesses cargos. Espero que a justiça seja feita,” destacou.

Afastado do cargo  

Com o registro da ocorrência, a Prefeitura de Juiz de Fora abriu um processo administrativo para apurar a conduta do conselheiro e o afastou por 30 dias do cargo no dia 20 de outubro.

O presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Carlos Henrique Rodrigues, já havia pedido o afastamento de Abraão e condenado a conduta que vem sendo adotada pelo conselheiro tutelar no exercício de suas funções.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/21-12-2017/243258.html

Título: Dose dupla

Professor e produtor cultural, Marcelo do Carmo fecha o ano radiante com a aprovação de dois projetos pela Lei de Incentivo Fiscal de Minas em eventos LGBT. O 38° Miss Brasil Gay (com captação de R$ 165 mil) e a 2ª Semana Rainbow da UFJF (com R$ 172 mil).

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/21-12-2017/243258.html

Título: Concerto na UFJF

Os pianistas Maria Alice de Mendonça, Tiago Perissinotto e a soprano Isabela Bianchi apresentam, logo mais, no IAD da UFJF, o concerto “Villa-Lobos – 130 anos de nascimento”.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/21-12-2017/243258.html

Título: Voo livre

A Faefid da UFJF realiza, hoje, encontro anual de ex-alunos, entre 8h30 e 18h.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 20/12/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/21-12-2017/ranking-de-corridas-de-rua-de-juiz-de-fora-comeca-no-dia-25-de-fevereiro.html

Título: Ranking de Corridas de Rua de Juiz de Fora começa no dia 25 de fevereiro

Os amantes das corridas rústicas de Juiz de Fora já podem se programar, pois o calendário do Ranking de Corridas de Rua de 2018 foi divulgado com antecedência, pela Secretaria de Esporte e Lazer da Prefeitura de Juiz de Fora. O anúncio foi feito durante a premiação do 31º Ranking de Corridas de Rua, realizada no Clube Bom Pastor, na última quarta-feira (20). Serão dez etapas (ver quadro). A primeira acontecerá no dia 25 de fevereiro, com a 2ª Corrida do Laboratório Côrtes Villela, e a última corrida, válida pelo ranking da Prefeitura de Juiz de Fora, será a 4º Tecnobit Night Run, no dia 24 de novembro.

“Nos reunimos com os organizadores de cada prova e nos esforçamos durante o ano para que o calendário fosse conhecido com antecedência, pois em 2017 tivemos problemas com a divulgação das datas, que foram conhecidas apenas em março, o que atrapalhou o planejamento de muitos atletas. Por isso nos comprometemos com os organizadores e com o prefeito Bruno Siqueira, que iríamos divulgar não só o calendário das corridas, mas também de outros eventos esportivos da cidade até o final deste ano”, explica o secretário de Esporte e Lazer, Júlio Gasparette, que lembra que a UFJF não se posicionou sobre a sua participação no ranking de 2018, por isso foram confirmadas apenas dez datas.

Gasparette acrescenta que, por conta da Copa do Mundo da Rússia e as eleições em 2018, o calendário ficou bem ajustado, com apenas uma prova por mês. Mas pelo planejamento, foi possível reservar uma data para a tradicional Corrida da Fogueira, que acontecerá no mês de julho. “Agendamos a data do dia 21 de julho para a Corrida da Fogueira. Em 2017 tivemos problemas para organizar a prova, por conta disso, em 2018, o processo de licitação deve ocorrer em fevereiro”.

Gasparette se diz satisfeito com o número de participantes nas 11 etapas do ranking de corridas de rua de Juiz de Fora em 2017, quando cerca de 14 mil pessoas se inscreveram, além dos quase três mil atletas que participaram da Corrida da Fogueira, que não faz parte do ranking. Ele acredita que, com a divulgação antecipada do calendário, o número de participantes deve aumentar em 2018. “Se com os problemas apresentados em 2017 foram mais de 17 mil pessoas, em 2018, com toda essa organização, esperamos que cerca de 20 mil pessoas participem das provas”, prevê.

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Veículo: The Intercept Brasil

Editoria: Notícias

Data: 20/12/2017

Link: https://theintercept.com/2017/12/21/mineradora-quer-construir-barragem-7-vezes-maior-do-que-a-de-mariana-na-mesma-regiao/

Título: MINERADORA QUER CONSTRUIR BARRAGEM 7 VEZES MAIOR DO QUE A DE MARIANA NA MESMA REGIÃO

ANTES QUE 2017 chegue ao fim, o governo de Minas Gerais está para conceder licença para instalação de uma barragem sete vezes maior do que a de Fundão, que arrebentou em novembro de 2015, deixando 19 mortos, afetando 39 municípios e deixando o rio Doce imerso em lama e restos do processo de mineração. A barragem vai ser construída na mesma região do desastre de Mariana. O Ministério Público Estadual, a Procuradoria da República, representantes de moradores locais e especialistas de três universidades (UFMG, UFJF e UERJ) foram contra a medida, mas a Secretaria de estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD) já emitiu um parecer favorável à licença. Nesta sexta (22), a Câmara de Atividades Minerárias – CMI irá se reunir para decidir se aprova ou não a licença.

A obra é um empreendimento do conglomerado britânico Anglo American e será a expansão de uma barragem de rejeitos de mineração que já existe há três anos. A obra é parte do sistema Minas-Rio, o maior mineroduto do mundo, que transporta minérios misturados em água do interior de Minas Gerais até o porto do Açu, no norte do estado do Rio de Janeiro. De lá, o produto segue para exportação. O objetivo principal da expansão é aumentar a capacidade de produção de 26,5 para 29,1 milhões de toneladas de minério de ferro por ano.

O objetivo é fazer três ampliações de forma que a represa chegará a ter cerca de 370 milhões de metros cúbicos de água e restos do processo de mineração. A barragem de Fundão, que rompeu causando o desastre de Mariana (MG) em 2015, tinha 55 milhões de metros cúbicos.

Na tarde desta quinta (21), movimentos sociais, ambientalistas e pesquisadores independentes da região assinaram uma carta pedindo a retirada de pauta do licenciamento. O texto denuncia violações de direitos humanos e constitucionais realizados pela Anglo nos municípios de Conceição do Mato Dentro, Alvorada de Minas e Dom Joaquim, todos de Minas Gerais.

Ao longo de 2017, moradores de Conceição do Mato Dentro (MG), questionaram a metodologia de medição dos impactos da obra e foram ameaçados. A cidade fica a aproximadamente 300 km de Mariana, e o rio Santo Antônio, que nasce em Conceição do Mato Dentro, é um dos principais a também desaguar no rio Doce, já gravemente comprometido pela tragédia de 2015.

O Ministério Público do Estado de Minas Gerais entrou com uma recomendação para que a reunião seja reorganizada. O órgão considera que o local não será capaz de abrigar a todos os interessados e ressalta que, na última reunião, no dia 11 de dezembro, “cerca de 70 moradores de 8 comunidades atingidas diferentes se fizeram presentes”. O promotor de justiça Marcelo Mata Machado, que assina o documento, também considera que, além da limitação de espaço, o horário marcado para a reunião inviabiliza a presença dos cidadãos interessados — o evento está marcado às 9h da manhã, e a cidade de Conceição do Mato Dentro fica a 4h de distância da capital.

O Ministério Público Estadual também emitiu um ofício em que pede a retirada do processo de licenciamento, por apontar falhas no parecer da secretaria estadual.

Esse pedido entra em consonância com outro, feito pelo Ministério Público Federal, que também recomendou à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) que suspendesse um processo de licenciamento na mesma obra, em julho.

Em novembro, o presidente da empresa no Brasil, Ruben Fernandes, deu uma entrevista para o jornal Hoje em Dia, onde disse que “o prazo máximo para a licença sair, sem que haja interrupções no processo produtivo, é dezembro”. Na entrevista, ele também afirmou que a empresa pode parar a produção, caso a licença não saia. Ele também explicou que a barragem será feita de forma diferente da de Mariana: “Vamos altear a barragem a jusante. Isso é importante destacar. A Samarco aumentou a barragem dela a montante”. Jusante é o lado para onde se dirige a corrente de água de um rio e montante é a parte onde ele nasce.

Até a publicação desta matéria, a reunião marcada para sexta (22) estava mantida.

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