As mulheres brasileiras enfrentam desafios diariamente para produzir conhecimentos científicos. No campo das Ciências Exatas, a situação torna-se mais ampla, um meio tradicionalmente dominado por homens, e, como em quase todos os âmbitos acadêmicos, majoritariamente branco. Com a perspectiva de debater o tema, salientar as barreiras que se repetem e apresentar o seu campo de atuação, a sétima edição do Ciência ao Bar recebe, nesta terça-feira, 7, a professora do Departamento de Física da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Zélia Ludwig. O evento, gratuito e aberto ao público, acontece às 19h, no Bar Arteria.
Mulher e negra, Zélia é doutora em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e tem dois pós-doutorados (USP e Unicamp). Além disso, é uma das ganhadoras do Prêmio Inovação e Sustentabilidade, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e colaboradora da Nasa na construção de uma plataforma lunar. Zélia possui também três patentes na área de materiais e vários artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais.
Recentemente, a pesquisadora tem se dedicado à linha de pesquisa Estudos Interdisciplinares Sobre Gênero, Raça, Ciência e Sociedade, com a proposta de discutir equidade e direitos das minorias nas escolas, através da desconstrução de conceitos preestabelecidos. É também criadora e colaboradora da “Mulher, Ciência e Sociedade”, página no Facebook que reúne pesquisadoras e alunas para discutir seu papel na comunidade acadêmica, os obstáculos enfrentados e as formas de superá-los.
“Algumas vezes, no começo da formação, me perguntei o porquê do caminho das pedras ser tão mais cheio de pedras para mim do que para a média dos meus colegas. E, a partir de alguns entremeios, me toquei. Olhando-me no espelho, via uma mulher negra do interior, ocupando um espaço onde isso não era comum”, contou a pesquisadora em entrevista ao Portal da UFJF, em março deste ano.
A edição sobre “A Luta das Mulheres na Ciência”, do Ciência ao Bar, ocorre nesta terça-feira, 7, às 19h, no bar Arteria, localizado na Rua Oswaldo Aranha, 535. A cada evento, um pesquisador apresenta, durante 25 minutos um tema de sua área de pesquisa e, em seguida, são reservados 90 minutos para participação do público que, entre rodadas de chope e tira gostos, pode participar com perguntas e contribuições sobre o assunto.