O mês de novembro tem início para o Centro de Ação Cultural (CAC) no dia 6, com uma programação de palestras que se estende até o dia 27, em reuniões tradicionalmente marcadas para as segundas-feiras, quando o Museu de Arte Murilo Mendes (Mamm), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), abre apenas internamente, embora permaneça aberto ao público de terças-feiras a domingos. Entre os convidados estão os professores da UFJF Antenor Salzer Rodrigues e Valéria Mendes Fasolato. O ex-professor da instituição, José Eustáquio Romão, também marca presença no cronograma especial que encerra as atividades do grupo em 2017. A entrada é aberta aos integrantes do CAC e a convidados
Temas como literatura, pintura, história e educação estão na pauta do mês, que tem uma pausa de lazer no dia 30, quando as integrantes do grupo, sob coordenação de Lygia Toledo e Leonor Carneiro, viajam ao Rio de Janeiro, ciceroneadas por Florinha Carmo. O passeio inclui o principal ponto turístico da capital fluminense, o Cristo Redentor, seguido de uma visita aos arredores do Aeroporto Santos Dumont, finalizada por um encontro na cafeteria e na biblioteca do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBM).
Mergulho nas artes
Psicólogo, mestre em Letras e em Psicanálise, além de doutor em Saúde Coletiva, o professor Antenor Salzer Rodrigues abre a programação da próxima segunda-feira, às 15h, falando sobre a importância de Machado de Assis, um dos mais notáveis escritores da língua portuguesa. Palestrante multifacetado, ele discorre sobre o tema a partir de uma síntese das principais obras do autor de “Dom Casmurro”, “Helena”, “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “O Alienista”, entre tantas outras.
No dia 13, no mesmo horário, a professora da UFJF Valéria Mendes Fasolato, que fez seu doutoramento com base na pintura de Maria Pardos, analisa a vida e a obra dessa espanhola radicada no Brasil até o início do século XX. Sua explanação parte de uma ampla pesquisa biográfica inspirada nas telas que integram o acervo do Museu Mariano Procópio. A docente mergulhou no estudo, principalmente de nus e paisagens, buscando indícios de um diálogo entre a cultura brasileira e a da Europa, com foco no período entre as últimas décadas do século XIX até 1928, quando a artista morreu no Rio de Janeiro.
Um filho especial
Com profundo conhecimento de causa, José Eustáquio Romão fala sobre a atualidade de Paulo Freire em palestra marcada para a segunda-feira, 27, às 15h, encerrando com chave de ouro as atividades do grupo, no Mamm, em 2017. A escolha do tema se deve ao fato de o professor ter acompanhado de perto o pedagogo brasileiro, entre 1986 e 1997, época de uma verdadeira peregrinação de ambos, levantando a bandeira da democratização e da universalização do ensino Brasil afora.
A presença do ex-professor da UFJF se torna especial para o grupo por ter sido o fundador do CAC, inicialmente intitulado Centro de Atividades Cinematográficas. Como ele ressalta, mais tarde as atividades foram ampliadas e o nome passou a ser Centro de Atividades Culturais. Para o professor, o CAC é um filho que ganhou vida própria. Quando de seu nascimento, era um instrumento de conscientização, em uma época em que não havia espaço para atuar politicamente.
“Os partidos estavam proibidos e a Universidade controlada e monitorada pelos órgãos de segurança. O CAC foi criado com a finalidade de se estudar cinema e, por meio dele, sem que os militares percebessem, atuar politicamente e promover formação política da população. Um grupo de mulheres, liderado inicialmente por Marília Schmidt, aderiu ao CAC [em 1978], sendo que várias reuniões foram promovidas na casa dela”, esclarece.
O Mamm fica localizado na Rua Benjamin Constant 790, no Centro da cidade.
Outras informações: 3229-9070 (Mamm-UFJF)
(32) 2102-3964 (Procult-UFJF)