Um clima de amizade e nostalgia marcou o encontro de ex-alunos da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (Facom/UFJF). O evento, realizado na noite do último sábado, 7, no Green Hill Hotel, reuniu antigos e atuais estudantes da Facom, além de professores e técnicos que celebraram os 60 anos do curso de Jornalismo da UFJF e os 10 anos do Programa de Pós-graduação em Comunicação (PPGCom).
Idealizador da iniciativa, o Diretor de Imagem Institucional da UFJF, professor Márcio Guerra, era um dos mais emocionados. “Fico muito feliz e realizado de ver tanta gente que eu gosto presente em um evento como esse, dando essa alegria de estar todo mundo junto, matando a saudade. É uma coisa muito legal, porque resgata o que há de mais importante nas relações humanas: o afeto entre as pessoas. A Facom promove muito isso”.
Um encontro como esse é extremamente importante para a gente poder comemorar todos esses anos de curso de Jornalismo (Jorge Felz)
O diretor da Facom, Jorge Felz, ressaltou que o momento serviu, também, para a celebração das conquistas obtidas pela Faculdade nos últimos tempos. “Um encontro como esse é extremamente importante para a gente poder comemorar todos esses anos de curso de Jornalismo, todas as conquistas que tivemos nesses anos e todos os grandes jornalistas que passaram, primeiro pelo curso e depois pela Faculdade de Comunicação. Temos também o PPGCom, que vem, ao longo de 10 anos, sendo reconhecido pela Academia como um curso no qual a pesquisa se faz de forma séria, correta, com os pesquisadores sendo reconhecidos pelo mercado. Por fim, temos que nos lembrar da construção do prédio novo, tão importante, num momento de crise como esse. Temos vários motivos para comemorar’, avaliou.
Se, por um lado, a saudade marcava a fala daqueles que estavam se despedindo da Faculdade, por outro, a empolgação dos calouros alegrava ainda mais o ambiente. Gian Rezende, do 9º período, afirmou que se lembraria com carinho dos ensinamentos recebidos durante a graduação. “A Facom foi um lugar onde eu comecei a me conhecer como pessoa, foi uma experiência fantástica. Agora, que está acabando, fica aquele sentimento de tristeza. Essa festa serve até como despedida da faculdade, um lugar de muito aprendizado e conhecimento de mim próprio, onde eu descobri novas ideias, novos pensamentos”.
Já Igor Tancredo, aluno do 3º período, relatou que já estava se vendo no lugar de tantos colegas presentes no baile. “Quando eu vejo esse pessoal todo reunido aqui, eu tento me projetar no lugar deles, me imaginar com minha turma daqui a dez, vinte anos. E é interessante poder conversar com pessoas que a gente vê no mercado, na TV; isso é bom não apenas para a nossa formação profissional, mas para a vida, para ter a dimensão do que é o curso, de onde a gente está”.
Um dos convidados mais empolgados era Eduardo Monsanto. O jornalista esportivo dos canais ESPN afirmou que o motivo da animação era lembrar do quão importante foi a Facom para vida profissional e pessoal da sua família. “A gente pode passar meses, anos, mas a Facom não sai da gente. A minha esposa, a Olívia, que também é jornalista, conversava sobre isso comigo. A gente se conheceu aqui, temos um filho que pode ser considerado filho da Facom, porque foi ela que facilitou esse encontro. Então toda vez que tem a Faculdade envolvida, a gente faz questão de vir, porque é um local que mudou nossa vida, pelo qual a gente tem um carinho e uma gratidão imensos”.
Segundo a professora Marise Pimentel Mendes, a história do curso é marcada, também, pela construção coletiva da Faculdade, refletida nas conquistas obtidas ao longo do tempo. “Sessenta anos é uma história muito longa. Eu entrei ainda na época da Faculdade de Direito, muita coisa foi construída nesse tempo. Criamos o curso noturno; um curso novo, de Rádio, TV e Internet; o PPGcom, tanta coisa importante. E é muito bom encontrar as pessoas, os alunos, saber o que eles estão fazendo, matar a saudade,comemorar as conquistas que aconteceram. Também é bom para que os atuais alunos possam conhecer essas pessoas, trocar ideias, experiências, vislumbrar possibilidades”.
Quando eu estava na sala de aula eu era ator; quando estou no palco, sou professor; e quando escrevo uma peça, sou jornalista (José Luiz Ribeiro)
O diretor de teatro e jornalista, José Luiz Ribeiro, lembrou dos tempos em que esteve presente nos corredores da Faculdade. “Zé Luiz”, como é mais conhecido, formou-se numa das primeiras turmas do curso de Jornalismo, no início da década de 1960, e lecionou na Facom durante 40 anos. “É uma alegria ver a renovação, ver as pessoas chegando com filhos já maiores. Vejo tanta gente que passou e dá orgulho de saber que não fui apenas um professor, continuo sendo um amigo. Quando eu estava na sala de aula eu era ator; quando estou no palco, sou professor; e quando escrevo uma peça, sou jornalista”.
Além de relembrar o passado, a professora Marise Mendes fez questão de projetar o futuro da Facom: “O que eu espero para os próximos 60 ano, é que a gente tenha criatividade, que a gente não esmoreça, porque existe uma crise de valores, de ética e moral muito grave neste país. Então eu espero que a gente saiba crescer, avançar com integridade ética e pensamento aberto”, finalizou.