Dentro da programação da Semana da Engenharia, a equipe de robótica da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Rinobot, promoveu nesta quinta, 5, uma competição que envolveu futebol e sumô de robôs, além de demonstrações de controle. Participaram também equipes da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
Segundo a estudante de Engenharia Elétrica (com habilitação em robótica) e integrante da Rinobot, Gabriella Pires, quando são trabalhados os protótipos para competição, existe um enorme aprendizado extraclasse. “Por ser um exercício prático, a gente leva para a competição para ver o resultado do nosso projeto. A Engenharia é um curso muito teórico, mas quando você participa de um projeto como uma equipe de competição, dá para colocar na prática tudo que vimos na sala de aula. Tem que saber, além disso, trabalhar em equipe, saber liderar ou ser liderado, cumprir prazos e metas”.
A Rinobot
A Rinobot é um projeto de pesquisa, iniciativa da professora Ana Sophia Cavalcanti, que trabalha com engenharia elétrica, com habilitação em robótica e automação industrial. A equipe surgiu em março de 2016, com a categoria very small size soccer (VSSS), futebol de robôs. Hoje possui cinco categorias de competição e 66 membros de diversos cursos. Sua primeira competição foi ano passado, em Recife. Segundo a orientadora, a intenção do projeto é o aprendizado e o desenvolvimento dos alunos “Nosso calendário foca nas competições nacionais. Quando os alunos participam dessas competições e veem as outras equipes e como elas resolvem problemas, eles têm um crescimento”.
Ana Sophia conta que, em 2004, quando ainda era aluna, teve início na UFJF uma olimpíada de robôs. “Foi um evento que partiu de um professor,
para desenvolver a robótica na Faculdade de Engenharia, era uma competição interna”. Quando Ana se tornou professora na Universidade, quis dar continuidade a isso, já que participou por muitos anos do projeto. “Só que eu queria dar um passo maior, porque a nossa competição era rádio- controlada (ou seja, os robôs funcionavam por um controle) e a gente não participava da competição nacional, que era autônoma. A minha ideia foi tentar montar essa equipe aqui da UFJF para participar da competição nacional.”
A partir disso, a equipe foi montada e hoje já conta com robôs autônomos. “A gente faz a programação dos robôs e usando uma câmera para posicioná-los em campo, eles operam sozinhos. A gente não interage com os robôs durante o jogo, é só o computador que envia os comandos”, explica.
Nas escolas
Além da parte competitiva, a Rinobot também tem o viés educacional para além da Universidade. Gabriella explica que está sendo implementada a difusão da robótica dentro das escolas de ensino fundamental e médio de Juiz de Fora. “A gente já participa das visitas guiadas aqui na UFJF e quer levar nossos robôs para dentro das escolas para incentivar as crianças e adolescentes a fazer engenharia, ver se é isso mesmo que elas gostam e dar um incentivo na educação delas”.
Ana Sophia destaca que é importante para que esses jovens entendam um pouco do que é essa área, de maneira participativa. “Pensamos nesse sentido porque hoje a tecnologia está toda voltada nessa área. A gente tem aplicação nas indústrias, na área de automação. É importante tanto para os alunos de engenharia elétrica quanto para a sociedade hoje”.