Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Política
Data: 01/10/2017
Título: Conselho quer revisão no Plano de Educação
O Conselho Municipal de Educação (CME) defende uma revisão do Plano Municipal de Educação (PME), que está em vigor desde 30 de março deste ano. A lei define diretrizes para o sistema de educação da rede municipal e terá validade por dez anos. Em ofício encaminhado aos poderes Executivo e Legislativo, ao Ministério Público (MP) e ao braço local da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o CME pede que sejam tomadas “medidas cabíveis” a fim de retirar trechos que, aos olhos do conselho, restringem o conceito de diversidade e incidem em “flagrante inconstitucionalidade”. Os trechos questionados foram acrescidos ao texto por emendas assinadas pelos vereadores André Mariano (PSC), autor de dois adendos, e José Fiorilo (PTC). Desde suas apresentações, as emendas que acabaram aprovadas pelo plenário foram classificadas por setores da educação como de vieses conservador e religioso, de forma a limitar a abrangência do termo diversidade.
O ofício que recebeu a assinatura de 18 integrantes do CME, incluindo a presidente Zuleica Nocelli, e foi homologado pela secretária municipal de Educação, Denise Franco, foi redigido no último dia 24 de agosto. O documento é originário dos trabalhos de uma comissão especial constituída pelo conselho para avaliar uma moção apresentada pelos participantes de um seminário que debateu a diversidade na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e exarado pela Diretoria de Ações Afirmativas da UFJF. A avaliação foi no sentido de que o texto da legislação “restringe o conceito de diversidade, vinculando-o apenas à educação especial”.
Como justificativa para o pleito pela retirada de três trechos do Plano Municipal de Educação, o documento cita trechos da Lei Orgânica do Município, da Constituição Federal e da Declaração Universal dos Direitos. “As diversas legislações sinalizam a importância de se reconhecerem as várias dimensões da diversidade na organização curricular, no processo de formação de professores e nas práticas pedagógicas, com vista ao desenvolvimento de uma educação que contribua para um projeto de Nação, balizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, com referência aos ‘objetivos constitucionais, fundamentando-se na cidadania e na dignidade da pessoa, o que pressupõe igualdade, liberdade, pluralidade, diversidade, respeito, justiça social, solidariedade e sustentabilidade’”, afirma o ofício.
“O PME limita o conceito de diversidade”
Vice-presidente do CME e uma das relatoras da comissão especial criada para estudar o apontamento feito pela Diretoria de Ações Afirmativas da UFJF, Elita Betânia de Andrade Martins destaca que uma das funções do conselho é exatamente acompanhar as definições constantes do Plano Municipal de Educação. “O CME recebeu um documento da Diretoria de Ações Afirmativas da UFJF, questionando alguns trechos do plano. Organizamos uma comissão para analisar várias legislações relacionadas à educação e à diversidade. Ficou claro que o PME limita o conselho de diversidade. Assim, não nos limitamos a responder à UFJF, como também optamos por encaminhar este pedido às autoridades competentes.”
O Conselho Municipal de Educação é um órgão consultivo da Administração municipal no setor de educação e foi criado pela Lei 6.603, de 28 de setembro de 1984. A entidade tem por finalidade orientar e assessorar o Município na fixação de diretrizes e bases da política educacional.
Respostas
Da parte do Poder Executivo, juntamente com o Conselho Municipal de Educação, a Secretaria de Educação (SE) recebeu o documento encaminhado pelo Movimento de Ações Afirmativas. “Após análise de uma comissão formada pelos membros do CME, foi preparado um ofício pedindo a retirada do ordenamento jurídico o parágrafo em questão. O documento foi homologado pela Secretaria de Educação (SE) e encaminhado para os órgãos competentes.” A reportagem também solicitou um posicionamento da Câmara, que não havia dado um retorno até a edição deste texto.
O que dizem as emendas
Uma das emendas assinadas por André Mariano, incluída no artigo que trata das diretrizes traçadas no PME, defende que o conceito de diversidade presente na lei seja entendido como “toda modalidade de educação inclusiva ou especial”. A outra tem característica similar e também restringe a abrangência do termo no item que objetiva a consolidação das instituições de ensino como espaços coletivos de produção e disseminação de conhecimentos, de respeito às diversidades, de formação de valores democráticos e de convivência cultural e política. Para Mariano, neste sentido, diversidade deve ser entendida estritamente como “garantia de universalização do acesso à Educação Básica” e atendimento educacional especializado “a todas as pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”.
Já o adendo assinado por Fiorilo defende que “a promoção da cidadania e dos princípios do respeito aos direitos humanos e à diversidade não poderá se sobrepor aos direitos dos pais à formação moral de seus filhos, nem interferir nos princípios e valores adotados ao ambiente familiar”. A mudança também incide sobre o artigo que trata das diretrizes definidas pelo PME, que, em sua redação, defende a “promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental”.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 01/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/01-10-2017/231661-2.html
Título: Antenado
Com o aumento diário de ‘pets’ circulando pelo Campus – alguns acompanhando seus donos em longas caminhadas – a UFJF bem que poderia implantar, na Praça Cívica, um bebedouro automático para cães e gatos.
O assunto já foi tema, inclusive, de dissertações de mestrado em universidades paulistas e paranaenses abordando a “humanização dos animais domésticos”. Em Botucatu (SP) um equipamento deste foi instalado na Praça Rubião Júnior ( centro histórico). Faz o maior sucesso.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Política
Data: 01/10/2017
Título: ‘Imagina se cada um de nós estiver armado’, diz antropólogo
Luiz Eduardo Soares é antropólogo, cientista político e é considerado um dos maiores especialistas em segurança pública do país. Ele já ocupou cargos públicos de destaque na Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, nos governos de Anthony Garotinho (1999 a 2002) e Benedita da Silva (2002), e na Secretaria Nacional de Segurança Pública, nos dez primeiros meses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É também co-autor do livro “Elite da Tropa”, que inspirou o longa-metragem “Tropa de Elite”, um dos principais filmes da história do cinema brasileiro. Em visita a Juiz de Fora, para uma palestra na UFJF, Soares concedeu entrevista ao Jornal Tribuna de Minas e ao Programa Pequeno Expediente da Rádio CBN. Na visão dele, o combate à violência e aos crimes de homicídios depende de um trabalho articulado, intersetorial, que não inclua apenas as instituições policiais, mas outras políticas públicas. Nesta entrevista, concedida aos jornalistas Paulo César Magella e Renato Salles, ele destaca que é preciso conhecimento da peculiaridade de cada local para que ações contra a criminalidade produzam, de fato, algum resultado e se posiciona contrário à presença do Exército nas ruas do Rio Janeiro como forma de conter a crise que a cidade atravessa no campo da segurança pública. É ainda enfático ao dizer que a liberação das armas à população só irá contribuir para que a sociedade corra o risco de sofrer violências mais graves.
Tribuna de Minas – Sobre o Plano Nacional de Segurança, no período inicial da gestão do presidente Lula, do qual o senhor é um dos co-autores, uma das propostas apresentadas foi o Sistema Único de Segurança. Ele saiu do papel? Se saiu, foi de forma precária? O que ainda existe daquele projeto?
Luiz Eduardo Soares – O problema dos governos, além de outros, é a falta de continuidade, sobretudo quando há conflito político, pois isso acaba impondo obstáculos à sequência do trabalho anterior. A despeito do fato de termos um plano, que talvez tenha sido o primeiro apresentado e discutido em uma eleição, em 2002, a partir de um certo momento, constatou-se que não era adequado, racional, conveniente à presidência da República, portanto à União, assumir maiores responsabilidades na segurança pública. É muito conveniente lavar as mãos e deixar a carga mais pesada sobre os ombros dos governadores. Portanto, isso acaba desestimulando todos os que chegam à presidência, que já têm muitas áreas de desgaste e procuram, portanto, evitar. Nós chegamos a negociar com os 27 governadores na época, e todos eles assinaram e endossaram um acordo. Seria nossa plano vinculado ao Susp (Sistema Único de Segurança Pública). Nós implantaríamos uma série de reformas que exigiriam mudança constitucional, o artigo 144 teria de ser reformulado. Então, iríamos avançando na transformação do modelo policial e na arquitetura institucional da segurança. Ocorre que, a despeito do endosso dos governadores e de um processo que fluía razoavelmente bem, infelizmente, não se deu o passo subsequente, justamente porque a União, o Governo federal, não quis assumir a responsabilidade de conduzir um processo que o associaria necessariamente aos resultados da segurança na mentalidade popular e, portanto, voltamos à estaca zero. Quando o ministro Tarso Genro assumiu no segundo mandato do presidente Lula, ele então retomou a ideia do Susp e a incluiu no seu plano, que era o Pronasci, programa de segurança e cidadania. Mas isso acabou não tendo um desdobramento maior, acabou se perdendo num conjunto de iniciativas mais fragmentárias, positivas, mas não suficientes, para promover maiores mudanças. Portanto, a ideia do Susp continua sendo uma ideia.
– Também foi criada a ideia de Gabinetes de Gestão Integrada nos estados. Aqui, em Minas Gerais, houve uma experiência parecida. A Polícia Civil e a Polícia Militar, aqui em Juiz de Fora, por exemplo, trabalham num espaço único, mas, de uma certa forma, não é apenas uma questão física, mas uma questão política, de unidade, que não existe. Na questão dos Gabinetes de Gestão Integrada era fazer uma fusão, acabando com essa dicotomia?
– Nós não teríamos autoridade para isso, porque essa é uma definição que depende da Constituição, e o artigo 144 determina que se atribuam responsabilidades distintas e supostamente complementares à Polícia Militar e a Polícia Civil. Mas em todo o Brasil isso não é uma peculiaridade de Juiz de Fora, há muita dificuldade de colaboração, nem diria integração, mas, pelo menos, colaboração. É muito difícil, pois são duas corporações distintas com papéis diferenciados. Por isso, há uma expectativa muito grande, inclusive da maioria dos policiais no Brasil todo. Nós fizemos, a esse respeito, para que houvesse, não digo uma fusão, mas uma espécie de outro desenho institucional, de modo a que todas as polícias desenvolvessem o ciclo completo, ou seja, realizassem todas as tarefas da polícia, como o trabalho ostensivo e repressivo, que hoje é monopólio da Polícia Militar, e o trabalho investigativo, que hoje é monopólio da Polícia Civil. A Polícia Militar não é judiciária. Então, teríamos um quadro de distinções de outro tipo. Talvez distinções regionais ou quanto a tipo de crime, e essas polícias não seriam mais militares e não disporíamos mais de uma Polícia Militar.
– Há uma escalada nos índices de violência. Juiz de Fora completou recentemente o homicídio de número cem, e essa é uma discussão que, de certa forma, deve pautar as eleições do ano que vem. Há uma solução de imediato para esse problema, que os candidatos possam oferecer em 2018?
– Acho que os candidatos que quisessem conquistar a confiança deveriam dizer assim: é impossível resolver esse problema de imediato. Não vamos criar ilusões, mas vamos dar o primeiro passo para mudanças mais profundas estruturais, mesmo na área da institucionalidade da segurança pública, para que nós não venhamos a fazer essa pergunta ou enfrentar esse desafio amanhã, porque o fato é que estamos sempre sendo reativos. Nós reagimos às emergências de forma desesperada, atabalhoada, voluntarista. Apagamos algum incêndio, mas acabamos por reproduzir as condições que tornaram possível, originalmente, que o problema emergisse. Se queremos de fato alterar esse quadro, temos que começar a pensar no longo prazo. É claro que a população precisa de uma intervenção imediata para salvar suas vidas. Em primeiro lugar, é preciso respeitar as peculiaridades locais, as especificidades que têm que ser estudadas e conhecidas. Há portanto toda uma abordagem de pesquisa que não exige muito tempo. Nós podemos promover mudanças profundas com redução drástica de homicídios em seis meses por exemplo. Há exemplos no Brasil. Eu participei com o prefeito Tarso Genro, em 2001, de uma experiência, em Porto Alegre (RS), e, em seis meses, zeramos os homicídios na área mais violenta e mais pobre da cidade, num bairro de 150 mil habitantes chamado Restinga. Esse experimento, como vários outros no Brasil, mostram um trabalho articulado, intersetorial, usando não apenas as instituições policiais, mas outras políticas públicas bem orientadas.
– A possibilidade de armar a população pode de fato minimizar a violência ou, ao contrário, pode fomentá-la?
– Fomenta certamente a violência, porque acaba por realimentá-la. Imagina se cada um de nós estiver armado. Eu vou até usar uma figura, uma imagem, que foi usada pelo atual ministro da Defesa. Quando era líder na Câmara do movimento pelo desarmamento, o Raul Jungmann dizia: imaginem a minha filha saindo de casa. Eu pergunto a ela: você está armada? Você está com a sua arma na bolsa. Eu pergunto ao meu filho que está indo ao estádio de futebol: você está levando sua arma, carteira de identidade, dinheiro para tomar um sorvete? Sim, pode ir. Você entra num táxi e supõe que o motorista está armado e o outro que o fecha logo adiante tem a sua arma, o vendedor da esquina que pode não gostar da sua expressão tem a sua arma. Já imaginaram? Chega a ser bizarro! A ideia de que nós, estando armados, estamos mais protegidos é um equívoco já demonstrado amplamente por pesquisas nacionais e internacionais. Ao contrário, se estamos armados, corremos mais riscos de violências mais graves.
– De qualquer forma, o ministro Jungmann está com um problema sério, porque uns querem o Exército nas ruas, outros não, mas é uma questão muito presente no Rio de Janeiro. A violência chegou a um status que pode ser considerado como estado de guerra no Rio. O que pode reverter isso?
– É muito preocupante e vou dar a resposta que o comandante do Exército deu recentemente: as forças armadas não devem participar da segurança pública, não estão preparadas para fazê-lo. Elas não têm como contribuir na segurança pública no sentido cotidiano, rotineiro. Pode eventualmente ajudar, como iniciativas de apoio à Polícia Rodoviária Federal, fazendo bloqueios na estrada, abordagens que têm sido capazes de reduzir um pouco o tráfico de armas. A Marinha pode fazer vigilância na costa. Há aeroportos clandestinos, nos quais a Aeronáutica pode contribuir. Sobre a ideia da guerra, sempre fui contrário a ela, porque não temos efetivamente uma guerra. E se usamos essa expressão, estamos autorizando aqueles que estão envolvidos no confronto a agirem como se estivessem em uma guerra, não considerando o suspeito como suspeito, mas como inimigo a ser abatido, a ser morto. Se há autorização na guerra para matar o inimigo, nós transportamos para vida cidadã essa possibilidade, essa autorização. Eu costumo dizer o seguinte: é guerra, eu não concordo, mas digamos que seja, então não se trata de segurança pública, nem de justiça criminal. Se é guerra se trata de construção da paz, que é uma tarefa nobre, política, superior, que envolve negociação, outro tipo de postura e de enfrentamento, e isso tem muitas consequências que acabam sendo positivas e podemos virar pelo avesso o argumento da guerra. Quanto à solução imediata, se eu tivesse alguma possibilidade de influir no Governo do estado diria: interrompam todas as incursões policiais às comunidades vulneráveis e às favelas. Elas estão matando de forma irresponsável, criminosa, seus próprios membros, os membros das polícias e inocentes e também suspeitos que não podem ser liquidados. Qual é o benefício da incursão se a polícia sai imediatamente depois, eventualmente, com duas ou três armas e alguma quantidade de droga. Isso justifica o terror que se impõe? A resposta imediata de alguém de bom senso será: então deixamos ao Deus dará as favelas? De modo algum. Temos que reorganizar nossas polícias, prepará-las para outro tipo de abordagem, repactuando a relação entre Estado e sociedade nas áreas vulneráveis.
– O tema de sua palestra na UFJF foi o Brasil de 2013 para cá. Que Brasil é esse que ressurgiu a partir de 2013, quando o povo foi às ruas?
– Sendo bastante sintético, eu diria que nós vivemos um momento muito importante em 2013, que não se esgotou nas manifestações daquele ano e que tão pouco merece uma avaliação por seus efeitos imediatos, como não houve efeitos, não houve reforma política e qualificação das políticas públicas e etc. Então teriam sido vãs, inócuas, ociosas aquelas manifestações, mas eu não vejo assim. Acho que ali houve uma experiência de outro tipo relativamente ao protagonismo da cidadania. A cidadania no Brasil vivenciou ali um outro tipo de relação com o espaço público. As grandes manifestações eram de rebeldia ou de crítica ao status quo, porque o Brasil tinha melhorado e por isso houve a rebelião. Quando estudamos as sociedades em estudos comparados entendemos isso. Tocqueville, que é um teórico francês do século XIX, já nos disse que a Revolução Francesa ocorreu porque um grupo que tinha o que perder começou a sentir, efetivamente, a possibilidade dessa perda. Era uma classe subalterna, mas que já vivia o acesso a certos bens que estavam em risco. Então, temos uma distinção daqueles que vivem numa indigência da miséria absoluta e, portanto, na impotência. E quem vive assim, vive pensando e trabalhando para a sobrevivência cotidiana e de modo algum se coloca como protagonista no cenário político. Agora, quando existe redução da miséria e quando há expectativa de se redefinirem de forma mais ambiciosa qualquer risco para esse projeto, já significa perda e é capaz de abalar o imaginário e a sensibilidade política dos cidadãos. Além disso, a política do ministro Gilberto Gil foi muito importante por plantar no Brasil o ímpeto criativo na juventude orientado para cultura, artes, música. Isso associado ao ingresso nas universidades daqueles que estavam acostumados a estar sempre excluídos. Houve ali um abalo sísmico na sociedade. O que ocorreu depois? Tivemos essa imensa energia precipitada e tivemos 2014. As eleições não foram capazes de canalizar essas demandas. No entanto, isso tudo ficou para nós como intensidade e nós passamos a tratar o adversário como inimigo, a divergência como uma anátema e a diferença política como uma diferença moral e passamos a viver o ódio como alimento cotidiano, nossa ração diária, de relação, de reflexão, de manifestação. Eu acho que essa intensidade provém dessa nova energia que está no ar, que pode nos conduzir a caminhos ambíguos positivos ou negativos.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 01/10/2017
Título: Mais de mil acidentes com motos nas ruas
O clichê “existem dois tipos de motociclistas, os que já caíram da moto e os que ainda vão cair”, faz uma previsão pessimista, mas ao mesmo tempo traduz a vulnerabilidade de quem se desloca pelo trânsito de moto. Dados do Observatório de Segurança Pública Cidadã da Secretaria de Segurança Pública do Estado mostram um total de 1.036 registros de acidentes envolvendo motocicletas e motonetas em Juiz de Fora no primeiro semestre deste ano, o que representa uma média de 40 acidentes com estes veículos a cada semana. Ao todo, 197 casos a mais que o mesmo período do ano passado, um aumento de 23%. Deste total, 831 ocorrências são de acidentes com vítimas e 205 não tiveram feridos. Houve, portanto, aumento nos dois tipos de registro, já que, no ano passado, o número de acidentes com vítimas chegou a 658 e os sem vítimas foram a 181.
A Polícia Militar tem outro levantamento, mas os números assustam da mesma maneira. De acordo com os dados da corporação, foram 1.044 registros de acidentes envolvendo motocicletas de janeiro a junho de 2017, quase 60 casos a mais que em 2016, quando foram contadas 987 ocorrências. Ainda de acordo com a PM, as líderes da tabela de tipos de acidentes com motos mais comuns são as colisões laterais com 392 casos, seguida por 229 choques e 153 quedas de pessoas dos veículos (ver quadro), entre os dias 1º de janeiro e 23 de setembro. As localidades com mais ocorrências foram o Centro e o Bairro São Mateus, 286 e 149 registros respectivamente.
Mesmo com os dados em mãos, o assessor de Comunicação da PM, major Marcellus Machado, afirma não ser possível precisar quais são os fatores que contribuem para o crescimento. “Os números absolutos mostram aumento, mas não permitem afirmar o que pode ter influenciado esse resultado. As motocicletas são veículos que permitem um deslocamento mais rápido e fácil, reduzindo o tempo de espera no trânsito. Mas essa facilidade tem um outro lado, que é a maior vulnerabilidade”, reconhece.
Os flagrantes de direção sem os cuidados indispensáveis, que causam a maioria dos acidentes com motos, fazem parte da rotina da PM, diz o major. “Quando temos motos que saem ziguezagueando na frente de motoristas de táxi, ônibus e caminhões, por exemplo, há uma predisposição a ocorrência de acidentes. Acidentes como choques em objetos inertes, colisões (traseiras ou frontais), abalroamentos, estão entre as ocorrências que registramos no nosso dia a dia.”
Transporte público caro estimula venda maior de motos
O professor do Departamento de Transportes da UFJF, José Alberto Castañon, explica que a motocicleta entrou de maneira diferente no Brasil e no Oriente. Na China e no Japão, por exemplo, a moto chegou para substituir a bicicleta, como uma evolução dela. “No Brasil, com a crise econômica, a falta de dinheiro, o transporte público caro, o usuário percebeu que, com o dinheiro gasto no transporte público, poderia passar a pagar a prestação de uma motocicleta.” Ou seja, nesse caso, a moto não substitui a bicicleta, ela vem como alternativa para o transporte público deficitário.
Castañon afirma que a política de financiamento de motocicletas “é assassina”, pois expande a quantidade de motos nas ruas e faz com que elas entrem em conflito com os outros veículos. Por isso, é preciso levar em conta a frota de motocicletas que também cresceu em 1.289 unidades em 2016, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Em 2015, a cidade tinha um total de 31.861 motos. Já no ano passado, o número chegou a 33.150, sendo que ainda não há dados de 2017 na plataforma do IBGE. “Desse modo, enfrentamos uma superpopulação de motocicletas, uma pressa histórica de quem tem a possibilidade de chegar mais rápido, mas sofremos com a falta de uma legislação mais rígida e efetiva.”
‘Eles não têm experiência e acabam morrendo’
Todos esses fatores somados à inexperiência de quem precisa utilizar a moto, seja como alternativa para os ônibus, ou profissionalmente para driblar as dificuldades provocadas pela crise, tornam o trabalho de evitar sinistros mais árduo. “Os mais jovens vão às concessionárias e encontram entradas de R$ 1. O cara não tem um emprego, precisa pagar a moto e, então, começa a fazer entregas, e cadê a experiência deles?”, questiona a motofretista Maza Dias, que atua na área há 19 anos. Ela ressalta que, diante da facilidade em adquirir uma moto, muitos escolhem modelos com uma capacidade muito alta, ao invés de começar por unidades menos potentes. “Eles não conhecem a força que um veículo com 300 cilindradas tem, por exemplo. Eles não têm experiência e acabam morrendo, ou ficando mutilados, por causa disso.”
a frisa que o despreparo visto nas ruas é muito grande. ” É preciso ter um bom treinamento, porque um acidente de moto não é brincadeira, ele acontece em segundos. É fundamental evitar que eles ocorram. Além disso, nunca podemos perder o medo. Não devemos ter vergonha de falar que temos medo, porque, enquanto ele está presente, o respeito também está.” Na opinião de Maza, é preciso ampliar a presença da fiscalização, para evitar, principalmente, as irregularidades que acontecem durante a noite.”Há estabelecimentos que empregam quem aparecer e oferecer o serviço pelo menor valor. Não é errado correr atrás, vivemos uma fase muito difícil de emprego no país, mas é preciso preparar essas pessoas para não perdermos tantas vidas.”
Outras variáveis importantes surgem nesse contexto, como considera o motofretista Anderson Dutra. Mesmo com a proibição do uso de celulares na direção, algo considerado infração gravíssima, a desatenção em função de aplicativos e redes sociais continua representando um risco enorme. “A maioria dos motoristas anda ligada no WhatsApp. Um pequeno descuido e acontece um acidente. A moto é um veículo muito rápido. Em um instante, você não a vê, no seguinte, ela já está do seu lado.” Anderson, assim como Maza, defende a ideia de que os outros atores do trânsito olhem os motociclistas com menos preconceito.
Velocidade leva medo a pedestres
A aposentada Terezinha de Jesus, 65 anos, atravessava a faixa de pedestres da Avenida Itamar Franco, na esquina com a Rio Branco, por volta das 14h, do último dia 19. Cuidadosamente parou no meio da via, quando percebeu que o tempo para atravessar a outra metade seria insuficiente. Ela parou, mas outros pedestres resolveram seguir, mesmo precisando dar alguns passos mais apressados ou até mesmo correndo, antes de o sinal abrir para os carros.
Ela diz que a postura cautelosa é, entre outras coisas, influenciada pelo medo das motocicletas. “As motos aparecem do nada. Os motoristas de carros, às vezes, fazem um sinal para que possamos passar, nos dão essa preferência, mas logo em seguida aparece uma moto e nos coloca em risco. Muitos motociclistas não nos respeitam. Eu presto muita atenção sempre, tento até observar por cima dos carros, para me certificar de que não vem nenhuma moto entre os corredores.”
Infelizmente, a atitude de Terezinha não é regra. Segundo o professor José Alberto Castañon, embora sejam feitas muitas campanhas educativas, a sinalização mostre o que é permitido ou não fazer e a fiscalização esteja presente, os hábitos precisam ser modificados. “O que falta mesmo é a educação e não é a educação formal. É aprendizado familiar, em que as pessoas aprendem a atravessar na faixa, por exemplo. Falta um investimento maciço em educação. Esse é um problema grave, que assola o país inteiro. Mesmo que nas escolas já tenhamos as informações, precisamos ensinar o motorista a respeitar as faixas de trânsito e todas as outras regras também.” O trânsito brasileiro é um ambiente estressante, também constata Castañon. “Ele cria esse conflito. Quem está de um lado sempre está mais certo que o outro, esse cenário gera um problema muito sério.”
Imprudência, negligência e imperícia
O tripé da culpa, formado por imprudência, negligência e imperícia, quando se trata da motocicleta no trânsito tem impacto em várias frentes. O primeiro impactado é o condutor porque a carroceria do veículo é seu próprio corpo. “Por mais que inventem airbags, ferramentas, capacetes, até um tombo mais leve pode ter consequências muito sérias. Nossa característica de procurar comprar equipamentos mais baratos, não testados e de baixa qualidade, também pode causar ferimentos mais graves”, pontua o professor José Alberto Castañon.
Impacto na saúde
Em Juiz de Fora, o número de quedas de motos atendidas chegou a 777 até 15 de setembro, de acordo com a Secretaria de Saúde. O número total do ano passado foi de 1.172. A secretaria explica que não é possível filtrar o número de mortes causadas por acidentes com as motos. De acordo com o médico Clorivaldo da Rocha Corrêa, diretor adjunto do Hospital de Pronto Socorro (HPS) e diretor interino de Urgência e Emergência, esse número está dentro de uma série histórica, em que há uma flutuação sazonal. “No verão, temos um número maior de acidentes, mas a média vem dentro dos padrões dos anos anteriores. Como o motociclista fica mais exposto, a gravidade dos acidentes costuma ser maior.” Ele diz que as situações mais frequentes são atendimentos após acidentes por conta de ultrapassagens proibidas, falta de manutenção dos veículos, excesso de velocidade e desrespeito às regras de sinalização e tráfego.
Para pensar no impacto que os acidentes de moto geram, o médico afirma que é preciso observar muitas situações. “No acidente, o primeiro atendimento é feito pela urgência. Chega no HPS, vai ser radiografado, fazer exame de sangue, tomografia, ser medicado e ficar em observação. Nesse primeiro momento, se não tiver nada e for liberado, já usou esses serviços todos. Só para o diagnóstico. Se tiver alguma coisa, como uma fratura na bacia, vai ficar internado para operar.” Depois, ainda ficará afastado das atividades laborais até se recuperar, o que vai gerar um custo ao sistema previdenciário.
“Ainda temos os custos da reabilitação, porque ele passa pela fisioterapia para retornar às condições prévias, e, muitas vezes, não consegue. Então, se consegue voltar para o mercado, se reequilibra. Além desses custos, temos outros: desde a perda de produtividade, do dano ao veículo e à sinalização, que às vezes acontece, temos o custo do resgate, da remoção da vítima, do veículo. Também há o dano ao patrimônio, que pode ser lesado. O acidente não é uma boa para ninguém.” Por isso tudo, Corrêa conclui que o principal caminho é a prevenção. Ele se junta ao coro de que a educação é o caminho para a mudança deste cenário.
Dpvat: motos no topo das estatísticas
O Boletim Estatístico da Seguradora Líder Dpvat indica que a motocicleta representou a maior parte das indenizações pagas por acidentes. Com um total de 141.964 casos, as motocicletas respondem por 74% do total no período de janeiro a junho deste ano, embora ocupem apenas 27% do total da frota. Entre as regiões, a Sudeste fica em segundo lugar na estatística, com 56.373 indenizações pagas, 29% do total, perdendo apenas para o Nordeste, com 32%. Os sinistros pagos por acidentes envolvendo motocicletas somam 21.329 pagamentos em Minas Gerais. Os motoristas são os que mais receberam indenizações, um número que chega a 15.354. Entre os condutores também há o maior número de registros de pagamentos por morte, 832 no total. “Parece notícia antiga, mas, infelizmente, não é. Os motociclistas continuam no topo das estatísticas de trânsito e sempre com números preocupantes. A análise e disseminação das estatísticas do Seguro DPVAT pode contribuir para o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes mais efetivas”, alerta Ismar Tôrres, diretor-presidente da Seguradora Líder DPVAT.
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Veículo: O Tempo
Editoria: Política
Data: 01/10/2017
Link: http://www.otempo.com.br/capa/pol%C3%ADtica/reelei%C3%A7%C3%A3o-vive-questionamento-1.1526361
Título: Reeleição vive questionamento
Vinte anos após ser aprovada no Congresso Nacional, a emenda constitucional que permite a reeleição de representantes do poder Executivo volta a ser tema de discussão no Parlamento. Diante das evidentes vantagens ao candidato que já está no cargo e tenta permanecer no comando do Executivo, alguns parlamentares, antes apoiadores da ideia, defendem o fim da possibilidade.
Em tramitação no Congresso Nacional, há propostas que defendem o mandato de cinco anos com o fim da reeleição. Nenhuma delas, porém, prosperou. Fato é que, da eleição de 1998 – primeira em que foi permitida a reeleição – até hoje, a maioria dos políticos que tentaram se reeleger saiu vitoriosa da disputa.
Entre os parlamentares que votaram a favor da emenda constitucional que autorizou a reeleição no Executivo em 1997, no governo FHC, estava o senador Aécio Neves (PSDB), à época deputado federal. Hoje, o senador tucano se posiciona contra o modelo, alegando que sua extinção dará espaço para novos líderes na política e dificultará o uso inadequado da máquina. “Tivemos a experiência da reeleição. Não nos arrependemos dela, mas é preciso que tenhamos a capacidade de avaliar se foi boa ou se foi ruim. Acho que o fim da reeleição, neste momento, permite o surgimento de novas lideranças políticas e inibe o uso abusivo da máquina pública”.
Aécio Neves é autor da PEC 49, em tramitação no Senado Federal, que acaba com a reeleição para cargos do Executivo e estabelece mandato com duração de cinco anos.
Compartilha da mesma opinião de Aécio, o deputado federal Saraiva Felipe (PMDB), que também votou pela reeleição nos anos 90. Saraiva diz apoiar o mandato de cinco anos como uma forma de “desprofissionalizar a política”. Ele defende que a reeleição tem que ser revista também no Legislativo.
O peemedebista afirmou que o Brasil não tem “maturidade política” para ter esse modelo. Ele afirma que reeleição virou um complicador na política. “A maioria dos políticos faz o uso da máquina pública para se reeleger”, diz. Saraiva destaca que a manutenção da qualidade do mandato quase nunca ocorre. “Muitas vezes o político faz um primeiro mandato muito bom, às vezes já pensando na reeleição, e num segundo mandato relaxa e tenta tirar algum proveito”, conta.
O mesmo partido que apresentou a proposta no passado agora defende a mudança. O fim da reeleição foi uma das propostas para a reforma política apresentadas pelo PSDB no Congresso Nacional em 2013.
Mais recente no Legislativo, o senador Antonio Anastasia (PSDB), que já foi reeleito ao governo de Minas, concorda com o fim do instituto. Ele contou que, a princípio, avaliou positivamente o modelo, mas que ao longo dos anos, a reeleição veio demonstrando muitas falhas. “O modelo torna o eleito um refém da sua própria reeleição. Ele acaba tendo que se comprometer com a reeleição e muitas vezes esquece do seu mandato como um todo”, afirma.
Mesmo contrário, Anastasia reconhece alguns méritos no modelo. “O atual mandato de quatro anos é muito pequeno para a realização de obras significativas, mas no Brasil ainda não se soube definir um perfil ideal”, diz.
Em contrapartida, o deputado federal Patrus Ananias (PT) afirmou não ser contra nem a favor da reeleição. “Acho que essa discussão deve ser mais profunda. Não acredito que essa é uma forma de acabar com os problemas da corrupção”, diz.
Para o petista, o importante é discutir a criação de mecanismos que avancem na democracia participativa: “É preciso elevar o nível de participação popular, em especial em relação ao orçamento. Com ou sem reeleição é importante que exista controle social para que a população fiscalize os processos eleitorais para que não se use a máquina administrativa de maneira inadequada”, afirma.
Números mostram vantagem clara aos ocupantes de cargos
Um levantamento feito por O TEMPO mostra a enorme vantagem que o instituto da reeleição permite a quem já está no poder.
Nas corridas presidenciais, todos os representantes que se candidataram foram reeleitos para o cargo, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Lula (PT) e Dilma (PT).
Nas disputas pelos governos estaduais, ocorreram 92 candidaturas, sendo reeleitos 58 governadores, o que representa 63% do total. No âmbito municipal, observando todas as capitais do país, essa porcentagem é ainda maior, 78% dos prefeitos que tentaram um novo mandato conseguiram permanecer no poder.
Desempenho. Outro fato observado é que, na maioria dos casos, o primeiro mandato é melhor avaliado pela opinião pública se comparado com o segundo. No primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, por exemplo, o governo terminou com 45% de aprovação. Um mês antes de ser afastada do cargo, já no segundo mandato, a aprovação era de apenas 13% da população brasileira.
Outro bom exemplo se deu no Rio de Janeiro. Na primeira gestão, o governador Sérgio Cabral (PMDB) tinha 55% da aprovação dos cariocas. Já em seu segundo governo, esse percentual caiu para 20%.
Exceção
Renovação. O único Estado que nunca reelegeu um chefe do Executivo desde que a lei começou a valer é o Rio Grande do Sul, onde apenas um governador não disputou a permanência no cargo.
Especialistas citam forte uso da máquina
Especialistas consultados pela reportagem apontaram defeitos flagrantes do sistema que permite a reeleição no Brasil. Segundo o cientista político da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Paulo Roberto Figueira Leal, no caso brasileiro, a experiência da reeleição tem sido a regra em todos os entes federados – Estados e municípios. “Certamente há uma série de vantagens competitivas de quem ocupa um cargo público se comparado a quem ainda o busca fora dele”, afirma.
Figueira explica que a visibilidade midiática e o uso de recursos públicos para certas finalidades acabam sendo vantajosos para quem ocupa postos de poder. “Os instrumentos de capital político para quem está buscando a reeleição também costumam ser maiores se comparados aos dos outros candidatos”, diz.
Para o cientista político da PUC Minas Gilberto de Barros a reeleição é um equívoco, pois o instituto permite “e quase impõe” o uso da máquina pública do governante que tenta se reeleger. “Não temos mecanismos de controle do uso da máquina pública. O fim da reeleição é peça fundamental nessa reforma política”, afirma.
Barros defende que a alternância de poder é uma característica fundamental da democracia. “A manutenção do poder se caracteriza uma ditadura”, diz.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 02/10/2017
Título: Câmara Municipal discute sobre diversidade
A Câmara Municipal de Juiz de Fora realiza o IV Seminário do Programa ‘Diversidade – Somos todos diferentes’. Os temas discutidos são assédio moral no trabalho, saúde ginecológica e obstétrica das mulheres negras e o envelhecimento e a importância da estimulação cognitiva.
O evento, que começou nesta segunda-feira (2), segue nos dias 3, 5 e 11, no Plenário Francisco Afonso Pinheiro. Os interessados podem se inscrever no mesmo dia em que acontecem as discussões, sendo necessário um documento de identificação e CPF.
O evento tem como principal objetivo suscitar a reflexão e o debate sobre inclusão social, por meio de palestras, oficinas, dinâmicas e debates, além da troca de informações, visando a transpor barreiras, desfazer estereótipos e preconceitos.
Confira a programação abaixo:
Terça-feira (3) às 18h30
Tema: Saúde ginecológica e obstétrica das mulheres negras
Palestrante: Paula Rita Bacellar Gonzaga – Doutoranda em Psicologia Social pela UFMG. Mestra em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo pela UFBA
Quinta-feira (5) às 18h30
Tema: A audiodescrição e a acessibilidade na comunicação para incluir a pessoa com deficiência visual
Palestrantes:
Kelly Scoralick – Doutora em Comunicação pela UFRJ. Especialista em Audiodescrição e em Mídia e Deficiência pela UFJF
Patrícia Gomes de Almeida – Especialista em Audiodescrição – NGime/UFJF
Ricardo Miranda – Superintendente de Comunicação Legislativa da Câmara Municipal de Juiz de Fora
Quarta-feira (11) às 18h30
Tema: Assédio moral no ambiente de trabalho
Palestrantes:
Débora Magalhães Kirchmair – Mestranda em Administração pela UFJF, com ênfase em Gestão de Pessoas e Gestão Empresarial
Yuri Alexander Nogueira Gomes Nascimento – Especialista em Filosofia do Direito e Teoria Jurídica pela PUC/MG
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Veículo: Portal do Agronegócio
Editoria: Notícias
Data: 02/10/2017
Título: Software baseado em visão computacional auxilia pecuarista na identificação animal
Em parceria com o professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fabrício Campos, e seu colega, Luan Melo, o empreendedor Pedro Duim criou, em setembro de 2015, a Scanner Bovino: um sistema para monitorar e identificar individualmente animais no manejo.
Segundo o empreendedor, a tecnologia é baseada em visão computacional e seu software pode ser integrado a qualquer câmera, tanto de celulares como as convencionais. O monitoramento ocorre por meio de algoritmos que detectam o número de identificação que cada animal tem na orelha.
Após isso, um banco dados disponibilizará ao pecuarista todas as informações a respeito de cada cabeça de gado monitorada. “A partir da identificação do animal, podemos saber qual deles não foi ordenhado” exemplifica Duim, em relação as possíveis funcionalidades que o sistema oferece
De acordo com ele, cada animal monitorado tem um custo de R$ 1,50 para o pecuarista, que realiza o pagamento total mensalmente.
Em virtude de sua recente entrada no mercado, a startup registra atualmente três clientes na região de Juiz de Fora, no Estado de Minas Gerais. No entanto, a startup está em fase de negociação com mais três novos pecuaristas.
Em abril de 2017, a Scanner Bovino ingressou no programa de aceleração promovido pela aceleradora mineira Fiemg Lab. O processo vai durar 18 meses e injetará R$ 18 mil no projeto, que também terá acesso a mentorias para estruturar comercialmente o sistema.
A plataforma pode ser acessada por meio do PC ou pelo aplicativo disponível, por ora, apenas para o sistema Android. Porém, uma versão para iOS está sendo desenvolvida.
Além disso, Duim afirma que tem buscado expandir sua rede de clientes por meio da divulgação de sua plataforma em feiras e eventos do setor. O faturamento não foi informado.
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Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata – MG
Data: 02/10/2017
Título: Prefeitura de Juiz de Fora e Ascomcer alertam para importância da prevenção do câncer de mama
Outubro é o mês de prevenção dos cânceres de mama e colo de útero e o principal alerta para as mulheres é que elas façam os exames preventivos. Durante todo o mês, a Prefeitura de Juiz de Fora e a Associação Feminina de Prevenção e Combate ao Câncer (Ascomcer) terão campanhas de prevenção, com palestras, orientações de especialistas, passeatas, exposições e corrida.
A Ascomcer iniciou o mês com iluminação rosa na fachada e com exames extras de mamografia, incluindo o Ascomóvel, que ficará disponível durante alguns dias na porta da instituição, na Avenida Presidente Itamar Franco, n° 3.500.
No dia 17, na parte da tarde, o ônibus ficará no estacionamento do HiperBretas, na Rua Roberto de Barros, n° 241, com exames clínicos de mama e preventivos. Durante o mês, diversas palestras e ações solidárias de empresas da cidade serão realizadas no auditório do hospital para beneficiar pacientes e familiares.
No dia 22 de outubro, das 8h às 12h, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), haverá a 5° Corrida Solidária da Ascomcer, em homenagem ao Outubro Rosa. As inscrições podem ser feitas na sede do hospital e em diversos pontos da cidade, que podem ser consultados no site. O valor das inscrições é R$ 50 até 7 de outubro e R$ 60 do dia 8 ao dia 14.
No dia 31, haverá a Passeata Solidária do Outubro Rosa, com a presença de mulheres de expressão e pacientes que venceram o câncer de mama. O objetivo é informar a população no Centro da cidade. A passeata começa às 14h, no Parque Halfeld e termina às 17h. A programação completa está na página da instituição.
Já a campanha iniciada pela Secretaria de Saúde da Prefeitura é a “Outubro Rosa: Cuidando da Saúde do Peito, Corpo, Mente e Alma das Mulheres” e ocorre nos dias 11 e 16 de outubro, buscando sensibilizar o público feminino para o cuidado integral com a saúde.
No dia 11, haverá um café da manhã para todos os servidores públicos da área e estarão disponíveis serviços como teste de glicemia, avaliação nutricional, aferição de pressão e sessões de maquiagem. A médica mastologista do Departamento da Saúde da Mulher, Ana Cláudia Dias Sousa Figueiredo, ministrará palestra com o tema “Saúde no Corpo da Mulher: Câncer de Mama e Colo do Útero”. O evento acontece no pátio do prédio da Secretaria de Saúde, a partir das 9h.
Já no dia 16, a ação será aberta para todos os supervisores de secretarias e unidades da Prefeitura, com programação que vai das 13h às 16h30. Palestras para esclarecimento de dúvidas e orientações sobre os cuidados com a saúde integral da mulher serão temas abordados. O seminário será no auditório do Centro de Vigilância em Saúde, que fica na Avenida dos Andradas, n° 523, no Morro da Glória.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 02/10/2017
Título: Conselho institui implantação do ponto eletrônico na UFJF
Por meio da resolução 50/2017, o Conselho Superior da Universidade Federal de Juiz de Fora (Consu-UFJF) instituiu o sistema eletrônico de assiduidade e pontualidade dos servidores nessa semana. O assunto foi deliberado em reunião na semana anterior. O novo sistema, de acordo com o documento, deve ser desenvolvido imediatamente e há previsão de testes em janeiro do próximo ano. O novo sistema deve ser alimentado com informações pelo próprio trabalhador, que preencherá os horários de entrada e saída por meio de um login com senha em computadores com um endereço de IP promovido pela UFJF, ou ainda por conexão sem fio (wi-fi). A frequência mensal será enviada aos dirigentes das unidades acadêmicas e administrativas pelas chefias imediatas, que encaminharão as informações à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas. Esses dados indicarão a necessidade de justificativas em casos de faltas, atrasos ou quaisquer outras ocorrências e também apontarão situações de abono ou compensação.
O sistema será desenvolvido pelo Centro de Gestão do Conhecimento Organizacional (CGCO) e pela Comissão de Acompanhamento do Controle de Assiduidade e Pontualidade, e uma comissão especial foi indicada para o tema, apresentando a minuta da resolução. Representantes do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino (Sintufejuf) defenderam que a votação fosse adiada em função do processo de implantação da jornada de trabalho flexibilizada, que ainda depende de uma resposta da Procuradoria, mas houve o entendimento de que o ponto só será implantado após a conclusão do trabalho da comissão de flexibilização.
“Conseguimos algumas modificações importantes na minuta, entre elas, a tolerância de registro, de 20 minutos por turno de trabalho para quem faz a jornada de trabalho de seis horas, e, 40 minutos, para quem cumpre oito horas. Nosso login vai poder ser feito por wi-fi. Sabemos que o ponto eletrônico seria implantado, conforme propõe o Ministério Público Federal. Boa parte das alterações que sugerimos, no entanto, foi atendida”, comenta um dos representantes da direção do Sintufejuf no Consu, Conrado Braga.
O cronograma da resolução 50/2017 diz que o prazo máximo para o funcionamento definitivo do sistema é dezembro de 2018. Ainda de acordo com Conrado, a Reitoria da UFJF deve indicar nos próximos dias a comissão que vai acompanhar os trabalhos da implantação do novo sistema. “Os técnicos administrativos precisam ficar atentos em seus setores, para preencher os seus formulários de carga horária de 30 horas, para que o processo de instalação do ponto eletrônico nas unidades comece de fato”, orienta o diretor do Sintufejuf.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Concursos e Empregos
Data: 03/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/empregos/03-10-2017/hu-da-ufjf-lanca-73-vagas-de-residencia-medica.html
Título: HU da UFJF lança 73 vagas de residência médica
O Hospital Universitário da UFJF disponibilizará, na segunda-feira (9), 73 vagas de residência médica. As possibilidades abrangerão 28 programas, sendo 14 deles para a entrada direta e 14 com exigência de pré-requisitos. Os interessados poderão registrar suas inscrições para o processo seletivo até dia 19 pelo endereço eletrônico aremg.org.br/processos-atuais.
Para os candidatos com graduação em Medicina só serão aceitas opções por apenas uma especialidade com entrada direta. Para aqueles que já tiverem concluído residência credenciada pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) até 31 de março de 2018, a escolha poderá ser feita por uma especialidade em haja exigência de pré-requisito e outra que tenha entrada direta, podendo fazer, no máximo, duas provas.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Cidade
Data: 03/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/03-10-2017/jf-debate-desenvolvimento-sustentavel.html
Título: JF debate desenvolvimento sustentável
Os juiz-foranos ganharão um espaço para debater questões relacionados ao desenvolvimento sustentável e de avanços socioeconômico da cidade e da região durante a semana, quando sedia o VII Fórum de Desenvolvimento de Juiz de Fora, Zona da Mata e Vertentes. O avento acontece entre quinta (5) e sexta-feira (6) no Gran Victory Hotel, na Avenida Presidente Itamar Franco 3.800 (ver quadro). Destinado a incentivar e promover o relacionamento entre profissionais, graduandos e empresários, o evento é aberto ao público em geral e tem inscrições gratuitas pelo site da Agência de Desenvolvimento de Juiz de Fora e Região (ADJFR), no endereço eletrônico agenciajfr.com.br/forum .
O tema da edição deste ano do Fórum de Desenvolvimento é “Ética, criatividade e investimento, vetores de alavancagem e do desenvolvimento”. “Estamos trazendo vários conferencistas importantes da cidade e do país para falar sobre estes temas”, afirma o superintendente da ADJF, José Geraldo Neto de Faria. Para ele, o tema escolhido é compatível com a atual realidade do país, que enfrenta um cenário de crise tanto do viés financeiro, como do político e do moral.
“O tema é uma reflexão. A escolha da palavra ética é provocativa. O desenvolvimento sustentável está atrelado à ética. A falta dele, em algumas situações, certamente colaborou para levar o país para a situação atual. Ética, criatividade e investimentos são elementos necessários para alavancarmos o crescimento. Se todos fizermos um pouquinho, reencontraremos todo o potencial de nossa cidade e região. É para conscientizar sobre isto que organizamos o fórum”, reforça José Geraldo.
O superintendente da ADJFR revela também confiança em uma boa presença de público durante os debates das próximas quinta e sexta-feira, não só para acompanhar as palestras, como também para visitar os diversos stands que serão montados no local. “É um evento aberto a todos. São debates abrangentes, que querem contribuir tanto para o desenvolvimento econômico, como também para o social”, afirma José Geraldo. Neste sentido, além de profissionais liberais e empresários, o fórum é voltado também para estudantes, que receberão certificados de participação. A orientação aos presentes é de traje passeio.
Programação
5ª-feira (5)
18h – Credenciamento
19h – Abertura
19h30 – Conferência ministrada pelo secretário nacional de Atenção a Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo
20h30 – Visita aos stands
6ª-feira (6)
8h30 – Credenciamento
8h45 – Café da manhã
9h30 – Abertura
09h40 – Palestra “O papel da inovação na recuperação da economia da mata mineira” com o professor da UFJF, Ignácio Godinho Delgado
10h30 – Palestra de Henrique Neves (Case Tate & Lyle Gemacom Tech)
11h10 – Palestra “Indicador de atividade econômica municipal – uma avaliação para tomada de decisões”, com Fernando Salgueiro Perobelli (Faculdade de Economia da UFJF)
11h50 – Palestra “Economia circular”, com Adelson Dias de Souza (Votorantim Metais Unidades Brasil e Peru)
12h30 – Almoço
14h00 – Palestra “Gestão inovadora de pessoas”, com o presidente da Unimed Juiz de Fora, Hugo Borges
14h40 – Palestra “Aproveitamento de oportunidades x planejamento – a evolução dos tempos”, com Nelson Junior (Grupo Bahamas)
15h20 – Palestra “A importância das start ups para o desenvolvimento regional”, com Wilson Caldeira (Sebrae-MG)
16h – Intervalo
16h15 – Palestra “O seu mundo vai desaparecer”, com o CEO da Carrusca Inovation, Mauro Carrusca –
17h15 – Mesa Redonda: Pólo de cervejas artesanais da Zona da Mata “Cervejas especiais”
Fonte: ADJFR
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Veículo: G1
Editoria: Zona da Mata – MG
Data: 03/10/2017
Título: Campanha quer reunir imagens e histórias ligadas ao Mariano Procópio em Juiz de Fora
O Museu Mariano Procópio e o curso de Turismo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) lançaram a campanha “Eu e o Museu”. A proposta é reunir fotografias antigas de diferentes áreas da instituição, a partir do acervo pessoal dos visitantes e resgatar a história destas imagens.
Os interessados em participar devem enviar as fotos até a primeira semana de novembro para o e-mail maprocultural@pjf.mg.gov.br ou deixar as fotografias na sede administrativa do Museu, que fica na Rua Dom Pedro II, nº 350, para que sejam digitalizadas.
A campanha faz parte das várias ações previstas na parceria entre a unidade e o curso. O coordenador do trabalho, Lucas Gamonal, explicou que a iniciativa foi retomada em busca de lembranças e vínculos com o espaço.
“Além da campanha, estamos prevendo a gravação de um documentário reunindo histórias de vida de pessoas comuns, além dos funcionários, que estão atreladas ao Museu. Através do resgate das fotos, pretendemos encontrar mais relatos. Se a gente receber um bom número, pretendemos fazer uma exposição na área de entrada do parque no fim do ano”, explicou.
De acordo com Gamonal, as ações reforçam e restabelecem o vínculo da população com o espaço, que esteve com áreas fechadas por causa do restauro da Villa e do Prédio Anexo.
“Ao recontar estas histórias, permitimos que os visitantes percebam que podem voltar lá e que novas pessoas criem novas lembranças no Museu. O intuito é sempre o resgate e a lembrança de que o patrimônio é nosso. Precisamos fazer com que as pessoas se relembrem disso”, ressaltou.
Dependendo da quantidade do material recebido, a expectativa é de que a exposição seja realizada até o fim de 2017.
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Veículo: Tribuna de Minas
Editoria: Coluna Cesar Romero
Data: 03/10/2017
Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/03-10-2017/231829.html
Título: Foguetes no Campus
No próximo sábado, a Praça Cívica da UFJF será palco de atração inédita. A equipe Supernova Rocketry vai lançar minifoguetes para comemorar os 60 anos do Sputnik – primeiro satélite artificial a orbitar a Terra.