A fim de desvelar os sentidos da mulher que vivenciou o parto domiciliar planejado, a mestranda Ludimila Brum Campos desenvolveu a dissertação “Ser aí mulher que vivenciou o parto domiciliar planejado: contribuições para a enfermagem”. O estudo buscou compreender como essa experiência contribui para o redirecionamento do cuidado de enfermagem e foi apresentado ao Programa de Pós-graduação em Enfermagem, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Para a pesquisa, de natureza qualitativa, foram entrevistadas nove mulheres que passaram pela experiência do parto domiciliar planejado. A acadêmica Ludimila conta que teve a oportunidade de presenciar partos normais dentro de instituição hospitalar durante uma disciplina de graduação. Durante essa vivência, observou que as mulheres “eram reféns do modelo biomédico, não tinham voz e nem poder de decisão, distanciando a assistência obstétrica prestada de suas necessidades.” A partir daí, a pesquisa foi conduzida de modo a refletir sobre a realização do parto em domicílio como opção de local e assistência humanizada.
De acordo com a mestranda, a ascensão do parto feito em casa está ligada, dentre outros fatores, à “permissão de amparo à mulher por mais de uma pessoa de seu convívio social, o que favorece o vínculo familiar, à possibilidade de livre escolha das posições durante o trabalho de parto e à liberdade de locomoção.” Além disso, “o fim de enemas, tricotomias, indução de jejum e episiotomias desnecessárias” também são destacadas no estudo.
Sobre as contribuições do parto domiciliar planejado para a enfermagem, Ludimila aponta a efetivação e a consolidação das políticas públicas de atenção à mulher, o parto enquanto evento fisiológico e a visibilidade e valorização da enfermagem obstétrica na atenção ao parto e na qualidade da assistência no contexto da humanização deste procedimento.
A professora orientadora, Anna Maria de Oliveira Salimena, avalia que a pesquisa promove discussão para que “a escolha do local do parto deixe de ser unidirecional, tendo como única opção o ambiente hospitalar, e passe a considerar o parto domiciliar, para que este seja reconhecido, valorizado e divulgado de modo a sustentar a necessidade de sua incorporação pelo Sistema Único de Saúde (SUS).”
Contatos:
Ludimila Brum Campos (Mestranda)
ludimilabrumc@gmail.com
Anna Maria de Oliveira Salimena (Orientadora – UFJF)
annasalimena@terra.com.br
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Anna Maria de Oliveira Salimena (UFJF)
Profa. Dra. Zuleyce Maria Lessa Pacheco (UFJF)
Prof. Dr. Valdecyr Herdy Alves (UFF)
Outras informações: (32) 2102-3297 – Programa de Pós-graduação em Enfermagem