Veículo: G1

Editoria: Zona da Mata

Data: 10/09/2017

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/projeto-da-ufjf-ajuda-populacao-de-baixa-renda-a-regularizar-moradias-em-juiz-de-fora.ghtml

Título: Projeto da UFJF ajuda população de baixa renda a regularizar moradias em Juiz de Fora

Um projeto da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) há anos vem contribuindo para que a população de baixa renda possa realizar a regularização de seus imóveis ou fazer o planejamento para construção em diversos bairros de Juiz de Fora.
O trabalho é desenvolvido pelo Núcleo de Atendimento Social da Faculdade de Engenharia (NASFE) em parceria com a Faculdade de Direito. O objetivo é oferecer um trabalho que implica em custos e burocracia que a população de baixa renda não tem condições de arcar.
O professor Jordan de Souza é o coordenador dos trabalhos e, juntamente com os estudantes de Engenharia Civil, vai a campo durante a realização dos trabalhos.
“Nossa primeira ação é fazer a caracterização, ver o limite que possui o terreno. A partir dessa representação gráfica, nós passamos para um advogado fazer a solicitação do usucapião para a pessoa que mora no local há muitos anos, mas não tem nenhuma documentação que comprove”, explicou.
Após os levantamentos, vem o trabalho jurídico, que é feito através da parceria com a Faculdade de Direito. O serviço é oferecido apenas a grupos com renda familiar de até três salários mínimos.
“O que acontece em Juiz de Fora, assim como na maior parte das regiões do país, é que as pessoas fazem loteamentos, não regularizam junto ao município e a aí a engenharia tem nos dado esse suporte para atender essa comunidade carente”, destacou a orientadora do Núcleo de Práticas Jurídicas da UFJF, Isabela Ribeiro.
O projeto conta com o trabalho de estudantes da universidade, que além de terem a oportunidade de aprendizado, com a prática orientada por professores e profissionais, aproveitam também para renovar o espírito de solidariedade.
“Nós estudamos em uma universidade federal, ou seja, quem paga os nossos estudos é a comunidade, e engenharia é um curso caro. Eles contribuem para nossa formação e esse trabalho também é uma forma de retribuirmos”, completou a estudante Marlilene Gomes.

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Veículo: G1

Editoria: Zona da Mata

Data: 10/09/2017

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/ja-passei-por-isso-diz-autor-que-escreveu-livro-usado-em-campanha-pela-valorizacao-da-vida.ghtml

Título: ‘Já passei por isso’, diz autor que escreveu livro usado em campanha de valorização pela vida

O Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio é neste domingo (10) e várias ações são feitas durante todo o mês, nomeado como “Setembro Amarelo”, em busca de conscientização. E para reforçar o tema, o G1 conversou com o estudante de Juiz de Fora, Vinícius Grossos, autor do livro “O garoto quase atropelado” que fala sobre a valorização da vida.

Dados nacionais apontam que no Brasil 32 pessoas tiram a própria vida por dia. Em Juiz de Fora, não há números oficiais e precisos sobre registros. Para um especialista do Departamento de Saúde Mental da Prefeitura da cidade, o assunto deve ser tratado com seriedade.

Mesmo sendo lançado em 2015, trechos do livro “O garoto quase atropelado” têm sido compartilhados nas redes sociais, principalmente neste mês de campanha, para destacar a importância da vida diante do suicídio. A trama aborda a jornada de um jovem que passou por um grande trauma, se isolou do mundo e entrou em princípio de depressão.

Ele conta sobre o momento difícil de quando começou a escrever o livro. “É uma atividade que me liberta e alivia. A única forma de escapar da realidade era escrevendo. Não tinha noção de quanto este livro poderia tocar e mudar o pensamento de alguém que estivesse em quadro depressivo”.

Logo após o lançamento, Vinícius conta que começou a receber mensagens de vários leitores em todo o país – com reações semelhantes: eles se viram nos personagens.

“A depressão e o suicídio não costumam ser comentados na mídia por uma série de razões e alguns tabus. Quando o leitor encontra em um livro, ele se identifica e tem a sensação de que não está perdido. Desde então, quase todo dia eu recebo mensagens de pessoas que estão em situação difícil, dizendo que o livro as ajudou a ter perspectiva. Sei por experiência própria que muitas vezes a pessoa não quer ouvir conselhos, quer desabafar, colocar aquilo para fora, que foi o que eu fiz quando escrevi”, comentou.

O estudante de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está participando até este domingo (10) da Bienal do Livro no Rio de Janeiro. O evento se tornou uma chance de ouvir mais relatos de leitores.

E para quem pede conselho, Vinícius se inspira na própria experiência para incentivar a procura por ajuda.

“É difícil, porque a depressão não aparece igual para todo mundo, cada um sofre de uma forma. O que eu tento destacar é que a gente passa por momentos difíceis na vida e sempre consegue tirar um aprendizado daquilo. Nos casos mais graves, eu recomendo conversar com alguém que confie e pedir ajuda, procurar psicólogo ou psiquiatra e ligar para o Centro de Valorização à Vida (CVV). Por experiência própria, a gente sai da conversa mais aliviado”, disse.

“O meu público é majoritariamente juvenil. A maioria dos casos tem origem na dificuldade de aceitação, seja com a sexualidade, com o corpo ou com alguma mudança. Tudo fica aflorado quando a gente está no quadro depressivo. Eu lembro a eles que não temos que mudar por ninguém. A gente é quem é. Não podemos ser uma barreira para nós mesmos”, analisou.

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Veículo: G1

Editoria: Zona da Mata

Data: 11/09/2017

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/dce-da-ufjf-promove-gincana-solidaria-com-calouros-do-segundo-semestre.ghtml

Título: DCE da UFJF promove gincana solidária com calouros do segundo semestre

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) promove, até o dia 23 de setembro, uma gincana solidária com os calouros da instituição.

Esta é a segunda edição da atividade, que arrecada alimentos não perecíveis, ração para cães e gatos, produtos de higiene e incentiva a doação de sangue e o cadastro de medula óssea por parte dos novos alunos. As instituições beneficiada são o Abrigo Santa Helena e a Sociedade Protetora de Animais de Juiz de Fora.

Para ajudar os estudantes, qualquer pessoa pode doar e identificar para qual equipe está destinando. São 10 grupos, que têm entre 40 e 160 integrantes, formados por alunos de todos os cursos que entraram no segundo semestre. As equipes são mistas, com estudantes de várias unidades, o que proporciona maior interação entre as áreas da universidade.

A gincana, que também tem o objetivo de recepcionar os calouros e apresentá-los aos projetos extraclasse, conta com a parceria de empresas juniores, associações atléticas, grupos de pesquisa e diretórios acadêmicos.

Após a mobilização, no dia do encerramento, das 14h às 17h, os alunos vão se apresentar e o DCE vai recolher e contar todo o material arrecadado, anunciando o grupo vencedor, que terá como prêmio uma viagem para o Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG).

Para se inscrever na disputa, basta entrar no site da 2ª Gincana Solidária e conferir o regulamento da competição. Outras informações estão disponíveis pelo e-mail falecomodce@gmail.com.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 11/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/11-09-2017/estudantes-fazem-fila-por-isencao-de-taxa-do-pism.html

Título: Estudantes fazem fila por isenção de taxa do Pism

Estudantes fizeram fila no prédio da Reitoria da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) na manhã desta segunda-feira (11) para entregar documentos que fazem parte do processo de requerimento de isenção da taxa do Processo de Ingresso Seletivo Misto (Pism) da UFJF, que, integralmente, tem valor de R$110. Segundo a instituição, podem solicitar isenção “os alunos que possuem o Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) ou que têm renda familiar bruta mensal igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita e que tenham cursado o ensino médio integralmente em escola da rede pública ou ter recebido bolsa integral em escolas da rede privada”. A entrega dos papéis vai até as 18h desta segunda. A documentação também poderia ter sido entregue através dos Correios.

A solicitação para o não pagamento da taxa é feita on-line, no momento da inscrição do candidato, no site da Coordenação Geral de Processos Seletivos (Copese). Os alunos que desejam solicitar esse benefício devem realizar o procedimento até as 15h desta segunda-feira. O resultado final será divulgado no site da Copese a partir das 15h do dia 26 de setembro.  Na terça-feira (12), A UFJF fornecerá um balanço de quantas pessoas estiveram presentes para entregar os documentos.

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Veículo: Agência de Notícias Brasil- Árabe

Editoria: Educação

Data: 11/09/2017

Link: http://www.anba.com.br/noticia_educacao.kmf?cod=21876228

Título: Conferência reúne escritores brasileiros no Líbano

Um encontro no Líbano vai reunir escritores brasileiros que vivem no exterior e debater a produção literária deste grupo. O 5º Encontro Mundial de Escritores Brasileiros no Exterior vai ocorrer entre a próxima quarta-feira (13) e a sexta-feira (15) na Universidade Saint-Esprit de Kaslik (Usek), em Kaslik, e no Vale do Bekaa.

O tema será “Emigração e Produção Literária: causa ou consequência?”. Entre os palestrantes estarão escritores brasileiros que vivem em outros países e também pesquisadores da produção literária brasileira. O encontro deve mostrar o que os escritores brasileiros residentes no exterior produzem e chamar os participantes a uma reflexão sobre as causas e consequências deste trabalho.

De acordo com o diretor do Centro de Estudos e Culturas da América Latina (Cecal) da Usek, Roberto Khatlab, que coordena o evento, é a primeira vez que o encontro ocorre no Oriente Médio. Khatlab lembra que o Líbano é o país que tem o maior número de brasileiros na região e que há cidades em que 90% da população fala português.

O próprio Khatlab é escritor e tem livros publicados sobre as relações Brasil-Líbano em assuntos como história, religião, turismo. Ele acredita que é missão dos escritores brasileiros que estão no exterior escrever sobre o Brasil para divulgá-lo e também escrever sobre o país onde vivem. “Para que ambos se conheçam a partir da experiência dos escritores vivendo no mundo”, afirma.

O encontro é organizado pelo Cecal e pelo Departamento de Assuntos Culturais da Faculdade de Letras da Usek, além da Queen Mary University of London. A professora doutora da universidade londrina, a brasileira Else R. P. Vieira, é autora projeto de pesquisa “Entre-lugares da Literatura da Diáspora Brasileira” pela Queen Mary University of London e a Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Ela será uma das palestrantes.

Entre os subtemas abordados no encontro estarão “As percepções imaginárias do Brasil e do Líbano”, pelo professor da Universidade Libanesa, Melhem Chaoul, e “Emigração brasileira, produção literária no exterior e sua feminização”, com Else Vieira. Ambas ocorrem na quarta-feira após a abertura, programada para 17h.

Fazem palestras escritores brasileiros como Natan Barreto, que vive no Reino Unido, Terezinha Fonseca, que mora nos Estados Unidos, Sônia Miquelin/pseudônimo Mariana Brasil (Itália), Beti Rozen (Estados Unidos), Vilmara Bello (Estados Unidos), Roseni Kuranyi (Alemanha) e Lorena Ellis (Estados Unidos), Khatlab (Líbano), além da pesquisadora Charlene Miotti e do escritor libanês que vive no Brasil, Assad Zaidan.

Além de Khatlab, coordenam o encontro a pró-reitora de Assuntos Culturais da Usek, Hoda Nehme, e a decana da Faculdade de Letras da Usek, Nicole Chalhoub. O evento tem apoio da Embaixada do Brasil em Beirute (por meio do embaixador Jorge Geraldo Kadri e do diplomata chefe do Setor Cultural da embaixada, Thiago Oliveira), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), da UFJF e da Associação Cultural Internacional Mandala (Acima).

A primeira edição do encontro foi em 2013 no Reino Unido. Em 2014 ele ocorreu no Brasil, em 2015 nos Estados Unidos, e em 2016 na Alemanha. Nesta edição, nos dois primeiros dias o evento ocorre no Auditório Jean El Hawa, no campus principal da Usek, em Kaslik, e o dia 15 será na Prefeitura de Lucy-Sultan Yaacoub, no Vale do Bekaa. A programação também faz parte do 4º Seminário de Expressão Literária da Diáspora Brasileira.

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Veículo: G1

Editoria: Zona da Mata

Data: 12/09/2017

Link: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/saude-mental-na-universidade-e-tema-de-debate-na-ufjf.ghtml

Título: ‘Saúde Mental na Universidade’ é tema de debate na UFJF

Organizado pela Liga Acadêmica de Saúde Comunitária (Lasc), a mesa-redonda com o tema “Saúde Mental na Universidade: reflexões e diálogos sobre o adoecimento psíquico” será realizada na próxima terça-feira (19), às 18h, no anfiteatro de Estudos Sociais da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O evento é gratuito e aberta ao público em geral. O credenciamento para participação poderá ser realizado durante os primeiros 30 minutos do debate. Será conferido certificado de participação.

A ação contará com a presença de professores, técnico-administrativos em educação e estudantes. De acordo com o estudante de Psicologia e integrante da Lasc, João Victor Ribeiro Toledo, o objetivo do debate é expandir o assunto para toda a comunidade acadêmica, levando à reflexão sobre formas de prevenção e tratamento.

A iniciativa de realização do evento surgiu a partir de debates e campanhas lançadas na UFJF sobre ocorrências de sofrimento psíquico em virtude de pressões acadêmicas em cursos de graduação e pós-graduação.

A mediação da mesa-redonda será realizada pela professora da Psicologia da UFJF, Fabiane Rossi. “Dentre os integrantes da mesa, teremos as presenças das professoras da Faculdade de Medicina da UFJF, Ivana Moutinho e Andreia Ramos; da estudante de Engenharia da UFJF e ex-integrante do Diretório Central dos Estudantes, Leda Nagle; e de um profissional da psicologia da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis ainda a ser definido”.

Durante a semana do evento, serão coletadas experiências de trabalhadores e estudantes da instituição sobre o adoecimento psíquico no ambiente universitário. Além disso, painéis com a indagação “Como a Universidade te adoece?” serão expostos nos institutos e cantinas. Depoimentos sobre o tema poderão ser redigidos.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Sala de Leitura

Data: 12/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/blogs/sala-de-leitura/12-09-2017/o-vestir-masculino-uma-questao-de-identidade.html

Título: O vestir masculino: uma questão de identidade

Não é só uma questão de se vestir bem ou mal. Roupa é questão de identidade. E se, nós, mulheres, sabemos usar o vestuário para nos colocarmos no mundo; os homens, há muito, também não ficam atrás. Basta lembrarmos alguns personagens do universo masculino que souberam, com maestria, lançar mão das roupas para se projetarem. “Quando a gente pensa no Jânio Quadros, a gente pensa naqueles slacks indianos, uma roupa que, até então, nenhum presidente tinha usado e não voltou a usar, e nisso ele foi realmente único. Conseguiu criar para si uma imagem marcante. Assim como o Dener Pamplona Abreu, que foi um costureiro importante do Brasil das décadas de 1960 e 1970. Ele se vestia como uma espécie de dândi do século XIX , imitava muitas vezes as roupas do escritor Oscar Wilde, que viveu no século XIX, e, com isso, também consegue criar para si uma imagem de refinamento, de luxo e de ambiguidade sexual”, afirma a professora da Universidade Federal de Juiz de Fora, Maria Claudia Bonadio, que, ao lado da também professora da Universidade Estadual de Maringá, Ivana Guilherme Simili, organizou o livro “Histórias do vestir masculino – narrativas de moda, beleza, elegância” (Eduem).

Com lançamento nesta terça (12/09), às 18h30, no “I Seminário de História e Cultura de Moda da UFJF: Histórias do vestir masculino”, realizado até quarta-feira (13/09) no Instituto de Artes e Design, a publicação apresenta estudos de diversos pesquisadores referentes às temáticas de gênero e à evolução da vestimenta masculina. Maria Claudia garante que qualquer pessoa que se interessa pelo tema vai gostar do livro. “De fato, ele não é um guia de como um homem deve se vestir, mas um texto que pensa isso histórica e sociologicamente, mas espero que o público em geral também goste. Esta é sempre minha intenção, não falar apenas para um pequeno público. Enfim, poder levar para o grande público aquilo que a gente pensa, porque senão não faz sentido.”

O seminário contará com a participação de estudiosos nacionais e internacionais e minicursos. Também dentro das atividades previstas, nesta terça, às 18h30, ocorre a abertura da exposição “Man Ebough”, assinada pelo colombiano Andrés Leonardo Caballero Piza. Quem ainda não se inscreveu pode fazer a inscrição na hora, e a programação completa está em ovestirmasculinoufjf.wixsite.com/iad-ufjf-2017. O livro pode ser adquirido através do site da editora (www.eduem.uem.br ).

Marisa Loures – Por que a moda masculina merece um livro só para ela?

Maria Claudia – Existe muito essa ideia de que moda é coisa de mulher e de que seria algo à parte do mundo masculino. Mas, quando a gente para parar pensar, na verdade, não é bem assim. A importância da moda masculina, com certeza, é a mesma da feminina, afinal, existem códigos, lugares onde você pode usar determinadas coisas. Apesar de muita coisa ter mudado na moda masculina nos últimos anos, sobretudo, a partir dos anos de 1960, 1970 para cá, quando os homens passam a poder também usar cores em seu vestuário, principalmente, na roupa de lazer, que permite camisas, camisetas coloridas. Ainda não existia em português, pelo menos, algum trabalho que pensasse isso criticamente sobre diferentes aspectos. E hoje a gente tem também alguns homens como ícones de moda nos mais diversos setores, como, por exemplo, no futebol, que é um dos capítulos que a professora Elisabeth Murilho escreveu para o livro. A gente tenta pensar de uma maneira panorâmica, indo da política, por exemplo, em que pensamos nos usos que o presidente Jânio Quadros fazia das roupas, uma vez que ele também quebrava os protocolos do que se esperava que fosse o vestir de um presidente, e isso tinha a ver com a atuação política dele mais voltada para o populismo; até as questões mais históricas, como os escritores do início do século XX, por exemplo, que eram uma espécie de dândis brasileiros. Ou até pensando em personagens dissonantes, como o costureiro Dener, que se vestia de uma maneira bastante ousada para o seu período.

– E por que ela foi tão negligenciada ao longo dos tempos?

– Enquanto mercado, ela vai firme e forte. O que ficou negligenciado são esses estudos sobre o tema, porque, desde o século XIX, pelo menos, quando você tem uma grande separação entre o que é a moda masculina e a moda feminina – até aquele momento, ainda que as silhuetas fossem diferentes, os homens podiam usar os mesmos tecidos que as mulheres, as mesmas cores, podiam usar brilho e bordado nas roupas – depois da Revolução Francesa, quando você tem uma necessidade desse homem não mais ser importante na sociedade pelo título de nobreza, mas pelo seu trabalho, a moda masculina vai caminhar muito em direção à sobriedade. Se a moda feminina muda de maneira acelerada, com mudanças bastante radicais, a moda masculina vai sempre mudar muito pouco, é o abotoamento, é a gola. Então, isso vai fazer com que se pense que a moda masculina não é importante, quando, na verdade, por exemplo, esse homem do século XIX, se ele aparecesse usando um terno mal cortado, que não vestisse bem, ele era muito mal visto na sociedade. Essa é uma ideia que vem de muito tempo. E aí a gente tem que iluminar um pouco e mostrar a importância, sim, desse vestir masculino pelo menos nos séculos XX e XXI, que são os períodos de que o livro trata.

– A moda masculina brasileira tem alguma especificidade, ou anda junto com o que acontece no mundo?

– Com certeza, ela anda junto. Mas, o que chega aqui, por mais que chegue pronto, as formas como os homens se apropriam também têm suas especificidades. Por exemplo, uma questão que é interessante e que está em um dos textos do livro é como os jovens da periferia, – o estudo trata especificamente da periferia paulistana, mas acredito que isso possa valer para outros lugares também – passam a produzir, na própria periferia, a roupa que eles usam, ainda que ela seja inspirada no hip-hop americano. A periferia, que era vista como um espaço à parte da sociedade, acaba ganhando um valor, exatamente, pela moda que os meninos do rap acabam fazendo. E aí você tem muita “gente do asfalto”, para usar um termo que se usa em São Paulo, que vai ali para a periferia, que vai para os morros comprar aquilo que se produz ali, porque aquilo se produz ali, não vem de outro lugar. Então você tem um movimento do centro para a periferia e não só o contrário.

– O homem contemporâneo adquiriu mais liberdade de experimentar e ousar na moda. Isso é passageiro, ou os homens realmente conquistaram essa liberdade e vão passar a lidar com a moda da mesma maneira que as mulheres?

– Acho que muita coisa mudou. De fato, hoje existe uma gama muito grande de modas para os homens. Você tem, inclusive, diversos estilos, não precisa mais ter um só. Mas ainda existem tabus, como, por exemplo, a questão do uso de saia pelos homens. Tanto é que, no início desse século, aconteceu uma exposição em Londres que tinha por foco os homens de saia e mostrando como, na verdade, lá na Roma Antiga, na Grécia Antiga, na Idade Média, os homens usavam essa peça. E, de repente, Isso virou um grande tabu. A gente vê, por exemplo, a moda das barbearias, do homem se cuidando mais, tendo esse tempo para si, mas ainda existem, sim, muitos tabus, e acredito que o uso da saia seja o mais forte deles, o que não impede que o homem desfrute, sim, da moda de maneira mais ampla.

– Qual é a diferença entre a relação que o homem tem com a roupa íntima e a mulher, que me parece ter uma atenção maior com esse tipo de vestuário, uma vez que isso passa por questões de feminilidade, sensualidade e até com a questão de aceitação do próprio corpo?

– Acho que até isso mudou nos últimos tempos porque, se você observar, para alguns grupos, sobretudo, juvenis, a cueca aparecendo, a marca aparecendo, se tornou um valor muito importante. Essa roupa de baixo não pode ser qualquer uma e tem que ser mostrada. Como eu disse, é para um determinado grupo. Não se espera jamais que um gerente de banco vá trabalhar com a calça caindo, mostrando um pedaço da cueca, mas, para muitos jovens ligados à cena do hip-hop e do funk, esse tipo de coisa se tornou um valor e se tornou uma expressão identitária importante. Acredito que nisso também haja uma mudança porque, no caso das mulheres, ainda que, por exemplo, o sutiã hoje possa aparecer uma alcinha, isso não está tão ligado à cultura de marca, como está para os homens.

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