Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 07/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/07-09-2017/mais-de-dez-mil-pessoas-ja-visitaram-centro-de-ciencias.html

Título: Mais de dez mil pessoas já visitaram Centro de Ciências

O tão aguardado Centro de Ciências da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), inaugurado há dois meses na Praça Cívica do campus, superou a marca de dez mil visitas espontâneas. Só em julho, quando as atividades foram iniciadas, 8.300 pessoas passaram pelo local. Em 21 de agosto, o agendamento de visitas foi aberto. Contudo, a procura foi tanta por parte das escolas que, em seis horas, as vagas se esgotaram, e a retomada das inscrições só deve acontecer em fevereiro do próximo ano. Diante deste cenário, a universidade estuda alternativas de horários para atender à demanda em 2018.

“A gente achava que a procura do público pelo Centro de Ciências poderia ser grande, mas não esperava que seria da forma como vem sendo. Sem dúvidas, superou as nossas expectativas, o que demonstra interesse por parte das pessoas em saber mais sobre a ciência, em enxergá-la como algo divertido e mais próxima delas. Isso desperta em nós um sentimento de satisfação”, destaca o coordenador do Centro de Ciências da UFJF, Elói Teixeira César. Chegar a essa marca, para ele, comemora muito bem os 11 anos de criação do centro, que funcionou, até metade deste ano, em um prédio anexo ao Colégio de Aplicação João XXIII. “Nos últimos sete anos, batalhamos muito para a abertura do novo prédio. Ver as coisas dando certo e a ciência se aproximando das pessoas é algo muito gratificante”, diz.

Para 2018, Elói pretende estudar, junto à Administração Superior, a ampliação dos horários para a visitação das escolas. “Atendemos duas instituições diariamente, uma no turno da manhã e outra no da tarde. Queremos criar um terceiro horário entre os dois já existentes.” O horário de funcionamento do Observatório Astronômico, um dos mais procurados pelo público, teve lotação máxima – cem pessoas por dia – durante o período. Aumentar o número de dias de funcionamento também está na pauta. “Tudo vai depender da Administração Superior, pois as visitas são guiadas e dependem de pessoas para orientar. Mas temos esse desejo: de ampliar esses horários e também aos finais de semana.”

Portas abertas

Com a exceção do agendamento, que já possui lista de espera, as visitas espontâneas continuam acontecendo no Centro de Ciências, que funciona de terça a sexta-feira, das 8h ao meio-dia e das 14h às 18h. Sábado, das 14h às 17h, e domingo, das 9h ao meio-dia. As visitas noturnas ao Observatório são realizadas às terças e quintas, das 19h às 21h, conforme as condições meteorológicas avisadas com antecedência. A entrada é gratuita.

O acervo do Centro de Ciências conta com exposições permanentes e temporárias, além de laboratórios, auditórios e os museus de Malacologia e de Arqueologia e Etnologia Americana (MAEA). Ainda neste semestre, o Planetário deve entrar em funcionamento. Segundo o coordenador do centro, a equipe responsável por atender e receber o público está passando por treinamento e acertando os detalhes. O Centro de Ciências é mais um equipamento da UFJF que preza pela divulgação e incentivo à pesquisa e extensão e ao turismo, além de incluir a cidade no circuito de eventos científicos nacionais e internacionais. Os prédios, estruturados em uma área de três mil metros quadrados, chamam a atenção de quem passa desde o início da obra, em 2013, dada às suas formas arredondadas e placas de alumínio furta-cor que mudam de coloração de acordo com a incidência da luz.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 07/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/07-09-2017/gilton-monteiro-jr-arte-nunca-esta-ajustada.html

Título: Gilton Monteiro Jr.: ‘A arte nunca está ajustada’

Complexo, porém acessível, o trabalho do artista carioca Waltercio Caldas reflete o traçado intelectual que um de seus principais pesquisadores realizou. Gilton Monteiro Jr. transita com algum conforto pela história da arte e pela escrita do presente. Como Waltercio, Gilton sabe que escrever os dias de hoje requer, no mínimo, uma atenção com os tempos passados. Nascido no Rio de Janeiro, crescido, a partir dos 12 anos, em Juiz de Fora, o crítico de arte e pesquisador concluiu sua graduação em Artes e Design na UFJF, onde lecionou por dois momentos, e retornou à terra natal, onde fez mestrado, doutorado e pós-doutorado. Enquanto prepara-se para um segundo pós-doutorado, em Belo Horizonte, Gilton ministra o curso “Arte contemporânea, um prelúdio”, numa residência na Rua Olegário Maciel, sempre às segundas-feiras, do próximo dia 11 ao segundo dia de outubro.

Após ater-se às obras de Cildo Meireles e Waltercio Caldas – ambos expoentes da década de 1970 -, Gilton volta-se para nomes ainda mais recentes, Nuno Ramos e Ricardo Basbaum. “São dois artistas com vertentes e questões diferentes, mas ambos carregam o desdobramento de um senso de experimentalismo da década de 1960 e 1970. Paralelamente faço uma reflexão sobre a geração deles e como a própria noção de contemporaneidade foi se desdobrando no trabalho desses dois”, conta, demonstrando o alargamento de sua perspectiva, capaz de reconhecer e respeitar tempos que se penetram.

Por isso, a relatividade da potência da internet. Em entrevista à Tribuna, o intelectual, que há dois anos voltou a residir em Juiz de Fora, rechaça a justificativa do esvaziamento das galerias na virtualidade das relações. “É uma questão de política cultural, de estratégia, de divulgação, de ter e promover os espaços e os eventos, instigando a sociedade a participar. Não podemos achar que desenvolvimento social é só uma questão de emprego e renda. Qualidade de vida tem que estar vinculada à cultura. Se não houver uma política cultural associada a um projeto de desenvolvimento local, a qualidade de vida pode piorar, porque é a cultura que qualifica a vida social. O sentimento de esvaziamento surge quando não há setor cultural estimulado”, afirma, apontando não só para o enfraquecimento intelectual do público, mas, sobretudo, de uma classe artística que se alimenta, também, do contato com o que o outro produz, ontem e hoje.

Tribuna – Consegue ver uma unidade em nossa arte contemporânea?

Gilton Monteiro Jr. – Acho que a pluralidade, a dispersão das questões, é o que marca o período atual. O Paulo Sérgio Duarte (crítico e historiador da arte) tem um livro recente em que fala justamente disso, da dificuldade de trabalhar com o material atual, muito amplo e diversificado, criando certo estado de perplexidade. Acho que os grandes imperativos que se colocavam para os artistas nas décadas de 1960 e 1970 se dissolveram nas décadas de 1980 e 1990. É claro que existem elementos em comum, com os quais eles têm que lidar, como a violenta presença do aparelho institucional, o que é um problema para os artistas, interferindo até na própria concepção e elaboração do trabalho. Não existe um ponto de atração para o qual os artistas estejam orientando suas questões.

O experimentalismo não é mais um imperativo?

O experimentalismo foi uma espécie de sintoma que os artistas das décadas de 1950, 1960 e 1970 tiveram em relação às questões que vinham sendo encaminhadas pela modernidade. De certo modo, a gente pode dizer que o experimentalismo começa, de fato, no contexto da modernidade. O dadaísmo e Duchamp são experimentais e estão questionando os limites da arte, ou pelo menos as especificidades, os critérios dos quais nos valemos historicamente para atribuir valor artístico a uma obra. Com o desdobramento da Pop Art, em seguida o minimalismo e a arte conceitual, temos um regime de “experimentalidade”, mais cético e mais desencantado. Até mais secularizado que o primeiro experimentalismo moderno, filiado aos grandes ideais, com um corpo de questões e um modo de enxergar a destinação da obra num contexto social. Os artistas eram conscientes sobre os problemas que a arte vivia dentro do contexto da sociedade burguesa ocidental e eram movidos por grandes ideais. O neovanguardismo das décadas de 1960 e 1970 foi o campo, por excelência, do experimentalismo, porque a própria ideia da obra de arte foi posta em questão. Hoje o que percebemos é que se naturalizou a ideia de que a arte pode vir de qualquer lugar e estar presente em qualquer lugar. Não existe um conjunto de critérios que estabeleçam de forma definitiva o que pode ou não ser obra de arte.

Estaríamos, então, numa “pós-arte”?

Talvez num contexto pós-experimental e, com isso, num certo esgotamento de um tipo de concepção de contemporaneidade. O contemporâneo é uma categoria muito dita, muito divulgada e pouco debatida. O que veio caracterizar essa contemporaneidade atual? É uma produção distinta entre as gerações. Há uma lacuna que fica no debate crítico. Como o campo é muito diversificado, é difícil especificar. O que percebemos é que a atualidade herda certos aspectos das primeiras gerações dos artistas contemporâneos. Por outro lado, desencanta alguns preceitos dessas mesmas gerações, como por exemplo o fato de que a obra de arte só se estabelece na tensão com o campo da cultura, que a absorve imediatamente e tende a convertê-la em mercadoria ou mero objeto. Já estamos distantes daquela grande destinação da arte, conscientes de que o espaço da arte é produzido num jogo, numa relação de atrito o tempo inteiro e nunca é estável e apaziguada. Isso gera o mal-estar em relação à arte contemporânea. A opinião que, geralmente, ouvimos das pessoas quando vão a uma Bienal ou a um grande evento artístico é de que não gostam daquilo e de que aquilo não é arte. São opiniões corriqueiras e que marcam esse lugar de tensão. Ela não é facilmente assimilada e reconhecida como arte e, ao mesmo tempo, não deixa de ser arte, porque as pessoas não reconhecem valor. A arte nunca está ajustada. E o difícil é assegurar esse lugar de desajuste.

Esses grandes eventos e ambientes da arte contemporânea exibem trabalhos espetaculares. Seria essa uma marca da atualidade?

Produzimos arte numa sociedade do espetáculo. O artista e a obra têm que, o tempo inteiro, lidar com essa situação que é de esvaziamento. O problema da espetacularização da arte é que o componente artístico tende a ser esvaziado. Justamente aquilo que deveria gerar tensão. A arte contemporânea lida com isso há um bom tempo. A Pop Art sintomatizou um pouco isso, apesar de os artistas tomarem partido a favor desse mercado, com uma exposição excessiva da obra e o do autor. Essa indústria da fama já estava presente no cinema e em outras formas artísticas e ainda não tinha se imposto para a arte da forma como veio se colocar sobretudo nos últimos 30 anos.

E qual o peso da cena internacional em nosso contexto?

Podemos dizer que boa parte da divulgação dos nomes do Cildo (Meireles) e do Waltercio (Caldas) no nosso contexto local se deve à ressonância deles num contexto internacional. Se os alunos de artes e mesmo o público em geral já ouviram falar em Cildo Meireles, isso se deve muito mais à inserção do nome dele num circuito internacional do que no próprio circuito local. Não foi o mercado de arte interno que construiu essa reputação para com nosso público. Isso faz parte desse mercado que é cada vez mais megalômano, tanto na produção das obras quanto na divulgação. Muito do respeito que alguns artistas vêm adquirindo de forma até precoce pode ser questionada em relação à qualidade de seus trabalhos.

Há uma prevalência do discurso em detrimento do gesto?

O próprio artista já é um elemento dentro disso tudo. Desfez-se aquela imagem romântica do artista como gênio criador. Ele é um agente que integra o meio da arte, como o curador e o colecionador. E como participa cada vez mais desse processo ele é cada vez mais convocado a tomar partido com seu discurso e a autoexposição. Ou seja, ele integra esse sistema de livre comércio das imagens, que consiste na principal forma de relação da sociedade do espetáculo. Algumas vezes a gente conhece mais o artista do que a obra.

Existem ferramentas fundamentais para a leitura dessa arte contemporânea brasileira?

Isso sempre foi um desafio para o crítico. Existe essa dificuldade de estabelecer os critérios para poder lidar com os trabalhos concebidos pelos artistas. Ao ponto de grandes nomes, hoje consagrados, como Matisse, serem desprezados, como ele foi no início do século XX. O grande público de arte recebia muito mal a obra dele. O reconhecimento do (Paul) Cézanne foi tardio. É muito paradigmático aqueles conflitos que geraram em torno das figuras de (Édouard) Manet e (Gustave) Courbet. Manet reclamava sempre com (Charles) Baudelaire, dizendo que o público tratava sua obra com total sarcasmo e só faltava jogar pedra nele. Na medida em que os critérios da própria beleza caem por terra, quais são os critérios para estabelecer uma experiência estética com os trabalhos? Hoje nos acostumamos com o mal-estar que as obras geram. Posso estar diante de uma obra que, a princípio, não consigo penetrar e me acostumei de que as coisas são assim. O olho crítico tem um tempo que é próprio, não é automático.

Qual o lugar do crítico hoje?

No Brasil, que tem um debate cultural muito escasso e diluído, a figura do crítico tende a ser institucionalizada. Ele vai sendo empurrado para as universidades, porque o meio acadêmico é o espaço reservado a ele para exercer sua reflexão. Se, de fato, tivéssemos um mercado editorial mais amplo, com mais revistas ou sites, haveria outro espaço para ele. O papel do crítico no Brasil, a meu ver, é de um mediador entre a obra e o grande público. Às vezes, ele não consegue mediar, porque o grande público não consegue ter acesso ao discurso que o crítico elabora, o que é um paradoxo. Como a arte fica muito fragilizada nesse contexto da cultura da comunicação rápida, permeada pela publicidade e que é contrária à natureza da arte que demanda um tempo mais demorado de apreciação, o crítico acaba atuando menos. O ambiente hoje parece estar mais rarefeito. Mas a noção de crise é inerente ao nosso momento histórico já há alguns séculos. Não é que a figura do crítico esteja em crise, ela é a crise em excelência. Até porque a própria arte, com que ele lida, está nessa posição de desconforto.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Painel

Data: 07/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/painel/07-09-2017/novas-gravacoes-nao-devem-anular-provas-contra-o-presidente-temer.html

Título: Novas gravações não devem anular provas contra o presidente Temer

Provas valem

A discussão em torno das gravações do empresário Joesley Batista, que serviram de provas para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciar o presidente Michel Temer, não deve prosperar na instância judicial. Os advogados do presidente querem sua anulação, mas especialistas entendem que não há espaço para tal pedido. O advogado Paulo Medina, professor emérito da Faculdade de Direito da UFJF e com assento no Conselho Federal da OAB, é claro. Não faz sentido anular as provas. E destaca: “A nulidade decorrente da má-fé com que teria agido o empresário não afeta os atos anteriores comprovados com a sua participação. Em matéria de nulidades processuais, a interpretação é sempre estrita. Tanto que a esse princípio se vincula o chamado princípio da conservação dos atos processuais, segundo o qual a parte aproveitável de um ato não fica prejudicada pelos vícios que atingiram outras partes. No caso, não se pode falar nem mesmo em flagrante forjado, ainda que o empresário tenha agido por orientação de terceiro. E o que é decisivo: o interlocutor cuja conversa foi gravada não negou a existência dessa”.

Dobradinha

Se for mesmo confirmada a candidatura do vereador Rodrigo Mattos a deputado federal, e não a estadual como se especulava anteriormente, dentro do próprio PSDB já há postulantes interessados em uma dobradinha, como é o caso de um dos membros do diretório, Laurindo Rodrigues. “Cabe a mim trabalhar internamente para fazermos essa dobradinha em Juiz de Fora, uma vez que o estatuto do PSDB me favorece, no sentido de quem disputou a última eleição para deputado e que tem direito na vaga e na garantia de concorrer com o mesmo número”, destacou.

Sem coligação

Com o fim das coligações, vários candidatos vão rever seus projetos, pois não têm meios de se elegerem, por si só, dentro de suas legendas. Os mais afetados são os partidos de menor porte, que, na maioria das vezes, só conseguiram vagas no Legislativo graças às coligações. Mas a Câmara dos Deputados, ainda na semana que vem, poderá jogar o fim das coligações para 2020. Agora só resta definição do modelo a ser adotado para consolidação do quadro. Como o distritão está praticamente fora de combate, é provável que seja mantido o atual modelo proporcional.

Escola sem Partido

A discussão sobre a introdução de temas políticos na rede pública de ensino não está restrita a Juiz de Fora, onde o vereador André Mariano trata da matéria por meio de projeto. A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia tem em sua agenda a votação de projeto de lei do deputado Léo Portela (PRB) instituindo, no âmbito do sistema estadual de Minas, o programa Escola sem Partido. Por ele, os professores estariam proibidos de fazer qualquer tipo de proselitismo ou discussão sobre questões que não estejam na grade curricular, especialmente política.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 07/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/07-09-2017/228725.html

Título: Tarde com o reitor

Lygia Toledo, que coordena as atividades do CAC – Centro de Ação Cultural, está em contagem regressiva para brindar uma década de encontros semanais no MAMM. Será na segunda-feira, com a presença do reitor da UFJF, Marcus Vinicius David, que vai falar sobre sua trajetória profissional.

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Veículo: G1

Editoria: Zona da Mata

Data: 08/09/2017

Link: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/mec-anuncia-liberacao-de-r-40-milhoes-para-instituicoes-federais-de-ensino-da-zona-da-mata-e-campo-das-vertentes.ghtml

Título: MEC anuncia liberação de R$ 40 milhões para instituições federais de ensino da Zona da Mata e Campo das Vertentes

As universidades federais de Juiz de Fora (UFJF), São João del Rei (UFSJ), Viçosa (UFV) e o Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF-Sudeste) estão entre as instituições que receberão verbas federais, conforme anuncio feito pelo Ministério da Educação (MEC). Juntas, as unidades da Zona da Mata e Canpo das Vertentes terão um aporte superior a R$ 23 milhões em repasse financeiro e de quase R$ 17 milhões na liberação orçamentária.

Questionado sobre o prazo para que as verbas anunciadas fossem disponibilizadas nas contas das universidades e institutos beneficiados, o MEC afirmou que isso “é algo muito superficial diante de toda a complexidade que funciona o sistema orçamentário”, conforme a nota enviada ao G1. Também disse que “Não depende do MEC saber isso”.

Junto com a mudança nos percentuais, o governo federal liberou R$ 1 bilhão. Com a alteração, o limite do custeio passou de 75% para 80% do orçamento previsto. Já o de capital passou de 45% para 50%. “Custeio” é o nome dado ao recurso utilizado para a manutenção, enquanto a verba de “investimento” ou “capital” é aquela para adquirir equipamentos e fazer investimentos em estrutura.

Confira os valores liberados para as instituições federais da região:

  • UFJF: liberação financeira de R$ 9.138.367 e liberação orçamentária de R$ 6.748.028;
  • UFV: liberação financeira de R$ 7.837.476 e liberação orçamentária de R$ 4.795.305;
  • UFSJ: liberação financeira de R$ 3.580.878 e liberação orçamentária de R$ 2.998.518;
  • IF-Sudeste: liberação financeira de R$ 2.503.896 e liberação orçamentária de R$ 2.452.886.

Contenção de gastos

Diante do contingenciamento da verba, as universidades federais da região anunciaram ajustes e controle de gastos para conseguirem concluir o 2º semestre letivo.

No início de agosto, a UFJF emitiu uma nota descartando a suspensão do calendário acadêmico de 2017. A instituição também informou que tem recursos suficientes para concluir o exercício orçamentário-financeiro deste ano. A universidade explicou, ainda, que utilizou receita própria para pagamento de serviços de manutenção, o que não é desejável, uma vez que é a responsabilidade do Governo Federal.

Ao anunciar, no fim do mês, a abertura do Jardim Botânico para março de 2018, a instituição destacou que o projeto foi reformulado para se tornar economicamente viável dentro das restrições causadas pela crise financeira e corte de gastos. A nova estimativa não foi divulgada.

No início do segundo semestre, a UFSJ explicou que sofreu um corte de 6,6% no principal componente do orçamento, ao que se somam as portas inflacionárias. A instituição destacou que a redução vem em um momento de expansão com a implantação de novos cursos e de novas entradas em cursos existentes. Por isso, temia dificuldades caso houvesse nova redução.

“Estamos contendo despesas, reduzindo o quadro de terceirizados, fazendo campanhas para redução do consumo de eletricidade, reduzindo viagens e diárias. Trabalhamos para evitar que esses cortes atinjam nossas atividades fim, em especial os cursos de graduação e pós graduação”, informou, em texto enviado ao G1.

Na UFV, a previsão de orçamento apresentada em abril deste ano pela reitora Nilda de Fátima Ferreira Soares era, até então, de R$ 104 milhões, valor 11,36% menor que os R$ 117 milhões disponibilizados em 2016.

Em nota, a instituição ressaltou que há um esforço conjunto das unidades acadêmicas e admistrativas para manutenção das atividades, pagamento de terceirizados e conclusão de obras já iniciadas, além da garantia do funcionamento do segundo semestre letivo de 2017.

Íntegra da nota do MEC

Após o anúncio do Ministério da Educação, a reportagem perguntou a partir de quando as verbas anunciadas estarão nas contas das universidades e institutos federais beneficiados. A pasta enviou a resposta a seguir:

“‘Dinheiro estar na conta’ é algo muito superficial diante de toda a complexidade que funciona o sistema orçamentário. Não depende do MEC saber isso.

A liberação orçamentária é o limite a mais que o MEC disponibiliza para as instituições poderem pedir de empenho. Com os 5% a mais que foi liberado de limite orçamentário, o que chegou a 80% de custeio, por exemplo, quer dizer que as instituições têm, neste momento, 80% do previsto para custeio de todo o ano disponível para ela usar.

Para que ela use esse dinheiro, é necessário que a instituição empenhe o valor no sistema. Empenhar quer dizer pedir ao MEC para que guarde esse valor porque ela vai usar em algum momento. Assim, depois que a instituição empenha o valor, ela precisa fazer o gasto, comprovar ao MEC que gastou e, assim, o MEC vai poder liberar o recurso para ela. A partir desse momento que o recurso é liberado, isso é o primeiro passo da liberação financeira.

Assim, hoje foi liberado uma parte de financeiro e uma parte de orçamento. Somando tudo que foi liberado hoje, chegamos ao total de R$ 1 bilhão, sendo R$ 147,2 para Minas Gerais.

Assim, não depende apenas do MEC para saber quando o dinheiro ‘estará na conta’ das universidades e institutos. Por isso, é sempre utilizando a liberação de empenho (parte do MEC) e a primeira etapa da liberação financeira, que começa quando a instituição empenha o valor, uma vez que, a partir do momento que a instituição empenha, é certo que o gasto irá acontecer”.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 08/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/08-09-2017/coluna-6.html

Título: Encontro em Curitiba

Diretor de Imagem da UFJF, o professor Márcio Guerra está no Intercom, em Curitiba. Aliás, as professoras Christina Musse e Cláudia Thomé assinam artigo no livro “Desafios do telejornalismo: ensino, pesquisa e extensão”, lançado ontem, também no encontro.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 08/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/08-09-2017/coluna-6.html

Título: Voo livre

Professores do departamento de química do ICE prestaram homenagem a Gedair Reis, que acaba de se aposentar na UFJF. A placa foi entregue pela chefe, Denise Lowinsohn.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 08/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/08-09-2017/coluna-6.html

Título: Voo livre

Em cartaz na Reitoria a exposição “Lvmina Spargere – Recortes de um caminho iluminado”, com fotos das origens da UFJF. São imagens de Roberto Dornelas, de acervos pessoais e registros do arquivo da Universidade.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 09/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/09-09-2017/cortes-ja-afetam-estudos-e-pesquisas-na-ufjf.html

Título: Cortes já afetam estudos e pesquisas na UFJF

Para se manter em funcionamento, a UFJF tem cortado gastos na carne, impactando diretamente as pesquisas e a qualidade do ensino. Sem verbas, estudos importantes desenvolvidos por departamentos de pós-graduação da universidade estão seriamente comprometidos, sendo alguns já interrompidos e outros funcionando à base de apoio de outras instituições ou, até mesmo, com professores tirando dinheiro do próprio salário para custear as atividades e as publicações em revistas científicas. A situação enfrentada é resultado da crise de arrecadação associada à política do Governo federal de reduzir os orçamentos para as instituições públicas de ensino superior do país. Apesar do quadro de dificuldades, que tem como consequência cortes em verbas em vários setores estratégicos de fomento aos estudos, a universidade deverá chegar ao fim de 2017 com todas as obrigações financeiras em dia, mas o quadro é preocupante e considerado sombrio para 2018.

Para se ter ideia da realidade, a UFJF estima receber da União, até o fim do ano, cerca de dois terços do necessário para as despesas correntes, que reúnem gastos como auxílios financeiros a estudantes e pesquisadores, passagens e despesas com locomoção para participações em congressos, seminários e estudos de campo, além de serviços básicos, como pagamento de energia elétrica, terceirizados e o funcionamento do Restaurante Universitário (RU). Ao todo, as despesas representam R$ 66 milhões, sendo que somente 75% foi liberado pelo Ministério da Educação até o momento, de acordo com o próprio reitor Marcus David.

Mas manter os campi de Juiz de Fora e Governador Valadares requer despesa estimada em R$ 103 milhões em 2017. Para chegar a este valor até dezembro, a instituição usa de outras fontes, como uma reserva do ano passado e recursos próprios. Desses, quase a totalidade é uma pequena parcela proveniente dos contratos firmados pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (Caed). No entanto, não existe a certeza da mesma fonte de arrecadação para 2018, e o MEC sinaliza, como proposta de orçamento, o empenho de apenas R$ 67 milhões para o próximo período. Mas em nota, garantiu que a previsão orçamentária para a UFJF, em 2018, é de R$ 114,8 milhões. Além disso, na última quarta-feira (6) informou que foi disponibilizado mais R$ 1 bilhão para as universidades do país este ano, que aumenta o percentual liberado de 75% para 80%.

Para o presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFJF (DCE), Arthur Avelar, caso a previsão inicial de R$ 67 milhões seja concretizada, o cenário traçado pode significar um colapso nas contas e a dificuldade de encerrar o próximo ano letivo. “Isso representa um déficit de 40 milhões. Estamos falando de a universidade funcionar só até o meio do ano que vem, este é o cenário para 2018. A situação é grave.”

E não se trata de um problema local. Na semana passada, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), publicou uma nota à sociedade dizendo preocupada com a situação do ensino no país. De acordo com este levantamento, o orçamento de custeio das instituições em 2017 representou corte de 6,74% se comparado ao de 2016, sem levar em consideração a recomposição inflacionária. Além disso, denuncia que, para 2018, o orçamento mantém os valores de 2017, desconsiderando, mais uma vez, a inflação do período e a expansão das universidades.

Pesquisas comprometidas na Engenharia

O doutor em Engenharia Cézar Henrique Barra Rocha, que coordena dois laboratórios de pós-graduação, já sofre as consequências da falta de recursos do governo. Um dos trabalhos mais emblemáticos desenvolvido por ele e seus bolsistas teve que parar por falta de insumos. Trata-se da pesquisa que identifica a qualidade das águas que chegam nas represas de São Pedro e João Penido por meio dos seus córregos de contribuição. “Não temos recursos para comprar os reagentes para analisar a água nos equipamentos importados. Congelamos as últimas amostras, coletadas em 2016, e ainda não tivemos como fazer a avaliação. Perdemos toda uma série histórica de pesquisa contínua.” Dentro do seu laboratório, há outras consequências da falta de dinheiro. Um equipamento de alto custo, chamado de GPS RTK, usado para georreferencimaneto em tempo real, está parado porque não há dinheiro para comprar bateria.

Professor de Engenharia de Produção da UFJF, o doutorando Márcio de Oliveira, que é orientado por Cézar, tem dificuldades para manter as pesquisas de análises das águas da represa Chapéu D’Uvas. Segundo ele, o estudo só não foi comprometido porque foi firmado um apoio com o Corpo de Bombeiros e a Cesama para os trabalhos em campo e as análises laboratoriais. “Hoje, eu só recebo o meu salário como professor. O benefício do programa de qualificação da Universidade, que auxilia os estudos dos professores, se encerrou no mês passado, e não há previsão de retorno.”

Em outro laboratório sobre responsabilidade de Cézar, de georreferenciamento, o estudo sobre encostas em áreas de risco de cidades da região só se mantém por causa de um convênio com o Corpo de Bombeiros. Mesmo assim, o professor conta com quatro estagiários para analisar as amostras e avançar nos estudos, visto que há apenas um bolsista integrado a este programa. “O ideal seria pelo menos quatro. Computadores os alunos trazem de casa, porque os do laboratório não comportam os programas, só servem para texto e planilhas. Na verdade, a gente junta peça de dois ou três para montar um computador. A impressora, eu pago o cartucho de tinta do próprio bolso, além de trazer, de casa, água, café e papel higiênico.”

Redução de gastos é significativa para estudantes

Para identificar os impactos da redução dos gastos da União com a UFJF, a Tribuna fez levantamento no Portal da Transparência do Governo federal. Entre as despesas que mais sofreram com diminuição de recursos estão auxílios a estudantes e pesquisadores, passagens e despesas com locomoção e verbas direcionadas a obras e instalações. As bolsas de auxílio não estão com pagamentos atrasados, embora os valores pagos estejam congelados.

Para chegar ao resultado, a reportagem considerou a média dos repasses feitos em 2015 e 2016, aplicada proporcionalmente aos já disponibilizados em 2017, visto que os dados do Governo consideram os repasses feitos até julho. Mesmo assim, o reitor Marcus David considerou que os impactos podem não ser exatos, pois alguns empenhos não foram pagos ainda. Mas na prática, a falta de recursos é flagrante.

O coordenador de pós-graduação em Geografia, Roberto Marques, afirma que os cortes tiveram impacto significativos a partir de 2015, e as maiores dificuldades estão em custeio para viagens. “Não conseguimos hoje dar o apoio necessário para o aluno e o professor participarem de congressos. Além disso, está limitada a possibilidade de trazer docentes de fora para palestras e simpósios.”

Para ele, a pesquisa fica prejudicada no momento em que, cessa, também, os recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Nosso temor é que a situação se agrave ainda mais.”

A situação não é isolada. O coordenador do programa de Pós-graduação em Ecologia do Departamento de Botânica da UFJF, Fabrício Carvalho, afirma que falta dinheiro da UFJF e dos programas de pesquisas, como do CNPq e da Capes, até mesmo para garantir publicações dos estudantes em revistas científicas.

“Hoje a gente se mantém com 40% da verba que tinha em 2013, quando nosso programa era muito menor. Há dois anos, não temos mais recursos para participar de eventos fora do país, apesar da ideia de internacionalizar a UFJF. Hoje eu vivo uma era em que falo mais não do que sim. E esta situação dói, pois é muito difícil gerenciar recursos com estas limitações.”

Conforme Fabrício, o resultado deste cenário são pesquisas mais simples, “por falta de recursos básicos, como diárias e locomoção”. Quando a pesquisa supera as dificuldades e chega ao nível de uma grande publicação, ainda é preciso dinheiro para os pagamentos das taxas, que, em algumas revistas, chega a US$ 1.500. “Acabo pagando por isso. Boa parte da ciência que desempenho hoje sai do meu salário. Para publicações fora do país, ainda tem o custo da tradução, que fica entre US$ 300 e US$ 500. E eu pago isso.”

Segundo o professor, recentemente, a UFJF conseguiu um edital para pagamento destas publicações, mas que selecionaria, no máximo, cinco estudos. “E a gente publica 130 artigos científicos por ano. Acaba que escolhemos uma revista mais fraca e mais barata.” Em nota, o MEC informou que tem o compromisso de assegurar os investimentos nas universidades federais do Brasil e já liberou 45% do orçamento de capital para aquisição de equipamentos e outras melhorias. “O MEC já liberou cerca de R$ 516 milhões para investimento, mas as universidades só empenharam cerca de R$ 295 milhões. Ou seja, ainda há aproximadamente R$ 221 milhões disponibilizados e não empenhados”.

Reitor critica modelo de financiamento

O reitor Marcus David critica o fato de a receita eventual da UFJF precisar ser usada para custeio e manutenção. Segundo ele, em 2017, a universidade tem uma situação diferenciada de outras instituições por causa da arrecadação própria, que é expressiva, e, portando, os compromissos serão todos pagos. No entanto, ao seu ver, este recurso é eventual e deveria ser usado para programas e investimentos pontuais. “Poderia estar usando esta receita para comprar um equipamento, promover um evento ou custear um programa de capacitação de docentes. A lógica é que este montante, que não é fixo, não poderia ser usado para manter a universidade. Isso é mudar o sistema de financiamento das universidades brasileiras. E é muito arriscado, porque estão sujeitando o orçamento a uma volatilidade grande. Quer dizer que, se tiver projetos e contratos, as contas se pagam, ao contrário, não? Quero deixar claro que este não é um modelo de financiamento que posso defender como reitor.”

Para 2018, porém, o cenário ainda é de incerteza. O reitor afirma que não será possível trazer um recurso acumulado de 2017, como foi feito em 2016 para este ano. E, por isso, equilibrar as contas dependeria de “um fenômeno de arrecadação própria”. A maior chance de isso ocorrer, embora não a ideal, seria uma nova captação de projetos por meio do Caed. “Mas eu não posso imaginar que isso vá acontecer. Claro que, a qualquer momento, um novo contrato pode ser celebrado, mas é preciso salientar que a parcela recebida pela própria universidade é apenas um resíduo do contrato. O que se ganha nestes projetos é quase tudo utilizado no próprio Caed.” Outra possibilidade que Marcus David e outros reitores aguardam com expectativa é a sinalização quanto ao orçamento do MEC para 2018, que também depende das discussões no Congresso. Embora já tenha sinalizado o valor semelhante ao de 2017, ainda não há algo definitivo.

E, para ele, manter o mesmo orçamento desde ano em 2018 é ainda pior, tanto pela ausência de recursos próprios, como também por outras perdas na área da educação. “Zerou o nosso capital e alguns projetos que tínhamos receitas vinculadas estão deixando de existir. Soma-se a isso uma forte redução nas verbas de ciência, tecnologia e dos editais, que resultavam em projetos para equipar laboratórios” O reitor teme o sucateamento da universidade, embora a reportagem mostra que em alguns casos este fato já ocorra.

MEC

Além de garantir verba maior que a sinalizada para 2018 à UFJF, o MEC respondeu à crítica do modelo de financiamento das universidades. Disse que as instituições têm autonomia administrativa e de gestão financeira e patrimonial. “Desta forma, o ministério, após efetuar liberação financeira, não possui qualquer ingerência sobre os processos de pagamentos que estejam a cargo de suas unidades.

Sobre a situação de redução dos investimentos, o ministério condicionou o problema ao fato de 2014 ter sido ano eleitoral, o que teria contribuído para o salto de 8% nos repasses em relação a 2013. “Por outro lado, em 2015 houve redução de 14% em relação ao ano eleitoral, enquanto em 2016, na atual gestão, ocorreu um crescimento de 9% em relação a 2015”. Também ressaltou que os repasses estão regulares desde maio do ano passado.

Deputada defende manutenção de gestão pública integral

A deputada federal Margarida Salomão (PT), que é presidente da Frente Parlamentar de Valorização das Universidades Federais, destaca a situação da UFJF como “sombria”. “Existe uma mentalidade expressada pelo MEC que as universidades públicas deveriam complementar seus investimentos com cobrança de mensalidade. Seria como onerar o cidadão brasileiro por algo que ele já paga através dos impostos. Isso é contra a luta histórica da educação e defende uma concepção política, que quer desonerar o poder público da gestão integral das universidades. Mas nós entendemos que a educação pública deve ser gratuita.”

Para aumentar os recursos, a deputada diz trabalhar para promover uma comissão plenária. “Vamos convidar o governo, os reitores, os estudantes, os técnicos e os professores para fazer um amplo debate. Queremos evitar o colapso. Nossa luta é para aumentar o orçamento”, disse. Uma estratégia, segundo Margarida, é autorizar o aumento do teto da dívida pública, que o Governo tenta aprovar em Congresso, condicionando parte deste recurso a mais para o uso na educação. “Porque fazer um rombo deste tamanho (estimado em R$ 20 bilhões além do inicialmente previsto) para pagar juros ou o governo comprar a sua base é irresponsabilidade. Infelizmente, o cenário é sombrio, absolutamente sombrio, e que nos convoca à luta.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Editorial

Data: 09/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/opiniao/editorial/09-09-2017/pesquisa-em-risco.html

Título: Pesquisa em risco

Há um falso conceito considerar ser um setor que pode esperar, enquanto há outra prioridades. Trata-se de um equívoco abissal, pois, quando isso ocorre, há um claro descompromisso com o futuro. Os países desenvolvidos se mantêm no topo do ranking porque investem no conhecimento e na busca de novas tecnologias. Aqui mesmo, o agronegócio é a prova mais clara do trabalho dos pesquisadores. O Brasil mudou seu patamar na produção mundial graças às inovações no campo. Tirar o pé do acelerador, agora, é comprometer projetos em curso e o avanço de vários outros setores que também dependem de pesquisas.

A Tribuna mostra a situação da Universidade Federal de Juiz de Fora que, como as demais federais, vive um momento crítico. Para se manter funcionando, tem cortado gastos, impactando diretamente as pesquisas e a qualidade do ensino. É pena, pois nunca o país produziu tantos doutores como nos últimos anos, cujos trabalhos, certamente, darão fruto no médio e no longo prazo. O corte de recursos muda também a rotina dessas instituições e as perspectivas das próprias regiões onde elas estão instaladas. Em Juiz de Fora há uma parceria da UFJF com vários outros organismos, entre eles a Prefeitura, para implantação do Parque Tecnológico. Com tantos cortes, não se sabe, agora, quando o projeto será levantado, a despeito de sua importância para a cidade e para a região. Preocupa, também, o destino dos recursos já alocados caso não haja novos investimentos.

É fato que o país precisa fazer sacrifícios, mas deve, porém, avaliar as con

sequências e quais as áreas que carecem, de fato de tais medidas. No mesmo momento em que a tesoura do ministro Henrique Meirelles ameaça projetos, a instância política está às voltas com um fundo partidário de R$ 3,6 bilhões, para financiar a campanha de 2018. O próprio parlamento percebeu o paradoxo e tirou o tema de cena, mas dele não desistiu. Quer jogar para a Comissão de Orçamento da Câmara a saída técnica que o plenário não obteve. Estes recursos ajudariam em muito o país a sair do buraco. Para isso, porém, deputados e senadores precisam ser criativos e definir meios de ir às urnas sem comprometer o bolso da população.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 09/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/09-09-2017/sonia-barbosa-e-nova-representante-na-cidade-do-artista-paulo-simoes.html

Título: Moda Masculina

Diretor do IAD, Ricardo Cristofaro abre o 1° Seminário de História e Cultura de Moda, terça-feira, na UFJF. Na noite, será lançado o livro “Histórias do vestir masculino: narrativas de roupas, beleza, elegância”, das pesquisadoras Maria Cláudia Bonadio e Ivana Guilherme Simili.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Coluna Cesar Romero

Data: 09/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/colunas/cesar-romero/09-09-2017/sonia-barbosa-e-nova-representante-na-cidade-do-artista-paulo-simoes.html

Título: Bons ventos

O Ministério da Educação liberou quase R$ 150 milhões para as universidades mineiras e institutos federais no estado.

A UFJF foi a segunda instituição que mais recebeu – arredondados R$ 9.138.000 – sendo superada apenas pela UFMG.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 09/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cidade/09-09-2017/praga-compromete-especies-de-arvores-em-varios-pontos-de-juiz-de-fora.html

Título: Praga compromete espécies de árvores em vários pontos de Juiz de Fora

Aparentemente inofensiva, a erva-de-passarinho, como popularmente é conhecida, tem chamado atenção daqueles que circulam pelas ruas de Juiz de Fora com olhar mais atento às árvores. A praga tem tomado conta delas e, se não for retirada, pode comprometer as espécies. No mês em que se comemora o dia da Árvore, a situação preocupa, principalmente por representar o risco de diminuir a arborização no município nos casos mais graves. Em 2012, a Tribuna já havia alertado para o problema e mostrou que Juiz de Fora é uma das cidades que concentra menos espaços verdes de Minas Gerais.

Na cidade, o índice de domicílios em áreas arborizadas (55,5%) é inferior à média nacional (68%), conforme o último levantamento, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Juiz de Fora ocupa a posição 522, dos 853 municípios mineiros recenseados em 2010, no ranking de cidades por índice de arborização.

Nos últimos dias, o fotógrafo Felipe Couri fez flagrantes de árvores que estão afetadas com a erva-de-passarinho em diferentes pontos da cidade, como na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Espírito Santo, no Centro, Avenida Presidente Costa e Silva, próximo à Rua Professor José Ribeiro, no Bairro São Pedro; Avenida Olegário Maciel em frente à Rua Silva Jardim e Rua Tiradentes, no Bairro Santa Helena, além das margens da linha férrea, na passagem de nível da Rua Pinto de Moura, no Poço Rico.

“O passarinho se alimenta da planta e defeca as sementes que caem em cima das árvores. Essas, por sua vez, germinam, penetram em algum tecido do arbusto. Depois de instalado, o parasita retira nutrientes e água e, se não for retirado, pode até causar a morte da planta hospedeira, ao longo dos anos”, alerta o professor do Departamento de Botânica da UFJF, Luiz Menini, para um problema que, segundo ele, não há como evitar, apenas tratar.

A disseminação da erva acontece por meio dos pássaros, daí o nome erva-de-passarinho. Sabe-se, no entanto, que é um tipo de parasita que não escolhe hospedeiro. De acordo com Menini, eles comem os frutos da parasita e, depois, transmitem a praga a outras árvores. “Em vez de buscar seu próprio alimento, ela suga a seiva pronta ocasionando o enfraquecimento progressivo da árvore e sua morte e, em casos mais severos, a queda”, conta o professor de botânica, acrescentando que, para o desenvolvimento da praga, é necessária luz, fato que independe do período do ano. “Nas florestas, o parasita costuma aparecer nas árvores localizadas nas bordas. Já no ambiente urbano, nota-se que elas sombream a copa do vegetal, ficando na parte mais alta. É uma planta clorofilada, ou seja, capaz de realizar fotossíntese e, por isso, está em busca de luz.”

Para descobrir se a árvore está contaminada, basta olhar os galhos, perceber raízes que se agrupam no tronco e acúmulos de sementes escuras que se destacam principalmente no inverno, com a perda das folhas da hospedeira, e indicam a presença da erva. A engenheira florestal da Secretaria de Meio Ambiente, Ana Maria Brandão Mendes, explicou que o tempo de vida de uma árvore afetada pela praga depende de sua resistência. “A presença da erva indica que a árvore tem alguma deficiência, normalmente relacionada à raiz. Aquelas que apresentam um bom estado fitossanitário são mais resistentes.”

Poda é a única forma de controle

O problema pode ser encontrado também em espécies cultivadas em propriedades particulares. É importante que cada morador verifique a presença desse parasita e faça a poda, “única forma de controle”, como afirmou Luiz Menini. Ele lembra que o problema pode ser agravado devido ao desconhecimento da população, já que as pessoas não percebem a proliferação e, para o leigo, o parasita é apenas mais uma parte da planta.

Em nota, a Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanização (Empav), que cuida da vegetação na área urbana, informou que a praga não surge por falta de manutenção e que o serviço de poda é realizado de segunda a sexta-feira. “Por semana, podamos cerca de 30 árvores com erva-de-passarinho, fora as outras árvores que não têm erva, mas precisam de poda. O trabalho é feito sempre que necessário, conforme programação. Mas, em alguns pontos da cidade, o trabalho é mais dificultoso, devido ao trânsito intenso, caso da Avenida Rio Branco, pois o caminhão fica na via pública para realizar o trabalho”, diz o texto da nota. De acordo com a Empav, as podas das árvores citadas na reportagem já estão agendadas.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cultura

Data: 09/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/cultura/09-09-2017/feira-independente-de-qualquer-coisa.html

Título: ‘Feira independente de qualquer coisa’

O título da matéria foi oportunismo meu de pegar emprestado o nome de uma feira que acontece no Rio de Janeiro com moda, gastronomia e arte. A próxima edição é, inclusive, em 8 de outubro na Praça Saens Pena, que fica na Tijuca. O título é perfeito: as feiras vão acontecer independentemente de tudo e, também, de qualquer percalço, além de serem feiras com curadoria aberta para os mais variados produtos de criadores independentes (da comida ao vestuário e a peças de arte).

Senso de comunidade e colaborativismo fazem parte de um inconsciente coletivo geracional. Muitos que têm hoje seus 20, 30 e até 40 anos (não depende tanto do ano em que se nasceu, e mais de um estilo de vida e pensamento que começou a ressurgir e ser reverberado), se forem parar para pensar em suas últimas aquisições, com certeza lembrarão de collab stores, bazares, brechós, sebos e produtores de comidas veganas não-industrializadas. Esse questionamento sobre uma independência em relação à máquina industrial, com a ocupação de espaços destinados a escoar o que nossos amigos e amigos de amigos estão confeccionando, é um dos símbolos de uma economia mais criativa e compartilhada.

Comprar é um ato social

“Lowsumerism” é um termo anticonsumismo, ligado a um poder de compra consciente, que rebate as marcas que poluem, repercutem discursos preconceituosos ou utilizam mão-de-obra escrava e infantil. Esse caminho para uma mudança de comportamento tem propósitos tanto ambientais quanto político-econômicos. Em Juiz de Fora, por exemplo, existe a Casa do Lago, que participa de feiras vendendo seus cosméticos naturais feitos completamente com ervas medicinais e orgânicas de cultivo próprio. Assim, a indústria dos cosméticos começa a ser driblada por pessoas que hoje produzem sabonetes, desodorantes, hidratantes e até mesmo cremes dentais e comercializam para uma rede que compartilha dessa ideia. A beleza feita em casa quebra ainda mais com os padrões que tanto lutamos contra.

O caminho político-econômico é o mais visível. É a possibilidade de produtores comercializarem a partir de uma rede que divide os mesmos valores e busca o trabalho autoral em detrimento das reprodutibilidades que rolam nas esteiras das fábricas, sem parar.

Em Juiz de Fora, o Mercado Aberto se tornou uma grande feira independente. Diego Casanova e Alice Linhares organizaram a primeira edição em 2014, a céu aberto, ocupando a Praça Jarbas de Lery, no São Mateus. Poucos eventos culturais são fixados neste local, consequentemente pequenas marcas e produções caseiras passaram a dar as caras a cada nova edição. A última, de número 13, aconteceu em agosto deste ano.

A partir daí, instaurou-se a cultura de feirinhas em Juiz de Fora, como um vírus do bem que se espalha e ganha força, modificando até mesmo o cotidiano daqueles que esperam por esses eventos para conhecer o que de autêntico está sendo pensado e confeccionado por aqui. A curadoria diversificada é preciso ser feita para garantir a renovação e impulsionar novas criações. Não há mais espaçamentos. Em um mesmo final de semana, pode ser que aconteçam de duas a três feirinhas concomitantemente. O Som Aberto tornou-se outro grande evento que tem como um de seus focos o “Grand Bazar”. Mensalmente reúnem-se produtores independentes e garimpeiros de múltiplas áreas no Campus da UFJF.

Essa é a prova de que antes o que poderia ser produzido em baixíssima escala, apenas para amigos ou sem nenhuma comercialização, começa a se profissionalizar até se tornar uma marca e um ofício.

A moda é outro nicho que serve de exemplo como precursor dessa cultura em Juiz de Fora, Não à toa praticamente todas as feirinhas ao ar livre ou em casas têm em suas listas de participantes brechós. Atualmente o Bazar Vintage e o Garimpo das Artes são as principais “feiras” de brechós. A próxima edição do Garimpo será no dia 16 de setembro, a partir das 10h, reunindo bazares que tenham como característica o baixíssimo preço. Além disso, flash de tatuagem e banquinhas com comida de produtores locais também complementam o evento. Já o Bazar Vintage está marcado para 7 de outubro, também começando 10h, na Casa de Cultura da UFJF. A primeira edição do evento foi em outubro de 2013.

Inspirados em feiras que acontecem espalhadas pela Europa, Alice e Diego ocuparam a praça de São Mateus em dezembro 2014 para escoar a criação de pequenos produtores, incluindo a marca da organizadora do Mercado Aberto, “O gato da Alice”, de acessórios e enfeites trabalhados com panos e bordados. “O contexto foi de insatisfação com as oportunidades que a cidade oferecia para pequenos produtores, e a falta de eventos culturais que ocupassem o espaço público de forma mais informal”, explicam os idealizadores sobre o momento em que surgiu a primeira edição.

Comidinhas caseiras, brechós, meias divertidas, bijous, ilustrações e cerveja artesanal são colocadas em tendas e banquinhas. Deixando um encanto a mais no cenário urbano, transformado pela feira. O impacto foi imediato para quem conquistou espaço a fim de poder divulgar e vender seus trabalhos. Eles explicam que, nesses quase três anos de Mercado Aberto, as marcas perceberam que era preciso se profissionalizar para atender um mercado que está crescendo e se tornando cada vez mais exigente. Também destacam que “a concorrência também estimula muito esse processo de profissionalização, pois as marcas sentem que suas concorrentes estão melhor posicionadas, seja com uma identidade visual mais elaborada, ou com um processo de produção mais organizado”.

Segundo a dupla, as duas últimas edições do Mercado Aberto foram para o Parque Halfeld, região central e mais democrática, onde provavelmente vai acontecer a 14ª feira, no início de outubro. Com isso, conseguiram ampliar o número de expositores e se unir a outros artistas independentes, transformando a feira em um evento que já faz parte da cultura na cidade. Felizmente as feirinhas se espalham, e buscar autenticidade é o caminho para não cair na repetição e saturar a ideia. “O cuidado com a curadoria, a preocupação de buscar novos expositores com trabalhos autorais e a abertura para feedbacks do público e dos produtores, são os fatores essenciais para uma renovação e evolução constante do evento”, defendem os criadores do Mercado, apontando para uma nova visão de modos de produção. Para eles, as feiras e produções artesanais estão impactando as marcas como um todo.

#Feira de Quintal

A primeira aconteceu junto à inauguração do Complexo Casa, espaço colaborativo de coworking e eventos localizado no Altos dos Passos. De junho do ano passado para cá, já foram seis edições e, no próximo dia 16 de setembro, acontece a Feira de Quintal especial gastronômica, com expositores de comidas, desde hambúrgueres a cozinha vegana, também drinques e cervejas. Desde o início, a ideia da Maria Fernanda Manna, ou Mafê, criadora do espaço, foi pensar propostas que tornassem a feira mais personalizada, menos “feira de qualquer coisa”. Então ela começou a fazer edições segmentadas. Já aconteceu feira especial Girl Power, somente com expositoras mulheres. Também feira com temática black, participando criadores independentes de produtos ligados à cultura negra.

“O lance das feirinhas é mais como um programa diurno. Opção de compra, bebida, comida e socialização. As pessoas combinam com um grupo de amigos para aproveitar o dia. E quem está na experiência sempre vai se identificar com um produto que esteja sendo vendido. As pessoas passam o dia e é gratuito, por isso, elas podem passar pelo Complexo e também por outras feirinhas que estejam acontecendo no dia”, comenta Mafê.

Além disso, em suas feirinhas ela sempre coloca música ao vivo ou discotecagem, e flash de tatuagem. Isso tornou-se um ponto forte, a ponto da edição de outubro ser uma feira somente com tatuadores, que, além das tattoos, estarão expondo e vendendo prints de suas ilustrações.

“A feira deu um impulso para essa galera, a cultura local deu uma crescida. Até para pessoas que produzem coisas mínimas, como imãs, por exemplo. Estudantes universitários também estão tendo a oportunidade. Muitas vezes não é o trabalho principal da pessoa, mas coisas que antes ela fazia por hobby ou somente para amigos, agora estão se transformando em microempreendimentos. Alguns já até criaram um MEI, por exemplo”, explica Mafê. MEI é um registro do Sebrae para microempreendedores individuais formalizarem suas atividades.

Complexo Casa

Rua Padre João Emílio, 167 – Altos dos Passos

#A Feirinha

O nome já indica o que deve ser, A Feirinha é criação de A Toca, espaço que inaugura em outubro em Juiz de Fora, com três vertentes: um café, uma livraria de rua e um canil para adoção de gatos. Enquanto não abre oficialmente para funcionamento diário, Gabi Müller, responsável pela casa que fica no Granbery, fez duas edições da A Feirinha com intenção de apresentar e aproximar produtores para que conheçam e façam parte do lugar. A principal percepção da Gabi sobre as feiras de produtos artesanais e independentes é o despertar para uma nova forma de consumo.

“Uma característica forte da nossa geração é pensar em outras formas de consumo. Fico pensando como esse movimento, agora vai afetar muito como vão ser as coisas mais para frente. Já que é uma maneira de mostrar para as grandes indústrias que elas precisam mudar seus discursos e seus modos de produção”, afirma Gabi.

Ela, por exemplo, é vegetariana e encontrou nas feirinhas a possibilidade de adquiri produtos acessíveis e confiáveis, feitos em casa, menos industrializados. Outra característica são as araras de brechós nesses espaços, ela sempre gostou de garimpar e pensa nas feirinhas como um suporte para esse público. “As pessoas precisam parar de ficar comprando tanto e produzindo mais lixo”. No dia 30 de setembro, rola o Café da Tarde, com produção de bolos, biscoitos e pães feitos em casa por pessoas de Juiz de Fora.

A Toca

Rua Delfim Moreira, 126 – Centro

#Feira Batuta

O Maquinaria, junto a Luiza Reis, está organizando a terceira edição da Batuta, no dia 17 de setembro, a partir das 15h. Luiza adora colecionar expressões antigas e, portanto, pouco usuais hoje em dia, e veio daí o insight para o nome. Já a concepção da feira apareceu por observar esse movimento na cidade mesmo.

“Quando eu não estava trabalhando, sempre ia ao Mercado Aberto, Bazar Vintage e Som Aberto. Até que um dia eu pensei que o Maquinaria fica sempre funcionando por conta dos ensaios no estúdio e sugeri fazermos uma feirinha aos domingos, desatrelado dos ensaios das bandas no local. Ainda está muito recente essa experimentação, e temos muito o que melhorar”, conta Luiza.

Uma das premissas da Batuta é convidar realmente aqueles que estejam no inicinho de suas produções e que dificilmente participam de outras feiras maiores. Por ser estudante de artes na UFJF, ela está muito por dentro do que esses universitários estão fazendo, então muitas marcas são de estudantes. “Cansei de ser Hétero” e “Unicórnio Cintilante” são brechós novíssimos que estarão lá, além de zines e caderninhos artesanais confeccionados pelos alunos do IAD Lucas Borges e Carolina Lemonge.

A Batuta também tem a tatuagem como uma das atrações. Separam uma sala de estúdio de música, e, enquanto os tatuadores, que também estão começando, vão desenhando na pele das pessoas, uma câmera go-pro filma e joga a imagem ao vivo para o ambiente da feira.

A pegada da música é um dos critérios. Querem convidar músicos para tocar, além de lançarem a ideia de ter sempre uma banquinha de merch de bandas independentes que tocam por lá. Sempre convidam um fotógrafo para expor seu trabalho e deixam nas paredes do Maquinaria até a próxima edição da Batuta que deve acontecer uma vez ao mês.

Maquinaria

Rua São Mateus, 552 – São Mateus

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 09/09/2017

Link: http://tribunademinas.com.br/noticias/esportes/09-09-2017/jf-recebe-desafio-de-ciclismo-neste-domingo.html

Título: JF recebe Desafio de Ciclismo neste domingo

Imagine o seguinte cenário: manhã de domingo, e as avenidas Itamar Franco (antiga Independência) e Barão do Rio Branco estão tomadas por milhares de pessoas que assistem a uma prova de ciclismo. Dezenas de crianças acompanhadas dos pais – e das primeiras bicicletas – admiradas com a velocidade de alguns dos maiores atletas do país sobre duas rodas. O cenário é real e ocorreu no final da década de 1980 e início dos anos 1990, período que marcou época no ciclismo juiz-forano. O que para muitos foi o auge da modalidade no município, pode ter início de retomada neste domingo (10), quando a Avenida Brasil recebe o Desafio Juiz de Fora de Ciclismo, prova de speed que vale pontos nos rankings da Federação Mineira de Ciclismo (FMC) e Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) e conta com apoio da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). O evento tem início às 7h, com primeira largada de bateria às 7h45, em frente ao Clube Dom Pedro, no Bairro Mariano Procópio.

São esperados mais de cem ciclistas para as provas que terão como circuito aproximadamente 2 km de distância entre as pontes do Manoel Honório e de Santa Terezinha, ambas na Avenida Brasil, com largadas e chegadas ao lado do Clube Dom Pedro. As inscrições vão até este sábado (9) e podem ser feitas ao custo de R$ 90, pelos sites fmc.org.br e bikelight.com.br. As participações na categoria feminina, segundo regulamento, são gratuitas. No dia do evento, o lote passa para R$ 110, com inscrição realizada apenas presencialmente no local das provas. Ao todo, R$ 6 mil serão divididos nas premiações.

Segundo o organizador do evento, Felipe Gomes, o “Mamão”, da Bike Light, diz que tudo começou através do Secretário de Esportes, Júlio Gasparette, que o chamou e disse que, quando era pequeno, via muito essas corridas e queria realizá-las como antigamente.

“A iniciativa de retomar o evento é justamente para relembrar os velhos tempos, como ocorria nos bairros, na Av. Rio Branco. Isso na Europa é muito tradicional e queríamos reatar essa ligação. Trazer público, patrocinadores para conhecerem a modalidade do ciclismo, indoor, um circuito, tipo Fórmula 1, onde quem chegar primeiro ganha. E vale lembrar que é esporte olímpico”, ressalta.

Gasparette reforçou a intenção de reviver aquela época. “Hoje, à frente da SEL, fico muito feliz porque a cada dia que passa a Secretaria tem procurado participar de todos os esportes especializados da cidade. E agora, por uma surpresa nossa, fomos procurados para que apoiássemos a corrida de bicicleta. Fiquei muito satisfeito não apenas por participarmos de mais uma movimentação esportiva, como também me lembrou da época do Dilermando Cruz na cidade. Corridas na Avenida Rio Branco, no Bom Pastor, e, na época, ainda moleque, ia para a rua. Eram muitos ciclistas que vinham competir em Juiz de Fora, de vários lugares do país, e nós tínhamos um grande campeão, que era o Dilermando. Vamos torcer para que seja um grande acontecimento no domingo”, diz o secretário.

Como será a corrida

O Desafio de Ciclismo será dividido em cinco baterias, com início entre 7h45 e 11h30, em dez categorias diferentes. A elite, principal delas, possui prova de 1h30 mais uma volta no circuito, a partir das 11h30. Cada faixa possui prova diferente, sempre no percurso de 2 km. Para a realização do 1º Desafio de Ciclismo JF, o trânsito da margem direita da Avenida Brasil, entre Avenida Rui Barbosa e Avenida Barão do Rio Branco, Travessa Nestor Vieira de Magalhães, Rua Oscar Surerus, entre Praça Mariano Procópio e Avenida Brasil, Rua Senador Feliciano Pena, ruas Doutor Duarte de Abreu e Doutor Henrique Burnier, entre Avenida Rui Barbosa e Rua Doutor Duarte de Abreu serão interditadas totalmente a partir das 6h. A liberação do tráfego está prevista para às 13h, podendo sofrer mudanças de acordo com a avaliação da autoridade responsável.

Com largada prevista para as 7h30, na Avenida Brasil, próximo ao Clube Dom Pedro II, o trajeto do ciclismo seguirá pela Avenida Brasil (margem direita), tanto na ida quanto na volta. Os veículos que estiverem circulando no sentido Zona Norte/Centro deverão se deslocar pelas ruas Henrique Burnier, Tereza Cristina, Coronel Vidal e Mariano Procópio. Em função da prova, o transporte coletivo também sofre alteração de itinerário de linhas que passam pelo trajeto do desafio. A mudança pode ser conferida no site www.pjf.mg.gov.br.

Cidade já foi palco da Volta Internacional de Ciclismo

A Tribuna conversou com alguns personagens que presenciaram, de diferentes maneiras, a força desse esporte no passado recente da cidade. Além de ciclista, Paulo Silva, o popular Beiçola, 55 anos, auxiliava na organização de etapas do Ranking de Ciclismo do município.

“Entre 1988 e 1993 havia um Ranking de Ciclismo nos bairros da cidade com o apoio do Cesporte. Depois de 1994 a organização mudou para o Clube do Pedal. Era muito bom, ajudei bastante no que pude. Me lembro que o pessoal do Cesporte sempre trazia um caminhão com som, fechava as ruas e isso foi mantido com o Clube do Pedal”, relembra.

Os campeonatos costumavam ser integrados por quatro provas também em circuitos de aproximados 2 km. Vias dos bairros Barbosa Lage e Poço Rico, além do campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e a Avenida Barão do Rio Branco – local de encerramento – recebiam as etapas sempre abraçadas pelos moradores das comunidades próximas e interessados pelo esporte. A força da modalidade era tão grande que Juiz de Fora recebeu em dois anos a Volta Internacional de Ciclismo, marco para a cidade.

“Não sei qual a média de público nessas provas regionais, mas sempre tinha muita gente que e ia ver. Além de chamar a atenção das pessoas nos bairros. Mas me lembro que a Volta Internacional, que passou pelas avenidas Independência (hoje Itamar Franco) e Rio Branco nos anos de 1987 e1988 reuniam mais de 10 mil pessoas na cidade. Os ciclistas e outras pessoas vinham do Rio de Janeiro. Juiz de Fora sempre fez parte de grandes eventos de ciclismo, teve um Petrópolis-Rio, que chegava no Cascatinha, Rio-Juiz de Fora também”, cita Beiçola.

Bons tempos

Cleber Guedes, o “Clebim”, 57 anos, era figura certa no pelotão dos líderes das provas e pódios. Seu início foi marcado também pelo incentivo local em meio às dificuldades de ter uma bicicleta na época. “Comecei a me interessar por bicicleta desde criança, e na minha infância não tinha muitas. Apenas as pessoas com maior poder aquisitivo que tinham bicicletas. Em 1976 participei de uma Olimpíada Intercolegial em Juiz de Fora, uma promoção da Coca-Cola na época. E depois teve um evento que a Prefeitura fez, Olimpíada Interbairro. Depois, no Exército, comecei a ganhar corridas, porque adquiri preparo físico. Em atividade hoje em Juiz de Fora sou o cara mais antigo que compete nas bikes”, garante.

Os treinos de antigamente também foram relembrados. “O lugar que a maioria das pessoas vai andar é na BR-040, além da Via São Pedro. Antigamente eu andava muito na Universidade, porque não tinha quebra-mola nem o trânsito de hoje, então era muito legal. Treinava até à noite lá, era muito bom”, conta o ciclista que irá participar do Desafio de JF.

“Minha primeira vitória foi em Valença (RJ), em 1979. Andava com bicicletas sem marcha e passei a pedalar uma com marcha. Em todo esse tempo de ciclismo já ganhei muitas corridas. Já tive mais de 500 troféus e hoje devo ter guardado cerca de 300. Era legal demais. Como as provas aconteciam nos bairros, envolviam os moradores e outros interessados. Eram cerca de cem ciclistas, pouca gente, mas que mexia com todos. Mas hoje as bicicletas estão em evidência, os ricos as descobriram. Tenho uma que vale mais que meu carro, eletrônica. Ela vale mais de R$ 20 mil.”

Da admiração às provas

Os irmãos juiz-foranos Giuliano e Giulio Caruso, ciclistas, foram e são movidos por lembranças sobre bicicletas. A idolatria ao pai, Mário Caruso, ciclista italiano, e as competições em Juiz de Fora construíram a paixão da dupla pelas bikes. “Quem começou tudo foi o pai (Mário Caruso). Você vê fotos de reportagens de jornais que mostram que em 1964 ele já corria, com 18 anos. E nós tínhamos duas bicicletas guardadas em casa, que é uma Legnano de 1974 e uma Íbis, francesa, mais antiga ainda. Quando nós viramos adolescentes é que ele começou a nos incentivar. E coincidiu que na época, em 1987 e 1988, a Volta Internacional de Ciclismo passou por Juiz de Fora. Isso aflorou o interesse em muitos juiz-foranos, e foi quando a gente começou também. Na época eu tinha 14 anos e o Giulio, 10”, rememora o irmão mais velho, advogado, hoje com 43 anos, e vencedor de prova do antigo Ranking na UFJF em 1989, pela categoria estreante, equivalente à júnior dos dias atuais.

A Legnano citada é guardada com carinho na residência de Giuliano. Seu irmão, comerciante, 39 anos, a relembra com o mesmo carinho que mostra ao rever as fotografias de competições e notícias da época. “Meu tio corria na Itália de bicicleta e trouxe para cá. Temos até hoje. Meu irmão andou nela, então a família está ligada ao esporte”, conta o ciclista. A emoção com as competições, ao lado do pai, foi exemplificada pelo advogado.

“Guardadas as proporções, o mesmo sentimento que surge nos brasileiros na época de Copa do Mundo, em que a criançada vê um jogo na televisão e corre para a rua para bater bola, o pessoal quando via esse movimento de bicicletas tinha. Todos andando, a criançada pegava bikes e fazia corridas em volta do quarteirão. Era um sentimento muito legal e algo que tenho visto hoje. Pegamos um momento em que era até proibido importar, mas com a abertura das importações, ficou mais fácil”, conta Giuliano.

Otimismo

A iniciativa do Desafio de Ciclismo é vista com otimismo pela dupla. “Tenho certeza que, pela repercussão que está tendo e divulgação, esse período vai voltar para ficar. Vai fazer parte da temporada de ciclismo da nossa região. Em volta de Juiz de Fora, em Ubá, temos o Giro do Interior, pessoal que faz provas que trazem atletas do Brasil inteiro. E a Federação Mineira parece que está renascendo e voltando aos poucos com eventos que eram muito populares em Minas Gerais”, opina Giulio.

Certo é que não faltam personagens para incentivar jovens e adultos à prática e disputas sobre duas rodas em Juiz de Fora, berço de ícones do ciclismo. “Como o esporte se popularizou um pouco, houve uma abertura em Juiz de Fora. Nosso relevo também favorece o mountain bike. E tivemos ciclistas como o Miguel Giovannini, que foi campeão mundial e chamou muito a atenção para o mountain bike. Hoje em dia se você sai para pedalar em um sábado encontra centenas de ciclistas pelas trilhas e na estrada. Mas provas de speed ainda são raras aqui em Juiz de Fora”, pondera Giuliano.

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