As atividades da III Semana da Economia foram iniciadas na manhã desta segunda-feira, dia 14, com a palestra “Empoderamento da Mulher: efeitos da participação no mercado de trabalho”, ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ex-aluna da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Kênia Barreiro de Souza. Organizada pelo Diretório Acadêmico Geraldo Barbosa (DAGB), da Faculdade de Economia da UFJF, a semana segue com atividades até a próxima sexta, 18.
Com eixo temático “Rotas para o desenvolvimento”, a III Semana da Economia tem como objetivo fomentar o debate sobre as soluções para o desenvolvimento econômico. Confira a programação completa.
Persiste a desigualdade entre homens e mulheres
Kênia Barreiro destacou que persiste a desigualdade entre homens e mulheres, chamada desigualdade de gênero, quando o assunto é o mercado de trabalho. Segundo a professora, em 1990, 47,62% das brasileiras com idade entre 15 e 64 anos trabalhavam ou estavam em busca de emprego. Em 2016, esse percentual subiu para 62,10%.
“Quais os impactos dessa ampliação da participação feminina no mercado de trabalho? É isso que estudamos. As principais teorias econômicas apontam que as pessoas são remuneradas especialmente de acordo com a sua produtividade. A escolaridade é um fator potencializador da produtividade. No entanto, apesar de as mulheres brasileiras terem conseguido no últimos anos aumentar o nível de escolaridade acima da média dos homens, continuam ganhando salários menores. Não existe igualdade de gênero em diversas áreas. O percentual de mulheres em cargos de liderança também é muito baixo, ou seja, apesar de mais bem preparadas em termos de escolaridade, é mais difícil para as mulheres chegar a cargos mais elevados nas empresas.”
Em suas pesquisas, a professora também avaliou o ‘custo’ da discriminação de gênero e a alteração na composição de gastos familiares, quando as mulheres têm renda. “Empoderar a mulher é fazer a economia inteligente. Isso quer dizer que igualar os salários de homens e mulheres pode trazer benefícios, visto que serão injetados mais recursos no economia, ou seja, a renda da mulher será revertida em aquisição de produtos e serviços para ela e para a família dela. Quando a mulher trabalha e contribui com a renda familiar, verificamos a elevação do consumo de alimentos, saúde, energia, água, serviços imobiliários, aluguel e serviços domésticos, por exemplo. A Organização das Nações Unidas (ONU) estuda criar mecanismos para aumentar os custos econômicos e sociais da discriminação. O objetivo é tentar forçar as empresas a promoverem a igualdade de gênero.”
A III Semana de Economia conta com apoio da UFJF, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do projeto da extensão Conjuntura e Mercados Consultoria (CMC).
Outras informações: (32) 2102-3552 (Faculdade de Economia)