Repensar a forma de inclusão social do “sujeito-aluno” e os inúmeros efeitos de sentido que circulam socialmente, analisando o discurso da inclusão social da pessoa com deficiência nas esferas individual e coletiva: este foi o objetivo da dissertação da mestranda Débora Cristina Ricardo. A defesa foi realizada no Núcleo de Pesquisa em Inclusão, Movimento e Ensino à Distância (Ngime) e integra o Programa de Pós-graduação em Educação (Ppge) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
A pesquisa mapeou as Instituições de Ensino Superior participantes do Programa Incluir, e demonstrou que a política pública de inclusão aponta para um processo que precisa ser melhorado, pois, segundo as análises, as universidades e institutos federais estão construindo uma rede de núcleos de acessibilidade somente para a pessoa com deficiência. De acordo com a mestranda, “isso sinaliza um equívoco no entendimento da aplicação da lei da política pública do Ministério da Educação.”
A acadêmica destaca, ainda, que, “dentro desse cenário, identificamos uma relação de sentidos entre os discursos dos sujeitos-alunos em relação a sua identidade imaginária, que busca justificar as suas diferenças.” A pesquisadora também acredita que essa justificativa se faz desnecessária caso haja mudanças conceituais, políticas e pedagógicas que sejam capazes de favorecer o desenvolvimento integral do ser humano e, consequentemente, garantir direito às diversidades.
O interesse pelo tema surgiu do ideal de que uma universidade plural tem o compromisso de garantir oportunidades iguais a todos os indivíduos, satisfazendo as suas variadas características e salientando os diferentes potenciais individuais. “É uma busca por sair do modelo de educação superior homogêneo, que elege determinados saberes e perfis de estudantes em uma tentativa de igualar o processo de ensino-aprendizagem.”
A mestranda salienta que o trabalho possui uma importante contribuição social ao propor uma educação acessível, que elimine barreiras. Por meio de uma proposta de ressignificação e inclusão, “a educação inclusiva passou a ser percebida como um processo de reflexão e de prática, mas para que essa mudança se torne efetiva a dissertação apresenta questões teóricas de boas práticas relacionadas à Tecnologia Assistiva e ao Desenho Universal.”
Para a professora-orientadora, Eliana Ferreira, a pesquisa traz uma discussão importante sobre as políticas públicas e as práticas não desejáveis sobre a inclusão nas universidades públicas do Brasil. “Nós esperamos que esse trabalho possa fazer a diferença, em especial, na política pública da UFJF, pois para que possa ser relevante, ele precisa ser exequível, precisa trazer resultados para a Instituição.”
Contatos:
Débora Cristina Ricardo (mestranda)
deboraricardo@hotmail.com
Eliana Lúcia Ferreira (orientadora)
eliana.ferreira@ufjf.edu.br
Banca examinadora:
Prof.ª Dra. Eliana Lucia Ferreira (orientadora – UFJF)
Prof. Dr. Marco Aurélio Kistemann Jr. (UFJF)
Prof.ª Dra. Juliana Santana Cavallari (Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVAS)
Outras informações: (32) 2102-3911 – Programa de Pós-graduação em Educação