Frei Betto, que sempre atuou no sentido de aproximar a Igreja Católica da população, teve sua trajetória como religioso e militante político biografada pelo historiador Américo Freire e pela jornalista Evanize Sydow, na obra “Frei Betto – Biografia”. Os autores estarão presentes nesta terça-feira, 11, no Anfiteatro 2 do Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora (ICH – UFJF), às 19h30, para o lançamento do livro, que se dará em forma de debate gratuito e aberto ao público.
Américo Freire é historiador e professor do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC – FGV) e se ateve a fatos históricos para a construção da biografia, o que, segundo Fernando Perlatto, lhe confere um caráter não apologético. “Obras biográficas tendem a serem muito positivas sobre os personagens centrais. Às vezes, chegam a ter um tom de louvação. Não é o caso desta, pois Freire e Evanize mostram contradições de Frei Betto e episódios em que ele não foi tão coerente com o próprio discurso”, pondera.
No evento, os autores pretendem debater o processo de construção da biografia, que consistiu em uma pesquisa, iniciada em 2013 e que contou com longas entrevistas com o próprio frade, seus amigos e familiares, dentre eles o religioso Dom Paulo Evaristo Arns e o cantor Chico Buarque de Hollanda. O prefácio da obra foi escrito por Fidel Castro.
O professor do Departamento de História da UFJF e organizador do evento de lançamento, Fernando Perlatto, destaca a relevância da biografia de Frei Betto para a compreensão da história do Brasil, já que “o frade é uma figura simbólica da História Republicana. Participou de momentos marcantes, sendo perseguido pela Ditadura Militar; defendendo a campanha das “Diretas Já”; assessorando a criação do Partido Trabalhista; desenvolvendo programas sociais. Não há como estudar e analisar este período da nossa história sem pensar em Frei Betto”.
Carlos Alberto Libânio Christo, conhecido como Frei Betto, é belo-horizontino e completou 72 anos. O livro resgata recordações sobre seus primeiros anos de vida na capital mineira. Relata também como foi sua autodescoberta para a vocação religiosa até sua ordenação na Ordem Dominicana em 1966 quando, além da pregação do evangelho, tornou-se adepto da Teologia da Libertação e começou a ajudar as classes sociais desfavorecidas a lutar por melhores condições.
Outras informações: Laboratório de História Política e Social (LAHPS)