A composição, a diversidade, a estrutura e a distribuição da vegetação das áreas úmidas do Parque Estadual do Ibitipoca (PEIB) foram estudadas na dissertação de mestrado da acadêmica Ludymila Viana Valadares Cruz. Com o título “Florística e padrões de distribuição da flora associada às áreas úmidas sazonais na Serra da Mantiqueira, Minas Gerais, Brasil”, a pesquisa foi defendida no Programa de Pós-Graduação em Ecologia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Para a elaboração do estudo, Ludymila desenvolveu trabalho de campo no Parque durante 16 meses. Nesse período, a mestranda realizou coletas florísticas mensais durante cerca de um ano, além de coletas fitossociológicas bimestrais e análises estatísticas. “Fomos conhecendo e comparando a flora das áreas úmidas locais, denominadas “campos úmidos” e “lagoa temporária”, ambos com saturação hídrica sazonal, ou seja, completamente secos durante a estiagem e cheios durante os meses chuvosos, podendo chegar até 1m de profundidade na lagoa temporária.”
Entre os resultados obtidos, a pesquisa ressaltou a importância para a conservação desses ambientes, com cerca de 102 espécies amostradas, sendo 12 endêmicas do Estado de Minas Gerais e aproximadamente 22% presentes em alguma categoria de ameaça de extinção. “Podemos observar também que não há espécies preferenciais às épocas de cheia ou seca, ou seja, não há uma substituição de espécies temporalmente nesses ambientes. Assim, podemos afirmar que as espécies ali presentes são bastante adaptadas à sazonalidade local”, afirma Ludymila.
Uma das motivações para realização da pesquisa, segundo a mestranda, foi a falta de informação acerca das áreas úmidas de altitude, com poucos trabalhos existentes e nenhum nos Complexos da Serra da Mantiqueira. “O Brasil é um país com relevantes cadeias montanhosas, as quais possuem uma imprescindível riqueza de espécies e comunidades que são adaptadas à variedade e singularidade dos seus ambientes”, ressalta.
Ainda segundo ela, “o estudo contribui auxiliando no suprimento da falta de conhecimento e na catalogação da biodiversidade local e regional e, consequentemente, gerando subsídios para fins conservacionistas e futuros trabalhos.”
A professora orientadora, Fátima Regina Gonçalves Salimena, ressalta que a abordagem seguida pela pós-graduanda não havia sido desenvolvida em estudos no Parque. “Trata-se de um ecossistema aquático, um campo rupestre inundável temporário e, por isso, com características muito especiais, que incluem a flora e a fauna que estão associadas a esses ambientes. Como a área é uma Unidade de Conservação – a mais visitada no estado – é de suma importância conhecer a sua flora e fauna para conciliar a atividade turística com a conservação destas espécies”, afirma a professora.
De acordo com Fátima, outras pesquisas sobre a flora da Serra da Mantiqueira estão sendo produzidas por alunos de graduação e pós-graduação da UFJF, com participação de professores de diferentes departamentos da Universidade. Entre os trabalhos desenvolvidos, está o doutorado de Ludymila Cruz, que está expandindo sua área de estudos para toda a Serra da Mantiqueira.
Contatos:
Ludymila Viana Valadares Cruz (mestrando)
ludymilacruz@hotmail.com
Fátima Regina Gonçalves Salimena (orientadora– UFJF)
frsalimena@gmail.com
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Fátima Regina Gonçalves Salimena (orientadora – UFJF)
Prof. Dr. Luiz Menini Neto (co-orientador – UFJF)
Prof. Dr. Fabrício Alvim Carvalho (UFJF)
Prof. Dr. Marco Otávio Dias Pivari (Herbário do Parque Estadual do Rio Doce – Perd)
Outras Informações: (32) 2102 – 3227 – Programa de Pós-Graduação em Ecologia