Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 16/06/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/sub-15-e-sub-17-da-uberabinhaufjf-visitam-o-villa-nova/

Título: Sub­15 e sub­17 da Uberabinha/UFJF visitam o Villa Nova

As equipes de base da Uberabinha/UFJF têm novo compromisso pela elite do Campeonato Mineiro de Base 2017. Neste sábado (17), os locais medem forças com o tradicional Villa Nova no Estádio Municipal Castor Cifuentes, o “Alçapão do Bonfim”, em Nova Lima. O duelo sub-­15 será o primeiro, às 9h, com o enfrentamento na categoria sub­-17 logo em seguida, às 11h.

O técnico do time mais jovem, Thadeu Luiz, destacou a importância da agressividade com a bola mesmo fora de casa nos treinos da semana. “Trabalhamos mais a parte ofensiva porque na defensiva temos desempenhando um papel legal. Nesses últimos jogos evoluímos bastante. Mas o foco maior foi na parte ofensiva. Como precisamos ganhar para continuar bem na disputa da classificação, temos necessariamente que chegar aos gols”, explica.

O time sub­-17 da Federal é vice­-líder da chave C com 9 pontos, mesmo número do Villa, quarto lugar do grupo A. Já na outra categoria, os juiz­foranos estão em quarto lugar com 6 pontos, quatro a menos que o rival deste sábado, segundo na tabela de classificação. Os dois elencos viajam nesta sexta (16) para Nova Lima. Toda a preparação pode ocasionar um triunfo que vale muito mais que soma matemática na tabela. “Pode representar o acúmulo de confiança ainda maior para o projeto e o fato da gente perceber que com trabalho conseguimos fazer frente a essas equipes mais tradicionais e de maior investimento”, enfatiza Thadeu.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 17/06/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/uberabinhaufjf-tem-derrotas-em-nova-lima/

Título: Uberabinha/UFJF tem derrotas em Nova Lima

O início de uma sequência positiva da Uberabinha/UFJF na elite do Campeonato Mineiro de Base foi novamente adiado. Em partidas disputadas na manhã deste sábado (17), a representação juiz­forana acabou superada pelo Villa Nova tanto na categoria sub-­15, por 3 a 1, quanto na sub­-17, por 2 a 0. O único gol local foi marcado por Yan para o time mais jovem. Os duelos ocorreram no Estádio Municipal Castor Cifuentes, o “Alçapão do Bonfim”, em Nova Lima (MG).

O tropeço da equipe mais experiente a levou da segunda para a terceira colocação do grupo C, com 9 pontos somados, um a menos que o vice, AMDH, de Juatuba (MG). Já o sub­-15 segue na penúltima colocação da chave C, com 6 pontos, quatro de desvantagem para o Cruzeiro, segundo lugar. As duas primeiras equipes de cada chave avançam à próxima fase.

Os juiz­foranos voltam a campo já no sábado (24), novamente como visitantes, com partidas às 9h (sub-­17) e 11h (sub­-15) contra a Associação Desportiva Frigoarnaldo, em Contagem (MG).

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Veículo: Estadão

Editoria: Você Escreve

Data: 17/06/2017

Link: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/ignacio-delgado-despotismo-patronal-vai-aumentar-horizonte-e-o-moinho-satanico.html

Título: Ignacio Delgado: Despotismo patronal vai aumentar, horizonte é o moinho satânico

A REFORMA TRABALHISTA ELEVA O DESPOTISMO PATRONAL, ENFRAQUECE OS SINDICATOS E É INIMIGA DA INOVAÇÃO E DO DESENVOLVIMENTO.

Já foram levantadas 18, 55 e até 120 medidas de retrocesso nos direitos do trabalho, no âmbito da reforma trabalhista em curso no congresso.

Todavia, para além de aspectos pontuais, o que a torna um retorno ao século XIX é a enorme redução dos óbices ao despotismo patronal dento das empresas e a mitigação do papel dos sindicatos nos processos de negociação coletiva.

Medidas como a generalização do trabalho intermitente, a possibilidade de extensão da jornada diária (ainda que no limite das 44 horas semanais), a redução dos períodos de descanso, a ampliação dos dias de trabalho parcial e do contrato temporário, para destacar algumas, tornam mais vulnerável a posição do trabalhador na relação de emprego e alargam as possibilidades da escolha patronal por regimes de trabalho em que é maior a desproteção dos trabalhadores, seja no próprio trabalho, seja na sustentação de direitos como a aposentadoria.

No Brasil, em que apesar das lamúrias recorrentes, já é extremamente reduzida a contenção do poder patronal à demissão, vamos caminhar para um regime de grande insegurança nas relações de trabalho.

Reduz-se, além disso, o poder dos sindicatos na negociação coletiva. Não se trata apenas da criação da comissão de representantes nas empresas, o que pode ser complementar à ação sindical, se as atribuições forem bem definidas. O problema é que medidas como o banco de horas e a negociação da jornada poderão ser efetuadas individualmente, sem a mediação dos sindicatos, o que, aliás, é inconstitucional.

Empresas que se valem do segredo industrial e/ou, em alguma medida, promovem inovações de processos ou produtos hão de manter um corpo estável de trabalhadores, no contrato por tempo indeterminado, mas disporão de um poder maior para fixar as condições da jornada e de direitos como as férias.

A maior parte das empresas brasileiras, contudo, que não tem na inovação o centro de sua estratégia competitiva, vai ampliar os expedientes para estender ao máximo o tempo de trabalho, a baixo custo.

Não há nada de moderno no que está sendo encaminhado. O trabalho precário é inimigo da inovação e do aumento da produtividade.

Nos casos em que a economia capitalista conseguiu associar inovação tecnológica e bem-estar social, a estabilidade nas relações de emprego, a satisfação e identidade dos trabalhadores com a empresa que os contrata, foram elementos fundamentais para o êxito desta equação.

Mesmo nos EUA, em tese a referência básica dos propositores da reforma, são muito mais significativas as medidas de proteção do que sugerem nossos reformadores.

De fato, falta aos defensores da reforma trabalhista um conhecimento adequado não só das relações de trabalho dos EUA, como, também, das condições históricas geradoras da grande capacidade que aquele país desenvolveu para a inovação tecnológica.

Não fossem os grandes investimentos públicos em pesquisa, notadamente na defesa e na saúde, as empresas norte-americanas não teriam alcançado o destaque que têm na geração de processos e produtos novos.

Ademais, se nos EUA a rotatividade no emprego é mais elevada que na Coréia, Japão e na Europa, tal se deve à dissociação firmada, desde o século XIX, entre as atividades de P&D e o processo produtivo (diverso do padrão alemão, por exemplo, também altamente inovador), o que torna mais substituíveis os trabalhadores do chão da fábrica, mas não os ligados às atividades inventivas, que usufruem de contratos generosos e menos vulneráveis. Também aqui, inovação e trabalho precário são antípodas.

A reforma mira os EUA, mas seu horizonte é aquele moinho satânico, de que falava Polanyi, em que as relações de mercado ainda não tinham desencadeado movimentos de autodefesa da sociedade.

Como se sabe, a história do desenvolvimento é a história da reação contínua das empresas a estes movimentos através da inovação. Este é o círculo virtuoso que no Brasil já era insignificante e que, agora, vai se quebrar em definitivo, caso seja aprovada a reforma trabalhista.

Ignacio Godinho Delgado é Professor Titular da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), nas áreas de História e Ciência Política, e pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia-Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (INCT-PPED). Doutorou-se em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 1999, e foi Visiting Senior Fellow na London School of Economics and Political Science (LSE), entre 2011 e 2012.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Arte e vida

Data: 17/06/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/livro-de-referencia/

Título: Livro de referência

“Papai, queria ter o cabelo igual ao da moça da biblioteca.” Anos depois de minha filha me dizer de uma de suas referências na escola, encontro a mulher de cabelo black power, com uma faixa turbante laranja e um sorriso emocionado pela revelação. Entre livros, Gisele Lopes dos Reis Simões, em suas próprias palavras, divide seu “tempo entre o trabalho técnico, da organização, e a sensibilidade do pedagógico, de contar uma história que diz de valores” numa sala do Colégio Stella Matutina que carrega o nome de uma das religiosas mais atuantes na história da educação local. Nascida Nícia Paschoal, Irmã Aglaé vive na biblioteca escolar. “Ela foi diretora do colégio durante muito tempo.

Foi professora do CES/JF e de algumas outras faculdades da região. Foi orientadora vocacional e uma figura muito importante no cenário educacional da cidade. Todos gostavam muito dela, porque, ao mesmo tempo em que era firme, tinha um jeito de acolher os alunos e os funcionários do colégio”, conta Gisele, que não chegou a conhecer a ex­-diretora, morta aos 93, na Belo Horizonte de 2011, que escreveu “O jogo das contas de vidro à luz da filosofia”, sobre Herman Hesse, e “A questão do poder em Michel Foucault”.

Com Irmã Aglaé, Gisele compartilha a certeza de que a educação é composta de referenciais. Ninguém se forma à deriva. E todo discurso é uma espécie de porto. “De vez em quando, os professores vêm para fazer pesquisas, e eu também vou às salas. Falo dos livros que eles têm que ler ou de algum tema que diz respeito à biblioteca, como as enciclopédias. Fui, também, nas turmas do Ensino Médio para falar de apropriação cultural, despertá­los para novos questionamentos”, orgulha-­se ela, aluna do bacharelado interdisciplinar de ciências humanas da UFJF, curso que a fez retornar às salas de aula após decidir-­se por não concluir letras. “O legal é quando um aluno vem e fala: ‘Tia, escrevi um livro!’. Que legal, me mostra depois, eu falo. São frases soltas, mas eu digo que está muito bom. Falo: agora faz um desenho, escolhe uma capa, escreve seu nome, invente um nome de editora. É o primeiro, daqui a pouco vem outro”, indica a mulher de riso fácil.

Filha da Preta e do Nem

Aos 8 anos, a filha da costureira Maria Aparecida, a Preta, com o auxiliar de escritório Moacir, o Nem, irmã da Gislaine (quatro anos mais nova), teve as brincadeiras na rua permitidas. “Nasci no Dom Bosco, bairro de periferia, com problemas que hoje são mais sérios do que quando morava lá. Frequentava o Grupo Espírita Semente, que era perto de casa, mesmo sendo católica”, pontua Gisele. “No dia de São Cosme e São Damião, minha mãe deixou eu e minha irmã irmos pegar bala. Ela falou assim: Olha! O único lugar que você não pode ir pegar é no centro. Eu falei que era lógico, até porque nem tinha dinheiro para pegar ônibus. Saí com as outras crianças. E fomos num lugar que era um galpão, super-aberto, com o teto cheio de bandeirinhas coloridas, um bolo de coco gigante, mulheres com turbante e roupas brancas. Tudo lindo, músicas lindas, a gente rezou e comeu aquele bolo maravilhoso. Peguei o saquinho e guardei, achando o máximo ter ido lá. Cheguei em casa e contei para a minha mãe. Ela gritou: ‘Gisele, você foi no centro!’. Eu falei que não, que era no Dom Bosco. Aí ela explicou. Morremos de rir”, recorda­-se ela, crescida entre a rigidez e o amor. “Minha mãe sempre disse que, se você é preta, precisa estar sempre pronta para encarar o que vier, precisa estar arrumada, precisa saber falar, precisa estar preparada para se defender. Falava do medo. E também de um orgulho de termos que representar. Ela dizia muito que não podíamos ser chacota de ninguém.

No colégio, fui chamada de macumbeira, que meu cabelo era ruim, e eu era chorona. Ela foi me defender uma vez, conversou e disse que não permitia aquilo comigo, mas me disse que da próxima vez era para eu me defender sozinha. Então, eu precisava ter argumentos. Quem eu era?”, questiona a jovem que se formou procurando respostas profundas, seja no Colégio Nossa Senhora de Fátima, onde fez o ensino fundamental, seja no ensino médio cursado no Compacto. Sonhou ter floricultura, ser astronauta, professora e nutricionista. E fez um tanto de outras coisas: trabalhou no atendimento da Biblioteca Central da UFJF, corrigiu provas, foi monitora de espanhol numa escola, depois de inglês, e auxiliar num hospital. Em 2013, foi admitida no colégio cuja biblioteca hoje é de sua responsabilidade.

Mãe do Antônio

Aos 30, Gisele carrega no ventre Antônio, com 7 meses, fruto do casamento de três anos com Julio. “Formamos uma nova família no encontro de casas tão diferentes. A família dele é de origem alemã. Na minha família, questionamos de que parte da África o avô do avô veio. Minha mãe conta que a avó dela era índia, comia na cuia, com a mão, de cócoras”, diz a profissional que se pauta, diariamente, na diversidade para contribuir para a formação de pensares distintos e libertos. “Todo profissional tem uma atuação política, no sentido de se posicionar e mostrar que está atento. Eu como mulher negra preciso me posicionar enquanto ser humano. É importante se informar para isso”, comenta ela, ouvido a postos para os pequenos e para os grandes. “Criança é muito sincera, não tem o filtro que temos o tempo todo. Já os adolescentes são problematizadores, e eu sempre converso com eles”, conta ela, que colou tirinhas do personagem Armandinho sobre as palavrinhas mágicas pela escola toda, onde encara o aprendizado diário da maternidade. “Como vou formar um menino nesse mundo machista?”, indaga.

Gisele, em sua delicadeza, diz da importância do conhecimento, não apenas do que se faz em sala, mas também do que se faz pelos livros. É no discurso que a gente se faz aceito, diz ela, em seus atos. Qual livro gostaria que Antônio lesse? “‘Sejamos todos feministas’, da Chimamanda Ngozi Adichie. É um livro que tem exemplos bem palpáveis de situações cotidianas. Por que quando chega um homem e uma mulher a um restaurante o garçom pergunta a ele o que eles querem? Porque dá ao homem a conta para pagar? Eu vivo isso no meu dia a dia. Todos ficam espantados quando conto que não sou eu quem lava a roupa, que faz comida. Mas não estou em casa, e ele cozinha muito melhor que eu. Por que não?”

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Veículo: Estadão

Editoria: Estado da Arte

Data: 17/06/2017

Link: http://cultura.estadao.com.br/blogs/estado-da-arte/a-hermeneutica-da-antipatia/

Título: A hermenêutica da antipatia

O escritor russo Vladimir Soloviev, em seu Breve Conto sobre o Anticristo, diz que, em certa ocasião, o filho da iniquidade se gabava perante os ortodoxos de que a Universidade de Tubingen havia lhe oferecido o título de doutor honoris causa em teologia, devido “a um longo livro sobre o criticismo bíblico” que ele havia escrito em sua juventude. Por volta deste mesmo período, também na Rússia, Dostoiévski compôs uma de suas mais vigorosas e famosas fábulas, O Grande Inquisidor, que, deslocando-se de seu contexto original, uma parábola de Ivan Karamazóv, encontra-se hoje presente em várias coletâneas de aforismos e contos. Esse pequeno conto, um dos pontos altos de Irmãos Karamazov, conta como um cardeal, apegando-se antes à carnadura do que ao espírito da lei, sentencia o Cristo reencarnado à prisão. E, por fim, como último elo dessa cadeia de analogias, temos Kafka, que numa de suas breves e sombrias parábolas, relata que o Messias, vindo ao mundo numa aparência bestial, é sacrificado por aqueles que ansiavam a redenção que seria trazida com seu advento. Aparentemente não aceitaram a diferença entre as profecias e a realidade que então se apresentava.

O que une essas narrativas tão sombrias, mais do que um temor religioso obscuro, é precisamente um dos elementos essenciais à composição literária. A hermenêutica, por assim dizer, é, conforme se sabe, mais do que um trabalho ou função de escribas, mas um dos modos pelo qual a autoconsciência se situa no mundo. É suficiente aludir sucintamente à obra de Paul Ricoeur, que, ainda que mediante citações e ideias obscuras, afirmava que o ser descobre-se não somente por racionalizações, mas sim por meio de uma constante exegese ou interpretação de sua vida.

Se Jacques Rivière definiu a literatura moderna como “uma vasta invocação do milagre”, talvez nosso ceticismo se dirija não tanto ao miraculoso quanto à nossa capacidade de invocação de qualquer coisa. Por outras palavras, a descrença do Ocidente provavelmente é maior no que diz respeito aos poderes da linguagem do que em relação a eventos transcendentais. Giorgio Agamben, em Profanações, já apontava para essa ligação entre a linguagem e religião, assinalando a etimologia deste último termo não com o religare, mas com o rellegere, a releitura atenta das pautas e leis cerimoniais.

Evidentemente, essa descrença quanto à linguagem provém, em grande parte, do desconstrucionismo inoculado nas universidades norte-americanas (e, posteriormente, importados pelos acadêmicos brasileiros) por Paul de Man. A bem da verdade, as justificativas de alguns desconstrucionistas para o envolvimento de Man com o nazismo são, elas mesmas, exercícios de desconstrução, quando não de criptologia.

Roger Kimball, tanto em Experimentos Contra a Realidade quanto em Radicais nas Universidades, já abordou a nocividade do movimento não apenas para a cognição individual, mas também para a ordem social. De semelhante modo, o clássico de John M. Ellis, Against Deconstruction (Contra a Desconstrução) permanece sendo uma análise e refutação dos principais pontos do movimento, de modo que é prescindível uma análise mais detida dessa questão.

De igual maneira, e como pressuposto dessa filosofia, temos “a hermenêutica da suspeita”, isto é, a descrença não somente no tocante ao poder referencial da linguagem, mas aos próprios órgãos cognitivos que dela se utilizam na interpretação do mundo. Marx, Freud e Darwin, os mestres da suspeita, tornaram-se, portanto, os iconoclastas modernos, afirmando que toda leitura ou cognição são produtos residuais ou mesmo presas de nossa ideologia de classe (Marx adotou o termo de Destutt de Tracy), ou são ilusórias, visto que derivam de instâncias outras que não a razão.

Atualmente, porém, mais grave do que o “pensamento fraco” de um Vattimo, temos o que, por ora, designamos de hermenêutica da antipatia – a disposição de pressupor a pior interpretação possível de quaisquer textos de nossos desafetos, estejam eles vivos ou mortos.

Theodore Dalrymple chamava a atenção para o historicismo miserabilista, a tendência de historiadores de focaram apenas nas calamidades e atrocidades da civilização ocidental, tomando suas benesses e conquistas como elementos dados na realidade. Ora, essa hermenêutica ressentida, portanto, é o pressuposto, ou preconceito, de que todos os autores que não apreciamos são, simples e absolutamente, arautos de programas políticos (quando não esotéricos) de suma maldade. Como diz George Santayana, a modernidade é a passagem da era da heresia parcial para a era da heresia total. Sem meio-termo.

O fundamentalismo, um dos termos mais ingratos na contemporaneidade, é visto, pois, como a explicação para grande parte dos males sociais que os países do Ocidente enfrentam hoje. A bem da verdade, nascido no contexto hermenêutico, o termo fundamentalismo hoje não guarda semelhança alguma com seu contexto de origem (o criticismo bíblico), e é antes sinônimo de literalismo, a redução dos textos ao seu aspecto proposicional acompanhada obviamente pelo desprezo de suas camadas simbólicas.

Alguém disse que atualmente, sob as camadas de tensões políticas, temos, em essência, duas linhas hermenêuticas conflitantes: por um lado, o terrorismo é fruto da interpretação wahhabista que despreza todas as escolas de jurisprudência corânica anteriores ao movimento; por outro, o Ocidente, desde a Renascença pelo menos, convive paradoxalmente com o desenvolvimento da filologia e da crítica textual e a perda das interpretações simbólicas. A Quadriga medieval (a coexistência dos sentidos literal, moral, alegórico, e analógico num texto), por exemplo, desapareceu concomitantemente à ênfase crescente do naturalismo nas artes plásticas.

E, curiosamente, parte considerável da crítica literária, tendo hoje se tornado “estudos culturais”, é simplesmente um esforço de relacionar a vida empírica do autor, assim como suas características sociais e mesmo étnicas, com teorias sociais.

Neste sentido, o texto torna-se uma simples transposição das circunstâncias políticas e sociais do autor para o universo gráfico – algo que mesmo o tão difamado Saint-Beuve, com sua crítica biográfica, jamais sonharia. Desse modo, todos esses são exemplos de vítimas do empobrecimento interpretativo, que culmina, no fenômeno que estamos considerando, na hermenêutica da antipatia.

No filme O Vento Será Tua Herança (1960), que retrata o julgamento do caso Scopes, no qual Hornbeck, um jovem professor de biologia, fora processado por ensinar a teoria da evolução em sala de aula, assistimos, ao final do filme, a um diálogo épico entre os personagens Henry Drummond, o advogado da defesa, e Matthew Harrison Brady, o promotor religioso, que se dá pouco antes da absolvição do jovem mestre.

Toda a tensão dos longos dias de julgamento levou Brady à morte; sendo informado disto e desprezando as congratulações por sua vitória judicial, Drummond declara, para revolta de Hornbeck, sua admiração pela grandiosidade de espírito de Brady, seu opositor.

Diferentemente dos demais, o advogado confessa que se desenrolara naquele tribunal não um caso simplório de obscurantismo versus razão, mas a confrontação de duas narrativas cósmicas antípodas, duas visões sobre o homem e mundo com suas respectivas hermenêuticas – ambas as quais, embora em espectros opostos, estão hoje sob risco.

Em resumo, o conflito não se resume necessariamente à liberdade de expressão versus censura, mas na luta entre diferentes hermenêuticas pelo domínio exclusivo do sentido. E daí a necessidade de sutilezas em nossas análises. Afinal, os anticristos, ao menos o de Soloviev, têm se mostrado excelentes com as palavras.

Fabrício Tavares de Moraes é tradutor e doutor em Literatura (UFJF/Queen Mary University London)

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Veículo: Diário Regional

Editoria: Cidade

Data: 17/06/2017

Link: http://www.diarioregionaljf.com.br/cidade/16961-estudantes-da-ufjf-sao-presos-por-trafico-e-consumo-de-drogas-em-barbacena

Título: Estudantes da UFJF são presos por tráfico e consumo de drogas em Barbacena

Quatro estudantes dos cursos de engenharia da UFJF foram presos em Barbacena na madrugada de quinta-feira, 15, após serem flagrados com drogas. De acordo com informações da Polícia Militar (PM), os estudantes foram abordados no estacionamento de um restaurante às margens da BR-040 e seguiam em excursão para um evento universitário que acontece neste fim de semana na cidade de Passos, região Sudoeste de Minas Gerais.

O flagrante aconteceu quando um dos três ônibus que levava os universitários furou o pneu. Durante a parada, os estudantes aproveitaram para fazer uso dos entorpecentes, momento em que foram abordados pela PM.

Também conforme os militares, com o grupo, foram localizados 19 comprimidos de ecstasy e uma porção considerável de maconha, que serviriam para venda e consumo próprio. Os universitários foram encaminhados à delegacia, onde tiveram o flagrante ratificado.

Fonte: Vertentes das Gerais

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Veículo: Diário Regional

Editoria: Cidade

Data: 17/06/2017

Link: http://www.diarioregionaljf.com.br/cidade/16960-pesquisa-estuda-experiencias-de-pacientes-com-cancer-de-prostata

Título: Pesquisa estuda experiências de pacientes com câncer de próstata

Uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estudou quais são as experiências vivenciadas por homens que sofrem com o câncer de próstata na cidade de Praia Grande, São Paulo. O foco do estudo foi a representação social que os pacientes fazem de sua doença a partir de seus conhecimentos sobre o assunto. O trabalho, apresentado pela mestranda, Lívia Alves Cinsa, na segunda-feira, 12, foi intitulado como “Processo Saúde-doença: representações sociais de homens que vivenciaram o câncer de próstata”.

A mestranda explica que o estudo foi desenvolvido a partir de questões muito particulares, como, por exemplo, qual era o conceito de saúde e doença para os pacientes que participaram da pesquisa. “A proposta do trabalho é, através do debate e pesquisa realizados com os pacientes, pensar e propor o aprimoramento de políticas públicas de saúde, dando auxílio amplo a este pacientes das Unidades de Saúde da Família”, ressalta a pesquisadora.

A pesquisa tem como ponto de partida as discussões sobre o conceito saúde/doença, dando atenção para vivência da enfermidade através do próprio paciente diagnosticado, levando em conta seus conhecimentos, atitudes e hábitos de vida relacionados à saúde.

A professora orientadora do trabalho e vice-reitora da UFJF, Girlene Alves da Silva, ressaltou a importância social do estudo: “A abordagem é extremamente importante porque situa o homem como protagonista da discussão. Ao colocar os pacientes em foco, o estudo chama atenção para um espaço muito inquietante, que é falar sobre um câncer exclusivo do universo masculino, o de próstata. No imaginário coletivo masculino, este assunto é quase intocável, já que eles não se percebem neste universo.”

Girlene Silva destaca a necessidade de trazer à tona essa discussão, principalmente para os profissionais de saúde. “É feita uma abordagem em que se permite ao homem falar o que significa passar pela experiência do câncer de próstata e, ao mesmo tempo, permite a quem trabalha com saúde no Brasil perceber as fragilidades. Ao mesmo tempo que dizemos que temos que possibilitar ao usuário o diagnóstico precoce para tratamento eficaz, o estudo sinaliza para as ações que cabem ao Estado, além de evidenciar o que precisa ser implementado de maneira mais eficaz.”

Fonte: Assessoria/UFJF

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 18/06/2017

Link: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/campanhas-do-agasalho-movimentam-cidades-da-zona-da-mata-e-vertentes.ghtml

Título: Campanhas do Agasalho movimentam cidades da Zona da Mata e Vertentes

O inverno começa na próxima quarta-feira (21), por isso instituições em Juiz de Fora e Ubá, na Zona da Mata e em São João del Rei, no Campo das Vertentes, estão arrecadando agasalhos, roupas e cobertores.

Universidades, comerciantes, igrejas, setores públicos, Legislativo, Guarda Municipal, Polícia Militar possuem postos de entrega dos donativos e convocam moradores a ajudarem a aquecer o inverno de alguém que precisa.

São João del Rei

Depois de chamar a comunidade para doar sangue, agora a Guarda Municipal espalhou pela cidade pontos de coleta de roupas, agasalhos e cobertores. Os materiais arrecadados serão doados para organizações filantrópicas. O trabalho será realizado até julho. A primeira entrega foi feita no dia 9, no abrigo de idosos da cidade, Albergue Santo Antônio.

As pessoas podem deixar as doações na Igreja São Francisco de Assis; Museu Regional, no Largo Tamandaré; Câmara dos Vereadores; Teatro Municipal; Ponto Frio; nas igrejas Universal e Mundial, na Rua Paulo Freitas; Supermercado Sales, na Avenida Leite de Castro.

Outros pontos estão na nova Rodoviária; nas lojas do Bergão Supermercado na Avenida Leite de Castro; Supermercado Bahamas; no 38º Batalhão da Polícia Militar.

Em Matosinhos, as pessoas podem deixar as doações nas lojas do Bergão Supermercado; no Supermercado Esquinão; na Agropet São Francisco; nas Confecções Sandim.

Juiz de Fora

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) está realizando até o próximo sábado (24), a “Campanha do Agasalho – Por + Calor Humano”. A iniciativa é organizada pelo Sistema Pró-Paz, um programa educacional de apoio ao município de Juiz de Fora, que também atua com foco no combate à violência e morte de crianças e adolescentes.

As doações de agasalhos, calças, sapatos e demais roupas de frio podem ser entregues no ponto de coleta em frente à Central de Atendimento (CAT), no prédio da Reitoria. A campanha tem o apoio da UFJF, do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt-UFJF) e das empresas juniores Mais Consultoria Jr e Porte Empresa Jr.

Quem quiser ajudar a campanha do Sistema Pró-Paz também pode deixar os donativos na Câmara Municipal, no Parque Halfeld, no Centro. A caixa está no hall de entrada, ao lado do balcão dos vigilantes. O Legislativo funciona de segunda à sexta, de 8h às 18h.

A Comunidade dos Jovens Missionários Continentais (JMC) da Arquidiocese de Juiz de Fora realiza a 1ª edição da Campanha do Agasalho até o dia 30 de junho. Com o tema “Onde há calor há mais vida”, o objetivo é recolher donativos para a Fundação Maria Mãe, mantenedora da Obra dos Pequeninos de Jesus. Os interessados em ajudar podem deixar suas doações na própria Fundação Maria Mãe, localizada no Bairro Ladeira, ou no prédio da Cúria Metropolitana, no Alto dos Passos.

Além destas, outras duas campanhas estão em andamento. Até quarta-feira (21), o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) recolhe doações no posto no 2º Batalhão da Polícia MIlitar em Santa Terezinha. E até julho, os devotos podem levar em todas as missas e na recepção paroquial na Catedral Metropolitana, até julho.

Ubá

O lema da campanha deste ano é “Roupa no guarda roupa não aquece quem sente frio”. As pessoas podem doar roupas, cobertores e meias. Toda a arrecadação será em prol da Associação Ubaense de Saúde Mental (AUSM), que irá destinar as doações aos pacientes da Saúde Mental, incluindo aqueles em situação de rua.

As doações podem ser encaminhadas até a próxima terça-feira (20) nos seguintes pontos de coleta: Biblioteca da Fagoc, na Rua Dr. Adjalme da Silva Botelho, nº 20, Bairro Seminário; Pane Chopp, na Praça São Januário, nº 257, Centro; A Coruja, na Rua Major Tito César, nº 53, Centro; no Studio Fitness, na Rua João Guilhermino, nº 45, Centro e no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III), na Rua Coronel Júlio Soares, nº 1.000, no Centro.