Uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) estudou quais são as experiências vivenciadas por homens que sofrem com o câncer de próstata na cidade de Praia Grande, São Paulo. O foco do estudo foi a representação social que os pacientes fazem de sua doença a partir de seus conhecimentos sobre o assunto. O trabalho, apresentado pela mestranda, Lívia Alves Cinsa, nesta segunda-feira, 12, foi intitulado como “Processo Saúde-doença: representações sociais de homens que vivenciaram o câncer de próstata”.
A mestranda explica que o estudo foi desenvolvido a partir de questões muito particulares, como, por exemplo, qual era o conceito de saúde e doença para os pacientes que participaram da pesquisa. “A proposta do trabalho é, através do debate e pesquisa realizados com os pacientes, pensar e propor o aprimoramento de políticas públicas de saúde, dando auxílio amplo a este pacientes das Unidades de Saúde da Família”, ressalta a pesquisadora.
A pesquisa tem como ponto de partida as discussões sobre o conceito saúde/doença, dando atenção para vivência da enfermidade através do próprio paciente diagnosticado, levando em conta seus conhecimentos, atitudes e hábitos de vida relacionados à saúde.
A professora orientadora do trabalho e vice-reitora da UFJF, Girlene Alves da Silva, ressaltou a importância social do estudo: “A abordagem é extremamente importante porque situa o homem como protagonista da discussão. Ao colocar os pacientes em foco, o estudo chama atenção para um espaço muito inquietante, que é falar sobre um câncer exclusivo do universo masculino, o de próstata. No imaginário coletivo masculino, este assunto é quase intocável, já que eles não se percebem neste universo.”
Girlene Silva destaca a necessidade de trazer à tona essa discussão, principalmente para os profissionais de saúde. “É feita uma abordagem em que se permite ao homem falar o que significa passar pela experiência do câncer de próstata e, ao mesmo tempo, permite a quem trabalha com saúde no Brasil perceber as fragilidades. Ao mesmo tempo que dizemos que temos que possibilitar ao usuário o diagnóstico precoce para tratamento eficaz, o estudo sinaliza para as ações que cabem ao Estado, além de evidenciar o que precisa ser implementado de maneira mais eficaz.”
Contatos:
Lívia Alves Cinsa (mestranda)
Prof.ª Dr.ª Girlene Alves da Silva (orientadora)
Banca Examinadora:
Girlene Alves da Silva (Orientadora – UFJF)
Maximiliano Ribeiro Guerra (Co-orientador – UFJF)
Elaine Teixeira Rabello (Banca Externa – UERJ)
Maria Carmem Simões Cardoso de Melo (Membro interno – UFJF )
Outras informações: (32) 2102 – 3830 (Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva)