Veículo: Canal Rural

Editoria: Notícias

Data: 10/06/2017

Link: http://www.canalrural.com.br/noticias/leite/leite-melhor-mais-barato-alimento-mundo-67698

Título: Leite é o melhor e mais barato alimento do mundo
Uma pesquisa coordenada pela Embrapa investigou alimentos e bebidas consumidos pelos brasileiros e calculou quanto custa atender 30% das necessidades diárias de oito nutrientes: proteína, cálcio, ferro, fibras e vitaminas A, C, D e E. Para surpresa de todos, o leite de vaca foi considerado o melhor e mais barato alimento que existe.

Segundo a pesquisadora Kennya Siqueira, que conduziu os trabalhos, o leite integral pode suprir 30% das necessidades de cálcio de um adulto saudável ao custo de apenas R$ 0,97. Para obter a mesma quantidade do nutriente com outros alimentos, como o café ou o caju, o custo subiria para pelo menos R$ 1 mil.

Produtos derivados do leite também ocuparam as primeiras posições no ranking de custo da vitamina D e obtiveram boa colocação no ranking de proteína e vitamina A. O custo para se adquirir 30% de qualquer uma destas duas vitaminas através de produtos lácteos é de menos de R$ 2.

Já a proteína, o leite de vaca perdeu apenas para as carnes, amendoim moído e ovo de galinha. Dos oito nutrientes analisados, os lácteos apresentaram custo competitivo para quatro deles: proteína, cálcio e vitaminas A e D. “Além de reforçar a importância do leite e seus derivados na alimentação humana, o estudo mostra que consumir produtos lácteos faz bem não apenas para a saúde, mas também para o bolso do consumidor”, conclui Kennya.

Como foi feito o estudo

O estudo utilizou como base de dados a tabela nutricional e os produtos presentes na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008- 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo foram investigados 443 alimentos e bebidas, dos quais 43 eram produtos lácteos. Para minimizar os efeitos da sazonalidade e da inflação, a coleta de preços foi efetuada em abril e outubro de 2016. Foram coletados os menores preços de todos os produtos, sem considerar preços promocionais, em 16 supermercados virtuais de dez estados da federação.

Os nutrientes selecionados foram baseados na definição de alimento saudável da agência americana Food and Drug Administration e nas deficiências nutricionais da população brasileira, segundo o IBGE. Foi considerado o atendimento de 30% das recomendações nutricionais diárias de um adulto saudável. Com base no resultado obtido, os produtos foram ranqueados do menor para o maior preço.

Leite de vaca não faz mal à saúde?

Nos últimos anos, surgiram movimentos contrários ao leite na alimentação, alguns deles ligados ao ativismo vegano, que recomenda a exclusão de qualquer alimento de origem animal da dieta. O principal argumento é de que o ser humano é o único mamífero que continua a beber leite após o período da amamentação. A professora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Mirella Binoti, argumenta que não há qualquer problema no consumo de leite na fase adulta, a menos que a pessoa apresente intolerância à lactose ou alergia a alguma de suas proteínas. Do contrário, o leite só traz benefícios à saúde.

Outra informação que durou mais de 50 anos associava o leite ao aumento de doenças cardiovasculares. Ainda hoje, existem órgãos de saúde pública por todo o mundo dizendo que a ingestão de gordura de origem animal, as chamadas gorduras saturadas, deve ser evitada. O argumento é que as gorduras saturadas aumentavam o colesterol ruim (LDL), associado ao derrame e ao infarto. Mas, nas duas últimas décadas, isso tem sido fortemente questionado por alguns cientistas.

Segundo o pesquisador da Embrapa Marco Gama, estudos científicos têm mostrado que, embora a gordura saturada promova aumento do colesterol, não há evidências de que a ingestão da gordura do leite aumente o risco de doenças cardiovasculares. “Nem toda a gordura saturada é igual”, afirma Gama. “Existem gorduras que elevam o LDL, mas outras promovem um aumento do HDL, que é um tipo de colesterol benéfico à saúde”, explica. Além disso, sabe-se atualmente que o colesterol LDL se divide em dois tipos de partículas: grandes e pequenas. As partículas grandes, que não estão associadas a riscos cardiovasculares, são as aumentadas pelas gorduras saturadas.

O leite de ruminantes (vacas, búfalas, cabras etc.) possui ainda alguns componentes que não são encontrados em quantidades significantes em outras fontes de gordura. É o caso do Ácido Linoleico Conjugado (CLA). Pesquisas com animais e culturas de células demonstraram que o CLA protege o organismo contra alguns tipos de câncer, além de ter ação anti-inflamatória. Para fechar o quadro de benefícios do leite, há evidências científicas de que a gordura do leite reduz o risco de obesidade, do diabetes do tipo 2 e da síndrome metabólica (HDL baixo; triglicérides altos; glicemia alta em jejum; sobrepeso e pressão arterial alta). Mesmo diante de tantos benefícios, Mirella alerta que nenhum alimento, sozinho, é capaz de suprir todas as exigências do organismo. Uma dieta variada, com boas fontes de gorduras e proteína, frutas, verduras e legumes é insubstituível.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Arte e vida

Data: 11/06/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/outras-ideias-com-adenilde-petrina/

Título: Outras Ideias com Adenilde Petrina

Ao lado da mesa da copa há um quadro, um retrato pintado, com seis pessoas da mesma família Bispo. “Ali em cima, está meu pai, Luiz, e minha mãe, Lindaura. Do lado de cá, minha irmã Clareth, a que saiu no portão quando você chegava.

Embaixo, está a outra, Nívea, que mora no Santa Terezinha. Do lado dela, o Nonô, e, mais embaixo, a irmã que mora fora. A Reinalda não está aqui porque não tinha nascido”, aponta Adenilde Petrina Bispo. E a senhora, onde está? Ela ri. Havia me esquecido de apontar a si mesma no retrato. “Eu sou aquela embaixo da minha mãe, a mais velha”, repara ela, acostumada a olhar, permanentemente, para o outro. Habituada a se tratar no plural. Adenilde é nós.

“Ninguém faz nada sozinho”, ensina a senhora de 64 anos, mais de quatro décadas deles vividos na mesma casa, no Bairro Santa Cândida, ao lado dos que estão retratados no quadro de moldura dourada, todos envolvidos na tarefa de carregar dia a dia baldes e mais baldes de água da mina à casa. “A gente não aguentava carregar água nas costas, descer na mina, que ficava ali embaixo. O bairro inteiro buscava água lá, era muita gente, e, de vez em quando, espocava briga. Aqui em casa, a gente decidiu só ir buscar depois das 23h. A água era usada para cozinhar, beber, tomar banho e lavar roupa. A da chuva servia para fazer faxina”, recorda­-se ela, natural de Ouro Preto. “Meu pai trabalhava em estrada de rodagem e, conforme a estrada ia avançando, ia acompanhando, até chegar a Juiz de Fora, onde se aposentou.”

Na região, o patriarca Luiz trabalhou por alguns anos, até se aposentar e, com o dinheiro, sair do aluguel, comprando uma casa no Candinha. “Aqui não tinha nada, água, luz, esgoto, calçamento. Não tinha ônibus, e era preciso ir para o Vitorino Braga ou descer até o Hospital Aragão para pegar condução. A dona Aparecida do seu Sabino começou a organizar um movimento para pedir melhorias para o nosso bairro. E eu comecei a participar, com uns 18. Não parei”, recorda­-se ela, cujo punho cerrado é agora reconhecido pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) com o título de Doutora Honoris Causa, inédito para uma mulher negra e pobre, fruto de uma periferia invisível para as políticas públicas, mas próspera de uma cultura que a violência propagada pela grande mídia insiste em silenciar. “Com o pessoal do hip-­hop, aprendi que a sabedoria das ruas é uma grande faculdade. Se eu tivesse que escolher entre fazer um doutorado na universidade e aprender na rua, com certeza escolheria as ruas, porque é muito mais a nossa cara. Existem vários saberes numa comunidade que muitas vezes não são reconhecidos pelo ensino formal, mas que fortalece a gente. Aprendi a história da África ouvindo rap”, afirma uma das mais potentes vozes da periferia juiz­forana, a Doutora Adenilde.

Sobre acreditar na palavra

A mãe Lindaura acreditava que mulher precisava ir até a quarta série só. “Para saber ler e fazer as receitas nos serviços de doméstica”, conta Adenilde, que insistiu e pediu para que um padre convencesse a mãe. “Agora, por sua causa, todos vão ter que estudar”, bradou, persuadida, Lindaura. “Ia muito na casa das irmãs do (Mosteiro) Santa Cruz, e a irmã Maria Rosa me encaminhou para o Colégio Santa Catarina com o objetivo de eu ser freira. Eu estudava e, depois das aulas, limpava a escola. Com isso, ficava livre de pagar as mensalidades, que eram muito caras. Tudo era difícil, até comprar os materiais, e minhas colegas me ajudavam. Quando me formei, fiquei um mês num convento de Petrópolis, mas não gostei. Era muito chique, não conseguia nem comer direito, porque, quando ia tomar o café da manhã, lembrava­me dos meus irmãos passando o maior perrengue. Lá a mesa era superfarta, e meu quarto era top de linha. Não era justo desfrutar daquilo com a minha família e minhas colegas vivendo outra realidade. Queria ser, então, uma peregrina. Voltei e mandei ver nos trabalhos comunitários”, lembra ela, que se graduou em filosofia pela UFJF e logo se tornou professora de história. “Eu já trabalhava com educação popular, dando aula para analfabetos pelo método Paulo Freire. Já fazíamos aquelas rodas de conversa debaixo de árvores, discutindo a conjuntura nacional”, completa a então integrante da Ação Católica Operária que ajudou a montar o Grupo Nós Todos, experiência de Teatro do Oprimido no Santa Cândida, nos anos 1980, apresentando montagens pelo bairro para despertar discussões. “Conseguimos uma linha de ônibus só por conta de uma peça.” Fortalecida, a experiência militante e cultural possibilitou que Adenilde e seus companheiros abrissem, na casa dela, a Rádio Comunitária Mega FM, voz das margens extinta em 2005 pelo cruel poder das grandes concessões públicas de comunicação. “Nossa rádio foi um espetáculo. Foram dez anos de luta e organização, criando uma pertença nesses jovens. De vez em quando encontramos alguns. Outro dia vi o Marcelinho, que me disse: ‘A Mega tem que voltar! Antes eu era o Marcelinho da Mega e hoje não sou ninguém!’. O pessoal tinha orgulho da rádio”, alegra-­se ela, que, integrante da Posse de Cultura Hip-­Hop Zumbi dos Palmares, formou o Coletivo Vozes da Rua, focado no estudo sociocultural e na prática de expressões do hip­-hop.

Sobre ouvir e entender estrelas

“Quando a grande mídia começou a falar da violência e dos perigos de Santa Cândida, despertou um sentimento de baixa autoestima muito grande na comunidade. O pessoal passou a querer ir embora. Fomos estudar o Frantz Fanon para entender as raízes da violência. A mídia faz estatística, a polícia faz estatística, a academia faz estatística. E nas estatísticas não há nomes, famílias, nada. No ‘Os condenados da terra’, a gente entende o que acontece nas periferias das cidades, que funcionam como a (escritora) Carolina Maria de Jesus diz, são os quartos de despejo das cidades. Tudo o que é de ruim é jogado nas costas das periferias. Nosso estudo é para que encontremos estratégias de trabalho e mudança. O sistema é violento, a história do Brasil é violenta, a desigualdade social é violenta, mas a maioria das pessoas não enxerga a violência desses processos, o quanto somos massacrados. O Zói escreveu um rap que chama ‘Revoltado na esquina, revoltado na rima’. A revolta vem porque aqui não tem uma praça, não tem projetos de políticas públicas, o bairro é desprovido de recursos elementares. Mas aqui tem muita gente bacana, tem o Felipe Stain, um artista plástico e grafiteiro; tem o Zói, que é rapper; tem os meninos do Afrorudy, de break; tem o Flow Killa, de break também. Tem luz no fim do túnel. A arte é uma forma de libertação. Aqui tem artista e trabalhador, gente que lê, que estuda, que pensa, que admira estrela, tem até quem sabe que a estrela tem barulho”, diz, referindo­-se ao poema “Via Láctea”, de Olavo Bilac: “Só quem ama pode ter ouvido/capaz de ouvir e de entender estrelas”.

Sobre ter um lugar

“Todos os dias”, diz Adenilde, “a gente tem que mostrar quem é, o que pode fazer. Por isso fico mais por aqui, pela periferia, onde posso andar da forma que sou, de chinelos, com liberdade.” A periferia, defende, é onde se sente segura. “É onde a gente se sente bem. Aqui é o nosso lugar”, ressalta, sempre no plural, a mulher que se manteve firme mesmo diante de um câncer de mama, que a levou à aposentadoria por invalidez em 2013, como professora nos supletivos da rede municipal de ensino, onde permaneceu por 28 anos. “A Adenilde é uma escola”, define Ana Cecília Francisquini, diretora da Escola Municipal do Santa Cândida, ao lado do ex­-aluno Yuri Souza, de 15 anos, cria da casa de Adê, como a mestra é reconhecida nas ruas. “Aqui me sinto bastante à vontade. Venho aqui direto.

Esses dias trouxe um livro para ela, sobre arquitetura, escultura e pintura dos séculos passados. Ela tinha se interessado e, como eu não tenho tempo para ler agora, trouxe para emprestar a ela”, diz o jovem, testemunha da luta de Adenilde como o Grupo Flores Raras, liderado pelas professoras Daniela Auad e Cláudia Lahni, que fez a sugestão do título à UFJF. “Fiquei bastante perplexa, fora de foco (com o título). A gente caminha junto na comunidade. Fazemos porque gostamos, amamos, temos a utopia, um sonho de um mundo melhor. Fico constrangida porque tenho a consciência plena de que, se não fosse a escola, os meninos do coletivo, a galera do Santa Cândida, não haveria sentido para os movimentos sociais nos quais milito. É uma caminhada para uma sociedade mais fraterna, mais justa, mais solidária, mais igual. E lembro muito daquela poesia ‘Perguntas de um trabalhador que lê’, do Bertolt Brecht, que fala que o Alexandre, o Grande, não ganhou guerra sozinho, que a Invencível Armada não venceu nada sozinha, que Tebas foi construída por operários. Tudo acontece de modo coletivo”, reforça. “A gente sabe que o mundo é muito maior, que somos uma gota no oceano. É um título para todos nós. Todos somos Honoris Causa, porque na nossa matilha não tem cão alfa.”

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Cidade

Data: 11/06/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/fiscalizacao-sanitaria-comprometida-em-jf/

Título: Fiscalização sanitária comprometida em JF

Com cerca de 30 mil estabelecimentos em funcionamento atualmente, Juiz de Fora tem apenas 13 agentes da Vigilância Sanitária. Considerado insuficiente pelo Ministério Público (MP), o número de técnicos virou alvo de ação civil pública há cerca de cinco meses, quando a Promotoria de Defesa de Saúde encaminhou o documento com pedido de urgência para a Justiça, com o objetivo de obrigar o Município a aumentar a quantidade de agentes da Vigilância e a atualização do cadastro dos estabelecimentos. Enquanto isso, a situação permanece sem solução a curto prazo, já que, segundo a Secretaria de Saúde, a adequação da fiscalização depende de variados fatores, e a atualização do cadastro não pode ser feita no prazo exigido. Com a indefinição, quem sofre é a população, já que a ação põe em xeque o controle dos serviços alimentícios e similares da cidade.

Proposta em janeiro pela 20ª Promotoria de Justiça da Comarca de Juiz de Fora, a ação considera que a atuação de 13 técnicos é insuficiente para fiscalizar todos os pontos, mas aguarda decisão do juiz da Vara de Fazenda Pública. Inquérito instaurado pela promotoria aponta que, em 2016, 2.135 dos 8.135 estabelecimentos cadastrados foram fiscalizados. Conforme o documento, também foram constatadas a inexistência de um cronograma para fiscalização anual e a necessidade de atualização do cadastro com a totalidade dos estabelecimentos existentes na cidade, visto que a quantidade é praticamente igual à registrada no início das investigações, em 2010.

‘Problemas graves’

Para o promotor de Defesa da Saúde do município, Jorge Tobias, os problemas são graves, considerando, principalmente, que, com a quantidade de agentes atual, não é possível cumprir as metas do órgão. “A fiscalização da Vigilância Sanitária é muito inferior ao que deveria ser, e a população fica exposta a todo tipo de problema. As pessoas tinham que ter a possibilidade de saber que os alimentos estão sendo fiscalizados minimamente e deveriam poder comer sem ter medo de causar um mal grave. Não vejo outra forma de solucionar a questão a não ser aumentando o número de agentes.” Desde a proposição da ação, a Vigilância foi notificada e se manifestou apresentando à Justiça os projetos que vêm sendo desenvolvidos para fortalecer o serviço, mas ainda não recebeu resposta sobre possíveis decisões.

Apesar de ainda não ter recebido um posicionamento, a pasta afirma que atua de forma a garantir a segurança dos juiz­foranos, por meio de estratégias e verificação de denúncias feitas pela própria população. Sobre a atualização do cadastro de estabelecimentos, a expectativa da secretaria é de finalizar, até o fim do ano, um mapeamento dos estabelecimentos da cidade, que vai permitir ao órgão verificar quais deles atuam sem alvará sanitário.

Setor garante ter estratégia para cumprir vigilância

O supervisor de estabelecimentos do Departamento de Vigilância Sanitária, Ivander Mattos Vieira, concorda que o número de agentes atual é inferior ao necessário, mas acredita que a estratégia utilizada torna o trabalho de fiscalização eficaz, já que o órgão lança mão de ferramentas para aprimorar o trabalho. “Hoje temos 13 agentes e estamos em processo de adequação, mas a ação de fiscalização não depende apenas do servidor. Temos em torno de 30 mil estabelecimentos, e trabalhamos com uma estimativa ideal de 70 técnicos para fiscalizá-los. Apesar do quantitativo ser pequeno, conseguimos realizar a fiscalização de maneira adequada por meio da estratégia que utilizamos.”

Ainda conforme o supervisor, sobre a atualização do cadastro solicitada pelo MP, o processo de renovação que já está sendo feito pela Prefeitura vai permitir o mapeamento de todos os empreendimentos do município. “Estamos trabalhando na parametrização de três cadastros do município: o da vigilância, o mobiliário e das atividades urbanas. Nosso objetivo é acessar os dados de todos os cadastrados e verificar aqueles que estão funcionando sem alvará sanitário. Isso faz parte de uma ação maior, que é a reformulação do sistema operacional como um todo. Não será tão rápido como o MP gostaria, mas até o fim do ano teremos um cadastro totalmente atualizado.

O Código Sanitário também é apontado pelo servidor como uma das ferramentas para aprimorar o serviço da Vigilância. “O código tem uma condição muito significativa, pois adéqua normas para a realidade local, tornando-­se o código de saúde do município. Ele confere uma segurança maior, tornando as regras mais claras para a população e fornecendo segurança jurídica para nossa atuação.” O código está em trâmite na Câmara Municipal e foi aprovado em primeira discussão. Porém, até então, foram solicitados oito pedidos de vista em segunda discussão, podendo voltar a debate a partir da segunda quinzena deste mês.

Concurso

Questionada sobre a possibilidade da realização de concurso para agentes da Vigilância Sanitária, a Secretaria de Administração e Recursos Humanos (SARH) da Prefeitura informou que está prevista uma alocação de servidores, por meio de edital interno, que ainda está em fase de elaboração. Em nota, a pasta ainda informou que, de acordo com demandas encaminhadas para a SARH, candidatos aprovados no Edital 04/2016 podem ser lotados na Vigilância Sanitária, mas ainda não há definição.

Sem vistorias de alimentos, cresce o risco de contaminação e doenças

A ação civil proposta pelo Ministério Público cita normas de responsabilidade da Vigilância Sanitária, que “deve garantir a segurança da população no que se refere à garantia do bem-­estar à sociedade”, conforme o texto. O documento também faz questionamentos, lembrando até mesmo o risco de óbito para consumidores em decorrência de problemas sanitários em estabelecimentos não vistoriados, deixando claro os riscos para a saúde caso haja ineficácia na fiscalização.

Para a professora do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Medicina da UFJF, Isabel Cristina Gonçalves Leite, a falta de fiscalização, de fato, coloca em risco a saúde da população. “A OMS (Organização Mundial da Saúde) adverte que milhões de pessoas adoecem todos os anos por causa de alimentos estragados. A esses casos damos o nome de toxinfecção, que está relacionada a vários fatores. Como doenças mais comuns veiculadas por alimentos temos vômito, diarreia, febre e dores abdominais.”

De acordo com Rodrigo Daniel de Souza, infectologista e chefe do setor de Vigilância em Saúde do Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a maioria das infecções causadas pela ingestão de alimentos contaminados é decorrente da proliferação de bactérias e vírus. “As verminoses são muito comuns, e é muito comum adquiri­-las com a ingestão de salmão cru, por exemplo, quando o peixe não foi acondicionado da maneira correta antes do consumo. O mesmo pode acontecer com a ingestão de ovo com gema mole, pois pode ocorrer a infecção por salmonela.”

Ainda conforme o médico, a fiscalização deve ser feita não somente com relação aos alimentos, mas envolvendo todo o processo de preparação dos mesmos, já que alimentos considerados inofensivos também podem servir de abrigo para parasitas. “A cisticercose, conhecida popularmente como a doença do verme do porco, também pode ser transmitida por meio da salada. A forma mais grave da doença vem de ovos dos vermes em fezes humanas, vestígios, muitas vezes, encontrados em saladas. Todo o processo de preparo dos alimentos deve passar por fiscalização, pois aqueles cujo manuseio é manual, como saladas, oferecem risco maior de contaminação do que alimentos cozidos. Tem que se verificar como é feito o processo e tomar as medidas adequadas para a correção.”

Em hospitais e estabelecimentos da área de Saúde, a falta de fiscalização também pode afetar diretamente a população. “É frequente a Vigilância Sanitária encontrar inconformidades em unidades hospitalares. Normalmente, deixando de fazer essas avaliações, há dificuldade para conseguir identificar os problemas, sejam eles em produtos armazenados fora da validade até a qualidade da água. Deixar de fiscalizar expõe a população a diversos riscos, que são inumeráveis.”

População tem que fazer sua parte

Segundo a professora Isabel Cristina Gonçalves Leite, especialista em saúde coletiva, os principais problemas estão na comercialização de alimentos vencidos ou estragados e na manipulação dos mesmos sem cuidados com a higiene. No entanto, a população também deve fazer sua parte. “Muitas vezes, há insetos e sujeira nos estabelecimentos, além da falta de acondicionamento adequado e da presença de bolor nos alimentos, por exemplo, mas são detalhes aos quais, muitas vezes, os clientes não se prendem. A Vigilância tem um papel fiscalizador e preventivo, mas a observação detalhada dos produtos também é da competência do consumidor. Ele deve estar atento com sua própria saúde e com os alimentos que ingere.”

Apesar de considerar que a fiscalização por parte da população pode não ser simples, o infectologista Rodrigo Daniel acredita que há duas formas de detectar se os estabelecimentos não estão cumprindo as normas quando se trata de restaurantes e supermercados. “Nos estabelecimentos alimentícios, se houver larvas nas folhas de salada é sinal de que a higienização não foi suficiente para eliminar as bactérias. No caso dos supermercados, é importante observar se os alimentos congelados estão, de fato, congelados, ou se a embalagem está danificada. Se estiver, é sinal de mau acondicionamento.”

Ainda conforme o infectologista, é preciso que o Poder Público também atue em colaboração com a Vigilância. “Outra forma de detectar possíveis problemas é procurar um médico, que deve notificar a Vigilância Epidemiológica em casos de surtos de diarreia em pessoas próximas ou que tenham ingeridos os mesmos alimentos nos mesmos locais. A Vigilância não tem como investigar se não souber o que está ocorrendo, e todos os setores devem se envolver nessa questão. Quando a fiscalização acontece, é efetiva, mas é impossível ter regularidade com esse número de técnicos”, pontua.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 12/06/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/uberabinhaufjf-vence-mais-duas-no-mineiro/

Título: Uberabinha/UFJF vence mais duas no Mineiro

No sub­-15, 2 a 1. Na categoria sub­17, 1 a 0. Estes foram os placares dos triunfos das equipes da Uberabinha/UFJF no último final de semana, quando os locais receberam, no campo da UFJF, o Social de São João del-­Rei, equipe dona de duas das melhores campanhas do torneio até então. As vitórias pela 7ª rodada do Campeonato Mineiro de base aproximaram as equipes juiz­foranas das primeiras posições da chave. Os mais jovens foram aos 6 pontos, na quarta posição, e o time da faixa etária seguinte alcançou os 9 pontos, chegando à vice­-liderança.

Técnico do sub­-15, Thadeu Luiz elogiou a resposta dos atletas em campo. “Começamos mal o jogo e sofremos um gol, mas depois dominamos completamente a partida. Empatamos ainda no primeiro tempo. Mantivemos a concentração na etapa final e, antes dos 5 minutos, viramos. Continuamos mandando no jogo e desperdiçamos oportunidades de ampliar a vantagem. Em termos de desempenho, foi muito bom.”

Mais que a pontuação, o sucesso dá certa tranquilidade ao comandante na conquista da primeira meta na competição. “Nosso objetivo principal é não ser rebaixado e essa vitória nos afasta bastante dessa possibilidade. Também nos dá confiança para a sequência. Agora vamos pensar no Villa Nova, que é nosso próximo adversário. Estamos um pouco longe da classificação para o hexagonal, a 4 pontos, mas primeiro temos que vencer nossos jogos”, destaca Thadeu.

No próximo sábado (17), os locais vão até Nova Lima, no Estádio Municipal Castor Cifuentes, encarar o Villa Nova. O sub­15 atua às 9h e o sub-­17 às 11h.

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Veículo: Tribuna de Minas

Editoria: Esportes

Data: 12/06/2017

Link: http://www.tribunademinas.com.br/70a-corrida-da-fogueira-tem-inscricoes-abertas/

Título: 70ª Corrida da Fogueira tem inscrições abertas  

A 70ª edição da Corrida da Fogueira, marcada para 22 de julho, com largada na Praça do Bairro Bom Pastor, já tem inscrições abertas e um diferente atrativo. A edição comemorativa de 70 anos da mais tradicional prova de Juiz de Fora e região será organizada por quatro empresas já conhecidas na área pela participação no Ranking da cidade. Sob realização da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a VidAtiva Consultoria Esportiva, SaúdePerformance, Move It Sports e Tecnobit Informática serão responsáveis pela etapa.

Até 25 de junho as inscrições custam R$ 80 e podem ser feitas nas lojas Terrabike (Rua Roberto de Barros 200, Centro / Ladeira Alexandre Leonel 151, Cascatinha), VidAtiva (Rua Moraes e Castro 274, Alto dos Passos), Tecnobit (Santa Cruz Shopping, 1º piso, Centro) ou nos treinos da SaúdePerformance na UFJF e São Pedro. Os interessados também poderão garantir presença online, no site diadecorrer.com.br, a partir das 19h desta segunda-­feira (12). De 26 de junho a 17 de julho o valor passará para R$ 100. Idosos pagam meia, e pessoas com deficiência (PCD’s) podem participar gratuitamente.

A mais antiga prova da cidade irá novamente passar pela Avenida Barão do Rio Branco, com retorno na altura do Bairro Manoel Honório. Distâncias e kits dos atletas ainda serão divulgados. A etapa não irá valer pelo 31º Ranking de Corridas de Rua de Juiz de Fora.

Organização

Para esta edição, a VidAtiva ganhou o processo licitatório aberto pela PJF. De acordo com o sócio-proprietário da empresa vencedora, Lucas Leite, a decisão de convidar as outras assessorias teve diferentes motivações. “A gente quis fazer algo diferente pela data. Como no ano passado a corrida não teve o impacto que sempre causa, achei melhor juntar forças, falar com algumas das empresas mais credenciadas nessa área em Juiz de Fora, e a gente dividir as tarefas, pelo curto prazo de captação de recursos e organização. Acredito que com estas empresas a gente consiga viabilizar mais recursos na corrida e aumentar o número de participantes”, explica Leite.

A revalorização do evento é o objetivo central da união. Para o técnico da SaúdePerformance, Marcos Hallack, a Corrida da Fogueira não apenas é uma referência, como dá a oportunidade do juizforano correr em percurso que faz parte de seu cotidiano. Carlos Zanini, da MoveitSports, destaca que a iniciativa visa a “resgatar um pouco do que a Fogueira significa através da própria união que o esporte proporciona.” Já Marcelo Montenegro, da Tecnobit, antecipa que a meta é realizar uma prova “inesquecível, segura e com muita alegria”.

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Veículo: G1 Zona da Mata

Editoria: Notícias

Data: 12/06/2017

Link: http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/confira-como-ficam-os-servicos-em-juiz-de-fora-nos-feriados.ghtml

Título: Confira como ficam os serviços em Juiz de Fora nos feriados

Com os feriados do Dia de Santo Antônio, padroeiro de Juiz de Fora, e de Corpus Christi, alguns serviços públicos serão modificados a partir desta segunda-feira (12). Na terça (13) e quinta-feira (14), os setores da Prefeitura e o Espaço Cidadão não irão funcionar. A segunda-feira será ponto facultativo.

Funcionarão em esquema de plantão a Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) pelo telefone 115, a Defesa Civil pelo 199, e os conselhos tutelares pelos telefones (32) 9939-9073 (setor Sul/Oeste), (32) 9939-8073 (Centro/Norte) e (32) 9939-9373 (setor Leste).

A Guarda Municipal funcionará normalmente na Central 153, na Supervisão Operacional e no posto no Hospital de Pronto Socorro (HPS).

O Parque do Museu Mariano Procópio vai funcionar normalmente das 8h às 18h. Para os integrantes do Clube da Caminhada, a entrada será a partir das 6h. O Museu não funcionará na segunda e quinta-feira. Na terça, funcionará das 10h às 17h.

A Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), o Museu Ferroviário, os centros culturais Bernardo Mascarenhas (CCBM) e Dnar Rocha, e as bibliotecas Murilo Mendes e Delfina Fonseca Lima não funcionarão nos feriados. O Centro de Esportes Unificado (Praça CEU) funcionará todos os dias, das 11h às 20h.

O Restaurante Popular irá funcionar normalmente. A feiras livres ocorrerão normalmente na terça e quinta.

O Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) não realizará coleta de lixo na terça-feira,. Na quinta-feira, o serviço funcionará normalmente. O recolhimento do material reciclável seguirá também o mesmo esquema de funcionamento.

Saúde

No setor de saúde, as unidades de Urgência e Emergência funcionarão em regime de plantão. Haverá expediente normal nas unidades de Pronto Atendimento (Upas) dos bairros São Pedro, Santa Luzia e Benfica, na Unidade de Urgência e Emergência (Regional Leste), no Pronto Atendimento Infantil (PAI), no Serviço de Atendimento Móvel de Saúde (Samu) e no Hospital Pronto Socorro (HPS).

As unidades de Atenção Primária à Saúde (Uaps), Farmácia Central e departamentos da Criança e do Adolescente, Idoso e Mulher não terão expediente nesses dias, funcionando normalmente na quarta e sexta feira.

UFJF

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) entra em recesso acadêmico nesta segunda. As atividades acadêmicas serão retomadas normalmente no dia 19.

Os Restaurantes Universitários (RU) do campus e do Centro não funcionarão durante a semana. A Central de Atendimento da UFJF vai funcionar normalmente na segunda e quarta-feira (14), das 8h às 18h.

Os ônibus que atendem funcionários, campus e Restaurante Universitário serão inativados na terça, quarta e sexta-feira. Nos outros dias, estarão em atividade apenas os ônibus que fazem as linhas de funcionários, com exceção do veículo que sai às 7h30 do ponto da Cultura Inglesa.

As unidades Dom Bosco e Santa Catarina do Hospital Universitário (HU) funcionam em regime de plantão nas áreas de assistência e atendimento – consultas, exames e outros procedimentos. As áreas administrativas não funcionam nos dias de feriado.

A Biblioteca Central funcionará normalmente na segunda e na quarta-feira, das 8h às 18h. Já as setoriais devem ser consultadas separadamente, pois apresentam funcionamentos distintos.

O Fórum da Cultura terá funcionamento normal da galeria e do museu na segunda, quarta e sexta-feira, das 14h às 18h. O espetáculo agendado para quinta-feira, no feriado, será apresentado normalmente.

O Museu de Artes Murilo Mendes (Mamm) funcionará somente na segunda e na quarta-feira, juntamente com o Memorial Itamar Franco, o Centro Cultural Pró-Música e os setores internos do Cine Theatro Central, que não tem atração marcada para a semana. A Casa de Cultura retoma suas atividades após o recesso, atuando normalmente a partir de segunda-feira (19).