Trocar ideias e experiências sobre a educação de Ciências e Matemática para jovens no começo da idade escolar. Essa foi a proposta da mesa de abertura do II Encontro de Práticas em Ciências e Matemática nos anos iniciais (II Cimai), realizada no Anfiteatro da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). A atividade contou a participação da presidenta da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM), Regina Célia Grando, e da professora Camila Silveira da Silva, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Encontros como esse são importantes para a distribuição de informações entre professores. Nem sempre esses profissionais podem se dirigir a grandes centros para eventos nacionais. Daí a importância de reuniões de porte regional. “Os professores, muitas vezes, não podem ir a esses eventos que são distantes e têm um alto custo. E esse é muito importante de acontecer neste ano, porque nós estamos no Biênio da Matemática, aprovado no Congresso Nacional. A ideia é que várias ações sejam realizadas no Brasil para a popularização do ensino da matemática. Eu entendo que uma atividade como essa de socialização das práticas de dentro da sala de aula vêm justamente colaborar com esse movimento nacional de popularização do ensino da matemática”, avalia a professora Regina Grando.
Para a professora, não é possível se dedicar ao ensino nos anos iniciais, focando exclusivamente em uma ou outra disciplina, devido à diversidade de assuntos que o professor desse período trabalha com os alunos. “O professor dos anos iniciais é polivalente – também ensina história, geografia e outras. Então se a gente quer assumir coletivamente uma aprendizagem dos alunos no campo da matemática, é preciso olhar nos diferentes níveis de ensino. Não dá pra olhar só para o professor de matemática que é especialista, é preciso cuidar também dos anos iniciais”, afirma.
Opinião compartilhada pela professora Camila Silveira da Silva. A docente participou da discussão relatando a sua experiência ao aplicar conceitos artísticos no ensino de Ciências. “É uma perspectiva que me agrada bastante. As potencialidades são inúmeras pra gente enquanto docente, para os estudantes. Eu tenho trabalhado até no Ensino Superior, na Pós-graduação com essa temática também”, conta.
Trabalhos apresentados em rodas de conversa
No Cimai, os trabalhos inscritos pelos professores são apresentados em rodas de conversa. O que torna o clima diferente das apresentações em slide. “A ideia é mesmo eles trocarem ideias e compartilharem experiências”, diz o professor e organizador do evento, Reginaldo Fernando Carneiro.
O professor conta que a ideia de fazer o encontro em Juiz de Fora surgiu em um projeto de extensão em 2015. “A gente sabe da dificuldade de os professores irem para outras cidades para participar de eventos em relação à dispensa das suas escolas e arcar com os gastos de hospedagem e transporte, então por isso a gente resolveu criar o nosso evento”, conta.
Na primeira edição, no ano passado, foram 150 inscritos. Agora, foram 270. “A gente está recebendo pessoas de várias cidades de Minas: Espera Feliz, Olaria, Além Paraíba. E outros que virão da Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo”, afirma o professor Carneiro.
As atividades seguem até este sábado, 3, na Faculdade de Educação.
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