“Ter uma universidade pública em uma cidade é um instrumento fundamental para garantir o desenvolvimento econômico e social desta cidade e da região.” É com este sentimento de orgulho da representação da UFJF como parte da história de Juiz de Fora que o reitor da Universidade, Marcus David, parabeniza o município que comemora 167 anos.
Esse reconhecimento da importante relação criada ao longo dos anos entre a UFJF e Juiz de Fora é compartilhado por outras pessoas que ajudaram a construir a história da Universidade e a fortalecer os laços da instituição com o município. “A Universidade fez uma revolução por essa cidade.” O destaque é do professor aposentado da UFJF, José Luiz Ribeiro. No contexto das comemorações dos 167 anos da eterna “Manchester Mineira”, a UFJF apresenta-se como uma das instituições mais importantes para o desenvolvimento do município nos mais variados setores. Desde os seus primeiros anos de vida, na década de 1960, a Universidade estabelece e fortalece os seus vínculos com a cidade, como referência no ensino, na pesquisa e na extensão e também como espaço de cultura e de lazer.
Nesta dinâmica social de crescimento, Universidade e Juiz de Fora criaram uma relação quase indissociável. “Você não pode pensar em Juiz de Fora hoje sem pensar na Universidade. Você não pode pensar na Universidade sem pensar em Juiz de Fora”, destaca o professor aposentado e orador da primeira turma de Medicina, José Carlos Barbosa.
A ex-reitora da UFJF, Margarida Salomão, ressalta que os recursos obtidos pela Universidade para Juiz de Fora, em grande parte, “garantiram a sustentabilidade econômica da cidade” e a continuidade do desenvolvimento. Com a criação de inúmeros cursos de graduação, a UFJF colaborou com a transformação de uma cidade baseada na indústria têxtil em polo educacional nacional e em uma “cidade de grandes serviços”, como ressalta a professora aposentada Dalva Yazbeck. Essa transfiguração trouxe para o município pessoas de diversas regiões de Minas Gerais e do país, modificando aspectos econômicos e sociais.
A construção do campus em 1969, por exemplo, alterou completamente o eixo ocupacional. O que era uma fazenda, no povoado de São Pedro, com acesso restrito pelo Morro do Imperador, tornou-se um dos locais mais frequentados de Juiz de Fora, com grandes edifícios e oportunidades. Onde havia apenas vegetação e morros, hoje há casas, prédios e comércios. O ex-ministro da Educação e professor aposentado, Murílio Hingel, lembra bem: “o Lacet foi construído pela Universidade para tornar possível o acesso pelo lado sul.” O ex-ministro pontua, então, que o “Campus da Universidade fez com que a cidade descobrisse um novo caminho para o seu desenvolvimento.”
Na cidade de grandes representações em todas as áreas, como Murilo Mendes e Itamar Franco, a UFJF sempre trabalhou para a preservação e o fomento da memória e da cultura juiz-forana. De uma sala de aula na antiga Faculdade de Filosofia e Letras, em 1966, surgiu o Grupo Divulgação, Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Artes Cênicas. Hoje, espaços como o Cine-Theatro Central, Forum da Cultura, Pró-Música, Museu de Arte Murilo Mendes e Memorial da República Presidente Itamar Franco são mantidos pela Universidade.
Personagem fundamental na valorização cultural da cidade, José Luiz Ribeiro destaca a importância desses espaços, como o Forum da Cultura. Ele enfatiza a contribuição deste patrimônio para a formação profissional e humana dos juiz-foranos. “É, inegavelmente, uma casa de cultura que abriga uma galeria, um museu de cultura popular, um teatro com 122 espetáculos por ano, trabalhando de quarta a domingo, além de cursos e pesquisas e extensão. Isso tudo está ligado à Universidade.”
No momento em que Juiz de Fora completa 167 anos, dos quais 57 compartilhados com a Universidade a frase do técnico-administrativo em educação aposentado, Antônio José Cedrola, resume, ainda mais, esses laços de cooperação: ”havia uma época que você não fazia distinção entre a Universidade e a cidade. Ainda hoje eu acho que não é possível fazer esta distinção. A cidade é a Universidade e a Universidade é a cidade.”
Assista ao vídeo da mensagem do reitor Marcus David: