Uma diversidade de povos, línguas e culturas muitas vezes desconhecidos por grande parte da população mundial quando se diz respeito ao terceiro continente mais extenso do mundo: a África. Nesta quinta-feira, 25, é celebrado o Dia da África. A data foi instituída pela Organização da Unidade Africana (OUA) em 1963, na cidade de Addis-Abeba, capital da Etiópia, país situado a nordeste do continente. Nesta localidade, líderes de 32 países africanos se reuniram para assinar a carta que declara a libertação do continente contra a subordinação imposta pelos europeus.
Atualmente, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) recebe alunos de países como Angola, Moçambique, Namíbia, Cabo Verde, Guiné-Bissau e República Democrática do Congo. Um deles é Jailson Mendes Pires, cabo-verdiano que cursa o nono período de Economia. Na UFJF desde 2009, o africano afirma ter escolhido o Brasil para cursar o ensino superior por influência de familiares, além da facilidade dos países comungarem a língua portuguesa.
“Quando terminei o Ensino Médio, comecei a conversar com meu primo, que havia estudado no Brasil, a respeito das universidades brasileiras. Ele me deu algumas dicas e isso me deu mais ânimo para vir pra cá, sem falar na facilidade da língua”, conta, acrescentando sobre as dificuldades dos primeiros anos fora de sua terra natal. “No começo, foi bem difícil, porque a gente, que é estrangeiro, chega aqui e não sabe absolutamente nada. Cheguei a pensar, até mesmo, em desistir do curso, porque não estava aguentando tanta pressão e não tinha ninguém para me acolher naquele momento”.
Já a moçambicana Ana Maria Cuvaca acabou de defender sua dissertação de mestrado, desenvolvida no Programa de Pós Graduação em Química da UFJF, pela qual a mestranda buscou compreender as consequências do descarte de uma bijuteria em um aterro ou em qualquer lixo para o meio ambiente e para a saúde da população. “Sou muito grata pela oportunidade que tive de estudar aqui. Aprendi muito na área acadêmica e social, hoje terminei o meu Mestrado e com muito orgulho espero contribuir para o meu país com os conhecimentos que adquiri aqui no Brasil”, pondera.
Mais reservada, a acadêmica, que voltará para Moçambique ainda no fim de maio, aponta quais as principais diferenças entre o ensino moçambicano e o brasileiro, e afirma que uma das principais lembranças que levará da Universidade é a beleza do campus. “As principais diferenças entre a UFJF e algumas universidades moçambicanas são a melhor qualidade do ensino, melhores condições na área de pesquisa, tais como os equipamentos e materiais e mais financiamento de projetos para os estudantes.”
Miraldina Alice Santos também gosta de andar pelo campus. A angolana, que está no sétimo período de Educação Física, diz que sempre desejou cursar o ensino superior em outro país e que a família foi fundamental para que ela escolhesse a UFJF para concretizar esse sonho. “Uma das questões que mais me influenciou na escolha pelo Brasil é porque minha irmã já se encontrava aqui e minha mãe sentiu mais segurança em me deixar viver essa aventura. Escolhi a UFJF inicialmente pela minha irmã, mas quando pesquisei sobre a Universidade me encantei por ela, especialmente pela infraestrutura da Faculdade de Educação Física.”
Sobre o que mais gosta na Universidade, a estudante é enfática: “a grande variedade de cursos oferecidos, as oportunidades de estágio e envolvimento em projetos de extensão, monitoria e Iniciação Científica, além da quantidade de atividades com as quais os alunos podem se envolver durante a graduação”.
Vítimas de preconceito e discriminação contam com apoio da Diretoria de Ações Afirmativas
Atualmente, os alunos africanos – assim como toda a comunidade acadêmica – contam com o apoio da Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da UFJF, criada em setembro de 2014 e vinculada ao Gabinete da Reitoria. Suas atribuições foram estabelecidas com a finalidade de promover condições institucionais que permitam a implementação e o acompanhamento de políticas públicas voltadas às ações afirmativas na Universidade entre os alunos, professores e técnico-administrativos em educação (TAE’s). Dentre outras atribuições, como promover ações que inibam a discriminação em todas as suas formas, a Diaaf se esforça em promover iniciativas que reflitam os valores de uma universidade pública e plural, que absorva os princípios dos mais variados grupos sociais.
Com o objetivo de melhorar a infraestrutura e desenvolver políticas de identificação, apoio e prevenção aos casos de violência, sem fechar o acesso aos campi à comunidade, a atual administração criou a Ouvidoria Especializada em Ações Afirmativas. Instituído em maio de 2016, o órgão, liderado pela professora Vânia Maria Freitas Bara, tem recebido denúncias e depoimentos a respeito das situações de discriminação, preconceito, violência e opressão vivenciadas no ambiente universitário, garantindo o sigilo dos(as) envolvidos(as). A Ouvidoria acolhe e encaminha as denúncias para serviços de atendimento especializado no interior da UFJF ou na rede pública, dando apoio e orientação aos membros da comunidade acadêmica da UFJF, vítimas de discriminação, preconceito, violência e opressão ou em situação de vulnerabilidade social, jurídica e psicológica.
A Ouvidoria Especializada, que oferece garantia de anonimato às vítimas, atende provisoriamente na sala da Diaaf, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 18h, ou por meio do telefone (32) 2102-6919.
Outras informações: (32) 2102-3997 – Diretoria de Imagem Institucional
(32) 2102-6919 – Diretoria de Ações Afirmativas