Termina nesta sexta-feira, 19, a exposição coletiva “Prova dos Nove”, na Galeria de Arte do Forum da Cultura. reúne obras em várias técnicas, assinadas por nove artistas. As visitas podem ser feitas, das 14h às 18h. A entrada é gratuita.
Na matemática, tirar a prova dos nove é comprovar de forma exata o resultado de uma conta por meio de adições e subtrações. Se voltarmos o olhar dessa técnica para o universo artístico, como seria tirar a prova dos nove da arte? A resposta a gente descobre conferindo a mostra “Prova dos Nove”, que reúne a subjetividade dos 9 artistas somando e subtraindo experiências e elementos de uma longa trajetória artística.
A mostra presenteia o público com a diversidade artística que a compõem. Seja nas diversas técnicas, formações, influências ou referências que o grupo propõe. Diante de tantos estilos, o expressionismo modernista figurativo é o cordão que une as pérolas. De acordo com o artista Ramón Brandão, uma dos expositores, esse movimento remonta tanto a pintura solar, as pinceladas rápidas e os tons tropicais, quanto o rigor formal dos tons velados e temas sombrios, sem abrir mão do experimentalismo técnico e estético e das rupturas nos modelos que lhe servem de inspiração e ao próprio processo de criação.
Os artistas
Marcelo Neves, artista veterano, se define como neoexpressionista inaugurando uma nova fase ao experimentar o realismo junto ao expressionismo buscando assim outras leituras ao seu trabalho.
Dadá Magalhães nos traz uma obra onde o estilo denominado “clássico” se faz presente nos modelos tradicionais da pintura, entre o expressionismo e o impressionismo, com singela elegância.
A obra de Rachel Gouvêa nos traz as cores e formas orgânicas, onde o figurativo, hora se dilui, hora se impõe, procurando representar a permanente transformação e inconstância do universo, com forte presença dos quatro elementos da natureza.
Regyna Peyroton traz uma pintura cheia de dramaticidade em fortes contrastes de claro e escuro, exprimindo a dualidade da natureza humana. Ela afirma que “a espiritualidade está presente nas suas pinturas”.
Já Leonardo Paiva traz um traço expressivo, com pinceladas rápidas e precisas. No conjunto, sua composição se mostra forte, com uma rica diversidade de cores e intensa luminosidade, aflorando sua confessa influência do pintor juiz-forano Dnar Rocha.
As obras de Napoleão Ferreira estão ligadas à criação de novas possibilidades para materiais inusitados, que normalmente seriam esquecidos, como fragmentos de espelhos e telas de arame em assemblages junto à uma palheta de cores fortes e vibrantes. “Através do poder da arte, materiais díspares transformam-se poeticamente”.
Numa trilha paralela, segue Tarsila Palmieri, que se define como autodidata, cujas obras são “livres expressões da alma”. Sua grande influência advém de trabalhos manuais tradicionais e assim, com arame galvanizado e objetos diversos, cria formas rendadas e/ou bordadas. “Um paradoxo entre a delicadeza e a rigidez”.
Ramón Brandão se define como adepto da escola de pintura realista norteamericana e fã do pintor Edward Hopper, trazendo imagens de desmanches de automóveis que afirma ser: “o domínio do silêncio e do desejo de viajar no sentido inverso da morte, onde nada ainda foi consumado e depois do qual tudo estará perdido”.
Márcia Marques não se vê enquadrada em algum estilo particular e diz: “sempre me encantei pelos impressionistas, pós impressionistas”, sendo possível enxergar traços dessas escolas nas suas pinturas, à vezes etéreas e fluídas e outras com traços mais precisos, onde se destacam os anjos denotando sua predileção pelo místico e o espiritual.
Outras informações: (32) 3215-3850 – Forum da Cultura