A história de vida da ex-aluna da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Mariana Mendes ganhou visibilidade internacional esta semana. O motivo parece simples, mas ao mesmo tempo, é bastante inspirador: Mariana tem uma pinta, uma marca de nascença grande no rosto. O que faz dela diferente e poderia ter gerado muitos problemas na infância ou na adolescência, sempre foi encarado por ela com muita naturalidade e confiança.
Um repórter inglês viu as fotos de Mariana no Instagram e entrou em contato com ela. “Ele me disse que eu parecia feliz e não ter nenhum problema com minha aparência. Respondi que sim, que realmente era feliz assim. Depois disso, conversamos um pouco e recentemente vi que ele publicou um artigo sobre mim”. Outros sites de notícias repercutiram a história, que foram traduzidas também em sites em português. O Globo, o portal G1 e outros veículos também a procuraram. “O que aconteceu na minha vida hoje foi uma surpresa. Não esperava, nunca imaginei ter uma visibilidade assim”, contou.
Mariana é de Patos de Minas, veio para Juiz de Fora estudar no curso de Bacharelado Interdisciplinar em Artes e Design, formou-se em Moda no final do ano passado. Hoje, ela trabalha em uma marca infantil de roupas. Na época da faculdade, chegou a posar como modelo para colegas de classe. Questionada se com essa visibilidade, toparia fazer outros trabalhos, Mariana diz que sim. “Nunca havia pensado em trabalhar com moda explorando essa minha característica, mas acho que aceitaria.” Para ela, no entanto, o mais importante é “mostrar às pessoas que, apesar de ser diferente, posso viver bem com isso, me sentir bonita e fazer as pessoas também se sentirem assim”.
A mãe de Mariana foi, segundo ela, a grande responsável pela confiança da jovem. “Sempre conversava sobre a escola, queria saber se a pinta me incomodava e me deu liberdade sobre o que eu queria fazer.” A mãe chegou até a levar em uma médica especialista em laser para fazer algumas sessões, mas logo desistiu do procedimento. Preferiu esperar a menina crescer para que ela decidisse. “Eu nunca quis tirar a pinta, acho que não me reconheceria.” Pela inspiração, Mariana da pinta, como é conhecida em Patos de Minas, agora pôde dividir sua história para além de muitas fronteiras.