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A feira agroecológica teve como objetivo dar espaço dentro da Universidade aos membros do MST de exporem seus produtos produzidos nas áreas de assentamento agrário. (Foto: Gustavo Tempone)

Começou nesta segunda-feira, 17, a IV Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária, promovida pela Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). A abertura do evento contou com uma feira agroecológica e com uma mesa de discussão, respectivamente no Anfiteatro de Estudos Sociais da UFJF.

A feira agroecológica teve como objetivo dar espaço dentro da Universidade aos membros do MST de exporem seus produtos produzidos nas áreas de assentamento agrário. Frutas, condimentos, pães, biscoitos e artesanatos, eram itens disponíveis para compra. “A feira simboliza como a reforma agrária dá certo no Brasil. Todos os produtos que são feitos nessas áreas, não contém o uso de agrotóxicos e são produzidos pelos próprios assentados, na busca de sua sobrevivência. Esse momento é importante pois mostra pra sociedade que a reforma agrária é necessária e ela é boa para o país”, avalia a diretora da Faculdade de Serviço Social, Cristina Simões Bezerra.

A produção de alimentos saudáveis feitos nas áreas de assentamento, na maioria das vezes se dá através da agricultura familiar, que cumpre um papel fundamental na economia brasileira. Para a expositora da feira e moradora do Assentamento Dênis Gonçalves, na cidade de Goianá, Vânia Miranda, a oportunidade de trazer os produtos para feira é uma forma de apresentar para a sociedade uma outra realidade do Movimento sem Terra: “Muitas vezes somos desacreditados pelos meios de comunicação, e estar presente aqui, dentro de um espaço que o conhecimento é produzido e que forma opiniões, serve como uma maneira de mostrar que também produzimos determinado produto e temos valor perante a sociedade”, destaca.

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A mesa de abertura contou com a participação de diversos representantes de movimentos populares regionais para discutir o tema “Resistência ao golpe e construção do Projeto Popular para o Brasil”. (Foto: Gustavo Tempone)

Em seguida, a mesa de abertura deu início às discussões do evento, com o tema “Resistência ao golpe e construção do Projeto Popular para o Brasil”. A mesa redonda contou com a participação de diversos representantes de movimentos populares regionais, como a presença de Neuri Rossetto (MST), Frederico Santana (Frente Brasil Popular), Julia Louzada (Levante Popular da Juventude) e Flávio Sereno (Frente Povo Sem Medo), que puderam destacar em suas falas a forma como é tratado as desigualdades sociais que o Brasil enfrenta na atual conjuntura política.

“Todas as denúncias; todo processo de golpe no qual nós passamos; toda resistência dos trabalhadores; isso tudo é extremamente necessário para entendermos qual Brasil queremos e qual o projeto que vamos desenvolver neste país, e com isso, a mesa de abertura serve como momento para discutirmos a questão agrária, não de forma isolada, mas inserida e discutida num contexto mais amplo na sociedade”, afirma Cristina Bezerra, a respeito da importância de trazer a temática numa data que rememora o início do impeachment instaurado no ano passado.

As jornadas universitárias acontecem desde 2013, em todo o Brasil, e fazem parte do processo de articulação dos setores que trabalham com os movimentos sociais no campo. A ideia é trazer para o espaço acadêmico o debate sobre a reforma agrária e enriquecer os processos de ensino, pesquisa e extensão na área.

Durante o evento, estão previstos temas como a conjuntura nacional da reforma agrária, a mineração, o hidronegócio, o agronegócio, a educação do campo e os 100 anos da Revolução Russa. Além das mesas, os participantes poderão aproveitar a feira agroecológica que ficará até o final da Jornada Universitária. Na quarta-feira, alguns alunos terão a oportunidade de ter um dia de vivência no Assentamento Dênis Gonçalves, em Goianá. A expectativa é que cerca de 200 pessoas passem pelo evento que tem programação até quinta-feira, 20.

Confira as outras programações para o resto da semana:

18/04

9h: Impactos da mineração e os desafios para a luta dos trabalhadores ( ICH – Anfiteatro 01).

14:00 – Estratégias agroecológicas no enfrentamento ao agronegócio ( ICB –

Anfiteatro Anexo (Antigo ICH).

19:00 – Educação do Campo: Educação é direito! Não é mercadoria. (Sala de Exibições – FACED)

19/04

8h às 18h: Dia de vivência no assentamento Denis Gonçalves (Goianá)

20/04

08:30 – Os 100 anos da Revolução Russa e a luta histórica dos trabalhadores. (Anfiteatro de Estudos Sociais)

10:30 – Plenária Final e Encaminhamentos para trabalho da UFJF (Anfiteatro de Estudos Sociais).

Outras informações: (32) 2102-3561 – Faculdade de Serviço Social