Uma pesquisa de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de Juiz de Fora analisou a utilização pedagógica do gênero relatório científico em uma escola pública do município de Bicas. A mestranda Ariane Alhadas Cordeiro apresentou a dissertação “O gênero textual relatório científico: produção e circulação em um contexto de ensino” nesta quinta-feira, dia 23. Ela explicou que desenvolveu um estudo aplicado com estudantes dos ensinos fundamental e médio da Escola Estadual Oliveira Souza, que realiza anualmente uma feira de ciências na qual os alunos precisam produzir relatórios científicos.
“Este é um gênero de circulação dentro do ambiente escolar, mas percebemos que algumas capacidades de linguagem ainda não foram desenvolvidas. Haviam dificuldades em relação à estrutura global do texto, à situação de circulação desse gênero e dos mecanismos de textualização.” Diante dos diagnósticos, a acadêmica apontou para a “necessidade de elaboração de um modelo didático do gênero.”
O estudo analisou os textos produzidos pelos alunos e os livros didáticos utilizados por eles. Além disso, os professores da instituição foram entrevistados. “Eles admitiram que os alunos possuem dificuldades em leitura e escrita, reconheceram a necessidade de um trabalho interdisciplinar”, ressaltou a pesquisadora.
A partir destes resultados, a mestranda criou um dispositivo didático para reforçar as capacidades de linguagem que já haviam sido desenvolvidas e apresentar aquelas que ainda precisavam ser contempladas. “Acreditamos que a parceria entre língua portuguesa e ciências faz com que os alunos produzam e leiam mais os relatórios científicos e, com isso, consigam identificar objetivo comunicativo, o público alvo e o suporte em que o texto circula. Desta forma, eles poderiam desenvolver a capacidade de leitura e escrita.”
De acordo com a professora orientadora da dissertação, Tânia Guedes Magalhães, as escolas têm como função promover atividades em que as diversas esferas sociais estejam presentes. “Para o aluno, aprender a escrita do texto científico é uma forma de desenvolvimento intelectual porque ele sistematiza conhecimento científico de qualquer área do conhecimento e, assim, desenvolve suas capacidades de linguagem para atuar em outros meios sociais além da escola.”
Contato:
Ariane Alhadas Cordeiro (mestranda)
alhadas.ariane@gmail.com
Profa. Dra. Tânia Guedes Magalhães (orientadora)
tania.magalhaes95@gmail.com
Banca examinadora:
Tânia Guedes Magalhães (orientadora – UFJF)
Carmem Rita Guimarães Marques de Lima (UFJF)
Lídia Stutz (Unicentro)
Outras informações: (32) 2102-3665 – Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE)