dissertação de mestrado Saúde Coletiva

Maíra Macário classificou os estabelecimentos em categorias de agregação (foto: arquivo pessoal)

Investigar características do ambiente alimentar e verificar se elas estão associadas com a presença de obesidade em crianças e adolescentes. Essas são algumas das principais preocupações da mestranda Maíra Macário de Assis, na dissertação “Ambiente Alimentar Residencial e Obesidade em Crianças e Adolescentes de uma Cidade de Médio Porte Brasileira”. A pesquisa foi apresentada no último dia 21 de fevereiro, no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva.

Na análise, a acadêmica levou em consideração, ainda, as diferenças de ambientes alimentares de acordo com a condição social de cada região avaliada. Ao todo, foram avaliados dados de 661 crianças e adolescentes de escolas públicas da área urbana de Juiz de Fora com idades entre sete e quatorze anos.

Primeiramente, foi realizada uma avaliação antropométrica (peso e estatura) para a determinação do estado nutricional e classificação da obesidade. Posteriormente, foi feito levantamento sobre a principal atividade econômica e a localização dos estabelecimentos de venda de alimentos na cidade. Essas informações foram disponibilizadas pela Secretaria de Estado de Fazenda do Governo de Minas Gerais (SEF/MG). A partir desses dados, utilizando-se um programa de Sistema de Informação Geográfica (SIG), foi possível, segundo a mestranda, determinar o número dos diferentes tipos de estabelecimentos comercias de venda de alimentos nas regiões urbanas residenciais e calcular a sua densidade (número de estabelecimentos por Km²).

A partir daí, a pesquisadora verificou se essas densidades estavam associadas com a chance de obesidade entre os avaliados. “Quanto ao ambiente social da área residencial, utilizei um indicador de privação social, o Índice de Vulnerabilidade da Saúde (IVS), elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, e adaptado à realidade de Juiz de Fora com dados do Censo Demográfico de 2010 disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Após categorizar as regiões urbanas da cidade quanto a este indicador, foi feita uma análise das densidades dos estabelecimentos comerciais de venda de alimentos, de acordo com as categorias de IVS (menor e maior vulnerabilidade).”

Maíra Macário destacou, também, que a pesquisa possibilita uma melhor compreensão da relação entre os ambientes estudados e os estados nutricionais das pessoas. Outro benefício é a possibilidade de nortear quais fatores ambientais e sociais associados à obesidade devem ser priorizados na elaboração de políticas e programas de alimentação e nutrição.

A mestranda, avaliou como positivo o resultado de sua pesquisa, uma vez que, a partir dela foi possível conhecer melhor o ambiente alimentar da cidade e sua associação com a presença de obesidade entre as crianças e adolescentes de escolas públicas. Além disso, foi observado que as regiões urbanas de maior vulnerabilidade eram aquelas com menor densidade de todos os tipos de estabelecimentos de venda de alimento.

Nesse cenário, a acadêmica observou o papel importante dos supermercados e hipermercados, levando-se em conta que, nesses locais, são vendidos alimentos saudáveis e não saudáveis. Sendo assim, a dissertação ressalta a importância do nutricionista em ações de educação alimentar e nutricional que conscientizem os indivíduos quanto à qualidade do alimento a ser adquirido.

A professora orientadora, Larissa Loures Mendes, destacou a importância da dissertação para a Universidade. “A pesquisa é importante para a UFJF por ser acompanhada do componente inovação. É uma área ainda pouco estudada no âmbito nacional e envolve diversas áreas do conhecimento como geografia, urbanismo, nutrição e saúde pública.”

Contato:
Maíra Macário de Assis (Mestranda)
mairamacario@yahoo.com.br

Prof.ª Dr.ª Larissa Loures Mendes (orientadora)
larissalouresmendes@gmail.com

Banca Examinadora:
Larissa Loures Mendes (Orientadora – UFMG)
Michele Pereira Netto (Co-orientadora – UFJF)
Milene Cristine Pessoa (UFMG)
Renata Maria Souza Oliveira e Silva (UFJF)

Outras informações: (32) 2102 – 3830 – Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva