A mesa-redonda “Mulheres no Mundo do Trabalho” abriu na manhã desta quinta-feira, 9, o segundo dia de atividades do evento “Todo dia é dia de luta”, organizado pela Diretoria de Ações Afirmativas (Diaaf) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em comemoração ao Dia Internacional da Mulher – 8 de março.
Participaram da atividade, como debatedoras, a representante da Associação de Professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (Apes-JF), e professora da Faculdade de Serviço Social da UFJF, Marina Barbosa Pinto, e a coordenadora jurídica do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino de Juiz de Fora (Sintufejuf), Lêda Maria Chaves Faria.
A mediação foi realizada pela Pró-reitora de Extensão e professora da Faculdade de Serviço Social da UFJF, Ana Lívia de Souza Coimbra. “Somos nós mulheres que sofremos de forma mais adensada discriminações no acesso e no mundo do trabalho. Precisamos refletir sobre isso para pensarmos em estratégias de enfrentamento. Acho importante ressaltar que nesta mesa estão duas debatedoras que compreendem os processos do mundo do trabalho e também da militância sindical”, disse Ana Lívia.
Marina Barbosa Pinto destacou a necessidade da construção de espaços e ações que garantam visibilidade às demandas de trabalhadoras e trabalhadores, especialmente no contexto político atual brasileiro.
“Nós, brasileiras, não queremos os nossos direitos massacrados, queremos liberdade e equidade.”
“Caso contrário, sucumbiremos. Vivemos tempos sombrios. Em todos os espaços, a situação está muito difícil para quem vive de seu próprio trabalho, basta atentarmos para as propostas de reforma da Previdência e flexibilização das leis trabalhistas, por exemplo. Ontem manifestações pelo Brasil afora, em consonância com movimentos pelo mundo, mostraram que nós, brasileiras, não queremos os nossos direitos massacrados, queremos liberdade e equidade. Após um dia de lutas, à noite, no noticiário, assistimos a uma fala nefasta e carregada de machismo do presidente da República. Querem nos convencer de que qualquer manifestação coletiva não tem valor. E neste momento, sobretudo, precisamos unir forças contra a opressão do capital.”
A professora acrescentou que, na área rural e para as mulheres, a reforma da Previdência terá efeitos ainda mais danosos. “Mulheres e homens do campo não conseguirão se aposentar. A situação das mulheres é ainda pior, porque as brasileiras são as principais responsáveis pelos trabalhos domésticos, ou seja, igualar o tempo de contribuição é promover a desigualdade.”
A avaliação é compartilhada pela representante do Sintufejuf, Lêda Maria Chaves Faria. “Como militantes, somos contrárias à flexibilização das regras trabalhistas e reforma da Previdência. Ambas só tornarão mais precárias a vida e as condições de trabalho de mulheres e homens. Nós, mulheres trabalhadoras, passamos ainda por mais dificuldades. Eu, por exemplo, há muitos anos já fui recusada em um setor da própria UFJF porque estava grávida. É repetitivo falar que nós temos dupla, tripla jornada, mas essa é a realidade das mulheres neste país.”
“Todo dia é dia de luta”
A programação em comemoração ao Dia da Mulher termina hoje, dia 9. Todas as atividades são gratuitas e abertas à comunidade. O evento é uma organização da Diaaf com apoio da Pró-reitoria de Extensão; Diretoria de Imagem Institucional; Núcleo de Extensão e Pesquisa em Ciências Criminais (NEPCrim); e os coletivos de mulheres Aliança pela Infância; Feminista Classista Ana Montenegro; Coletivo Candaces – Organização de Mulheres Negras e Conhecimento; Duas Cabeças; Flores Raras – Educação, Comunicação e Feminismos; Maria Maria; PretAção; e Visitrans.
Confira a próxima mesa que será realizada nesta quinta-feira, a partir das 19h, no Anfiteatro do Instituto de Ciências Humanas (ICH). Acesse aqui a programação completa do evento “Todo dia é dia de luta”.