Dissertação Economia

Alexandre Mejdalani procurou identificar as motivações dos pesquisadores na busca por cooperação para o desenvolvimento de seus projetos (foto: Twin Alvarenga/UFJF)

Mapear as cooperações entre os inventores de 161 regiões metropolitanas do Brasil. Foi com esta intenção que o mestrando Alexandre Novaes Mejdalani desenvolveu a pesquisa “Os determinantes das redes brasileiras de copatenteamento.” A dissertação foi apresentada no Programa de Pós-Graduação em Economia (PPGE) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), no último dia 17 de fevereiro.

A intenção da pesquisa foi identificar as motivações destes pesquisadores em se unirem a outras pessoas para desenvolverem seus projetos. “Hoje nós temos times de inventores trabalhando em equipes, com áreas, setores e tecnologias diferentes”, explica o acadêmico.

Essa premissa possibilitou ao mestrando verificar uma mudança no perfil dos inventores. De acordo com ele, a imagem do inventor que trabalha sozinho, em um ambiente isolado, não se comprova no atual cenário científico-tecnológico. “Para este estudo, utilizamos dados do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) a respeito do local onde o inventor reside e qual tipo de produto ele desenvolve. Com isso, conseguimos fazer uma relação com informações do Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), com o nível de formação desses indivíduos e onde eles trabalham”, pontua Alexandre.

O estudo se dividiu em dois objetivos centrais: o primeiro foi descobrir o que leva o inventor de uma região a procurar ajuda de alguém que está em local distante. O segundo buscou conhecer as motivações destas pessoas ao fazerem uma cooperação para desenvolverem suas invenções.

O resultado da pesquisa apontou que grande parte dos inventores têm trabalhos financiados pelo governo e poucos são apoiados pela iniciativa privada. Os inventores da região Sudeste são os que mais se conectam com pesquisadores de outras regiões. Em São Paulo, foram identificadas cooperações com 91 regiões do país. O Rio de Janeiro aparece logo em seguida com parcerias em 77 regiões, seguido de Belo Horizonte com 71 e Campinas com 69.

“Quando o inventor busca uma parceria em outro local, ele tem como objetivo superar uma deficiência da sua própria região, como, por exemplo, não ter profissionais da área que ele necessita ou porque em outro local existe a possibilidades de boas parcerias. Normalmente, eles se conectam com pessoas que tem um prestígio semelhante ao deles e níveis de educação e salários mais próximos”, destaca o pesquisador.

Segundo o mestrando, a pesquisa possibilita o desenvolvimento de políticas públicas de incentivo e integração do trabalho dos inventores. “Ela mostra onde as ações podem ser focadas, em setores e áreas, e as características tecnológicas para que essas regiões se desenvolvam”, finaliza.

Contato:
Alexandre Mejdalani (mestrando)
a.mejdalani@gmail.com

Banca Examinadora:
Eduardo Gonçalves (Orientador – UFJF)
Weslem Rodrigues Faria (UFJF)
Eduardo Amaral Haddad (USP)

Outras informações: (32) 2102-3543 – Programa de Pós-Graduação em Economia