A mestranda Natalice do Carmo Lopes defendeu nesta sexta-feira, 17, no anfiteatro do Instituto de Ciências Humanas (ICH) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a dissertação “O Stalking na Violência entre Parceiros Íntimos: A perspectiva das vítimas”. A estudante é integrante do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e foi orientada pelo professor Lélio Moura Lourenço.
O trabalho teve como principal finalidade investigar a ocorrência do stalking dentro das relações de intimidade. O termo é utilizado para se referir ao contato e assédio persistente e reiterado a uma pessoa alvo, através de vigilância e monitoramento, o que gera transtornos à vítima. O orientador da pesquisa explica que o fenômeno é antigo entre alguns tipos de relacionamentos, porém começou a ser estudado há pouco tempo. “O trabalho foi voltado para o stalking, observando a mulher como vítima, até porque ela é quem mais sofre com o problema. Porém, é notável que em muitos momentos a própria mulher não tem consciência de que esteja sendo vítima de stalking, já que, por não estar mais com o parceiro, ela centra suas referência na violência doméstica que sofreu e não necessariamente na perseguição que ela ainda esteja sofrendo”, ressalta o docente.
A mestranda destaca que a identificação de uma situação de stalking em uma relação deve ser feita de maneira cuidadosa, visto que ela deve levar em conta contexto e os transtornos causados a quem sofre a perseguição. “Quando a vítima começa a mudar a sua rotina e quando isso causa um medo a ela, a perseguição passa a ter um caráter intimidatório. Geralmente, são nesses contextos em que as mulheres começam a perceber que o acossamento, o assédio, conhecido como stalking, está sendo prejudicial para o funcionamento da vida delas.”
A pesquisa utilizou como uma das bases entrevistas com cerca de 30 mulheres que já sofreram ou ainda sofrem violência por parte de parceiros íntimos. Esse trabalho foi feito na Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher. “Observamos na pesquisa que o stalking está associado a outros tipos de violência, como a violência física, psicológica e sexual. Ele geralmente se inicia durante a relação, como uma forma de controle do comportamentos dessas vítimas e como forma de monitoramento por parte de seus parceiros homens, intensificando-se com o fim da relação, visto que o agressor passa a não ter tanto controle e tantas informações sobre essa vítima”, conclui a pesquisadora.
Contato:
Natalice do Carmo Lopes (Mestranda)
natalicecarmo@gmail.com
Prof. Dr. Lélio Moura Lourenço (Orientador)
lelio.lourenço@ufjf.edu.br
Banca Examinadora:
Lélio Moura Lourenço (Orientador – UFJF)
Maria Elisa Caputo (UFJF)
Carla Gebara (Universidade Católica de Petrópolis)
Outras informações: (32) 2102-3158 – Programa de Pós-Graduação em Psicologia