Bruna Esteves mostrou que a planta Solidago chilensis, também conhecida como Arnica-brasileira, foi a mais eficiente em relação à atividade antitumoral (foto: Alexandre Dornelas/UFJF)
A mestranda Bruna Esteves defendeu na manhã desta sexta-feira, 10, a dissertação de mestrado “Avaliação da ação anti-inflamatória e antitumoral dos extratos de Solidago chilensis, Aristolochia cymbifera e Piper umbellatum”. A acadêmica integra o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PPCGBio) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
A pesquisa investiga as possíveis propriedades anti-inflamatórias e antitumorais de três espécies de plantas encontradas no Brasil e em outros países da América do Sul, como Chile, Uruguai e Argentina. “Elas têm vários nomes populares. A Solidago chilensis é conhecida como arnica-brasileira ou erva-lanceta. Já a Aristolochia cymbifera é conhecida como cipó mil homens, jarrinha, caçaú ou papo-de-peru. A última, que é a Piper umbellatum, é conhecida como capeba, pariparoba, aguaxima ou malvarisco”, afirma a pesquisadora.
Após uma triagem, o extrato da espécie Piper umbellatum se mostrou o mais promissor no tratamento de inflamações. Segundo Bruna Esteves, o composto foi o único capaz de reduzir a ação de três mediadores inflamatórios (substâncias que favorecem a reação de inflamação). “Depois também, fizemos o ensaio in vivo, em camundongos, utilizando o método do edema de orelha. A gente induz uma inflamação na orelha dos camundongos, trata e vê como que esse extrato se saiu. Ele foi capaz de diminuir essa inflamação, esse inchaço na orelha”, avalia a mestranda.
Em relação à atividade antitumoral, a Solidago chilensis foi a planta mais eficiente. Segundo Bruna, “o extrato de clorometano, das partes aéreas de Solidago chilensis, foi capaz de reduzir a sobrevivência de duas linhagens de células tumorais: uma de células de câncer de mama, outra de melanoma. Essas duas linhagens são murinas, que vêm de camundongos.”
Espécies ainda não foram patenteadas
De acordo com a mestranda Bruna Esteves, os extratos das plantas não são patenteados por laboratórios, nem utilizados no tratamento de doenças de maneira ampla. Os compostos desses vegetais ficam restritos à medicina popular. “O extrato anti-inflamatório está se mostrando bem promissor, o nosso grupo vai continuar investigando. E, quem sabe, a gente faz uma formulação farmacêutica, talvez uma patente”, sinaliza Bruna.
Redução de efeitos colaterais
De acordo com o professor orientador do trabalho, Gilson Costa Macedo, o benefício que a dissertação oferece à comunidade é o de propor um composto com base nas plantas estudadas, que promova um tratamento mais adequado para inflamações e tumores. “Atualmente, existem diversos tipos de tratamentos para doenças de caráter inflamatório, mas todos têm efeitos adversos que são indesejados. O câncer também tem tratamentos, mas eles são inespecíficos e com vários efeitos colaterais”, afirma o orientador.
A pesquisa contou ainda, com a participação do professor Ademar Alves da Silva Filho, da Faculdade de Farmácia da UFJF. O docente foi responsável pela produção dos extratos vegetais.
Contato
Bruna Esteves (mestranda)
bruna_esteves92@hotmail.com
Prof. Dr. Gilson Costa Macedo (orientador)
gilson.macedo@ufjf.edu.br
Banca Examinadora
Gilson Costa Macedo (orientador)
Henrique Couto Teixeira (UFJF)
Rafaela Chitarra Rodrigues Hell (Embrapa)
Outras informações: (32) 2102-3220 – Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas