A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) obteve R$ 1.455.306,45 no Edital de Demanda Universal da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). O resultado desta chamada foi divulgado no dia 30 de dezembro e contempla 47 projetos da instituição. O edital é o mais abrangente mantido pela agência de fomento mineira e destinará, ao todo, R$ 23 milhões para pesquisas científicas, tecnológicas e de inovação no estado. Das 2.185 propostas recebidas pela Fapemig, 636 estão sendo encaminhadas para contratação.
Segundo a pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa, Mônica Ribeiro de Oliveira, o Demanda Universal da Fapemig, tal como o Edital Universal do CNPq, possui uma proposta mais ampla e democrática. “Em um momento de cortes orçamentários, no qual a agência promoveu cortes temporários nos programas voltados à Participação Individual em Congressos no Exterior e ao Estágio Técnico Científico no Exterior, bem como a concessão de bolsas de Doutorado Sanduíche (BDSS), a partir de janeiro de 2017, ter aprovado 47 projetos em nossa instituição, é um mérito alcançado pelos excelentes pesquisadores da UFJF”, declara.
A pró-reitora também ressaltou que outros programas foram assegurados, como o de bolsas no país, a própria Chamada Universal, o Programa Pesquisador Mineiro (PPM) e a Bolsa de Incentivo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico (BIPDT). De acordo com Mônica, a Fapemig, em comunicado oficial enviado por e-mail, também assegurou que a Chamada Universal de 2017 será lançada no final de janeiro, após a conclusão de estudos para aumento do seu valor orçamentário e para aperfeiçoamento dos seus mecanismos de julgamento.
Aplicações
Uma das contempladas, a professora do Departamento de Bioquímica do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), Elita Scio Fontes, receberá verba de R$ 58 mil para o desenvolvimento de um creme anti-inflamatório e cicatrizante para doenças da pele. O projeto “Pereskia aculeta miller: estudos químicos e desenvolvimento de formulações de uso tópico com atividade anti-inflamatória e antipsoriática” usa o lobrobô, também conhecido como ora-pro-nobis, planta comestível rica em proteínas, como matéria-prima no criação de uma pomada para tratamento de feridas e dermatites.
“Estamos trabalhando o potencial medicinal do lobrobô, que já é usado na culinária. Esta é a continuidade de um estudo que desenvolvemos no Laboratório de Produtos Naturais do Departamento de Bioquímica do ICB. As pesquisas preliminares apontam para a eficácia anti-inflamatória e cicatrizante da Pereskia aculeta miller. Nesta nova etapa, vamos aprofundar os estudos e pretendemos comprovar essa eficácia, desenvolvendo as formulações necessárias, a fim de partir para a etapa clínica da pesquisa, com testes em humanos”, explica Elita, acrescentando que o valor ajuda na compra de diversos materiais químicos.
Já o professor do Departamento de Biologia e do Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFJF, Nathan Oliveira Barros, pretende aplicar o investimento em bolsa de iniciação científica de 24 meses, equipamentos, materiais e, ainda, no suporte ao trabalho de campo a ser desenvolvido em sua pesquisa junto aos reservatórios hidrelétricos. O projeto “Emissão de gases de efeito estufa em reservatórios: integrando os hotspots de emissão” terá verba de R$ 42 mil e será executado na fazenda experimental da UFJF na região do reservatório de Chapéu D’Uvas, em Juiz de Fora. “O projeto está na vanguarda do que está sendo feito no mundo em relação à emissão de gases de efeito estufa, como CO2 (dióxido de carbono) e metano. Ficamos muito felizes com a aprovação, pois este suporte financeiro nos dará a tranquilidade para o desenvolvimento da pesquisa”, observa Barros.
Outra proposta a ser desenvolvida junto à cidade é da professora do curso de Geografia Clarice Cassab Torres. “O ato de habitar: localização, qualidade ambiental e habitação na experiência do Minha Casa Minha Vida em Juiz de Fora” será feito em parceria com a professora Cássia Ferreira, buscando integrar dois campos da geografia, relacionando-os com a comunidade. “A pesquisa visa trabalhar a relação habitacional com suas consonâncias, tanto dentro do campo do estudo, juntando a geografia física e a geografia humana, bem como gerar a reflexão sobre a habitação de um modo geral. Fico feliz pela aprovação pelo fato de que, com a pesquisa, poderemos gerar maior entendimento sobre o assunto e principalmente entender as políticas habitacionais para a realidade desses moradores”, afirma Clarice, que obteve R$ 29.626,38 para desenvolver o trabalho.
Outras informações: (32) 2102-3780
Fapemig