selo_8_mesesA oitava reportagem da série que faz um balanço dos oito meses da gestão “Reconstruir a UFJF” e que aponta algumas perspectivas para 2017 pontua ações e propostas futuras da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp). Nas matérias anteriores, publicadas desde a semana passada, foram abordados temas relacionados aos trabalhos da Diretoria de Inovação, da Diretoria de Ações Afirmativas, da Diretoria de Avaliação Institucional, da Pró-reitoria de Extensão, da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças, da Pró-reitoria de Cultura e da Pró-Reitoria de Apoio Estudantil e Educação Inclusiva .

A Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (Propp) tem como principal missão o suporte ao funcionamento dos cursos de pós-graduação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), sejam eles lato ou stricto sensu, sempre em busca de sua consolidação e expansão. Constitui igualmente parte de sua missão assessorar e fomentar a comunidade acadêmica nos assuntos relativos à pesquisa científica e tecnológica, tendo como referência a qualidade e a relevância, para cumprir seu papel de geradora de conhecimentos e de formação de recursos humanos.

Em busca da excelência 

No campo da pós-graduação stricto sensu, que compreende os cursos de mestrado e doutorado por meio dos Programas de Pós-Graduação (PPGs), a Propp desenvolve duas ações de gestão e suporte financeiro: a dotação do Apoio à Pós-graduação (APG) e a nova resolução sobre o Programa de Bolsas de Pós-graduação (PBPG), em substituição às bolsas de monitoria. O objetivo é garantir o aumento do conceito dos programas nas avaliações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

“Assim que tomamos posse, continuamos dando apoio ao envio e a homologação de dois novos PPGs – o da Engenharia Civil e o da Filosofia – os quais já foram aprovados pela Capes, então já temos hoje 41 Programas de Pós-graduação ativos dentro da Universidade e, desta forma, estamos atendendo a uma das metas da campanha que é a expansão da pós-graduação”, afirma a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Mônica Ribeiro de Oliveira.

Passo importante neste processo é a internacionalização dos programas que está em pleno curso. A atual política de internacionalização da Universidade – fomentada em conjunto com a Diretoria de Relações Internacionais (DRI) junto à Diretoria de Imagem Institucional – engloba projetos que atendem a diversas demandas, como a tradução do site oficial da Instituição, a reestruturação de uma série de metas de suporte acadêmico a esse processo, além da versão dos portais de todos os programas para o inglês.

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Pesquisa: estão sendo implementadas ações para viabilizar um modelo de gestão eficiente do setor, visando maximizar recursos materiais, humanos e financeiros, de modo a ampliar sua aplicabilidade e inserção na sociedade (Foto: Alexandre Dornelas)

“Estamos trabalhando junto à DRI para estimular tanto a saída de professores e alunos de pós-graduação para o exterior, como também aumentar a capacidade da Universidade de recepção desses alunos, porque uma coisa está muito ligada a outra, envio e recepção, tanto de alunos quanto de professores”, explica Mônica.

Outro apoio importante no desenvolvimento das pesquisas e no fortalecimento da infraestrutura das bibliotecas dos PPGs é o edital “Programa de Fortalecimento das Bibliotecas dos Programas de Pós-Graduação da UFJF”, lançado em agosto de 2016. Os recursos, que já foram empenhados, visam financiar a aquisição de livros técnico-científicos, com o intuito de atualizar e ampliar o acervo de bibliotecas utilizadas pelos cursos de pós-graduação stricto sensu.

A partir dos critérios específicos estabelecidos por cada PPG, a Pró-reitoria também está operacionalizando o processo de credenciamento e recredenciamento dos programas para o vencimento do atual quadriênio. “Entendemos que este processo é um importante instrumento de avaliação do corpo docente. Por meio dessa ação, pretendemos garantir a institucionalização e a transparência e, ao mesmo tempo, incentivar e fortalecer um poderoso instrumento de aperfeiçoamento do sistema da pós-graduação na UFJF”, argumenta a pró-reitora.

Por outro lado, o campo da pós-graduação lato sensu e da Formação Continuada compreende os cursos de especialização, aperfeiçoamento, residências médicas, residências em outras áreas profissionais da saúde e multiprofissionais, bem como os cursos de atualização, treinamento e correlatos. Nesta seara, a atuação da Propp tem se dado no sentido de desenvolver e promover avanços em inúmeras áreas, visando o planejamento e a diversidade da oferta, atentando sempre para o critério de excelência do ensino.

Em agosto foi lançado edital com as orientações para solicitação de criação ou reoferecimento de cursos de especialização ou MBA, a serem oferecidos no âmbito da UFJF. A Propp oferece apoio e consultoria acadêmica aos coordenadores que desejam criar ou modificar cursos de especialização lato sensu.

De acordo com Mônica, a Pró-reitoria também pretende encaminhar ao Conselho Superior uma minuta de resolução específica sobre a Pós graduação lato sensu -modalidade residência, atendendo a uma antiga demanda da comunidade acadêmica. Por meio desta resolução será criado o Fore (Fórum de Residências) da Universidade.

Novas possibilidades para a pesquisa acadêmica

No que se refere especialmente às tarefas da pesquisa, estão sendo implementadas ações para viabilizar um modelo de gestão eficiente do setor, visando maximizar recursos materiais, humanos e financeiros, de modo a ampliar sua aplicabilidade e inserção na sociedade. A Propp se empenha para que os pesquisadores da UFJF e alunos participantes da iniciação científica desenvolvam suas pesquisas em laboratórios especializados, equipados e estruturados para o desenvolvimento tecnológico, além dos projetos e programas de cooperação técnico-científico, em consonância com o fomento de agências como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).

Os projetos apoiados pela Finep tiveram atenção especial da Propp ao longo do ano. As ações desenvolvidas envolvem desde o conserto e a aquisição de equipamentos, como ares-condicionados que estão sendo instalados e beneficiarão 41 laboratórios de pesquisa. “Quando assumimos, verificamos muitos projetos intercalados, sobrepostos, com a prestação de contas não realizada, a compra de equipamentos paralisada e com equipamentos comprados e não instalados. Então, assumimos essa tarefa de regularizar a nossa instituição diante dessa agência importantíssima, para que possamos continuar captando recursos e participando desses financiamentos futuramente”, explica Mônica, ao afirmar que todas as pendências com as agências de fomento estão sendo analisadas separadamente pela Pró-reitoria. “Com o apoio dos pesquisadores conseguimos finalmente instalar importantes equipamentos, como dois grandes microscópios e o autoclave de fronteira, ambos provenientes de editais Finep.”

Outra novidade é a criação do Censo Laboratórios, uma plataforma que oferece informações institucionais referentes aos laboratórios da UFJF, com estatísticas a respeito de seu funcionamento e produção, além de dados que englobam todos os pesquisadores envolvidos. Por meio desses detalhes,  a Propp pretende gerar um diagnóstico institucional com objetivos de identificar vocações e competências, para subsidiar as prioridades estratégicas e direcionar os investimentos e a alocação de recursos materiais e humanos. O projeto já possui 250 laboratórios inscritos.

Entidades que regulamentam as atividades de desenvolvimento científico e tecnológico na Universidades foram beneficiadas. A Comissão de Ética no Uso de Animais (Ceua) teve seu espaço físico reorganizado; também houve ações para  controle e regularização do ambiente. Já a Comissão de Biossegurança viu florescer as primeiras iniciativas para sua regulamentação.

Em abril, em observância às resoluções normativas do CNPq e da UFJF que regem os programas de iniciação científica, a Propp publicou um edital para abertura de inscrições, visando a seleção de orientadores e projetos para os programas “Pibic” (que ofereceu 106 bolsas) e “BIC” (500 bolsas).

Apresentação de trabalhos Mostra de Extensão Foto Clara Downey

Apresentação de trabalhos na Semana de Ciência, Tecnologia e Sociedade (Foto: Clara Downey)

Em parceria com a Pró-reitoria de Extensão (Proex) e celebrando a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, a Propp  promoveu, entre os dias 19 e 21 de outubro, a Semana de Ciência, Tecnologia e Sociedade. O evento teve, como objetivo, trazer para a UFJF e a comunidade o debate sobre temas de destaque no campo das tecnologias. Sua programação englobou o XXII Seminário de Iniciação Científica, a Mostra de Ações de Extensão, a Feira de Ciências e o III Encontro de Ética em Pesquisa com Seres Humanos. Uma edição desse evento foi realizada no campus avançado de Governador Valadares, com total apoio da equipe local e sendo muito bem recebido pela comunidade acadêmica.

Por sua vez, o “Desafio Biomassa”, proposto pela Propp e apoiado pela Embrapa, em parceria com a Diretoria de Inovação da UFJF, é uma iniciativa que visa a busca de soluções inovadoras para aproveitamento de resíduos orgânicos da Universidade, que se encontra em estudos de viabilidade. O intercâmbio entre a Pró-reitoria e a Diretoria de Inovação também pretende, entre outros objetivos, estabelecer debates acerca do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação.   

Editora UFJF busca caminhos para superar os desafios

Sob a direção do professor do Instituto de Ciências Humanas (ICH), Dmitri Cerboncini Fernandes e às vésperas de seu aniversário de 30 anos, a Editora UFJF – que desde o rompimento de seu contrato com a Fadepe, há mais de um ano, está com a maior parte de sua produção paralisada – tem agora, por objetivo, reestruturar o setor internamente, enquanto busca parcerias para dar continuidade à produção dos títulos.

Segundo Mônica, ao menos 18 publicações sob o selo da UFJF aguardam a resolução das questões administrativas para serem produzidas e comercializadas. “Estamos enfrentando dificuldades enormes, principalmente porque quando começamos a nos organizar para tentar editar esses livros e fechar o ano, tivemos um problema com a Gráfica Brasil, que sofreu intervenção do Governo federal, e isso está criando mais dificuldades ainda para o encerramento desses projetos editoriais. Mas nós consideramos que eles são um direito dos docentes, e vão sair. A editora está começando a se organizar através da reformulação do seu conselho editorial.”

Ainda de acordo com a pró-reitora, a expectativa é que a reestruturação da Editora possibilite a retomada dos trabalhos em 2017. “Já conseguimos detectar esses caminhos, quais as estratégias, e o ano que vem quando vamos comemorar os 30 anos da Editora será também o ano que vamos colocá-la em pleno funcionamento.”

A Editora deve ser contemplada com medidas que visem, entre outras metas, a efetivação de um mecanismo de custeio próprio, além da mudança para um espaço físico mais apropriado. Além da já anunciada reestruturação do Conselho Editorial, a Propp mira a criação de uma política editorial voltada para o apoio à produção científica dos Programas de Pós-graduação, como livros e periódicos.

Ações projetadas para 2017

Iniciativas nas diversas frentes de trabalho da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa estão previstas para o próximo ano. No âmbito da pós-graduação, podem ser elencados os apoios ao preenchimento da Plataforma Sucupira dos 41 PPGs para avaliação quadrienal e à apreciação de propostas de cursos novos (APCNs), como os mestrados em Engenharia Mecânica, em parceria com Universidade Federal de Viçosa (UFV) e em Engenharia Ambiental.  A Propp também apoiará a implantação dos cursos de doutorado em Farmácia, Comunicação e Serviço Social.

Já o plano de excelência da pós-graduação deve contemplar a finalização da política de recredenciamento; a reorganização da gestão financeira dos PPGs, com a sistematização das dotações; e o planejamento de gastos. Também estão previstas reuniões com os programas por conceito, que debaterão, entre outros assuntos, o levantamento das dificuldades e o estabelecimento de metas estratégicas para o novo quadriênio. Outra ideia é a instituição de uma prova unificada de línguas estrangeiras, em apoio aos processos seletivos dos PPGs.

Ainda no que se refere à pós-graduação, em continuidade ao estabelecimento da política de internacionalização da Universidade, é pretendida a adequação da estrutura acadêmica (através do Siga, por exemplo), de modo a abrigar iniciativas de internacionalização, como o acesso a alunos estrangeiros e a disciplinas em língua inglesa. A ideia é, também, facilitar o intercâmbio de docentes.

Mônica Ribeiro de Oliveira Foto Luiz Carlos Lima

Mônica Ribeiro de Oliveira:  “O ano que vem, quando vamos comemorar os 30 anos da Editora, será também o ano que vamos colocá-la em pleno funcionamento” (Foto: Luiz Carlos Lima)

“Estamos ‘arrumando a casa’ para atender ao que se chama de excelência na pós-graduação. Já fizemos gestões junto aos programas com conceito 5 e estamos procurando atender às suas necessidades e demandas mais urgentes para esse final de quadriênio. E, com os programas 4 e 3, estamos mantendo um contato para que possamos entender o que é mais estratégico para esses programas”, reitera Mônica.

Pesquisa

Um novo modelo de avaliação dos trabalhos de pesquisa científica pretende substituir ao que é praticado, atualmente, no Seminário de Iniciação Científica. De acordo com a pró-reitora de pós-graduação e Pesquisa, a primeira avaliação seria feita através de vídeos, pelo Youtube, enquanto a segunda seria executada de forma presencial. Essa reestruturação será amplamente discutida com o comitê assessor das áreas específicas.

Uma iniciativa a se concretizar também em 2017, mas que depende de uma grande discussão nos fóruns adequados é o padrão de submissão de projetos institucionais aos editais Finep que também deverá  sofrer alterações.

A criação de parcerias institucionais entre grupos de pesquisa e PPGs para desenvolvimento de ações conjuntas deve ser estimulada, enquanto a  redistribuição das cotas de bolsas de iniciação científica será aperfeiçoada a partir de ampla discussão com os pesquisadores. A Pró-reitoria também pretende realizar um levantamento das potencialidades da Fazenda Chapéu D’Uvas como campo de pesquisa em diversas áreas junto à comunidade da UFJF,  levando em consideração variáveis como a gestão acadêmica e administrativa.

O Centro de Pesquisas Sociais, vinculado recentemente à Propp, está em fase de reestruturação, retomando antigos projetos e gerando outros, procurando atender às demandas da comunidade acadêmica, como também da comunidade externa.

Outras informações: (32) 2102-3780 (Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa)

Confira todas as matérias da série:

Reestruturação do Critt potencializa inovação tecnológica na UFJF

Diretoria de Ações Afirmativas intensifica combate à violência e ao preconceito

Extensão universitária amplia o contato entre a UFJF e as comunidades externas dos dois campi

Reestruturação da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças amplia conhecimento de gestão

Diretoria de Avaliação Institucional impulsiona autoconhecimento organizacional

UFJF reassume seu papel como polo fomentador da cultura regional

Aproximação com alunos torna trabalho da Pró-reitoria de Assistência Estudantil  mais efetivo