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A sexta reportagem da série que faz um balanço dos oito meses da gestão “Reconstruir a UFJF” e que aponta algumas perspectivas para 2017 pontua ações e propostas futuras da Pró-reitoria de Cultura (Procult). Nas matérias anteriores, publicadas desde a semana passada, foram abordados temas relacionados aos trabalhos da Diretoria de Inovação, da Diretoria de Ações Afirmativas, da Diretoria de Avaliação Institucional, da Pró-reitoria de Extensão e da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças.

A Universidade Federal de Juiz de Fora demarca também sua contribuição para a cultura. A Pró-reitoria de Cultura (Procult)  possui como princípios o incentivo à produção cultural, à memória da cultura, à formação cidadã pela arte-educação, à dinamização dos espaços culturais e à imagem da Universidade.

Som Aberto retorna à cena cultural juiz-forana depois de 30 anos

Neste sentido, com a chegada da gestão “Reconstruir a UFJF”, inúmeras iniciativas fizeram com que 2016 ficasse marcado como o ano em que a Universidade reativou o seu potencial como um dos principais polos culturais da Zona da Mata Mineira. A primeira delas é a retomada do projeto Som Aberto. O evento, considerado o maior movimento artístico e cultural da UFJF nos anos 70, retornou à cena universitária, após um hiato de mais de trinta anos. Capitaneado pela Procult, o espaço utiliza a Praça Cívica como instrumento de criatividade e inspiração e mistura diversas atividades, que envolvem música, culinária, dança, moda e literatura.

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Som Aberto, considerado o maior movimento artístico e cultural da UFJF nos anos 70, retornou à cena universitária (foto: Géssica Leine/UFJF)

Em 2016 foram realizadas sete edições do evento, considerado sucesso de público e de crítica. “Este evento tem tido muito êxito, porque tem conseguido agregar várias ações culturais distintas, como artes plásticas, dança, artes cênicas. Tem sido um trabalho com muita importância para a comunidade, estreitando, cada vez mais, os laços das pessoas que moram ao redor do campus e de várias outras instituições culturais da cidade. Então, tem sido muito bacana para nós e estamos muito satisfeitos, neste sentido, com a sensibilidade da administração superior”, declara a Pró-reitora de Cultura da UFJF, Valéria Cristofaro.

Gestão trata cultura como prioridade

Outros espaços culturais da Universidade também foram democratizados, aproximando-os da comunidade externa e interna por meio da abertura de editais de ocupação pública para a realização de eventos, seminários e espetáculos. O Cine-Theatro Central recebeu intervenções para estar cada vez mais próximo do público. Através do projeto Visitas Guiadas, o edifício histórico, que é tombado como patrimônio municipal e nacional, voltou a abrir as portas para a população, através de visitas que retornam após dois anos de interrupção. Outra iniciativa inédita para o espaço é a estreia do Central de Compositores que, uma vez por mês, aos sábados de manhã, transforma a Praça João Pessoa em palco de shows para músicos locais.

O Conselho Superior também destinou recursos para outros órgãos suplementares de cultura. Para 2016, foram investidos R$ 650 mil, que beneficiaram, entre outras instituições, o Forum da Cultura e o Centro Cultural Pró-Música/UFJF, que continua com a tradição de receber espetáculos de destaque nas cenas regional e nacional. Em julho, o Pró-Música recebeu o tradicional projeto Piano Brasil, uma das principais iniciativas da música erudita brasileira, que trouxe o pianista Miguel Proença, integrante do Wall of Fame da Steinway & Sons de Hamburgo, onde figura ao lado dos maiores pianistas de todos os tempos.

A Rua da Cultura, que dá acesso ao Teatro Pró-Música, foi revitalizada. A Galeria Renato de Almeida, localizada no Centro Cultural, além da galeria da Reitoria, no campus, também receberam editais para ocupação dos espaços.

Movimentos culturais são fortalecidos

Verdadeiro expoente da cultura juiz-forana, o Grupo Divulgação celebrou seu Jubileu de Ouro com uma releitura do clássico “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, que esteve em cartaz no Forum da Cultura da UFJF, entre os dias 8 de junho e 3 de julho, com versão e direção do fundador do grupo, José Luiz Ribeiro. Entre outros eventos comemorativos, o Divulgação também teve sua história contada através do livro “Cancioneiro Divulgação”, de autoria de José Luiz, lançado em noite de gala no Forum.

Duas importantes figuras da cena cultural da cidade foram reativadas. Em abril, o Centro Cultural Pró-Música lançou um edital para a seleção de instrumentistas para suas orquestras Sinfônica e Camerata, oferecendo 86 vagas, distribuídas entre os diversos instrumentos de sopro e cordas. Em agosto, foi a vez do Coral Pró-Música retomar as atividades, com o lançamento de um edital que selecionou 23 cantores para a composição do grupo.

Um dos poucos do país que está em atividade ininterrupta desde a sua fundação, em 1966, o Coral da UFJF celebrou seus 50 anos com a apresentação do espetáculo “Brasis em Cena: Paisagens”, nos dias 17 e 22 de novembro, em evento realizado no Cine-Theatro Central.

O campus de Governador Valadares também foi contemplado com a criação de seu próprio coral. A seleção para os primeiros cantores, que foi destinada preferencialmente aos estudantes e servidores da instituição, foi realizada no mês de junho; 40 vagas foram ofertadas. O projeto busca formar um grupo de pessoas que apreciem ou que tenham interesse em conhecer mais sobre este estilo de canto, além de ressaltar para a comunidade valadarense o trabalho realizado de modo interdisciplinar e integral pelo campus avançado.

Já o 27º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga trouxe oficinas de instrumentos antigos, canto, dança barroca e de educação musical – além de programação cultural com renomados grupos e músicos nacionais e internacionais. O evento, realizado no Central, entre os dias 24 e 31 de julho, com entrada franca todos os dias, teve a orquestra barroca holandesa Collegium Musicum Den Haag (CMDH) em sua abertura.

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Oficina de violoncelo barroco, durante o 27º Festival de Música Colonial Brasileira, em julho (foto: Twin Alvarenga/UFJF)

O Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) teve sua programação cultural dinamizada, com a realização de visitas guiadas, CineMAMM, Cinema em Foco, MusicaMAMM, seminários, palestras e exposições de artes visuais.

Futuro deve marcar a retomada de antigas tradições

Segundo a professora Valéria, uma das principais ações a serem desenvolvidas no próximo ano é a reabertura do edital para Bolsas de Iniciação Artística (BIA), que visa incentivar a produção artística do discente por meio de proposições artísticas e culturais. “Este é um edital muito importante, que estava perdido, mas nós iremos resgatá-lo, pois entendemos que o estudante tem muito a mostrar, pela sua efervescência e visão de mundo.”

Já o elogiado projeto Som Aberto deve ter continuidade com a implementação de ações de socialização através de atividades culturais em interação entre alunos, técnicos, professores e comunidade.

A Procult também pretende fomentar parcerias com órgãos de gestão da cultura no município, no estado e no país; com vistas a realização do 28º Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga, que deve ser realizado em julho de 2017.

A “Rua da Cultura” e o Centro Cultural Pró-Música devem receber cuidados em sua manutenção, com a troca de piso, forro, parte elétrica, além de planejamentos cênicos, carpete e poltronas, e também a instalação de equipamentos de luz e som para o teatro. O Central, por sua vez, deve ser beneficiado com a instalação de projetores cinematográficos, para tornar possível a retomada do projeto “Cinema no Cine Theatro Central”.

Outras ideias que devem ser implantadas é a abertura da “Escola Pró-Música” como parte conclusiva do processo de incorporação do Centro Cultural Pró-Música à UFJF; a reabertura do Museu de Arqueologia e Etnologia Americana (MAEA); e a reativação do Centro de Conservação da Memória (CECOM). “Queremos realizar projetos de recuperação e valorização da memória, da história e do patrimônio cultural da Universidade e da sociedade em que ela se insere”, finaliza a Pró-reitora de Cultura da UFJF.

Outras informações: (32) 2102-3965 – Pró-reitoria de Cultura

Confira as matérias da série já publicadas

Reestruturação do Critt potencializa inovação tecnológica na UFJF

Diretoria de Ações Afirmativas intensifica combate à violência e ao preconceito

Extensão universitária amplia o contato entre a UFJF e as comunidades externas dos dois campi

Reestruturação da Pró-reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças amplia conhecimento de gestão

Diretoria de Avaliação Institucional impulsiona autoconhecimento organizacional