O tema “Mulheres nas equipes e fotografias brasileiras: primeiros passos” foi debatido, nesta terça-feira, 29, no III Seminário em Pesquisa em Artes, Cultura e Linguagens. A conferencista foi a doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Marina Cavalcanti Tedesco. A programação integrou o segundo dia do evento, que acontece no Instituto de Artes e Design (IAD), da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
No começo da conferência, Marina Tedesco fez uma introdução das concepções sobre as mulheres e como o conceito é visto nos últimos anos. A partir daí, a expositora traçou um panorama sobre a presença no mercado de diretorias fotográficas. Segundo Marina, a ocupação de homens sempre foi predominante, mas não exclusiva, o que possibilitou mulheres a fazerem importantes trabalhos na área. Ela ressaltou que o uso do termo “cameraman” é uma importante representação deste fenômeno, sendo a expressão “camerawoman” aplicada somente pela primeira vez na década de 90.
A docente apresentou uma série de dados sobre a participação das mulheres no mercado de trabalho de diretorias fotográficas no Brasil, que compõem o foco de suas pesquisas. Quanto aos longas metragens, obras que no geral angariam mais fundos e recebem maior visibilidade, a porcentagem de mulheres no mercado fica em torno dos 16%. Marina explicou a importância dos números para expor a questão: “É um senso comum de que existem menos mulheres na área. Mas quando se tem a dimensão do quanto, nós conseguimos argumentar. Acredito que apresentando dados, não tem de se discutir se é algo que acontece ou não, e sim se discutir como se sai disso.”
Como uma das possibilidades de mudança no quadro, a conferencista apresentou o coletivo de Diretoras Fotográficas do Brasil, criado neste ano. Para Marina, trata-se de uma das iniciativas que vêm a auxiliar na mudança do cenário das mulheres no ramo: “O coletivo vem se reunindo no sentido de intencionar o seu espaço. Por enquanto, temos uma recepção positiva, mas o coletivo ainda é muito novo. Acredito que, em um prazo de dois anos, já teremos resultados.”
A conferência durou cerca de duas horas, com um espaço para perguntas ao final. Para a professora, o momento deu oportunidade para se expor de maneira ampla o tema: “o formato do evento foi bom, porque permitiu apresentar com calma e não simplesmente apresentar os dados, mas mostrar como se chega a eles e onde se pode ir.”
A programação do III Seminário em Pesquisa em Artes, Cultura e Linguagens segue nesta quarta-feira, 30, quando terá seu encerramento.
Outras informações: III Seminário de Pesquisa em Artes, Cultura de Linguagens