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Com a presença de um grande público o 8º Congresso Internacional de Estudos sobre a Diversidade Sexual e de Gênero começou na noite desta quarta, 23 (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

Estudantes e pesquisadores consagrados de diferentes lugares do mundo participaram das atividades do primeiro dia do 8º Congresso Internacional de Estudos  sobre a Diversidade Sexual e de Gênero. O início do evento foi marcado pela palestra “Abeh e a construção de um campo de pesquisa e conhecimento” com o professor da Columbia University, Richard Parker, e atividades culturais. A programação se estende até sexta-feira, 25, na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O congresso é realizado pela Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (Abeh). Com o tema “Abeh e a construção de um campo de Pesquisa e Conhecimento: Desafios e Potencialidades de nos (re) inventarmos”, o evento reúne um número significativo de trabalhos acadêmicos-científicos, além de dialogar com os movimentos sociais, através da contemplação de relatos de experiências.

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Buscando fazer uma reflexão histórica do campo dos estudos sobre a diversidade sexual e de gênero ao longo das últimas décadas, a conferência de abertura contou com a paletra do pesquisador Richard Parker, Columbia University – EUA (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)

Referência nacional e internacional em pesquisa na área de construção social e cultural de gênero e sexualidade, o professor Richard Parker propôs uma reflexão sobre a construção histórica do campo dos estudos sobre a diversidade sexual e de gênero ao longo das últimas décadas e os desafios enfrentados. Para isso, Parker enfatizou a relação entre esse campo de estudos, seus pesquisadores, textos e pesquisas acadêmicas ao espaço político dos movimentos de afirmação, libertação e reconhecimento.

Parker atenta que a história desse campo de estudos é curta, tendo início nos anos 1960. Para melhor explicar, traçou uma linha em que analisa quatro períodos importantes que perpassam essa trajetória. Eles vão desde os anos 60, com o questionamento sobre a construção social e cultural que pensa as questões de sexualidade e gênero como naturais; passando pelas décadas de 80 e 90 com a investigação da diversidade para um projeto de transformação social e política; até a emergência e o esgotamento da teoria Queer, no que diz respeito a sua relação com a rua e os movimentos sociais.

O professor da Faced e um dos coordenadores gerais do evento, Roney Polato de Castro, destaca que, historicamente, “os temas ligados à diversidade sexual e de gênero se constituíram como temas marginais no meio científico, em função da própria representação que eles têm na sociedade de forma geral”. Ele aponta que o principal desafio é dar um retorno para a sociedade sobre as pesquisas científicas produzidas nas Universidades. “Os estudos sobre temas como relações humanas, família, sexualidade, violência doméstica e contra LGBTs trazem um outro lugar para os sujeitos, esses estudos podem voltar para a sociedade e produzir outros saberes, assim como outros sujeitos”.

A doutoranda na área de Psicologia Social, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Jimena de Gavay Hernandez, conta que veio participar do evento para aprofundar as discussões sobre sexualidade e gênero, questões presentes em sua área de pesquisa sobre o sistema socioeducativo, mas pouco abordadas. “No sistema socioeducativo os temas de gênero e sexualidade quase não são trabalhados, sendo que são eixos organizadores da vida de meninos e meninas. Há muitas teorias e práticas sendo discutidas e isso ajuda minha formação”.

Participação de MC Xuxu

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A cantora MC Xuxu marcou presença com um show de encerramento do primeiro dia do congresso. (Foto: Luiz Carlos Lima/UFJF)


MC Xuxu marcou presença com um show de encerramento do primeiro dia do congresso. Ansiosa para a apresentação, ela contou que o repertório escolhido propunha ser libertário. “Espero que as pessoas saiam daqui restauradas e resistentes. Que consigam entender minha mensagem: eu, enquanto travesti, negra, da periferia e moradora de um país que mata travestis consegui dar a volta por cima”.

A noite também marcou o lançamento da faixa “Liberdade [PJL]”, composta para o novo álbum, ainda em produção. MC Xuxu conta que, para o novo material, resolveu voltar às origens com canções de Hip Hop e letras militantes.

Confira a programação completa do VIII Congresso Internacional de Estudos Sobre a Diversidade Sexual e de Gênero

Outras informações: (32) 2102-3911 (Faculdade de Educação-UFJF)